Super-Doo.

Revelações!


O quarto escureceu. Dean olhou para Sam, que estava cuidando para que aquela coisa não pegasse Patrícia:

—Estamos presos aqui?— Salsicha perguntou com a voz trêmula.

—É só um apagão! Fiquem aqui, vou dar uma olhada no corredor.— Dean fez contato visual com Sam novamente. Após checar as balas, o Winchester foi em direção ao corredor (que estava extremamente escuro)

Faíscas saíam de um fio que ficava no teto, um cheiro horrível de enxofre pôde ser sentido. Ele seguiu o odor, parando perto das piscinas do Complace:

—Dean?—uma voz conhecida o chamou.—Dean, está tudo bem?

Ele se virou e não conseguia acreditar no que estava vendo: Sua mulher, grávida e com uma camisa do Iron Maiden. Ele respirou fundo:

—Aconteceu alguma coisa?— o moço perguntou.

—Alguma coisa?— ela riu.— Sam não te contou? Estamos esperando um filho!

—Estamos? Eu e você?—ele perguntou receoso.

—Não, eu e o Sam!

O sangue de Dean ferveu. Como eles foram capazes de fazer isso com ele? Seu irmão engravidou sua esposa, aquilo soava agoniante. Sem perceber, Dean se afastava até cair em uma das piscinas, Phêmeder (que antes era Patrícia) mergulhou e começou a apertar seu pescoço, porém um grito a fez parar:

—DEAN!— Sam correu até a beira da piscina. Com muito esforço, conseguiu resgatar o irmão inconsciente.

Phêmeder observava Salsicha e Scooby cochichando sobre o acontecimento na cozinha. Ela não podia negar que Patrícia era uma mulher incrível, mas não era para tanto:

—Cadê o Sam?— a Winchester jogou a pergunta assim que entrou.

—Saiu para procurar o Dean.— Fredd entrou atrás dela.

—Pessoal, más notícias!— Fredd ajudou Sam a carregar o irmão, jogou-o na cama e mostrou o pedaço de vestido que havia encontrado perto da piscina.

— Achei isso aqui, esse cheiro lembra algo?

—Demônios? Mas, o espectro mata, mas não possui o corpo. Isso não faz sentido algum.

Clarisse ouvia tudo do lado de fora. Tudo isso era culpa dela e daquela demônia que jogou o feitiço na sua amada filha. Wong sabia que os Winchesters era caçadores, um rápido apelo talvez seria o bastante para a livrar da maldição. Respirou fundo. Clarisse bateu na porta antes de entrar:

—Me desculpe, Senhora Wong. Mil perdões, prometemos fazer menos barulho!— Fredd se desculpou previamente.

—Não vim aqui para advertir vocês.— ela olhou diretamente para Patrícia.

Sua boca formou um perfeito "O" quando percebeu a semelhança das duas. Phêmeder e Patrícia tinham o mesmo cabelo preto cacheado, o mesmo olhar de quem aprontava e a mesma boca marrom. Aquilo era a reencarnação de sua filha, ou era a própria?

—V-Você voltou?— Clarisse perguntou se aproximando de Patrícia.— Você conseguiu se livrar?

—Levando em consideração que a senhora está ficando maluca?— Patrícia se virou bruscamente.

—Phêmeder, não me renegue.— a senhora advertiu.

—Phêmeder? Quem é Phêmeder?— Sam perguntou, intervindo no caminho da idosa.

—A minha filha. Quando eu estava grávida, Abaddon lançou uma maldição nela, ela seria uma aberração desde que nascesse até morrer. Eu fiquei com medo quando ela começou a assumir o controle de tantos poderes, ainda mais quando Abaddon falou que ela era a Deusa da Morte. Eu a afoguei na piscina do hotel, afinal, o que eu poderia fazer? Aquela não era mais a garotinha que havia morado em meu ventre.— Clarisse desabafou.— Sinto muito, vocês se parecem muito.— Clarisse direcionou o olhar para Patrícia.

—Ela é um pacto? Uma deusa? Filha de Abaddon?— Sam perguntou.

—Meu pacto era apenas ter um hotel de sucesso, mas quem veio cobrar foi Abaddon.

—Quanto tempo?

—Dez anos.

Considere que a menina foi afogada aos cinco, e faz cinco anos que morrera. Sam e Patrícia se entreolharam, cúmplices um do outro:

—O que está acontecendo aqui?— Daphne perguntou.

—Mas, agora, ela teria dez anos, não é possível que uma criança se pareça tanto com uma de trinta e dois.— Sam observou.

—Ela nunca teve a face de uma criança normal.— Clarisse mostrou as fotos da filha, ela parecia ter seus vinte e poucos anos, porém tinha só cinco.

—Não são tempos terrestres. O tempo dos deuses são quase o quadriplo do nosso, então ela não tinha cinco anos, ela tinha vinte e dois. Se ela continuou crescendo, agora ela tem vinte e sete.— Patrícia falou como se fosse óbvio. Era óbvio para ela e para Sam.

—E o que vocês pretende fazer?— Clarisse perguntou.

—Vamos precisar pesquisar primeiro. Mas, qualquer coisa, nós avisamos a senhora!

Sammy acompanhou a senhora até o hall de entrada, aproveitou a viajem para pegar alguns livros de lendas locais. Na primeira meia hora, eles não acharam nada conveniente para a história. Porém, enquanto Patrícia jogara outro livro para o monte de "lixo", uma carta caiu de alguma página do livro, nela dizia o seguinte:

"Querida mamãe,

já faz muito tempo que não nos vimos. Por várias horas eu me pergunto o motivo de ter feito aquela barbaridade comigo, mas nunca vejo um motivo plausível. Abaddon disse que a senhora não me amava, mas eu não acredito nela. Ontem, Atena veio me visitar, ela é uma mulher bonita e sábia, me guiou novamente para o hotel. Quando eu cheguei a senhora não acreditou que era eu, eu sei que não deveria, mas fiquei muito magoada. Atena disse a mesma coisa que Abaddon; a senhora não me ama. Porém, tudo que vai, volta. Eu voltei, mamãe, e a senhora não pode escapar das minhas mãos agora.
Com muito amor, Phêmeder."

—Atena, a deusa da sabedoria.— Sam informou para Patrícia, que parecia perdida.

—Um espírito vingativo?— Patrícia perguntou confusa.

Sam recolheu um livro de Mitologia Grega. Abriu-o na página que informava de deuses secundários poderosos e leu:

—Phêmeder, deusa da Morte e da Vingança. Os gregos acreditavam que todos que se revoltasse contra ela, sofreria o castigo divino: anos de azar, até que morra de depressão.— eles se entreolharam.

—Ela almeja a morte de seu traidor.— Patrícia continuou a leitura.— Clarisse corre perigo!

Patrícia levantou bruscamente, cambaleando e correndo até o quarto de Clarisse, que ficava no último andar. No caminho, Patrícia se deparou com mais fragmentos de cartas e recolheu todos. Ao chegar no quarto, o assoalho estava sujo de um líquido vermelho, a cadeira estava caída, e Clarisse Wong pendurada pelo pescoço em uma corda. Patrícia observou tudo, varreu a sala com o olhar e viu outro fragmento, escolheu lê-lo no momento:

"Saudaçôes, Senhora Wong.
Sinto informa-lhe, mas Complace Hotel será fechado em três dias. Não queríamos fazer isto, porém ele não dava rendimento, foi nossa única solução.

Com muito rancor, Phêmeder"

—Crianças não devem mexer com coisas de adultos.— Patrícia deu um pulo.

Ela parecia se olhar no espelho. Phêmeder estava ali, observando cada ato da Winchester. Seu rosto carregava um semblante raivoso, seu maxilar travado e o olhar transbordando fúria. Patrícia respirou fundo, fazendo uma pergunta um tanto quanto retórica:

—Quem é você?

—Eu sou Phêmeder, o começo e o fim de suas carreiras.

Patrícia, agora, via Dean correndo atrás de uma criança no corredor. Uma lágrima escorreu, Patrícia era estério e nunca poderia dar um filho a Dean. Charlie apareceu atrás de Dean, dizendo o quão estava feliz por estar dando certo. Phêmeder sorria ao ver o sofrimento da moça:

—Sinto muito, eu também queria essa vida.— ela abaixou a cabeça.

—Por que está fazendo isso? Vai embora! Sua mãe está morta, Abaddon também. Volte para o seu mundo.

—É verdade.— foi a última coisa que ela disse, antes de desaparecer.

Este é o último capítulo disponível... por enquanto! A história ainda não acabou.