Superando Você

Capitulo 9 - O Bom Filho à Casa Torna...


House estava no seu consultório, como de costume, quando foi interrompido por batimentos insistentes na porta. Os olhos azuis do doutor se concentraram em quem o estava atormentando, justo quando ele resolveu que ia jogar no seu gameboy. Mas seu aborrecimento logo mudou quando olhou em direção a porta e a viu: Allison Cameron. Ele achou que seu novo cabelo loiro a fazia parecer uma prostituta, mas ele não se importava. Ele realmente gostou do seu novo cabelo, a fez parecer mais natural, mais madura. E ele não era do tipo de homens que rejeitavam uma garota de programa, se é que me entendem. Mas... Algo estava diferente. House podia senti-lo no ar.

Cameron sempre fora a mais gentil, a mais amorosa. E agora ela mudou, ela estava agindo friamente, cheia de comentários afiados e sarcásticos na ponta da lingua, e ele não gostava disso. Ela estava se parecendo muito com ele. O que deu nela afinal?

– Pode entrar, Cameron. - Falou House num tom calmo, tentando parecer transparente.

Ela entrou na sala, e aonde estava aquele sorriso que ela exibia tanto?

– Doutor House, eu fiz os exames da senhora Dickman que você me pediu, e deu HIV positivo, mas se ela não tratar logo, pode virar câncer. Eu e o doutor Wilson estávamos discutindo de como iríamos trata-la. - Enquanto jogava a ficha da paciente na mesa dele, ela falava sem nenhuma emoção em sua voz, ao contrário de quando havia um paciente em estado crítico. Ela sempre se emocionava, mesmo que apenas um pouco, ela sempre se importava.

– Eu já sabia. Decida o que você e o doutor Wilson vão fazer a respeito da senhora Dickman. Mas lembre-se que eu não vou assinar como médico responsável - Ela o cortou.

– Tudo bem, eu assino. Ah, e a propósito House, já pensou se vai contratar a doutora Catarina Rogers? Meu aviso prévio acaba semana que vem. Mas... Pensando bem, não seria uma boa ideia, por que se não ela se apaixonaria perdidamente por você, mas você ia agir como se não ligasse pra nada nem por ninguém, exceto pra si mesmo. E então, ela iria ficar um pouco depressiva, mas tentaria um relacionamento com seu colega de trabalho e veria que sempre você tinha que dar um jeito de estragar algum momento de felicidade deles. Ela iria aprender, se tornar uma pessoa odiada por todos, uma pessoa arrogante que agora odeia o seu chefe. No final ela iria embora, sumindo do mapa, sabendo-se lá Deus se ela morreu ou o que fez da vida dela. Ela acabaria com a vida dela por sua causa, por sua culpa. Porque você brincou e a magoou o suficiente para ela mudar.

– Estamos falando de você ou dela, doutora Cameron?

– De ambas. Não quero que ela seja estúpida o suficiente para acabar como eu! - Falou Allison num tom ríspido.

De alguma maneira aquelas palavras bateram em House. Ele havia feito isso com ela? Foi ai que ele ouviu a voz dela de novo, mas dessa vez, como sussurros aterrorizantes repetindo, de forma rápida, o que ele mais temia:

Ela iria aprender. No final ela iria embora. Ela acabaria com a vida dela. Por sua causa. Por sua culpa. Porque você brincou e a magoou o suficiente para ela mudar.

Ela acabaria com a vida dela....

Porque você brincou e a magoou...

Ela acabaria com a vida dela....

Por sua causa.... Por sua culpa.....

Ela não pode...

E de repente um grito:

Acabar como eu!

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House pula em sua cadeira e leva alguns minutos para entender o ambiente em sua volta. Ele estava em seu escritório, bom. Ele devia ter pegado no sono por um momento. House passa a língua pelos lábios, pois sua boca está estranhamente seca. Ele ainda estava atordoado com o sonho que acabra de ter, ou seria pesadelo? Não importa. Com os fatos anteriores a sua soneca, voltando como relâmpagos em sua mente, House se lembrou de ter visto um vislumbre dela, no lobby, e ele lembra de ter ido atrás dela.

Ele havia começado a chamar o elevador insistentemente, provavelmente quebraria o botão se continuasse a apertar daquele jeito. Bem, o elevador tinha chegado, o problema era que estava subindo e não descendo. Dentro do elevador ele já estava impacientemente batendo a bengala no chão. Pelo menos durante o seu percurso ele teve tempo de analisar o que estava acontecendo lá em baixo.

'Ele conhecia as pessoas que estavam envolvidas. Sua preciosa Cameron era uma delas, Chase estava lá também, provavelmente foi o canguru que começou a briga porque ele estava avançando para cima... 'dele'. É ele. O médico idiota estava de volta. Doutor TB voltou da África para Deus sabe o quê, mas House iria descobrir. Como o Chase estava avançando pra cima do TB e a Cameron estava tentando afastá-los, House deduziu que era uma briga de território.'

Quando as portas do elevador, finalmente estavam abertas, o médico com a bengala se apressa o máximo que pode para chegar a recepção, mas ao chegar lá:

Enfermeiras em seus postos fofocando, pacientes indo e vindo, pessoas na sala de espera, e uma tranquilidade nunca vista antes naquele hospital. Havia médicos fazendo o seu caminho, mas nenhum sinal de Cameron, muito menos Chase e Dr. TB. Muito pelo contrário, parecia que nada havia acontecido antes ou pelo menos ninguém demonstrou nada. Claro que ele sentiu uma pontada de dor quando percebeu que tudo não passou de mais uma de suas ilusões. Depois da saída de Cameron ficou tudo mais difícil, ele já não se sentia o mesmo, sentia que algo estava faltando. Foi ai que ele fez aúnica coisa que poderia ser feita em um momento como este: Ir para o escritório e dormir, pra tentar por a cabeça no lugar.

Ao olhar novamente ao redor do seu escritório, House percebe uma dor de cabeça chegando. Ele precisava de mais Vicodin. Se endireitando na cadeira e com um suspiro abriu a gaveta.

Onde estava seu estoque de Vicodin? Após olhar em todos os seus esconderijos e não encontrar nada além de vácuo, ele se levantou e foi em direção a pequena farmácia, no andar de baixo. Porém, enquanto ele esperava por seu remédio, ele ouviu algumas enfermeiras fuxicarem:

"Não, não. Ela realmente está de volta, mas parece que agora ela está no Pronto Socorro"

"Eu ouvi que ela tinha voltado, mas eu achei que ela iria continuar no antigo departamento e não em um novo..."

"Foi o que eu pensei quando ouvi também. Você não acha estranho, justo ela, não querer voltar correndo pro departamento do Dr. House?"

"Na verdade, acho que agora que ela está agindo com a cabeça. Porque só sendo doido mesmo, pra conseguir suportar aquele lá, viu?"

As enfermeiras começaram a rir baixinho, até que ouviram um pigarro atrás delas. Ao se virar e ver de quem se tratava elas rapidamente fingiram que nada estavam fazendo a não ser o suas funções. Mas fazem uma careta, quando House passa por elas e sussurra para que apenas elas possam ouvir:

"Acho que está na hora de avisar a Cuddy que precisamos de duas novas enfermeiras... Enfermeiras que sabem que se falar de um certo Deus, estão com seus empregos por um fio."

Ele atento a cada palavra das mulheres, não pôde resistir ao impulso de um fino lampejo de esperança, passasse por seu coração. Tinha de ser verdade. Ele mal espera o outro médico colocar o pote de Vicodin em cima do balcão, quando ele só o agarra nas suas mãos e se dirige rapidamente para o Pronto Socorro. Mas não antes de dizer algo à aquelas enxeridas.

Chegando no ER, ele para na porta por um momento, quando finalmente a vê. Ela estava, realmente loira, seus cabelos agora um pouco cacheados nas pontas e mais volumoso, iluminavam mais seu belo rosto. Ela não poderia ter mudado tanto, como no seu sonho, porque aquele mesmo calor que existia nos seus olhos verdes, estavam lá, enquanto ela dirigia sua atenção ao braço de um garotinho que estava deitado na maca. Algo aqueceu o coração de House, quando ele viu o sorriso doce que ela lançava em direção ao jovem, tal emoção que só aumentou quando ela finalmente se voltou e sua direção. Ele ficou tenso quando ela finalmente o viu e o sorriso dela, sumiu de seu rosto bonito no mesmo momento em que olhos azuis se encontraram com seus verdes suaves, pela primeira vez depois de tanto tempo. Ela não fazia ideia do quanto ele sentia falta dos seus olhos. Porém, seu pequeno momento de medo que ela ainda estaria magoada com ele passou assim que depois do que pareceram horas para House, mas na verdade não tinha nem se passado 30 segundos, ela abre um caloroso e amplo sorriso para ele, que o faz relaxar um pouco. Ela finalmente começa a se mover em direção a ele, o sorriso nunca deixando seu rosto.

"Três semanas!" - Diz levantando três de seus dedos e os balançando para a frente e para trás em uma dança divertida. - "Para quem é atento a tudo, não notou algo grande."

Ela dá uma risadinha e ele apenas consegue sorrir e fica hipnotizado ao som que ele descobriu que adorava ouvir saindo dela. Notando o olhar de seu chefe, ela continua:

"Ok. É o cabelo loiro parecendo uma garota de programa, eu trabalhar no ER, eu estar loira como todas as outras mulheres, ou os três?"

Ela levanta uma sobrancelha divertida e seus lábios contraídos tentando segurar um sorriso. É tão bom vê-la finalmente assim. Ele não consegue tirar o pequenino sorriso do rosto e o olhar alegre que ele próprio carrega em seus olhos ao assistir ela assim. Ele é tirado de seu torpor momentâneo pela voz de Cameron novamente. Ah! Aquela voz.. Ele sentiu tanta falta.

"House? Você está ai?"

"Os três." - Ele finalmente a responde, conseguindo tirar um sorriso maior dela.

"Eu sabia."

"Você sabe de tudo, Cameron. Não se lembra?" - Ele levanta as sobrancelhas em divertimento. E sorri novamente, quando consegue tirar uma gargalhada de Cameron.

"É eu me lembro." - Diz ela se acalmando um pouco e dando um sorriso cansado a ele. - "Senti sua falta House."

Depois de um momento, apenas olhando nos olhos um do outro, Cameron resolve quebrar o silêncio.

"Que tal eu te pagar o almoço mais tarde?"

Ela tenta, querendo ver a reação dele. Apenas brincando um pouco tirando sarro dela mesma em algum momento, não muito, do passado. Mas fica completamente pasma ao receber a resposta dele. Ele confirma com a cabeça e ri da reação dela. Ela está de olhos arregalados e boca ligeiramente aberta.

"É bom ter você de volta, Cameron" - Ele se despede antes de se virar e voltar para o seu escritório.

Por incrível que pareça, o arrogante Dr. Gregory House, passa o resto do dia com um sorriso gentil em seus lábios. O motivo? Ninguém sabe e não é da conta deles de qualquer maneira.

Este é o último capítulo disponível... por enquanto! A história ainda não acabou.