Superfreddie

A Ameaça do Homem-Hídrico - Parte II


Ela abre os olhos, e lentamente as coisas ao seu redor começam a ganhar forma; está em um quarto branco, deitada em uma cama; ao seu lado esquerdo vê um tripé segurando uma bolsa transparente, ligada a um tubo que vai até o seu braço; do lado direito, uma poltrona com uma pessoa de cabelos negros e longos sentada.


A imagem ganha foco e ela percebe que sua amiga Carly está sentada na poltrona, digitando algo em seu Smartphone. Ao notar que a loira estava acordada, ela para com a digitação e vai ao seu encontro, com uma expressão ainda preocupada, mas com claro alívio.


“Sam, querida! Meu Deus, que susto você nos deu!” a jovem exclama, abraçando sua melhor amiga.


“Eu... só lembro de render um cara no banco, aí ele virou... água?!? Aí ele tentou me afogar, e desmaiei... e tive a impressão de que o Freddie me fez respiração boca-a-boca...”, diz a loira, colocando sua mão esquerda na cabeça, tentando se recordar do que havia acontecido.


“Freddie?!? O Freddie está lá em Boston, quem te salvou foi o Super.”


“Sério?”


“Mas é claro, tem até vídeo do salvamento.”


Segundos depois, entra no quarto o Superman.


“Oi, Super!”, exclama Carly.


O kryptoniano se posiciona ao lado de Carly.


“Boa tarde, Carly. Boa tarde, oficial Puckett. Vim ver se você está se sentindo melhor.”


“Eu tô sim.”


“Bom. Falei com os médicos, eles me garantiram que, apesar de você ter aspirado muita água, vai ficar bem. Mais um ou dois dias e será liberada.”


“Ah... legal.”, responde a loira, virando o rosto para o lado.


“Hã... Superman, será que... você poderia me conceder uma entrevista sobre esse supervilão, que está sendo chamado de Homem-Hídrico?”


“Claro, pode ser lá embaixo?” ao que a morena acena positivamente.


“Bem, se você me der licença, oficial... preciso ir. Melhoras.”


Carly acena para Sam, subentendo que voltaria em breve, e os dois começam a sair do quarto.


“Ei... Superman.”


“Sim?”


“Obrigada. Você sabe... por salvar a minha vida.” fala Sam, com um meio sorriso.


“Pode contar sempre comigo, policial Puckett.” responde o herói com um amplo sorriso estampado.


“Pode me chamar de Sam.”


“OK, Sam. Agora preciso ir. Cuide-se.”


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É noite.


Superman sobrevoa Seattle, prestando mais atenção do que costuma a problemas, dando especial atenção a bancos e locais com altos valores.


Ele sabe que o Homem-Hídrico não vai desistir de tentar conseguir dinheiro de maneira desonesta; se ele tiver um mínimo de inteligência, porém, tentará algo agora, à noite, evitando confronto com pessoas. O que intriga o herói é o aparecimento de um meta-humano, isso levava sua luta a outro patamar.


Um som ao leste da cidade chama sua atenção, algo como uma pessoa se debatendo desesperadamente dentro d’água. Uma rápida olhada com seus poderes e Superman confirma que o vilão está atacando novamente. Um rápido mergulho e em dois segundos ele está próximo de um banco, entrando sem cerimônia pela vidraça frontal.


Como feito com Sam, ele retira rapidamente um homem de dentro da armadilha líquida, só que, diferente da sua amiga, ele estava há pouco tempo submerso. Tão logo é retirado pelo herói, o segurança começa a tossir, expelindo o pouco líquido sorvido.


“Tudo bem com o senhor?”, pergunta o herói, sem tirar os olhos do vilão.


“S-Sim, Superman...”


“Ótimo, chame a polícia, por favor.”


O segurança sai correndo pelo buraco aberto pela entrada do herói, que se vira para o Homem-Hídrico, encarando-o com um olhar imponente.


“Sugiro que você se renda agora.”


Morris toma sua forma humana, rindo do que o herói havia dito.


“Na última vez eu admito que dei uma amarelada, babacão... mas aprendi a usar ainda mais meus poderes. Hoje vamos ter o tira-teima.”


Os braços de Morris se liquefazem, aumentando de volume e alongando-se. Os dois braços atingem Superman com uma pressão impressionante, mas o herói apenas vira seu rosto a cada golpe recebido, sem se impressionar.


“Olha, não foi tão ruim, mas para me derrubar precisa mais. Pra ser sincero, já apanhei mais forte de uma mulher.” diz, com os braços cruzados.


“Quer mais, seu filho da puta? Então você vai ter!”


O vilão se liquefaz por inteiro e forma uma bolha ao redor de Superman, cobrindo-o da cabeça aos pés.


O herói, entretanto, parece não se importar, mantendo-se ereto com os braços cruzados. Alguns momentos depois, ele voa e sai da bolha.


“Hum... se quiser me afogar, camarada, vai ter de ser bem paciente... já fiquei uma semana sem respirar. Sabe de uma coisa, Homem-Água? Você devia esfriar a cabeça.”


“É Homem-Hídrico!!! O que você quer dizer com esfriar a cabeça?”


Superman inspira fundo, e começa a assoprar em direção ao vilão, cuja forma é uma mescla da sua forma humana com a forma disforme líquida. O ar que sai de seus pulmões é tão frio que congela as moléculas de água dispersas no ar, bem como o Homem-Hídrico, que tenta fugir, mas sente seu corpo endurecer, impossibilitando-o de se mover.


Em instantes, uma espécie de estátua de gelo está à frente do homem de aço; neste momento, chega uma senhora de cabelos brancos, cuja idade era de aproximadamente 50 anos, vestida com um pesado paramento policial. Era Maggie Sawyer, capitã da SWAT de Seattle. Sob sua ordem, logo atrás dela, acompanhavam-na mais 12 policiais do esquadrão de elite.


“Oi, Maggie.” diz o herói amistosamente.


“Oi, Super. “ ela responde, colocando as mãos na cintura. “Pelo visto, começamos a ter algumas ameaças de outro nível... começo a pensar que estamos em uma história em quadrinhos...”


Superman analisa o vilão congelado com seus poderes.


“Eu diria que ele sofreu uma mutação. Possivelmente entrou em contato com alguma coisa que tenha ocasionado isso.” Ele retira um pequeno recipiente de seu cinto e recolhe um pedaço do vilão. “Vou analisar isto e ver se consigo fazer alguma coisa por este pobre diabo.”


“Ele ainda está vivo?”


“Está sim.”


Maggie coça a cabeça.


“E como vamos manter esse cara preso? Numa garrafa gigante?”


“Por enquanto, ele pode se mantido em uma câmara frigorífica. Eu vou bolar alguma maneira de restaurar o DNA dele. Vocês querem ajuda pro transporte?”


“Não, vou chamar um caminhão que leva os defuntos... eu só tenho uma pergunta pra você.”


“Diga, Maggie.”


“Aquela garota policial que você salvou há dois dias... Samantha Puckett. Você já a conhecia? O que acha dela?”


“Sim, já a conhecia. Ótima policial, um pouco afoita, mas corajosa, inteligente e determinada. Se a sua inteção é convidá-la pra fazer parte da SWAT, tem todo o meu apoio.”


“Caramba, você lê mentes?”


“Sou perspicaz. Preciso ir, Maggie. Até uma próxima.”


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Freddie chega a sua fortaleza e começa a trabalhar em um dos seus laboratórios uma solução para o caso de Morris Bench. Ele se lembra de ter visto, durante seu aprendizado, algo sobre restauração de DNA, mas precisaria analisar friamente a amostra, o que demandaria dias, talvez semanas de trabalho.


Ele insere a amostra coletada em um compartimento ligado ao poderoso computador e aguarda pacientemente o escaneamento dela, percebendo, durante a operação, que um aviso de chat via webcam chegara de sua amiga Sam.


Freddie desativa seu uniforme, insere uma ordem no computador para simular atrás de si um quarto pequeno no vídeo e aceita o convite.


“Oi, nerd!”


“E aí, loirinha? Você tá melhor?”


“Bem melhor... me liberaram pra vir pra casa hoje. Mas isso não importa, tenho uma novidade pra te contar!”


“Fala aí.”


“Recebi um convite pra fazer um teste na SWAT! E da chefona de lá, a Maggie Sawyer!” ela informa, com um claro semblante de alegria.


“Nossa, que show...” Freddie tenta demonstrar surpresa.


“Então, cara! Vou ter acesso a umas armas iradas, meu salário vai triplicar...”


“Você merece, Sam. Ah, também tenho uma novidade... eu vou voltar pra Seattle.”