Eu sabia que seria ruim, mas não imaginava que seria tão ruim assim. Minha vida não é um romance, eu sempre soube que o Sebastian não ia correr em minha direção me abraçar e dizer que tudo ficaria bem, mas também não pensei que ele me colocaria contra a parede e tentaria tirar respostas de mim.

Eu não menti, omiti muita coisa, mas não menti.Consegui escapar de mais algumas perguntas quando Dominic se juntou a nós e começamos a falar sobre nossos planos, sobre como seria no dia do julgamento e que tudo daria certo.

Ele já estava convencido de que colocar Alice como suspeita era o melhor a se fazer. Afinal de contas; nada como conseguir um bom suspeito para melhorar sua defesa. E depois que eu tive certeza de como ela estava evolvida em tudo que aconteceu fiquei ainda mais motivada a coloca-la em seu devido lugar... Não era como se Alice fosse uma vítima e quando as investigações começassem isso ficaria ainda mais visível.

No dia seguinte fui à delegacia depor, esperava que o investigador dissesse que já não era muito importante, pois o caso havia sido mandado para o juiz e faltava pouco para o julgamento.Entretanto, me receberam sem muita pressa, me levaram a té uma sala reservada e fizeram algumas perguntas, tudo foi documentado, tudo foi ouvido com atenção e minhas palavras foram pronunciadas como ensaiei na noite anterior.

Ao final do meu depoimento, o investigador que acompanhava tudo a uma certa distancia, finalmente fez algo.Por todo o tempo ele havia ficado a uma certa distancia, uma pessoa distraída podia pensar que ele não estava nem se importando com seu trabalho, mas percebi como ele se mantia calado, de braços cruzados, evitando o contato visual... Ele estava atento a cada virgula, e era com ele que eu tinha que me preocupar; a prova disso veio quando já estava pronta para me levantar e sair daquela sala e ele começou a me fazer perguntas:

—Qual o seu envolvimento com... Sebastian Volkov? —Ele leu o nome no papel que o policial deixou na mesa.

—Eramos amigos.

—E você era "amiga" de mais alguém?— Não era preciso ser um gênio pra perceber como ele estava sendo sarcástico.

Não sei o que as outras pessoas que foram depor disseram para ele, mas posso ter uma ideia do que foi.

—Não, eu não tinha muitos amigos.—Resolvi fingir que não tinha entendido, quem sabe isso economizasse tempo.

—E Adam? Tinha alguma ligação a ele?

—Ele era da minha sala, trocávamos meia duzia de palavras as vezes, mas nada de relevante.

—Estava com Sebastian a quanto tempo?

—Algumas semanas.—Eu não queria fugir de suas perguntas, mas não deixava de ficar desconfortável com as mesmas. Apesar de sua aparência não passar muita credibilidade, ele sabia o que estava fazendo, e isso é preocupante.—Estou disposta a esclarecer qualquer questão que estiver relacionada ao caso, mas se todas as perguntas já foram feitas...—Levantei-me e olhei para os outros dois homens que estavam na sala— Tenho que ir.