Storybrooke
Capítulo 12 - A Chegada de Kathryn Midas
Uma BMW esportiva na cor preta havia acabado de parar na frente da casa principal. Kathryn desligou o motor e desceu, deu uma respirada bem funda – Nossa que ar puro! Acho que isso irá fazer mal aos meus pulmões... – brincou consigo mesma, e deu uma olhada ao redor – Essa fazenda é imensa. – então viu que seus saltos estavam levemente afundados – Ótimo! Acabei de perder um par de sapatos caríssimos. – acrescentou com sarcasmo, levantou o olhar e viu uma loira vindo em direção da casa, pois ela havia acabado de sair de um grande galpão – Hey loirinha! – chamou sem cerimônia – Hey estou falando com você! – chamou novamente. A pessoa loira revirou os olhos e se aproximou a muito contra gosto – Você não escutou que eu estava te chamando?
— Pois não? – falou ignorando a pergunta da outra loira Era só que me faltava!
— Leve minhas malas lá para dentro da casa? – ordenou a loira mais baixa.
Emma abismada só levantou as sobrancelhas - Desculpa, como? – balançou a cabeça tentando digerir o que havia escutado.
— Acho que você realmente tem problema em escutar... – veio a resposta grossa de Kathryn – Eu falei para você levar minhas malas lá para dentro.
— Ah foi isso mesmo que eu ouvi. – comentou ironicamente Emma – Deixe-me ver... – comentou e começou a olhar para a loira a sua frente – Você tem duas pernas, ok!... Dois braços, ok!... Então você mesma pode levar suas bagagens lá para dentro, porque eu não sou carregadora de malas.
— Mas que absurdo! – se exaltou Kathryn – Você trabalha aqui, não? Pode muito bem levar as minhas malas.
— Sim, trabalho... Mas aqui não é hotel. – respondeu Emma – E como eu disse você tem duas pernas e dois braços em bom estado e pode muito bem levar sozinha.
— Olha aqui sua... – começou Kathryn, mas foi interrompida pela chegada da pick-up azul.
— Kathryn! – disse descendo ao ver que sua amiga estava discutindo com a loira atrevida – O que está acontecendo aqui?
— Essa sua funcionária atrevida que não quer levar minhas malas lá para dentro Regina. – respondeu a loira brava.
— Senhorita Mills, como eu disse a sua conhecida...
— Amiga! – corrigiu Kathryn.
— Como eu disse a sua amiga... – retificou a frase – Eu não carregadora de malas, pois ela pode muito bem fazer esse serviço, e como agora você está aqui, poderá ajudá-la a levar as malas... – respondeu fazendo um pequeno aceno com o chapéu na cabeça – Com licença. – e saiu em direção aos fundos da casa principal, precisava falar com a Bah.
— Regina, como você deixa seus empregados falarem assim com você? – perguntou a loira indignada.
A morena soltou um longo suspiro e tirou seu filho de dentro da pick-up que no minuto seguinte saiu correndo até sua madrinha – Tia Katy! – disse abraçando a cintura da mulher.
— Oi meu príncipe, estava com tantas saudades de você, meu lindo. – disse a loira toda amorosa com o menino.
— Fez boa viagem? – perguntou Regina ao se aproximar da amiga.
— Fiz sim, Rê. A fazenda pelo pouquinho que vi é linda. – respondeu ela ao abraçar a amiga – Mas sério, você não pode deixar seus funcionários falarem assim com você. – falou abrindo o porta-malas.
Um suspiro alto foi ouvido – Deixa que eu te ajudo... – disse por fim – Henry vai abrindo a porta da sala, por favor, e não esqueça sua mochila.
— Tudo bem. – disse ele já pegando sua mochila e indo até a porta da sala.
— Você teve a satisfação de conhecer em primeira mão, ninguém mais e ninguém menos que Emma Swan! – respondeu Regina segurando uma mala enquanto Kathryn segurava a outra.
— Não brinca? – perguntou a loira incrédula – Aquela era a famosa Emma Swan?
— Sim, em carne e osso, e um gosto horrível para roupas. – brincou Regina.
— Ai não achei tão ruim assim... – disse Kathryn colocando a mala na varanda e se virando para voltar ao carro para pegar sua maleta de trabalho – Achei-a até cheia de estilo.
— Não brinca? – perguntou Regina séria.
— Não estou brincando, tirando a parte da grosseria... E seu eu não soubesse que aqui é o Maine, eu juraria que estava no Texas. – gargalhou Kathryn – E que havia entrado em um filme de cowboy... Estava na expectativa de ver Clint Eastwood aparecer. – gargalhou novamente.
— Você não tem jeito. – brincou a morena rindo também, quando entraram na sala – Venha que vou te apresentar Eugenia... – disse indo na direção da cozinha – Você nunca irá experimentar uma comida tão boa quanto a que essa mulher fazer... E o café então, maravilhoso.
— Então terei que me policiar para não comer além da conta. – brincou.
— Vai, e eu preciso achar um jeito de queimar essas calorias. – respondeu quando chegaram a cozinha.
— Tudo bem Bah, eu estou com a lista de compras do mercado... – falou Emma ao se levantar para pegar uma xícara de café – Amanhã cedo eu já passo no mercado e providencio tudo que está na lista, vai precisar de mais alguma coisa lá da cidade? – perguntou tomando um gole do café.
— Eugenia... – chamou Regina no exato momento em que entrou na cozinha acompanhada de Kathryn.
— Sim, menina Regina... – respondeu a senhora e se virou para Emma – No momento não preciso de mais nada não, menina Emma, muito obrigada.
— Desculpa atrapalhar. – disse Regina – Não sabia que vocês estavam conversando.
— Já terminamos. – respondeu Emma depois de terminar seu café – Agora eu vou para o escritório fazer meus relatórios e planilhas, quando terminar eu passo aqui para pegar o jantar, tudo bem Bah?
— Claro! – respondeu a senhora – Do que precisa menina Regina? – virou-se para a morena.
— Eu só vim apresentar minha amiga que acabou de chegar... – começou Regina antes que Emma saísse da cozinha – Eugenia, essa Kathryn Midas... Kathryn, essa é Eugenia Lucas.
— Que moça mais linda, prazer. – cumprimentou a senhora.
— Obrigada! – agradeceu e cumprimentou de volta – Prazer o meu.
— E essa é Emma Swan, mas vocês já se encontraram lá fora. – comentou Regina normalmente.
— Ah sim, tivemos um breve, porém significante encontro lá fora. – alfinetou novamente Kathryn.
— Doeu? – perguntou Emma ao se aproximar das duas mulheres, levemente mais baixas, mesmo elas estando de salto alto.
— Perdão? – Kathryn não entendera a pergunta.
— Perguntei se doeu? – repetiu a loira mais alta.
— O que doeu?
— Carregar as malas para dentro por sua conta? – respondeu em outra pergunta alfinetando de volta. Aquela pergunta deixou Kathryn vermelha de raiva – E também não caiu nem as pernas e nem os braços... – disse Emma olhando a mulher loira de cima a baixo - Muito bom!
— Mas você poderia ter ajudado. – retrucou Kathryn com raiva.
— Não do jeito que você me pediu... – respondeu a loira – Bom, com licença que ainda tenho serviço para fazer. Até mais Bah! – saiu sem esperar uma resposta de qualquer mulher.
— O que foi isso? – perguntou Eugenia surpresa.
— Eu também gostaria de saber? – questionou Regina olhando para sua amiga que engoliu pensando em uma resposta.
— Tudo bem... – soltou uma respiração pesada – Confesso que não fui amigável com a senhorita Swan... Assim que cheguei eu fui grosseira e meio que ordenei que ela levasse minhas malas aqui para dentro. – confessou por fim envergonhada – E ela disse que eu mesma podia fazer já que tenho dois braços e duas pernas em boas condições.
Eugenia soltou uma gargalhada – Ai desculpa... – pediu ao ver as duas mulheres a olhando interrogativamente – Isso é bem coisa da menina Emma.
— Agora você tem uma breve noção do que passei já em tão pouco tempo... – brincou Regina – Eugenia, quando o jantar estiver pronto você pode servir e nos avise, por favor.
— Claro menina Regina. – respondeu a senhora voltando para as suas panelas no fogão – Ah, eu já arrumei o quarto para sua amiga... É o que está ao lado do pequeno Henry.
— Obrigada Eugenia... – agradeceu a morena – Venha, vamos terminar de te acomodar e você pode tomar um banho para tirar a poeira da estrada... Depois tomaremos uma taça de vinho... – subiram até o quarto ao lado do filho – Fique a vontade... Quando terminar estarei lá na sala.
— Obrigada Rê. – disse a loira e foi para o banheiro. Regina foi ver onde seu filho estava, que desde que ela entrou não escutou nenhum barulho dele.
—SQ-
Emma estava indo em direção ao escritório quando se encontrou com Henry que estava descendo as escadas, segurando de seus livros de histórias, lápis coloridos e folhas para desenhar.
— Emma! – exclamou ele feliz ao ver a loira ali.
— Hei garoto! – ela abriu um sorriso iluminado ao vê-lo.
— Acabei de chegar da escola! – disse e mostrou seus livros – Olha meus livros de história e folhas para desenhar... Para onde você está indo?
— Vou lá no escritório, quer me acompanhar?
— Claro! – respondeu feliz.
— Então vamos! – disse ela, indo acompanhada do menino para o escritório – Você pode ficar ali na mesa junto comigo se quiser, ou se não pode ficar aqui na mesa de centro. – apontou para ambos os lugares.
— O que você vai fazer? – perguntou curioso.
— Eu vou ali no computador, na mesa, preciso preencher umas planilhas e fazer alguns relatórios. – respondeu a loira sorrindo.
— Então eu vou ficar com você ali na mesa, não tem problema? – respondeu ele depois de ouvir o que a loira iria fazer.
— Claro que não... Vem, vamos arrumar um espaço para você ali na mesa. – disse puxando uma cadeira ajustável e a elevando para Henry poder sentar melhor, e limpou um canto da mesa para ele colocar suas coisas – Pronto! Agora você tem lugar para sentar e um espaço para seus livros e folhas de desenho. E eu ficarei aqui ao seu lado, usando o computador.
— Você e minha mamãe conversaram? – ele perguntou assim que se ajeito no lugar.
A loira ergueu as sobrancelhas surpresa com a pergunta direta do menino – Sim, nós conversamos aqui nesta mesma sala. – respondeu ao mesmo tempo em que ligava o computador.
— Humm... – fez uma cara de pensativo – Vocês brigaram de novo?
— Apenas no início, mas depois conseguimos conversar sem problemas. – respondeu ela olhando para o computador e abrindo os programas que usaria.
— O que vocês conversaram? – disse ele também abrindo seus livros e pegando suas folhas, com toda pose de executivo.
Emma sorriu ao ver o menino, depois soltou uma longa respiração, então começou a escrever seus relatórios – Nós concordamos em tentar conversar mais e não brigar, pois os negócios da fazenda precisam de nós duas conversando e não brigando...
— Eu também quero vocês duas conversando e não brigando. – disse ele com ar sério, olhando diretamente para a loira.
— Eu também... – murmurou a loira tão baixo que Henry não ouviu – Então... – fez uma pausa para mudar de assunto – Quais são as histórias desses livros?
Henry abriu um sorriso encantador – Ah, tem muitas histórias... – começou ele feliz – Esse livro é sobre um cavalo encantado, esse fala de muitas histórias de cavalos, esse é do cavalo branco com estrelas azuis, e tem muito mais lá no meu quarto... – então seus olhos se arregalaram – Você ainda não viu meu quarto novo, eu preciso te mostrar meu quarto novo. Você quer conhecer meu quarto agora?
Emma riu com a felicidade do menino – Posso conhecer seu quarto outro dia? – pediu e viu os olhos do menino perderem um pouco de brilho – Eu tenho muito trabalho para fazer agora e não posso ir conhecer seu quarto, mas prometo que vou conhecê-lo outro dia que será no mesmo dia que iremos passear novamente pela fazenda, tudo bem?
— Sim! – concordou ele voltando a ficar feliz – Palavra de cowboy?
— Palavra de cowboy. – Emma ergueu sua mão para fazer um high five com o menino que bateu sua mão contra a da loira – E por falar em cowboy, vejo que você gosta mesmo de cavalos... Tantos livros sobre cavalos.
— Sim, eu gosto muito mesmo... Minha mãe diz que sou igual ao meu avô. – sorri o menino.
— Com certeza você é igualzinho ao seu avô... Ele também adorava muito cavalos, e por isso que ele tinha essa fazenda. – respondeu Emma terminando alguns relatórios e imprimindo para guardá-los nas pastas. Então voltou sua atenção para as planilhas.
— E você gosta de cavalos? – perguntou Henry agora fazendo um grande desenho na folha maior.
— Eu amo cavalos, desde criança... – respondeu Emma sorrindo feliz.
— E como é ficar amiga dos cavalos? – perguntou ele pausando seu desenho – Você conseguiu ficar amigo daquele cavalo daquele dia?
- Ficar amiga dos cavalos é muito bom, eles são maravilhosos. – respondeu Emma com o olhar sonhador – Ainda não fiquei, mas eu vou novamente brincar com ele esse fim de semana, para poder conseguir fazer amizade com ele.
— Sério? Será que eu posso ver você brincar com o cavalo? – perguntou ele empolgado.
— Sim, eu irei brincar com o cavalo... – respondeu Emma quase terminando suas planilhas – Quanto a isso garoto, você terá que pedir para sua mãe.
— Eu vou fazer ela deixar eu ir te ver. – respondeu ele determinado e com o olhar sério, como se sua vida fosse depender daquilo.
— Qual sua história favorita sobre cavalos? – perguntou Emma animada com a conversa.
— Eu amo a história do cavalo Spirit. – disse ele empolgadíssimo – Esse desenho é velho, mas eu gosto muito.
— Sério? – perguntou Emma surpresa – Hey, não é tão velho assim.
— Sim, é a minha história favorita. – disse ele com ar sério – Tenho um livro bem parecido com a história do desenho, mas não é a do desenho... – riu bobamente – Ai Emma é velho sim, minha mãe disse que ele passou quando ela era criança.
— Eu amo de paixão essa história. – disse Emma sorrindo como criança.
— Sério? – ele perguntou surpreso.
— Sério, esse filme foi um dos motivos para eu querer dançar e brincar com os cavalos. – respondeu a loira sorrindo com a lembrança do filme – Nossa, faz muito tempo que não assisto esse desenho, acho que eu tenho guardado ainda lá em casa.
Agora era a vez dos olhos do Henry se arregalarem como se tivesse ganhado um presente no dia de natal – Você tem esse desenho? A gente pode assistir qualquer dia?
— Tenho! E claro que podemos assistir. – combinou Emma – Eu peço para sua mãe e combinamos um dia.
—SQ-
Regina havia procurado pelo filho na casa inteira, só faltava o escritório. Quando chegou a porta que estava aberta, ela parou e ficou olhando seu filho conversando animadamente com a loira. Sem perceber um enorme sorriso surgiu em seus lábios. Ela havia escutado apenas mais agora o final da conversa.
— Para que vocês querem minha permissão? – perguntou a morena se fazendo presente e chamando a atenção das duas “crianças”.
— Mulher que susto! – disse Emma dando um leve pulo da cadeira – Já pedi para não fazer mais isso! – falou tentando se acalmar.
— Ai Emma como você é boba e se assusta fácil. – comentou Henry rindo da loira, que fez um bico emburrada para a criança. Meus botões como diria Eugenia, que biquinho é esse? Que vontade que apertá-la! pensou Regina ao ver a cena, mas logo balançou a cabeça para afastar tal pensamento – Mamãe, Emma também gosta do mesmo filme que eu, o filme do cavalo Spirit. – comentou o garoto – E ela falou que tem o desenho, e nós queremos sua permissão para eu ver junto com ela.
— Desculpa senhorita Swan, realmente não foi minha intenção assustá-la, mas como Henry disse você se assusta muito fácil. – comentou divertida a morena entrando na sala – Que legal Henry... Então era para isso que vocês querem minha permissão?
— Sim! – respondeu Henry mais do que rápido – Por favor, mamãe, deixa a gente assistir o desenho!
— Nós combinaremos um dia e então vocês assistem ao desenho. – concordou Regina não resistindo a cara de pidão do filho.
— Oba! – exclamou animado.
— Outra hora conversaremos mais sobre isso... – Regina mudou de assunto – Está na hora do seu banho, Henry... E depois iremos jantar que Eugenia está quase terminando o jantar.
— Não posso ficar mais um pouquinho aqui com a Emma? – tentou ele ganhar mais cinco minutos pelo menos.
— Já está na hora do seu banho...
— Henry, eu já terminei aqui... – disse Emma interrompendo a morena – E também está na hora do meu banho. – disse olhando para o menino – Amanhã você termina seus desenhos...
— Eu já terminei. – interrompeu ele – Esse é para você! – entregou uma folha para a loira, que tinha um desenho dela e dele brincando com o cavalo que ele havia visto – E esse é para mamãe. – se levantou e entregou um para a morena, no dela tinha eles três em cima de um cavalo passeando pelo campo – Essa é você e esse sou eu, nós estamos brincando com o cavalo que vi naquele dia... – então virou para sua mãe – E no seu tem eu, você e a Emma passeando de cavalo pela fazenda.
— Ah Henry, muito obrigada, eu adorei o desenho, vou pendurá-lo na porta da geladeira lá em casa, assim eu poderei vê-lo todo dia. – disse Emma sorrindo bobamente.
— Verdade?
— Sim! – disse ela se levantando ao desligar o computador – Agora eu vou para casa tomar meu banho, e você pequeno homem irá tomar o seu.
— Tudo bem. – ele disse vencido – Vamos mamãe, está na hora do meu banho.
Regina arregalou os olhos surpresa, pois para ele tomar banho era sempre a mesma novela dela tentando convencê-lo – Vamos agora. – aproveitou que ele estava por conta própria indo de bom grado tomar banho – Senhorita Swan, muito obrigada... – disse a morena quando estavam sozinhas.
Emma a olhou confusa – Pelo que?
— Pelo passeio apesar de ter terminado do jeito que terminou. – respondeu a morena envergonhada – E me desculpe pelo jeito que terminou.
— Ah, sem problema... Apesar do jeito que terminou, foi um bom passeio... – comentou Emma – E lama faz bem para a pele, é o que dizem. – riu, fazendo Regina sorrir também – Quando você quiser é só me falar que eu continuo te passando sobre os negócios da fazenda.
— Sem problema, acho que esse fim de semana não poderei, pois minha amiga e sócia estará aqui, e acho melhor não falar de trabalho.
— Não tem problema, então eu aproveito para separar os contratos para você dar uma olhada. – disse Emma – Bom, tenha uma boa noite e até amanhã! – disse e saiu indo para a cozinha.
— Boa noite. – respondeu Regina indo atrás do filho que deveria estar no banheiro pronto para tomar o banho.
—SQ-
Kathryn virava de um lado a outro, era muito cedo para aquela barulheira toda. Tentou fechar novamente os olhos para voltar a dormir, mas infelizmente fora impossível. Minutos depois, uma totalmente frustrada Kathryn entrou na sala de jantar e encontrou Henry já sentado, e Regina voltando da cozinha com as coisas para o café da manhã.
— Que barulheira infernal é a essa as... – olhou para o relógio na parede – Oito e quinze da madrugada em pleno sábado? – sentou soltando um suspiro frustrado.
— Não exagere Katy, que não é mais madrugada... – respondeu Regina – A propósito, bom dia!
— Bom dia! – resmungou a loira se servindo de um pouco de café puro.
— A fazenda abre para passeios e visitação aos fins de semanas... – comentou Regina cortando um pedaço de queijo e dando ao filho – Provavelmente esse barulho todo deva ser isso. – e serviu-se também de um pedaço de queijo.
— Como tem gente em sã consciência que levanta tão cedo no fim de semana? - disse assim que terminou de tomar um grande gole do café – Meus sais! Que coisa maravilhosa esse café! – exclamou satisfeita com o gosto – Qual a marca?
— Isso eu não sei... – riu a morena – Mas quem fez foi a Eugenia, e realmente eu nunca encontrei um café tão bom quanto o dela.
— Tem alguma chance de eu levá-la para Boston junto comigo? – perguntou Kathryn marotamente.
— Isso está fora de questão. – riu a morena – Eugenia fica aqui na fazenda. – bateu o martelo em tom zombeteiro.
Um silêncio cômodo pairou no ambiente e assim os três ali continuaram tomando café tranquilamente, até quando terminou Henry rompeu o silêncio.
— Mamãe... – chamou e continuou assim que teve a atenção da mulher – Emma me disse que ela vai brincar com o cavalo de novo, eu posso ir ver? – pediu com os olhos pidões.
— Brincar com o cavalo? – a loira perguntou confusa.
— Além de administradora aqui da fazenda, Emma adestra os cavalos mais hostis, ou se preferir, ela doma os cavalos mais bravos. – respondeu Regina terminando sua xícara de café – Você promete ficar longe do cercado?
— Sim, prometo!
— Então você pode ir... – autorizou Regina – Depois eu converso com Eugenia e pergunto se ela sabe quando a senhorita Swan irá brincar com o cavalo e te levo.
— Tudo bem... – disse ele se levantando – Eu vou para meu quarto, pois tenho alguns desenhos para terminar. – saiu sem esperar por uma resposta.
— Essa para mim é nova. – comentou a loira surpresa – E pelo visto, Henry está todo encantado com essa Emma.
— Sim... – respondeu Regina com o olhar distante – Eu nunca vi ele se apegar a alguém que ele nunca conversou assim tão rápido...
— Se Henry gostou dela, então ela não deva ser uma pessoa assim tão má... – brincou Kathryn zombando da amiga, mas falando uma verdade. Na primeira vez que Henry viu Robin, ele imediatamente fechou a cara e não quis saber do homem.
— Acredita que ontem eu estava procurando por ele, pois estava na hora do banho... – começou Regina – E acabei o encontrando com a senhorita Swan, estavam os dois no escritório conversando animadamente, pareciam duas crianças.
Kathryn apenas estreitou brevemente os olhos e examinando sua amiga minuciosamente, então voltou a tomar mais um pouco do café Tem algo aí!— Você vai querer dar uma olhada na papelada agora ou depois? – perguntou Kathryn mudando o foco da conversa, mas outra hora voltaria nesse assunto.
— Dou uma olhada agora... – disse já se levantando e levando as coisas para a cozinha – Vamos lá para o escritório. – assim que terminou de arrumar a mesa.
Ao entrarem na sala, Kathryn arregalou os olhos – Quanta papelada aqui?
— Bastante... Isso me lembrou de que depois preciso pedir a senhorita Swan o projeto do escritório que meu pai não quis construir. – comentou ela sentando-se na cadeira da mesa e Kathryn sentando a frente dela.
— O que você quer que assine? – perguntou a morena.
— Você precisa dar uma olhada nessa papelada e depois assinar se você estiver de acordo. – respondeu Kathryn entregando algumas pastas com a papelada que ela precisava da assinatura da amiga.
— Como estão as coisas lá em Boston?- perguntou Regina enquanto lia a documentação.
— O escritório está indo bem, a situação de Robin deu uma leve melhorada depois que ele ganhou o caso anterior, mas mesmo assim tem muita desconfiança ainda sobre ele... – começou a loira ao se levantar e dar uma olhada na sala parando de frente a umas fotos e ficou observando – Mas não sei... Eu acho que ele está escondendo algo depois que você deu aquela apertada na reunião...
— O que você acha que ele pode estar escondendo? – perguntou Regina assinando o primeiro documento.
— Não sei... Talvez seja só minha implicância com ele por ser tão negligente com o escritório. – disse ela voltando a andar pela sala – Mas eu sinto muito sua falta lá. – disse olhando para a amiga concentrada na leitura da documentação.
— Eu também estou sentindo muito a sua falta... Minha semana foi bem estressante. – comentou Regina virando a página do documento – Deixe-me terminar aqui que já conversamos sobre essa minha semana que teve até briga na lama.
Kathryn incrédula arregalou os olhos pelo que acabara de escutar – Briga na lama? – perguntou para confirmar se realmente era aquilo que havia escutado.
— Sim... Briga na lama como duas crianças. – respondeu assim que assinou o documento que tinha acabado de analisar.
— Você está me dizendo que Regina Mills e Emma Swan brigando na lama como duas crianças? – perguntou divertida, tentando segurar a gargalhada, mas falhando terrivelmente.
Regina continuou lendo outro documento – Tivemos mais brigas, mas por fim também conseguimos conversar um pouco mais civilizadamente... – disse assinando o documento e pegando o último documento.
— E quando essa briga na lama aconteceu? – quis saber a loira ao voltar para a cadeira a frente de sua amiga.
Regina soltou uma longa respiração – Um pouco antes de você chegar.
— Não brinca? - perguntou incrédula, e Regina concordou com a cabeça lendo a última folha do documento e a assinando em seguida.
— Pronto. Aqui estão os documentos assinados. – disse entregando as pastas com a papelada – Precisa de mais alguma coisa?
— Apenas saber tudo que aconteceu depois da sua última ligação... – respondeu Kathryn colocando os documentos dentro de sua pasta.
— Então se acomode que a história é longa! – riu da piada que tinha feito.
Kathryn olhou para sua amiga abismada – Você fazendo piada com toda essa situação, isso sim é novidade!
— Não exagere... – comentou a morena.
— O que é isso? – comentou a loira ao ver um desenho em cima da mesa, o pegou e olhou melhor, um sorriso malicioso surgiu em seus lábios.
— Henry desenhou ontem e acabei esquecendo aqui. – respondeu Regina ao ver o que sua amiga segurava.
Kathryn a olhou profundamente de novo – Regina Mills, o que você está escondendo de mim?
A morena ergueu as sobrancelhas surpresa – Eu? Nada! – mas o tom que usou a denunciou – Henry fez esse desenho para mim e uma para a senhorita Swan... – fez uma pausa e observou o olhar atento de sua amiga pedindo que continuasse – O da senhorita Swan tem ela e Henry brincando com um cavalo... No meu tem nós três passeando a cavalo pela fazenda... O que?
— Nada! – disse a loira travessa.
— Essa é a justificativa do meu filho para os desenhos...
— Eu falei nada quanto a isso... – olhou zombeteira.
Regina suspirou – E nem precisa não é Kathryn Midas? Seu olhar te denuncia.
— Tudo bem, esses desenhos e essas brigas entre vocês duas estão me cheirando a outra coisa, mas não irei te contar agora, eu vou estudar os fatos primeiro e depois te dou uma posição quanto a isso. – comentou a loira e mudou completamente o foco da conversa – Ah como foi com a equipe que olhou essa papelada toda. Emma, como ela reagiu à equipe?
— Percebi que ela não gostou muito, eu diria até brava, mas não abriu a boca quanto a isso, apenas disse que ficou muito chateada... - Regina suspirou derrotada – Eles falaram que está tudo certo e não tinha nada errado, inclusive elogiaram a senhorita Swan, e ainda ofereceram uma vaga de emprego para ela... Sem falar daquelezinha abusada...
— Então você deve um pedido de desculpas para ela? – deduziu a loira - Daquelazinha abusada? Quem?
— O qual já foi feito ontem de manhã... – respondeu Regina se acomodando melhor em sua cadeira – Conversamos por quase toda a manhã ontem... Eu pedi desculpas e ela aceitou com a condição de eu aceitar as dela também, porque ela também foi rude comigo... – respirou fundo - Ai daquela lambisgoia que estava na equipe... Você acredita que ela teve a capacidade de flertar com a senhorita Swan enquanto elas trabalhavam? E aquela loira atrevida flertou de volta! Sem falar que aquela coisa sem graça queria que eu entregasse um bilhetinho com o número de telefone para senhorita Swan...
— Hum, gostei da atitude dela, pois o que você comentou ela também tinha se exaltado nessa discussão e te ofendeu também. – ponderou Kathryn, então a curiosidade mordeu a loira – O que você fez com o bilhete? Você entregou para senhorita Swan?
— Você acha que eu tenho cara de pombo correio? – perguntou Reina indignada – Eu rasguei o bilhete... Não sem antes de ler seu conteúdo. – murmurou essa última parte.
— Você o que? – indagou a loira para ver se tinha entendido aquilo mesmo.
— Eu li o bilhete antes de rasgá-lo... – respondeu Regina envergonhada e Kathryn não aguentou e gargalhou novamente.
— Regina! – exclamou a amiga, então a curiosidade apareceu - O que estava escrito?
— Algo sobre ela ser uma loira fantástica e quero que você me ligue... – Regina não iria contar o que estava no papel, já bastava que sua amiga sabia que ela havia lido o conteúdo do bilhete.
— Só isso? – perguntou a loira analisando tudo que sua amiga havia dito e feito, e acrescentando tudo ao que ela já havia percebido.
— Sim... – veio a resposta vaga da morena.
— Bom, continue contando que vocês conversaram e depois? – Kathryn mudou o foco da conversa Eu ainda vou observar melhor essa interação das duas.
— Sim, depois de esclarecido o assunto e pedidos de desculpas feitas, ela começou a contar sobre as coisas da fazenda... – continuou a morena – Ela me mostrou no mapa o tamanho inicial da fazenda e o tamanho atual da fazenda, e acredite quando digo que é muita terra, é muita terra. – comentou Regina se levantando e indo pegar o mapa que Emma havia usado para mostrar os limites da fazenda que ainda estava marcado no papel – Isso tudo era a fazenda... – indicou a morena ao abrir o mapa em cima da mesa – E essa é a fazenda atualmente.
Os olhos da Kathryn arregalaram enormemente – Céus, é muita terra.
— Sim, foi o que eu disse. – disse Regina fechando o mapa – Então fomos para a reunião onde conheci mais alguns funcionários... – fez uma pausa – Você acredita que todos estavam usando calça jeans, camisa xadrez, bota de cano alto e chapéu? Parece até que uniforme da fazenda.
— Eu falei para você que estou me sentindo em Quando um Amor Acontece? – riu Kathryn – Mas eu ainda irei te ver desse jeito também. – zombou a amiga.
— Só nos seus sonhos Kathryn Midas! – rebateu Regina sorrindo – Só nos seus sonhos!
— Mas continue contando da reunião...
—Sim... Conheci mais alguns funcionários, e discutimos mais um pouco sobre a fazenda... Temos até uma equipe de equitação. – disse a morena.
— Nossa, que legal.
— No começo da tarde, a senhorita Swan me levou para conhecer a fazenda, continuamos no clima de paz, conhecendo a fazenda até que atolamos em uma enorme poça de lama... – comentou a morena se lembrando do episódio – E foi aí que a coisa desandou.
— Como assim?
— Emma desceu do carrinho e começou a empurrá-lo para tirar do atoleiro, mas nossos nervos já estavam a flor da pele, pois já estávamos trocando alfinetadas pouco antes de atolarmos... – fez uma pausa – Ela deu um empurrão mais forte e eu quase cai do carrinho e foi aí que não sei direito o que houve, ela começou com o sarcasmo dela, então em um ato de vingança eu pisei no acelerador, coisa que ela havia dito para não fazer...
— Regina Mills, como você é má!! – seus olhos arregalaram surpresos, sua mão cobriu sua boca levemente aberta, então a loira soltou uma risada – Emma ficou brava?
— Ela ficou ensandecida... – riu levemente a morena – Começamos a brigar novamente então ela fez uma reverência como se eu fosse uma rainha e pegou um pouco de lama sem eu perceber... Quando se levantou jogou essa lama em mim... Isso me deixou cega de raiva e em um impulso me joguei contra ela, e caímos as duas na enorme poça de lama.
— Pausa! – pediu Kathryn fazendo o gesto com as mãos – Você se jogou contra ela? Tipo se jogou mesmo? Tipo jogador de futebol americano para derrubar o adversário com a bola?
— Sim! A agarrei pela cintura e caímos no chão enlameado. – Céus lembrando agora dá até uma arrepio.
Os olhos de Kathryn estavam tão abertos que em qualquer momento Regina achou que eles cairiam da face – Eu estou em choque! – comentou a loira – Nunca em minha existência pensaria que você, minha amiga, protagonizaria uma cena dessas.
— Nem eu... – comentou Regina – Assim que caímos, no instante seguinte, trocamos de posição... Foi uma sensação única ficar por cima, Regina se controle... Ela conseguiu trocar de posição e quando percebi eu estava de costas na lama, mas para variar meu orgulho é grande e eu troquei de posição novamente e ficando em cima... - Sem bem que ela por cima não é tão má ideia assim... um calor repentino subiu pelo corpo da morena, que estremeceu levemente, e sua amiga só observando as suas reações enquanto relatava o ocorrido - Me levantei e instintivamente comecei a jogar lama nela, que se esquivou nas duas primeiras, depois eu consegui acertá-la... – fez uma pausa tomando fôlego, pois lembrar que ela e Emma estava praticamente a centímetros uma da outra mexeu com todo seu corpo e pensamento – Ela acertou uma bola de lama em mim e quando percebemos estávamos brigando de jogar bola de lama uma na outra, e foi nessa hora que David e Ruby apareceram, e percebemos que estávamos agindo feito duas crianças brincando na lama.
Uma sonora gargalhada foi ouvida na sala, Reina se encolhia na cadeira envergonhada, e Kathryn estava vermelha de tanto rir – Sério Regina, eu nunca imaginei você brincando na lama assim... – disse quando conseguiu se acalmar. - Ai como eu queria ter visto essa cena... – gargalhou a loira mais um pouco – Nunca em minha vida que eu escutaria que Regina Mills, a mulher mais urbana que conheço brigando na lama... Eu diria que é trágico se não fosse cômico, ou seria o contrário. – e mais uma gargalhada.
- Nem eu me imaginava nessa situação também. – respondeu a morena a contragosto.
— E depois dessa briga? – perguntou curiosa.
— Não sei, mas parece que estamos ainda sob a bandeira da paz... – disse Regina – Pois ela se desculpou e eu também... Continuamos conversando normalmente dentro do nosso normal.
— Mesmo depois do nosso primeiro encontro desastroso, acho que estou começando a gostar dessa Emma Swan... – Kathryn comentou casualmente. Regina apenas ergueu uma sobrancelha questionadora para a amiga – Por que só ela, além de meu afilhado, que está sendo capaz de quebrar todas as suas defesas que você construiu ao seu redor...
— Não exagera Katy...
— Não é exagero, minha amiga... – comentou a loira – Você que não quer admitir, mas tudo bem... Por enquanto eu não irei falar mais nada, vou deixar o tempo te dizer... E se você não ver sozinha eu faço você ver.
— Não tem nada para eu ver, sua loira doida... – disse Regina – Eu espero que não tenha... – murmurou bem baixo, quase inaudível.
— Já sei! – comentou Kathryn empolgada.
— O que foi?
— Precisamos sair hoje a noite! – disparou a loira – Vamos sair e nos divertir, pois é isso que você está precisando e também faz muito tempo que não saímos.
— Katy, acho que você se esqueceu de que aqui nessa cidade não deva ter muitas opções de entretenimento noturno como Boston tem... – fez uma pausa – Quem irá olhar Henry?
— São dois detalhes pequenos... – comentou a loira – Peça para Eugenia ficar com o menino, pelo visto ele também gosta muito dela, e Rê, sei que essa micro cidade não tem muitas opções, vamos nos aventurar no que ela oferece, pois o objetivo é sair e se distrair.
— Não sei se será uma boa ideia... – comentou a morena receosa.
— Está decidido, vamos sair e pronto! – disse a loira se levantando e indo até a cozinha pedir para Eugenia se ela poderia olhar Henry até elas chegarem.
—SQ-
O dia havia sido puxado. A fazenda havia recebido mais gente que o normal para um dia de sábado. Fora uma correria o dia inteiro devido ao movimento. Emma não parou um segundo, e Ruby acabou se juntando a loira nos afazeres da fazenda.
— Hei Loirão, vamos sair hoje? – convidou a Ruby – Bebida por minha conta. – fechou e trancou a porta do consultório.
Emma pensou em negar, mas o dia havia sido tão puxado que ela merecia uma cerveja gelada – Vamos! Passe em casa assim que estiver pronta. – comentou ela caminhando com a amiga em direção de suas casas.
— Como está com a dona onça? – quis saber a morena.
— Acho que está tudo bem... – respondeu simplesmente – Continuamos conversando normalmente depois disso, eu apenas me atritei com a amiga dela que chegou ontem.
— Fiquei sabendo, vovó me falou. – comentou Ruby sorrindo.
— Bom, até daqui a pouco... – disse Emma parando na porta da sua casa.
— Até... – disse Ruby continuando o caminho para sua casa.
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