Megan se arrumou rapidamente (apesar do pouco tempo que teve ela sempre estava impecável) e desceu as escadas. Seus pais ainda estavam sentados à mesa tomando café. Ela chegou e sentou-se um pouco ofegante.

– O que houve Megan? Porque está assim, ofegante? Está sentindo alguma coisa? - perguntou Jonas já preocupado -
– Oh no!! I’m fine. É que tive que correr para pegar vocês aqui. Pensei que já estavam de saída. - disse ela se servindo de uma porção de morangos que estava a sua frente -
– Mas já estávamos, só que não vamos sair para um dia importantíssimo como este de barriga vazia, right? - Disse sua mãe -
– right!

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Davi mal dormiu a noite. Ficou se revirando pensando no que Herval havia dito. O que lhe deixava mais inquieto, tinha sido o jeito como ele falou de Jonas, de uma forma particular, como se fosse uma opinião de alguém que ele conhecesse de perto.
O despertador tocou fazendo ele abrir os seus olhinhos puxadinhos. O sol já brilhava por entre as frestas da cortina. Ele se levantou.
Era cedo ainda e ele podia se arrumar sem pressa.
Sua tia havia ajudado a escolher sua roupa. Uma calça jeans azul, uma camisa verde e um casaco preto, juntamente com um sapato social preto também.
O email dizia que ele deveria estar na Sede da Marra as 8:00, ainda eram 7:15 e ele ainda tomava seu café, tranquilo. Após poucos minutos, ouviu uma buzina insurdecedora em frente a sua casa. Levantou-se e foi ver quem era.
Herval estava escorado ao lado de seu carrro velhinho mais que lhe quebarava o galho.

– O que significa isso? - Davi disse sem conseguir deixar de sorrir -
– Apesar de você ter me desobedecido, e ainda querer ir a fundo nessa loucura, eu ainda tenho muito carinho por você, e não vou deixar você chegar todo suado do metrô, logo no primeiro dia. - disse o mais velho com um sorriso esplêndido no rosto -
– Muito, muito obrigada mesmo. Você é demais. - disse Davi abraçando o tutor -

Os dois entraram no automóvel. Herval dirigiu tranquilamente até a Marra. O trânsito estava calmo por incrível que pudesse parecer, ainda mais em plena segunda-feira.
Mas ao contrário do transito, a fachada da Marra Brasil estava um verdadeiro caos. Havia muitos e muitos repórteres e fotógrafos. Também muitos artistas.
Todos vestidos com roupas de gala. O que fez Davi se arrepender de não ter posto o terno que sua tia lhe sugeriu.
Desceu do carro um pouco tímido. Colocando as maos nos bolsos. Seguiu até a entrada onde foi intercpado por uma segurança muito alto e forte.

– Seu convite por favor.
– Não tenho convite. Meu nome é Davi Reis.

Os olhos do e segurança se arregalaram em sinal de espanto. Por um segundo Davi pensou que ele ia barrar sua entrada, e se assustou com isso. Depois desse pequeno transe o segurança indicou um entrada exclusiva por onde os correntes estavam entrando.
Ao chegar na porta estreita um pouco afastada da entrada principal Davi foi barrado novamente.

– Somente os autorizados. - disse o segurança tocando seu ombro e
Impedindo sua passagem -
– O segurança grandão ali me indicou está entrada. - apontou Davi para o grandalhão que acenou com a cabeça em um gesto positivo -
– Identificação por favor.

Davi entregou a carteira de identidade, que sempre andava com ele. O homem analisou, olhou a foto em seguida para ele, depois devolveu, entrou rapidamente e depois voltou com um crachá o qual entregou para o hacker.

– Obrigada. - Davi agradeceu e o segurança que atendia por Julius sorriu -

Herval entrou com Davi. Os dois estavam literalmente encantados com a Marra. Apesar de ambos não nutrirem nenhum tipo de simpatia por Jonas, era impossível não admitir que ele era um gênio. E que eseria um sonho realizado trabahar ali, naquele ambiente. Sentiam-se como o gnomo no fim do arco-íris, imensamente feliz. De repente seus desvaneios foram interrompidos por uma leve batida em seus ombros.

– Senhor Reis.
– Sim. - disse Davi virando de supetão -
– Eu sou Murphy, assistente pessoal de Jonas Marra e supervisor dos candidatos - o homem baixo de pele morena, cabelos escuros e olhos puxados falava com um certo orgulho -
– Ah sim. Muito prazer. - ele estendeu a mão a qual o indiano apertou -
– Bem, me acompanhe por favor. Irei levá-lo até os outros concorrentes.

Davi fez um gesto positivo com a cabeça. Já estava seguindo o indiano quando Herval o puxou.

– Eu preciso ir. Boa sorte! Quando terminar tudo aqui me ligue, eu venho buscar você.
– Mas, pensei que você ia ficar..

Disse Davi mais seu tutor já havia desaparecido em meio a pequena multidão que já se formava.
Ao entrar em uma sala reservada viu seu amigo Vicente, sem pensar duas vezes foi ao seu encontro.

– Vicente Monteiro. Quem diria né moleque!
– Davi. Cara, eu ainda nam acredito que consegui. Só de ta aqui, já tô feliz.
– Cara, cê se socializou? Já conheceu algum outro concorrente?
– Só aquele dali - apontou para Ernesto que estava sentado mexendo no seu celular - É o único que chegou até agora.
– E o Jonas, você já viu ele?
– Não, parece que ainda não chegou. Quando cheguei estava um alvoroço por causa disso.

Ernesto percebendo que havia outra pessoa na sala se levantou e andou em direção ate eles. Com um sorriso largo no rosto ele estendeu a mão ao chegar jundo deles.

– Ernesto Avelar. Muito prazer.
– Davi Reis. O prazer é meu.
– O Golias? - disse o vendedor com cara de espanto - O corajoso que desafiou Jonas Marra e ainda se inscreveu no concurso. - acrescentou ele - Achei que você nem iria aparecer. - completou fazendo Davi sorrir -

Davi gostou da sinceridade dele. E algo em seu íntimo dizia que Ernesto era uma boa pessoa.

– Bem, eu cheguei até aqui não é? Agora eu vou até o fim.
– Isso mesmo. Bem, ao que parece será uma boa disputa.

Ficaram conversando sobre suas vidas pessoais. Ernesto era um vendedor que estava desempregado e torcia muito pra conseguir ganhar o reality para montar seu negócio próprio. Vicente era novo ainda, mas sempre teve o sonho de trabalhar na Marra. E Davi queria ajudar sua família a qual estava passando por alguns problemas financeiros pois somente sua tia tinha um salário fixo na casa enquanto seu tio era músico e Davi era voluntário. E ele também queria ajudar a ONG que foi tão importante em sua recuperação.
A conversação fluía bem, Ernesto era muito agradável além de muito engraçado. Alguém entrou pela porta, tropeçando nos próprios pés e caiu próximos a eles. Os três correram para ajudá-la.

– Tá tudo bem?
– Tá tudo sim. Só tropecei num vestido duma mulher. Nossa tô até me sentindo mal vestida. Não me disseram que era traje de gala.
– Bem, ao que parece pra nenhum de nós. - disse Ernesto sorrindo bem receptivo. -

Ela se levantou ajeitando o vestido estampado que vinha até o meio da coxa.
Após se recompor se apresentou.

– Bem meu nome é Manuela.
– Ernesto Avelar.
– Vicente Monteiro.
– Davi Reis.

Os olhos dela brilharam em um ar misterioso ao ouvir o nome de Davi. Ela toda boazinha sorriu amplamente e começou a jogar charme para Davi, que estava com a cabeça aérea pensando onde Megan estava.

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Jonas, Pâmela e Megan estavam no carro presos em um terrível congestionamento. Jonas bufava ao Marraphone com Murphy que estava desesperado com o atraso de seu boss.
Megan entediada pegou a bolsa e começou a remexer a procura de seu Marraphone. Não encontrando. Ficou frustrada, queria ter algo para ocupar a mente até que chegasse a Marra. Não queria ficar pensando no tal Golias, isso a deixava ansiosa e como estava presa em um interminável engarrafamento, ficaria de mal humor..
Depois de 45 minutos a família Parker/Marra desceu do automóvel em frente a Marra. Como sempre, dezenas de flashes explodiram sobre eles que ficaram poucos minutos posando.
Megan, apressada, foi logo entrando e procurando a sala onde ficariam os felizardos..

– Desculpe senhorita Megan, mas aqui somente a entrada do pessoal autorizado.
– What? I am Megan Lily.. Me deixe entrar ai now!!
– Sinto muito. Ordens vindas diretamente de seu pai.
– why? This is a injustice. - disse a americana bufando -

Ela saiu revoltada, foi direto ao local onde estavam servindo as bebidas. Pediu vodka. Seu pai estava cercado por repórteres respondendo à perguntas. Se ao menos seu primo chato estivesse ali para lhe fazer companhia, mas não sabesse como ele também estava entre os dez candidatos. Sozinha, sem seu Marraphone, ela estava entediada. E muito ansiosa. Quando sera que seu pai vai mostrar ao mundo seus gênios?

Já era quase dez e meia quando finalmente Jonas subiu no palco, começando enfim o discurso de apresentação.
Megan não prestou atenção uma única palavra. Seu coração batia cada vez mais acelerado a cada vez que seu pronunciava algo. Finalmente ouviu o que queria.

– E agora, o mundo vai conhecer… Zac Rosato.

E assim o primeiro concorrente subiu no palco. Ele era alto, branco, loiro olhos verdes, bem bonito, poderia ate dizer que era americano. Mas Megan sentiu nele algo estranho. Além de achar cafona o jeito que ele se vestiu. Usava uma calca de moletom preta e uma camisa com capuz cinza.

– Pode subir Vicente Monteiro..

Todos que estavam na plateia se espantaram com o garoto, ele era bem novo, aparentava ter menos de dezoito anos. Seu estilo era o nerd descolado.

– Mostre-se ao mundo Manuela Yanes…

Entrou no palco uma morena sorridente, Megan buscou-a com os imensos olhos de borboleta.. E por um acaso os dela também cruzaram com os seus.. Se olharam profundamente, Megan não gostou do que sentiu ao encará-la. A garota tinha algo estranho no olhar, Ainda com o sorriso sem graça no rosto ela desviou os olhos e ficou ao lado dos rapazes..

– Venha você também Ernesto Avelar..

Ele veio andando com confiança sorrindo. Seus olhos pairaram sobre Megan e ele deu uma piscadinha para ela. Megan sorriu e gostou da atitude dele. Seu sorriso era cativante, seus olhos profundos e verdadeiros. Por um momento ela pensou que ele poderia ser o sucessor ideal de seu pai..

– Bem, este é um dos mais esperados desde a abertura das inscrições.. Inclusive por mim.. - o coração de Megan batia acelerado. Jonas continuou. - É a sua vez de vir até aqui, Davi Reis. Ou melhor Golias..

O auditório ficou uma confusão só. As pessoas estavam inquietas e ansiosas para conhecê -lo. Ele era um dos favoritos pela torcida, e o mais esperado pela maioria dos que estavam ali. Principalmente da imprensa.
E então ele apareceu Com as mãos nos bolsos, um sorriso meio tímido mas com um olhar que se desvencilhava de todo o resto. Um olhar cheio de confiança e atitude.
O coração dela batia enlouquecidamente. Era ele! O nerd que lhe sujou, que quase lhe beijou, que já havia sonhado duas vezes. Que fazia ela sentir-se estranha a ponto de quase não se reconhecer (embora nunca tenha demonstrado). Naquele momento parece que o tempo havia parado, ela somente observava ele caminhar no palco.
Quando os olhos dele finalmente encontraram os dela, que até aquele momento estava paralisada, foi que ele sorriu largo, fazendo seu corpo inteiro se arrepiar..

– Oh Megan, é ele mesmo sweetie.. - Disse Pâmela para a filha -
– Yeah mom. . Eu estou vendo. - finalmente conseguiu dizer -

Davi ficou ao lado de Manuela que sorriu e tocou no braço dele. Megan não conseguia tirar os olhos do rapaz. E ele também não olhava para outra pessoa que não fosse ela.
Jonas continuou a apresentação dos candidatos. Após alguns longos minutos, finalmente eles puderam descer do palco e aproveitar a festa.
Como seu pai havia pedido, Megan e sua mãe deveriam ser cordeias com os concorrentes, então as chamou para uma foto com todos eles.
Porém a mais nova decidiu ir ao toillet retocar a maquiagem.

– Vamos tirar uma foto, depois você interroga eles Pam. Cadê a Megan?
– Ela foi ao toillet dear. Já volta.

10 minutos depois ela voltou.

– Ah, ali vem ela. - disse Murphy apontando para a garota. -
– Megan sweetie, que demora right? - Pâmela disse quando Megan se aproximou -
– Sorry mom. Aproveitei para procurar my Marraphone but não encontrei..
– Você deve ter esquecido em casa Megan. Vamos logo tirar essa foto, eles querem aproveitar. - disse Jonas apressado -

Ela olhou para eles e encontrou Davi olhando-a. Deu um pequeno sorriso e semi-cerrou os olhos. Ele deu de ombros.

– it’s okay. I’m here! Let’s go.. -
Todos sorriram com o que ela disse, exceto Manuela -

Se arrumaram para a foto. Jonas ficou ao centro, Pâmela a sua direita, Megan a sua esquerda e os dez participantes distribuídos cinco para cada lado. Davi estava no lado oposto de Megan o que dava uma visão perfeita da garota de perfil. A primeira foto não ficou Boa, já que Davi estava distraído olhando para o lado, ou seja para Megan.
Somente a segunda ficou boa. Onde Davi lutou para olhar apenas para frente.
Terminada a sessão de fotos Megan e Pâmela ficaram para se socializar e conhecer os convidados.
Um a um foram abraçados pelas duas. Faltava apenas Manu e Davi. Megan optou por ir primeiro na garota. Que tinha uma voz absolutamente irritante. Mas mal enconstou suas bochechas nas dela. Ela definitavamenta não tinha gostado dela. Era chata, brega e sua voz era insuportável, além dela querer se fazer de vítima.
Se aproximou de Davi e lhe deu um pequeno abraço.

– Preciso falar com você. - disse ele baixinho em seu ouvido -
– No.. aqui não podemos. Mais tarde, lá no terraço.

Ela se afastou e deu uma pidcadinha. Ele assentiu com a cabeça.
Ela se afastou E entao sumiu e meioo as pessoas e foi ao bar, beber algo. Estava feliz e triste ao mesmo tempo. Feliz porque conheceu finalmente o Golias e triste em saber que já o conhecia, que ele podia ter confiado nela, e não fez isso.
Mais ela iria pedir explicações. Só precisava do momento certo. E este não estava longe.

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Davi estava inquieto desde que havia falado com Megan. A garota realmente deixava ele balançado.
Ele remexia no bolso sem parar tocando o pertence dela. Havia sido muito forte por não ter xeretado o celular da garota. Ainda mais quando chegou uma mensagem de um tal de Alan..
Preso em seus pensamentos, foi arrancado deles por uma leve batida em seus ombros.

– E ai, aproveitando a festa? - disse Manu ao se aproximar -
– É mais ou menos. Digamos que esse não seja um local adequado pra mim. - disse dando um pequeno encolher de ombros -
– Eu também não, mais fazer o que, vamos aproveitar né?!
– Estou aqui aproveitando a comida - ele riu -
– Quem diria que um dia eu ia encontrar você assim, né Golias. Totalmente vulnerável..

Ele olhou pra ela, aquelas palavras eram familiares. Buscou bem no fundo de sua memória de onde já tinha ouvido e foi ai que se lembrou de uma certa noite quando jogava com Maya, cansado e com muito sono, mas ela estava a todo vapor e lhe tirou as armas, dizendo exatamente a mesma frase.

– Maya?
– Não é só você que tem uma dupla identidade Davi. - ela Disse colocando as mãos na cintura -
– Mas eu rackeei seu perfil, vi suas fotos.. Não era você!
– E você acha que eu sendo uma nerd também, ia deixar que me rackeassem? - deu um escorão nele -
– Quem diria então né, guerreira Maya..

E os dois engataram e um papo descontraído.
Manu era toda sorrisos a Davi. Jogava charme mexia no cabelo. Tocava seu braço. Ele até que estava se divertindo com a garota.

– Davi?! - Murphy chamou -
– Sim.
– Venha aqui por favor.
– Só um instante. Já volto. - disse para Manuela -
– Tudo bem. - ela respondeu -

Ele andou direção ao indiano que estava parada a uns dois metros dlee.

– Miss Megan está espera.do por você agora no terraço. Vá pelos elevadores de serviço que ficam perto do banheiro fememino. Não deixe que o vejam.
– Tudo bem, obrigado. - sorria feito menino -

Ele voltou para onde a Nordestina se encontrava. Era muito cavalheiro para deixá-la plantada sem uma explicação.

– E então o que ele queria? - perguntou ela -
– Ah, não, é que queria saber que horas vai acabar isso aqui, então perguntei a ele, que veio me avisar agora. - mentiu ele -
– Hum, já quer ir ?
– Mais ou menos. Esse não é o meu tipo de evento! Você entende né?!
– Te entendo.. Ainda mais com essas roupas - ela sorriu -

Ele nao aguentando mais de ansiedade, e por mais que tenha gostado de conhecer Maya, um outro “M” nao saia da sua caneca. Resolveu ir logo ver a verdadeira razão dele estar ali.

– Ei vou no banheiro. Já volto.
– tá, eu vou ali com os meninos.. Eles são todos uns amores ..

Davi saiu quase que correndo. O coração acelerado, as mãos suando. Sorriso de orelha a orelha. Só de pensar que estaria com ela, ele já fiacava irradiando felicidade.
Entrou no elevadore e subiu. Cada andar era uma tortura, como se o tempo estivesse passando mais lento. Queria logo chegar até ela.
Quando as portas finalmente se abriram ele pode vê-la. Ela estava de costas, sentada olhando a vista magnífica que aquele local tinha. Linda. Ficou alguns segundos admirando ela observar o cidade.
Criou coragem e foi até ela. Sentou-se ao seu lado.
Ela se virou pra ele, estava séria. E aparentemente um pouco chateada..

– E então , porque não me contou ontem na praia que você era o golias?