"Ele fez o Paraíso e o Inferno, mas mal ele sabia que toda sua irá se manifestaria em uma forma física"

No meio do mar Mediterrâneo, 2014

Vanilla, uma ilha situada ao Sul no Arquipélago de Onna Shindra, esta ilha pode ser considerada uma das mais antigas no conceito de politica. Não há um sistema legislativo, a cidade ainda é governada pela Igreja Católica. Não é comentado o motivo, mas as suspeitas para a implantação do sistema episcopado na cidade respigam na própria Ordem Mundial.

Um carro em alta velocidade driblava todos os outros, tentando escapar das viaturas policiais em uma grande ponte movimentada que liga a ilha de Chotgor com Vanilla no meio do dia. No mesmo veiculo, uma jovem estudante era feita de refém por mais quatro homens encapuzados. Enquanto ela chorava assustada, os outros dois criminosos atiravam pelas laterais do banco do passageiro.

— Manda essa vadia calar a boca!– Disse um dos criminosos, que estava dirigindo.

— Isso vai calar a boca dela! – O passageiro da direita dispara perto do ouvido dela, que abaixa a cabeça e coloca as mãos na sua orelha, reclamando de dor.

Em seguida, eles repetem a ação, mas no outro ouvido, fazendo sangue cair sobre sua saia rodada xadrez.

— Por favor... pare...– Disse a garota com os olhos em lágrimas e as orelhas ensanguentadas.

— Amordaça ela logo!– Disse um dos criminosos que trocava tiros com a polícia.

— Tenho uma ideia melhor!

O passageiro da esquerda a estende no banco de trás do carro e fica por cima dela e desabotoa o zíper da sua calça, mas antes que pudesse colocar algo para fora, recebe um tiro em sua cabeça.

— Ei, você tá bem? Ei!!– Gritou o que estava ao volante, olhando para o banco de trás e ficando desesperado com o amigo que foi baleado. – Malditos policiais!

— Acho que não foram eles... Olha! – O que estava no banco do carona aponta para frente, onde bem distante estava uma mulher pálida, de cabelos brancos, trajando um conjunto de roupas sensuais na cor preta.

— Eu pensei que eu fosse à única celebridade nesta cidade... Não roubem meu glamour, rapazes!– Disse Striker, apontando suas pistolas para o chão.

Os criminosos aceleram em sua direção.

— Aqui o máximo é 30 Km/H... Parede de Shangri - la! – Striker aponta sua pistola dourada para o chão e atira, brotando uma árvore dourada gigante que joga o carro para o alto, fazendo-o passar por cima dela, caindo alguns metros atrás de ponta cabeça, com as rodas para cima. A árvore causa um congestionamento que dificulta a polícia de ir até lá.

— Hm... flip completo!– Ela anda até o carro e olha se tem feridos– Uma garota, um tarado baleado e três ursos... É quase um vídeo pornô que vi semana passada!– Ela abre a porta do carro e tira a garota que está com seus dois ouvidos sangrando– Eu perguntaria se está tudo bem, mas parece que não.

A garota olha para os lábios da Striker, como se estivesse fazendo leitura labial.

— Eu não ouço nada...

— Hm... Nunca fiz isso, mas posso tentar. – Striker retira sua luva direita e sua mão emana um brilho verde, ela aproxima seus dedos do ouvido dela, mas antes de conseguir, um helicóptero paira sobre elas.

— STRIKER, PARE ONDE ESTÁ!!– Gritou o policial no helicóptero.

— Chegaram os paparazzo... Desculpe não poder ajudar... – Striker entra no chão e some.

Na tarde de um programa de TV local

O padre, líder da cidade, dá uma entrevista sobre os últimos acontecidos.

— Estamos aqui hoje com o nosso aclamado, Padre Lauro.– Disse Renne, apresentadora do talk show da cidade.

— É um prazer estar aqui Renne, você sabe que eu adoro seu programa! – Disse o Padre Lauro, que ajeita seu paletó e se acomoda melhor na cadeira.

— Obrigada, mas queremos saber a sua opinião... Estas imagens mostram os fortes ataques dos grupos "Pro– Striker", e elas vêm aumentando nesses últimos dias. E estas são imagens da Striker parando um carro que estava sendo perseguido pela polícia mais cedo. O que a Igreja tem a dizer sobre isso? – Renne cruza suas pernas.

— A Igreja repudia esses ataques e incrimina as pessoas que estão do lado dessa delinquente fora da lei. Poder bancar a heroína e fazer pequenas atitudes como um super-herói, mas não devemos esquecer que a mesma pessoa que vocês defendem prega valores imorais... A ordem, a paz, e os valores da vida... tudo isso não significa nada para ela. Confiar nossas vidas a um ser desconhecido é ilógico! Não sabemos do que ela é capaz.

— Bom, então o senhor acha que a Striker não é uma figura boa?

— Uma mulher que anda pela cidade com roupas provocantes e armada não pode ser boa coisa. O que nossas crianças vão pensar? Elas devem se inspirar naqueles que lutam com o lápis e levantam cedo toda a manhã para trabalhar... Essa mulher é o anticristo em pessoa... Ela trouxe a desgraça até nós!

Os assistentes de produção olham diferente para o padre, como se estivessem querendo dizer: "Ou seria ao contrario?".

— Não sei se aceitaria, mas estendemos o convite a você... Se estiver ouvindo isso, Striker, venha ao "Renniew Show" dar a sua versão da história... – Neste momento, os câmeras, assistentes e a plateia ficam estupefatos pelo convite – O que você quer? Quem é você? E aonde pretende chegar com isso tudo? Eu sou Renne Renniew para toda a Vanilla, boa tarde!

O programa se encerra e o padre sai às pressas do estúdio com Renne indo atrás dele.

— Padre, eu gostaria de agradecer a entrevista...

Ele se vira rapidamente, ficando cara-a-cara com ela, intimidando-a.

— Se está mulher por os pés nesse palco, você e ela dividirão cela com os ratos e sua carreira acabará na sarjeta, senhorita Renniew!– Ele sai andando pela porta dos fundos com dois seguranças.

No apartamento da Striker

O apartamento da Striker é um ambiente tão perturbador, mas ao mesmo tão diferente e atual. Enquanto Striker pega o elevador para chegar ao seu apartamento, Buddha e Ganesha assistem ao Renne Show, sentados em um sofá de gato que está fumando.

— Poderia diminuir o brilho? – Perguntou Ganesha.

— Claro. – Buddha muda a sua pele de dourado para um tom de oliva – Me passa a lasanha?

Ganesha usa um dos seus quatro braços para passar a lasanha para ele.

— Ele é um cretino!– Disse Budha, coçando sua barriga.

— Ele está comprando uma briga que não pode ganhar. Além disso, a Striker não tem culpa da atitude das pessoas contra a Igreja. – Disse a Ganesha, que usa sua tromba para pegar mais pipoca.

Striker aparece sentada no lustre com dois sacos de lanches do Fast Les Sex, uma lanchonete famosa da cidade.

— Eles acham que eu me daria ao luxo de ir a um programa que trata um padre como Stephen Hawking? Se Jesus estivesse aqui, ficaria ofendido! – Disse Striker, enquanto retira o lanche da embalagem.

— Jesus não está vendo isso aqui não! – Disse Buddha.

— Perdeu a chave da porta novamente? – Perguntou Ganesha.

— A proposta de fazer uma casa magica é poder realizar magia dentro dela. Que graça teria eu entrar pela porta todos os dias? – Ela desce do lustre e vai até a cozinha. Buddha e Ganesha a seguem.

Enquanto os azulejos da parede retratavam as desgraças que aconteceram na historia bíblica em forma de desenhos. Striker pega uma maçã em sua fruteira de crocodilo ambulante e anda até a geladeira com ela na boca.

— Mas quem sabe essa não é a sua chance de melhorar seu desempenho na cidade... de eles verem quem realmente você é. – Disse Ganesha, que pega uma banana da fruteira.

— Olha, não vai rolar. Eu já tenho meus problemas com essa Ordem Mundial e com á minha vida. Não estou aqui para ser um símbolo de heroísmo e nem nada... Se quiserem ver super-heróis, vão ler HQs! – Striker entra na geladeira para pegar mais comida

— Mas você pode ajudar eles a libertar está cidade deste sistema arcaico que ela vive, basta querer. – Disse Buddha.

— Eu poderia simplesmente matar o padre... Mas quem tomaria conta desse lugar? Você? Eu? Sai fora! – A comida vai flutuando até a bancada.

— Mas um bom líder encaminha seus fieis para a libertação, por que não aumenta sua popularidade mostrando as pessoas que você não é tudo isso que dizem? – Buddha começa a comer coisas que estão em cima da bancada.

— Sem falar que o blogueiro, Alan Matos, disse que você parece uma vadia enquanto está lutando e que não é nada mais que uma... "Namorada do Hellboy"... Isso transforma você em uma piada. – Disse a Ganesha.

Striker sai da geladeira.

— Se ele quiser eu digo a sex shop que eu comprei essa roupa, com certeza ele vai adorar vestir para o macho dele... Peça pro Jaison me encontrar na Escola Cross Found? Tenho uma ideia a por em prática... Ei! – Ela olha pro Buddha.

— Era sua? – Ele fala com a boca cheia.

Na escola

A Escola Cross Found, a única escola da cidade, e adivinha: é católica. Funcionando em um antigo albergue, a escola prepara os jovens para seguirem e servirem a Igreja, "ensinando" os valores do homem e da mulher. Se você quiser aprender biologia neste lugar, terá de comprar um livro na internet.

Striker chega à instituição e se depara com Jaison, que deixa sua pele pálida refletir os raios lunares, enquanto fuma dois cigarros de uma vez só.

— Só de olhar pra você com esses cigarros... hm... sinto um câncer vindo.– Disse a Striker, que se apoia no ombro direito do Jaison.

— Sua mãe jogou a criança fora e criou a placenta?– Jaison bafora na cara dela– Tá atrasada!

— Quer entrar ou tenho que esperar você terminar de fumar?

— O que esta mais disposta a fazer?

— Ir pra casa e terminar de assistir 'Salem'.

Um grupo de adolescentes passa por eles.

— Ai, sabe que é proibido fumar aqui?– Disse um deles.

— O que eles são? Professores desempregados?– Os alunos vão embora em seguida.

Striker e Jaison se olham e apontam seus dedos para as bundas dos alunos.

— Shot Kiss!– Eles disparam um raio em forma de bala que acerta a bunda dos alunos e deixa a marca de um beijo e uma mordida.

— Vamos logo!– Striker vai andando com Jaison logo atrás.

Dentro da escola, as pessoas os reconhecem e alguns funcionários e alunos entram rapidamente nas salas para se proteger.

— Acho que você é bem famosa por aqui também.– Jaison acende mais um cigarro na escola.

— É isso ou estou causando ereções nos garotos do primeiro ano.– Striker pega o cigarro dele, joga no chão e pisa.

No meio de toda aquela balburdia, dois jovens se aproximam deles.

— Você é a Striker, não é?– Perguntou o que estava com um fichário nas mãos.

— Sim.

— Eu sou Dylan e este é Troy. Ao contrário dos outros, não temos medo de você e gostamos do que você faz. – Disse ele.

— Sério?– Ela mantem a mesma expressão de "foda– se", mas no fundo ela até liga pro que eles falam.

— Sério! Eu queria aprender física, não isso aqui... Com a sua ajuda, quem sabe você não mude isso.– Disse Dylan, que pega a mão dela.

Ela olha pra eles com uma expressão de "Ok, né" e esboça um sorriso.

— Que gentil... Já que estão aqui, podem me dizer onde fica a detenção?

— Fica pra lá!– Os dois apontam.

— Obrigada!– Striker dá um beijo na bochecha dos dois e vai andando até a detenção.

— Ela beijou a gente...– Disse o Troy.

— Ela falou com a gente...– Disse o Dylan.

Enquanto os dois assimilam o que acaba de acontecer com eles. Jaison e Striker chegam á porta velha e suja da detenção.

— É aqui!– Striker.

Eles entram e vem todos sentados em suas cadeiras, inclusive a professora, somente uma garota estava sentada fora do seu lugar, apontando um lápis em cima da mesa de outro colega.

— Ela teria sucesso como diretora. – Disse Jaison.

— Ou ela teria poder suficiente para terminar o que Hitler começou. E ai, Kim?– Striker.

A garota olha para o lado e retira seus fones, os encarando em seguida.

— Pensei que iria tirar sua roupa de puta para vir a esta escola, mas fazer o que... Talvez aqui tenha muitos clientes pra você! – Disse Kim.

— Sempre de bom humor... Viemos te tirar daqui! – Striker balança o cabelo para trás.

— Até que enfim. Oi, Jaison, faz tempo que não falo com você!– Kim pega sua bolsa.

— Não estrague isso!– Jaison.

Kim vai ate sua carteira e pega suas coisas, mas antes de sair ela para e encara seus colegas.

— Com licença, professora, mas eu tenho que me arrumar para salvar o mundo.

Ela amarra seus cabelos negros ate fazer um rabo de cavalo; retira seu blazer rosa e mostra sua camiseta listrada; abaixa sua saia rodada e coloca uma calça rasgada de cor preta e passa seu batom, sombra e delineador, todos de cor preta.

— Guardem bem essa imagem, pois só terão meu corpo em suas mentes. Beijos! – Disse Kim, saindo da sala logo em seguida.

— Bom, agora vamos ao que interessa... Tá a fim de aparecer na TV?– Perguntou a Striker.

Kim olha nos olhos dela e sorri.

— Demoro!– Kim.

No dia seguinte

Kim e Striker avistam o edifício do estúdio do "Renne Show" em um parapeito do outro lado da rua.

— Isso é tão 'Black Mirror'! Como anda a transmissão? – Perguntou a Striker, enquanto passa seu batom preto.

— A rede daqui é um lixo, mas parece que ainda não entraram no ar. Isso nos dá uma chance de entrar lá e acabar com tudo de uma vez. – Respondeu Kim com um sorriso em seu rosto.

— Eu vou interromper uma entrevista, não fazer um massacre... Se bem que isso pode entrar na minha lista da semana que vem. – Striker começa a pensar no assunto – E quanto a segurança?

— Quem disse que vamos entrar pela porta da frente?

Enquanto elas tramam seu plano de invasão ao estúdio, Renne recebe a próxima convidada do programa.

— Bom dia Vanilla! Eu sou Renne Renniew e peço licença para entrar na sua casa com a nossa convidada do dia, Amy Snykes, a dona do famoso blog da Internet, "Madame Prime" e de um bom gosto para moda... Bom Dia, Amy!

— Olá, Renne! Olá a todos... Primeiro, eu queria dizer que é um prazer estar aqui. Quando recebi o convite nem acreditei...

A parede de trás explode, mas os maiores destroços são contidos por gaivotas cinéticas feitas por Kim.

— A sua entrada! – Disse Kim.

— Realmente, magnifico. – Disse Striker.

Todos ali presentes no estúdio ficam espantados e nervosos com a presença das duas. Os câmeras se afastam e um dos assistentes pega o celular para chamar a polícia, mas Striker dispara contra o seu celular.

— Vai mesmo atrapalhar esse papo feminino tão cheio de emoção? – Disse Striker.

— Você... – Os olhos de Renne tremulavam perante o acontecido.

Kim coloca seu rosto na câmera e começa a mandar beijos. Os câmeras não faziam nada, com medo da garota.

— Eu queria mandar um beijo pra você que está lendo essa história!– Ela dá um beijo na lente da câmera, deixando a marca preta do seu batom.

— Esse é meu equipamento de trabalho? – Disse ele.

— E esse é o meu? – Ela passa seus dois dedos médios em volta dos lábios e aponta para a câmera que ele é responsável.

— Aceitou o meu convite? – Questionou Renne, que recebe um copo de água da produção.

Amy fica a encarando com uma expressão de desapontamento por Striker ter estragado sua entrevista.

— Foca em mim... Vocês são trouxas por acharem que este homem está do lado de vocês, preservando suas famílias de moralidade frágil e abatida... E mais, trouxas, porque assistem está merda de programa? – Disse a Striker.

— É o que, querida? – Renne cospe a água fora.

— Vai trepar, moça! Já aderiu, Kim?– Perguntou Striker.

— Desculpe, mas dar não está nas minhas prioridades... Para de mexer a câmera!– Kim, que retoca seu batom na câmera.

— Cuidado, vocês que me acham um monstro... Ajudar as pessoas não é uma das minhas prioridades, mas se for necessário, farei! Aqueles que querem ter uma cidade de verdade, uma vida de verdade, sem seguir aquilo que foi extinto há séculos atrás... Porque vocês não buscam uma mudança? Não agem por conta própria? Vocês querem ser simples donas de casa pro resto da vida? Ir à igreja aos domingos e acreditarem que só irão para o Paraíso se seguirem esta "vida pura"? Abram seus olhos e vejam que eu não sou a verdadeira inimiga, mas o homem que se diz o salvador de vocês. É!

— Amém, Kurt Cobain!– Kim limpa a maquiagem borrada com um lencinho preto.

— Mas grupos agem em seu nome espalhando o caos. É esse tipo de pessoas que a ajudam?– Disse a Amy.

Striker se vira para ela com uma cara de deboche.

— Você deve adorar falar de mim em seu blog com esse vestidinho de "mamãe, eu já sou adulta"... Quer um furo? Eu vou dar um furo pra você colocar no seu blog! – Ela abaixa as calças e tira sua calcinha. As pessoas na plateia tiram fotos, outras fecham seus olhos e as câmeras cortam a imagem.

— Esperem, esperem... Está feliz? Veio aqui arruinar tudo?– Disse Renne, desesperada com a situação, ela se coloca a frente da Striker sem nenhum medo.

— Eu vim a este mundo porque fui obrigada, se não fosse obrigação não estaria aqui! – Ela da um beijo no nariz da Renne.

Naquele momento, todos ali presentes ouvem uma explosão acontecendo no centro da cidade.

— O que foi isso? – Perguntou Renne.

— Lá! – Ela aponta uma das suas pistolas na direção da explosão.

Kim pula o buraco que elas entraram e cria um balão cinético.

— Tá esperando um convite formal? Vem logo! - Kim estende a mão para a Striker, que pula ate o balão e juntas vão até o local de origem da explosão – Como uma coisa dessas aconteceu?

— Espera... Tô ligando pro nosso satélite divino. – Ela liga para um amigo – Hardy... Qual é a natureza da explosão?

— Muitas pessoas dão boa tarde...

Ao fundo da ligação, Striker ouve sons de teclas batendo.

— Boa tarde. Qual é a natureza da explosão?

— Bom, aparentemente não é uma explosão de gás... é... um monstro de lava...– Disse o Hardy.

— Tem certeza? – Ela olha sorrindo pra Kim.

— Eu mentiria às três da tarde? – Perguntou ele.

— Valeu, gato – Ela desliga – Kim, tá na hora do pau! – Disse Striker.

No local, os cidadãos correm do grande monstro de lava que vai engolindo tudo por onde passa, ficando ainda maior e expelindo mais gases ao decorrer do seu trajeto.

— Uau! Nosso problema é grandinho? Em casos assim a gente chama o Serviço Secreto ou a Policia Ambiental? – Perguntou a Kim.

— Acho que os 'Homens de Preto'. Tira o pessoal em segurança, enquanto eu tento tirar essa coisa do caminho. – Disse Striker.

Ela salta do balão e se coloca a frente dele. Kim cria uma corda cinética e desce até o chão e depois faz asas nas pessoas para elas saírem voando dali.

— Que lindo. Anjinhos! – Kim olha para as pessoas sorrindo.

— Ei, montanha, não vai querer fazer isso!– Ela aponta suas pistolas para o monstro.

Ele olha para Striker e avança com tentáculos de lava nela, que desvia rapidamente e apomta

— Artista Elementar: Zero Absoluto!– Ela dispara uma poderosa rajada de gelo que congela o monstro.

— Mas já?– Kim.

— Acho que sim... Oh...

O monstro se liberta do congelamento e assume sua forma humana; uma mulher negra de roupas indianas em tons pastel, cabelos e olhos marrons, uma pedra vermelha na testa e um grande sorriso no rosto.

— Alice... É uma honra conhece-la!

— Eu sei! Se eu não me conhecesse também gostaria de me conhecer... Mas quem é você?

— Eu sou Dalila, quinta Amaldiçoada de Lázaro!

— Amaldiçoada de Lázaro? É alguma espécie de grupinho no Ragnarök? – Disse Kim.

Dalila ri.

— É algo que vai além da sua compreensão... Por enquanto estou sozinha... Mas quando acharmos nossa mãe... Você e está cidade estarão perdidos em pleno caos!– Disse Dalila, que salta em um bueiro, entra no esgoto e desaparece.

— Cada uma viu... Mas quem será essa mãe?

— Talvez seja uma artista de circo ou ex-figurante de "Dexter"!– Respondeu Kim.

— Eu fui mais além, eu imaginei um zumbi de "The Walking Dead".

— Garota, tu joga pesado, hein.– Disse Kim– Vamos comer alguma coisa, as autoridades cuidam dessa bagunça.

— Já pensei em ser menos destrutiva em minhas ações...

— Serio?

— Nunca. – Disse ela com um sorriso debochado no rosto.

No Aeroporto de Kiruna, Suécia

Uma mulher usando roupas bem grandes está sentada no salão de embarque lendo um jornal do Arquipélago de Onna Shindra.

— Striker... Você tem potencial para ser uma das nossas...

A mulher cospe no jornal e depois o joga no lixo, que começa a se desfazer. Ela sai andando e vai até a área de embarque.

— Passaporte e passagem, por favor!– Disse a atendente.

Ela dá.

— Miranda O'Bryen... Boa viagem!– Disse a atendente, que lhe devolve os documentos.

— Obrigada!– Respondeu ela.

A mulher sai andando, até que um homem esbarra nela e derruba café em seus sapatos.

— Eu sinto muito!– Disse o homem.

— Eu não!– Disse Miranda.

— Olha, foi um acidente! É só passar um paninho e tá seco...

Ela passa por ele e em um piscar de olhos a cabeça do homem é decapitada. A mulher sorri e continua andando.

— Homens...

Ela vai andando até o avião, enquanto a cabeça do homem se desfaz no chão.

"Aquilo que os humanos mais procuram em sua vida, destrói uma nação em segundos" – Striker.