Superfreddie

Homem de Ferro x Homem de Aço


Nevel caminha entre os corredores da NevelCorp portando uma pequena caixa de chumbo em suas mãos. Seu passo é apressado, e, quem visse de fora, certamente acharia graça do rapaz baixinho com cara de invocado caminhando firme rumo aos laboratórios; mas, para seus funcionários, essa simples visão era aterradora, visto que ele não era exatamente conhecido por ser das pessoas mais afáveis. Apenas Chloe, Valerie e Tony Stark não tinham medo dele.

Nevel entra no escritório do Dr. Hamilton, especialista em geologia.

“Bom dia, Hamilton. Preciso que você analise esta pedra para mim.”

O homem barbudo de meia-idade apanha a caixa e analisa a rocha verde.

“Fascinante. Não conheço esse minério, o que é?”

“É isso o que eu gostaria de saber, idiota. E, Hamilton, esta rocha é assunto confidencial entre nós dois, preciso que você descubra suas propriedades, se emite radiação, de onde vem, enfim, tudo o que for possível sobre ela. E o senhor se reportará diretamente a mim.”

“OK, eu vou realizar pessoalmente os testes nela. Devo ter respostas em uma semana.”

“Está bom para mim, de qualquer forma, vou ter de viajar à China para resolver alguns problemas. Lembre-se, Hamilton, esta rocha é assunto confidencial.”

“Certo, Sr. Papperman.”

Nevel deixa o escritório e Emil Hamilton começa a análise da pedra.

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Em um luxuoso flat no centro de Seattle, Tony Stark desperta de mais uma boa noite vivida por ele. Acompanhando-o em sua confortável cama redonda, duas belíssimas mulheres, ambas nuas, uma morena e outra ruiva, que ainda estão dormindo.

Ele olha para o relógio do criado mudo, e constata que já devia estar no laboratório há duas horas.

Sem se importar muito, ele pega a garrafa de Chandon que estava em cima do criado mudo e toma o champagne pelo gargalo. Logo após, ele sorri ao perceber que uma das garotas havia acordado e olhava em sua direção de forma sedutora. Ele se inclina e a beija. Era hora de uma nova rodada.

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Breve histórico de Tony Stark

Anthony “Tony” Edward Stark é um brilhante físico e engenheiro mecânico, filho do milionário empreendedor Howard Stark, dono da Stark Industries, uma empresa especializada no desenvolvimento de armas militares.

Tony havia herdado, ainda com 21 anos, toda a fortuna do pai, quanto este falecera devido a um acidente.

Mas, apesar de ser genial, o rapaz tinha vida boêmia e regada a jogos de azar, belas mulheres, drogas e álcool.

Não tardou para que esses problemas levassem às ruínas a empresa herdada de seu pai, o que o obrigou a abrir falência.

Mesmo seu maior invento, o revolucionário projeto de um exoesqueleto que aumentava a resistência e força de seu usuário, não fora suficiente para salvar a Stark Industries.

Mas nem o fato de estar às portas da miséria havia feito Tony mudar seu estilo de vida. Afundado em dívidas, o jovem, agora com 31 anos, pensava ter encontrado a solução de seus problemas com o convite para trabalhar em uma das maiores empresas do mundo, a NevelCorp, ainda que não lhe agradasse a ideia de ter como superior um moleque de 23 anos de idade.

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Após mais uma noite de sexo, drogas e álcool, Tony Stark finalmente está com seu jaleco branco trabalhando no laboratório da NevelCorp; ao entrar na sala, ele é interceptado pelo piloto de testes James Rhodes.

“Tony, onde você estava, cara? Já devíamos ter começado o teste há cinco horas!”

“Curtindo a vida adoidado, Jim... catei duas beldades hoje, eu merecia chegar um pouco mais tarde.”

“Meu Deus...”

“Ei, eu não vi você se lamentando quando eu te descolei aquela mulata, semana passada. Agora vamos ao trabalho!”

Rhodes veste um uniforme negro que reveste todo o seu corpo, com milhares de sensores espalhados pela sua área. Surgem do chão braços mecânicos que instalam partes da armadura sobre o corpo do piloto. Um braço mecânico conecta ao peito da armadura um grosso cabo vindo de um terminal; a função desse equipamento é fornecer energia à armadura, que, para funcionar, exige um montante assustador de energia, motivo pelo qual ela ainda não funciona sem estar conectada à central elétrica da NevelCorp.

Breve explicação sobre a armadura e os planos de Nevel

Nevel, em sua sede para conseguir a atenção dos EUA e ofuscar o Superman, trabalha em duas frentes 'oficiais' para alcançar seu objetivo, que nada mais é do que colocar nas ruas um super-herói criado pela NevelCorp, de origem humana, rechaçando a atuação do alienígena kryptoniano. Uma delas é o desenvolvimento de uma armadura que daria poderes ao seu usuário, chamada internamente de 'Projeto Homem de Ferro', que está sendo desenvolvido pela equipe de Tony Stark. Outra equipe, liderada por Bruce Banner, desenvolve um soro que ampliaria as capacidades de um ser humano, em um projeto denominado 'Supersoldado'.

A frente 'não-oficial' é representada por Lara Croft, que varre o planeta à procura de evidências alienígenas e itens que podem ser usados contra o kryptoniano.

Uma plataforma mecânica desce sobre o homem na armadura, a fim de testar sua força. Tony, que está à frente de um painel, ajusta a pressão que a plataforma exerce para baixo para 200 toneladas. James sustenta a plataforma, demonstrando um pouco de esforço.

“200 toneladas, cara! 200 toneladas! Eu duvido que aquele mauricinho alienígena consegue erguer isso!”

Depois que a plataforma é novamente recolhida, James fala com uma voz robótica.

“Tem certeza? Depois do que eu o vi fazendo com aquele avião eu não duvido de mais nada...”

“E você acha que ele resiste aos raios repulsores?”

Tony pergunta e logo em seguida digita um comando no painel.

À frente de James ergue-se do chão um painel de aço, de 2x2 m e 20 cm de espessura. O piloto de testes ergue sua mão direita, estendendo a mão e, de um canal localizado na palma, que lança um feixe de energia em direção à placa, perfurando-a de um lado a outro e ainda danificando a parede atrás dela.

“Quero ver se essas belezinhas não atravessam o Super ao meio...”

“Mas a intenção não é essa, Tony. Pelo que eu entendi, o Nevel quer vender essa armadura pro exército...”

“Deixa de ser otário! Por qual motivo você acha que aquele anão afrescalhado pediu pra fazer essa armadura com tantas medidas anti-Superman? Proteção contra calor? Força? Poder de voo? Raios mortais? Resistência contra impactos? À prova de balas? Ele quer chutar a bunda do azulão!”

“Bem, enquanto você não achar uma fonte de energia portátil, ele vai ficar só na vontade...”

“Eu vou achar. Uma hora eu vou achar.”

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Tony está na copa localizada na área científica da NevelCorp, enchendo um copo de plástico com café da máquina. Discretamente, ele retira do bolso interno de seu terno uma pequena garrafa metálica contendo whiskey, cujo conteúdo ele despeja no copo plástico.

Quando o homem está apreciando sua peculiar bebida, percebe que adentra o local seu colega de trabalho, Dr. Emil Hamilton, um dos seus amigos da empresa.

“Que bom te encontrar aqui, Tony. Queria te agradecer pela loira da sexta passada...”

“Imagina, Emil...”

“Queria também te mostrar uma coisa, mas é só entre nós dois, cara.”

Curioso, Stark acompanha seu colega até o laboratório que ele chefia. O cientista loga em seu computador e mostra ao colega gráficos resultantes da análise da pedra verde.

“Santa Maria... isso está correto?”

“Pelo que as máquinas dizem... sim.”

“Mas... essa pedrinha tem o poder energético de cinco usinas nucleares? Como?”

“E energia limpa, ela não emite nenhum tipo de radiação conhecido que nocivo à vida. Não sei de onde veio, mas não é deste planeta, é um novo elemento, realmente não sei o que é.” Hamilton sorri para Stark. “Talvez, Tony, seja a fonte de energia que você está procurando para a sua armadura. Mas, por favor, por enquanto não fale nada com ninguém, o Nevel me pediu sigilo nessa investigação.”

“Deixa comigo, Emil. Pode confiar no seu chapa.”

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Já são vinte e uma horas daquele dia, e um pensativo Tony Stark estranhamente ainda se encontra em seu escritório, pensando a respeito da pedra mostrada por Emil Hamilton a ele à tarde. Ele gostaria de deduzir o porquê do sigilo a respeito da pedra.

O homem estala seus dedos e puxa para perto o teclado do seu computador, pois deveria existir algum dado a respeito daquela pedra no sistema, e ele queria saber o quê.

Tony pensa um pouco e chega à conclusão que a melhor conta para hackear era a do próprio dono da empresa, Nevel Papperman.

O sistema da NevelCorp, em especial os ligados aos altos executivos, tinha um firewall quase intransponível. Quase, porque Tony, em menos de dez minutos, consegue logar na conta de Nevel, acessando todos os arquivos pessoais dele.

Ele passa pelos sites mais acessados do bilionário - em geral, sites sobre moda masculina retrô, o que o faz rir involuntariamente - e se detém ao ver que um arquivo havia sido muito acessado por ele nos últimos dias, um arquivo WMV.

Tony nem acredita no que vê quando acessa o vídeo. Ele ri descontroladamente.

E agora sabe: jamais aquela pedra seria usada para propósitos benéficos à humanidade ou para energizar sua armadura. Ela seria usada contra o Superman, Stark tinha certeza de que Nevel odiava o herói.

Stark se levanta e dá passos apressados em direção ao laboratório do Dr. Hamilton. Usando seu cartão de acesso e com um pouco de habilidade, ele consegue driblar o sistema de segurança, destravando a porta.

A pedra está em um cofre eletrônico, o qual também não é páreo para as habilidades tecnológicas do engenheiro. Ele pega a pedra e vai até o laboratório onde está sua armadura.

Ansioso, ele pega algumas ferramentas e começa a modificar o receptor de energia da armadura, adaptando um compartimento para alojar a poderosa pedra. Depois de duas horas, trabalho terminado, Stark coça seu queixo. Ele pensa um pouco e executa uma melhoria de última hora na armadura.

Ansioso, Tony tira suas roupas e as joga no chão mesmo, vestindo logo em seguida o traje negro tecnológico necessário para controlar a armadura. Digitando alguns comandos no console central, os braços mecânicos começam a auxiliá-lo na tarefa de acoplar os pedaços da pesada armadura em seu corpo.

Quase tremendo, ele pega a pedra verde, abre o compartimento do peito e a encaixa no módulo energético da armadura. O compartimento se fecha.

Alguns segundos se passam e um brilho verde começa a emanar do peito da armadura e dos leds por onde o portador da armadura enxerga. Tony começa a ver à sua frente infinitos dados sobre o status da armadura e o ambiente que o cerca.

“Meu Deus! É muito mais forte do que a energia daqui!”

Gargalhando, o engenheiro mira com a palma direita estendida na parede onde está localizada a janela do seu laboratório.

Com apenas um pensamento, uma rajada de raios repulsores é lançada, abrindo um rombo de quatro metros de diâmetro na parede.

Alarmados com o barulho, os seguranças do turno noturno correm para o local onde o Homem de Ferro está, apontando seus revólveres em sua direção.

“Parado!”

Ele apenas olha neles, e dados sobre suas alturas, pesos e pontos vitais aparecem para Stark.

“Eu estou parado...” responde sua voz robótica.

Dois pequenos lançadores emergem de seus ombros e atiram, seus projéteis atravessam as cabeças dos dois seguranças, que caem mortos no chão.

“Ahahahahaha, eu sou invencível! Eu sou o Invencível Homem de Ferro!”

Os jatos plantares da armadura se acionam, fazendo-o flutuar. Com alguns poucos movimentos, o Homem de Ferro ganha os céus de Seattle.

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Às três da tarde do dia seguinte, o movimento em uma agência bancária está normal, as pessoas vêm e vão sentindo-se seguras, ainda mais com um super-herói poderosíssimo auxiliando-os.

Um estrondo muito alto é ouvido, seguido de uma nuvem de poeira que invade a agência. Dentre a nuvem, surge uma figura reluzente, nas cores amarelo e vermelho.

“Onde fica o cofre?”

Armas são disparadas contra o invasor, mas as balas não lhe causam efeito algum, apenas ricocheteiam em seu corpo. Raios repulsores são lançados contra os que atiraram, abrindo rombos em seus corpos, que caem sem vida ao chão.

“Ninguém vai falar? Sem problema.”

O scanner da armadura varre a agência, localizando a porta do cofre, feita de titânio. Com facilidade, o Homem de Ferro a arranca, jogando-a longe e esmagando um homem que estava deitado ao chão, tentando se proteger.

Ele arranca os compartimentos que contêm os bens mais valiosos guardados naquele cofre, carregando-os para fora.

Um estampido é ouvido, e logo se vê Superman à frente do cofre. Sem cerimônias, o herói dá um murro na cabeça do Homem de Ferro, que voa para trás e se choca contra a parede do cofre, abrindo um buraco nela.

O vilão dourado se levanta.

“Ei, o que aconteceu com as frases heroicas, tipo ‘Renda-se ou sofra as consequências’ ou ‘Parado em nome da lei’?”

“Não tenho tempo para isso quando quatro pessoas acabam de ser assassinadas. Você vai cair, seja lá quem for.”

“Não tão fácil, almofadinha.”

O Homem de Ferro dispara os raios repulsores, que atingem Superman no peito, atirando-o vários metros para trás. Atordoado, o herói fica apoiado em seus joelhos.

Aproveitando que o herói está com a guarda baixa, o Homem de Ferro salta, auxiliado por seus jatos plantares, e desfere um murro no rosto do Superman, que novamente é atirado alguns metros para trás.

Fitando de forma séria o vilão, Superman voa em alta velocidade, com os punhos fechados esticados à frente, e desfere um fortíssimo golpe no peito dele, avariando vários sistemas da armadura. Não dando espaço para ele se recuperar, enquanto o Homem de Ferro está caído ao chão, Superman desfere dezenas de socos em sua cabeça em cinco segundos, amassando o capacete e fazendo rachaduras no chão.

Pensando que o vilão estava derrotado, ele crava seus dedos no peitoral da armadura, erguendo o Homem de Ferro à sua frente.

“Me dê apenas um motivo pra eu não abrir essa merda como se fosse uma lata de sardinhas.”

“Eu tenho um... só que acho que você não vai gostar.”

Ao dizer isso, o compartimento com a pedra é aberto, e, com terror, o herói vê que a mesma pedra do assalto impedido dias atrás estava alimentando a armadura do Homem de Ferro. Suas forças se esvaem no mesmo momento, e ele cambaleia para trás, largando o vilão dourado.

“Eu tenho um presentinho pra você, azulão...”

Uma rajada de energia verde é disparada do dispositivo peitoral do Homem de Ferro, atingindo o Superman em cheio.

“AAAAARGH!!!” grita de agonia o herói, que cai de bruços no chão, tremendo.

“Olha... eu esperava que minha armadura fosse mais forte do que você, Superman... mas, tenho de dar o braço a torcer, você é ainda mais forte e resistente do que eu esperava... mas eu tenho uma arma secreta, uma pedrinha à qual você é alérgico. Sabe, eu estive vendo os relatórios sobre ela, parece que veio de outro planeta. Seria do seu planeta morto, Krypton? O que acha de chamarmos de kryptonita?”

A lente do dispositivo peitoral começa a brilhar de verde, e uma segunda rajada atinge Superman nas costas, e o herói começa a agonizar no chão, tentando se arrastar para longe do castigo.

Contudo, o Homem de Ferro entra em seu caminho, olhando para baixo em direção ao combalido herói.

“Não tão super agora, hein, viadinho?”

Um potente chute atinge o queixo do Superman, nocauteando-o. Gargalhando, o Homem de Ferro se agacha e agarra o herói pelo pescoço, erguendo seu corpo inconsciente logo à frente do dispositivo peitoral, que começa a brilhar em um verde intenso, prestes a disparar uma rajada fatal de kryptonita.

“Prepare-se para reencontrar o povo do seu planeta natal destruído, Superman...”