Subterfúgio

Capítulo 1


Fumaça tóxica de Zaun se misturava aos últimos raios da tarde que conseguiam chegar a cidade baixa, o jovem magro, negro e com o cabelo branco trabalhava em seus dispositivos aparentemente distraindo no único canto da sala iluminado pela lâmpada acima da mesa


— Porque você continua aparecendo aqui ? — Ekko sem tirar atenção do equipamento que estava manuseado perguntou para o outro ocupante da sala bagunçada, mesmo de costas ele podia sentir os olhos violeta fixos nele.


— Porque você nunca me impede ? — voz estava cheia de diversão, com tom um pouco menos desequilibrado do que ele esperava — trouxe uma lembrancinha para o meu desafeto preferido.


Olhou pela primeira vez para a jovem baixa de cabelos azuis enquanto ela colocou uma pequena caixa trincada e coberta de fuligem com o que parecia cristais hextec bem organizados — o que e isso ?


— Você sabe o que são bobinho — girava sua trança na mão esquerda enquanto se sentava apoiada na parede do canto escuro da sala — só achei divertido que as pedrinhas que os barões químicos tanto queriam usar contra seu grupo de pisca-piscas vivessem parar justamente aqui — deu tapinhas no chão com sorriso sonhador —imagine o caos que uma simples ação pode causar.


— Quando você não tenta me matar e quando você chega mais perto — suspirou cansado pegando a caixa de perto dela e colocando sob a mesa.

— Se eu pudesse já teria feito garoto — apontou para as quatro balas na costura da luva na mão esquerda.


— Todas as quatro para mim - sorriu o mais presunçoso que conseguiu para ela ver, enquanto ela ria da resposta.


— Não preciso de tudo isso - tirou uma por uma das balas citando os alvos antes de colocar no lugar - essa para minha cunhada, essa para você, essa da sua querida Violet, e essa última para quando ele sair do sumidouro disposto a me matar.


— Maravilhoso ter todo esse apreço de uma transtornada - ignorou a lógica conturbada dela é as implicações da sua resposta.


— Inna e Wyeth devem ter dito em algum momento que você era um menininho especial - devolvia o sorriso debochado enquanto ele revira os olhos - inclusive a comida estava ótima última vez que fui os ver.


— Você devia deixar meus pais em paz - dava as costas para ela voltando atenção aos equipamentos da mesa


— Uma visita debaixo do nariz da xerife e sempre divertida - mesmo sem ver ele sabia que ela estava se espreguiçando – um pouco de emoção


— Renata não vai te matar por roubar os cristais e atrapalhar os associados dela? - voltava o assunto para o estranho gesto dela.


— Está muito ocupada aliciando zaunitas em Piltover, ou paparicando o robozão com dinheiro - deu um suspiro divertido exagerado - fedelha musical e sua fedelha elétrica são alvos mais fáceis.


— Claro, claro - debochando dela - difícil matar uma maníaca perturbada


— Você nunca conseguiu - sussurrou ao pé do ouvido antes de rir alto o fazendo se afastar


— Nem suas armas imaginárias suportam mais seus delírios - empurrou ela para longe e continuou seu trabalho


— Pow-Pow e muito mais simpática que você garotinho - ele não conseguia saber se o tom ofendido da voz dela era fingido ou não, imaginava que provavelmente não - um idealista não me entenderia como Fishbones


— Muito profunda uma conversa sobre explosões – continuo com tom debochado.


— Você não imagina como - voz ecoou pelo quarto, Ekko se virou percebendo que ela decidiu partir como sempre fazia.


Sorriu antes de suspirar e voltar ao trabalho com seus equipamentos – que pelo menos tenha ido para Piltover - refletiu tardiamente.

Este é o último capítulo disponível... por enquanto! A história ainda não acabou.