P.O.V. Anaksunamun.

Essa Mitani vai se ver comigo! Vou acabar com ela nem que seja a última coisa que eu faça.

O que mais me da raiva é saber que a minha própria família está contra mim. Até a minha gêmea!

Qetsiyah até passou a se vestir como Suhad. Eu sou sangue do seu sangue e ela ainda assim me traiu.

–Irmã.

–Irmã? Porque está me chamando assim majestade?

Disse ela cheia de raiva e ironia.

–Por favor, somos irmãs Qetsiyah.

–Não. Podemos ter o mesmo sangue, mas Suhad é mais minha irmã do que você um dia já foi.

–Como pode dizer isso?!

–Porque é verdade! Você nem ao menos olhou pra mim todos esses anos, me tratou como se eu fosse uma qualquer, uma plebeia comum.

–Isso não é verdade.

–Não é? Eu sou sua irmã apenas quando lhe convém.

–Por favor...

–Sabe, odeio admitir, mas adorei saber que você perdeu o seu filho. Nenhuma criança merece uma mãe como você Anaksunamun.

Bati na cara dela.

–Saia!

–Me perdoe. Eu lamento.

–Eu a perdoo.

–Aqui. Para você a minha verdadeira e única irmã.

–Obrigado Qetsiyah.

P.O.V. Qetsiyah.

Agora a minha falsa irmã vai pagar por ter me ignorado e me feito de capacho todos esses anos. Aquela idiota mal sabe que está prestes a beber um elixir que a impedira de engravidar.

Nenhuma criança vai sair dela. Não vai nem entrar.

–Como se sente irmã?

–Bem.

–Ótimo. Isso que acabou de beber era um elixir que a impede de conceber.

–O que?!

–Pode rezar o quanto quiser, nunca vai ter um filho.

–Não! Nãaaao!

Saí sem dizer mais nada.

–Suhad! Suhad!

–O que houve? Ela bebeu?

–Bebeu. Até a última gota.

Nos abraçamos e comemoramos. A gestação da minha irmã já está bem avançada, ela logo será mãe de uma criança linda.

–E quanto a você Qetsiyah? Não pensa em arranjar um marido?

–Penso. Mas, ainda não aconteceu.

–Vai acontecer. Você vai ver.

–Viu alguma coisa?

–Ele está vindo minha irmã e vai fazer você muito feliz.

–E o nome? Diga me o nome.

–Eu não sei. Mas, eu desenhei o rosto.

–Deixe-me ver.

–Olhe, ele não é bonito?

–É lindo. É um guerreiro.

–Os cabelos dele são da cor do sol e seus olhos são mais azuis que o mar cecaciano.

–Verdade?

–Verdade.

–Ele vai me dar filhos?

–Não sei. Eu só vi o rosto dele e nada mais.

–Bom, já é um começo.

–Ele vai fazer você feliz. E com a graça de Apolo vai lhe dar muitos filhos.

–Falando de mim?

–Irmãozinho. Você é muito convencido.

–Estávamos falando do pretendente de Qetsiyah.

–E que pretendente é esse?

–Não sabemos. Eu só vi o rosto do rapaz.

Meu irmão e Suhad estavam no maior clima de romance quando minha gêmea entra furiosa.

–Sua víbora! Você me traiu!

–O que está fazendo irmã?

–Eu não sou sua irmã lembra-se?

Ela veio pra cima de mim.

–Qual o problema? Porque está fazendo isso?

–Vocês duas me deram aquele elixir que me impede de conceber?

–O que? Que elixir? Do que está falando?

Meu irmão começou a chamar os guardas que levaram Anaksunamun á força de volta aos seus aposentos.

–Você está bem?

–Estou.

–Do que ela estava falando?

–Eu não sei. Acho que com a perda do último filho ela deve ter ficado desequilibrada. Pobre Ana.

Tudo estava correndo como o planejado. E como o meu irmão já estava de saco cheio dela ela nunca mais se deitaria na cama dele e ninguém jamais haveria de saber que ela não estava louca.

Todos os dias eu espero por ele, mas logo ele virá. Suhad nunca errou, nem mesmo uma vez.