P.O.V. Anksunamun.

Isso é constrangedor. Ela é a preferida do meu esposo e irmão.

Ser a favorita do Faraó implica em não poder ser tocada por ninguém que não seja o próprio Deus Rei.

Uma forma de garantir que ela não será tocada por ninguém é pintar todo o seu corpo com uma tinta feita de ouro e que nunca seca devido a um ingrediente secreto especial.

Desfilar semi- nua e com o corpo totalmente pintado é uma honra por aqui, mas isso não agrada muito a vadia Mitani.

–Porque não posso andar vestida? Isso é constrangedor e humilhante.

–É uma honra. Ser a favorita do Deus Rei.

–Eu sei. Mas, não entendo porque tenho que andar pelada!

–Para garantir que ninguém a tocará.

–Isso é mesmo necessário?

–É.

Ela se sentou e ceou ao lado do meu irmão. No meu lugar de direito!

–Vadia Mitani.

–O que disse?

–Nada.

P.O.V. Suhad.

Devia ter ido embora quando podia. Agora estou presa num ninho de cobras venenosas.

Mas, eu sou uma sobrevivente e já passei coisa pior.

–Suhad, porque está vestida?

–Porque eu quero. Não quero andar por ai pelada e pintada.

Eu estou cansada de ter aqueles homens me olhando de rabo de olho.

–Mas...

–É uma honra, eu sei. Mas, não quero essa honra.

P.O.V. Tut.

Os costumes Mitani interferem diretamente na conduta de Suhad. Ela não quer ser vista como a favorita. Anda pintada, mas vestida e com os cabelos enfeitados do jeito dela.

Ela coloca as jóias de um jeito diferente das moças egípcias. Prende os cabelos castanhos de muitas formas, a cada dia um penteado diferente.

Coques muito bem feitos, enfeitados com tranças.

Suhad faz seus próprios vestidos ao estilo grego. É o que ela mais gosta, o que mais usa.

–O que foi?

–O choque cultural é grande não acha?

–Acho, mas eu tenho absorvido alguns de seus costumes e estou aprendendo a falar, ler e escrever na sua língua.