Superfreddie

Fortaleza da Solidão


O céu está colorido com um azul impossível de se ver em uma cidade grande, que geralmente sofre com os efeitos da poluição de fábricas e veículos automotores. Mas, nesta região, é impossível haver seres humanos, pois o frio é colossal, em torno de 90º C negativos. Na imensidão branca, há apenas um garoto, vestindo uma camiseta preta e calças jeans, ajoelhado no gelo, abrindo sua mochila congelada, que ele descongela com sua visão de calor.



O ser humano mais próximo está a milhares de quilômetros de distância.



Temperaturas extremas não incomodam Freddie. Ele já esteve à beira de vulcões, bem como neste mesmo ponto, em um local inexplorado do polo sul, uma das regiões mais frias do planeta Terra, onde ele acha que é o local mais adequado para instalar a tal fortaleza.



Pelo que Freddie havia entendido, a operação com o módulo e o cristal seria relativamente simples: ele teria de dizer alguns comandos na linguagem kryptoniana, que todo o resto seria feito pelos dois itens.



O garoto deixa a nave no chão, mantendo o cristal em suas mãos. Tenso, ele inspira e expira profundamente, fazendo uma nuvem de vapor sair de sua boca.



Freddie fecha os olhos, abrindo-os logo em seguida, e profere o comando para que o módulo comece a construir a fortaleza. O equipamento é acionado, reluzindo cores tal qual quando seus pais o encontraram, e se enterra no gelo.



Com sua visão de raios-x, Freddie observa o que acontece no subsolo, a máquina se expande e, agregando minerais retirados de proximidades, começa a construir um impressionante complexo vários metros abaixo de Freddie.



A operação toda demanda diversas horas, as quais Freddie espera pacientemente passarem. A essa altura, o buraco feito no gelo já havia sido coberto novamente.



A movimentação para e Freddie percebe que é hora de visitar suas novas instalações, cujo único acesso é por meio de sua visão de calor, que derrete o gelo e cria um caminho para o kryptoniano adentrar sua recém-construída fortaleza.



O garoto fica impressionado ao analisar o local, imaginando como tudo aquilo poderia ter sido feito apenas por uma pequena máquina. A fortaleza era gigantesca, contando com várias salas, cada qual com equipamentos os quais Freddie não faz nem ideia para que servem. No que parece ser o salão principal, há um painel de controle.



O garoto tem uma vaga noção do que deve fazer, que é colocar o cristal no painel, para carregar o programa principal embutido no banco de dados.



Tão logo ele o faz, o complexo parece ganhar vida, com todos os equipamentos funcionando.



“Seja bem-vindo, Kal El. Este é o programa autossuficiente da sua fortaleza. Pode me chamar de Kelex.”, anuncia uma voz robótica, enquanto imagens com diagramas kryptonianos, que Freddie misteriosamente compreende, surge logo a sua frente.



“Eu possuo todos os registros históricos, bem como dados sobre a ciência de Krypton, seu planeta natal. E logo, você também os terá. É hora de começar, Kal El. Faça as perguntas que considerar necessárias.”



Freddie (ou Kal El) suspira. Uma longa jornada se apresenta à sua frente.