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Jonghyun parou em frente à porta e deu leves batidas na porta, tendo como resposta o silêncio. Procurou, então, a maçaneta e girou-a lentamente. A porta estava destrancada, então ele decidiu entrar. Dentro do quarto tocava uma música que o garoto julgou ser brasileira. Com o olhar, ele percorreu cada milímetro do corpo da ruiva que dançava alegremente sobre a cama de costas para ele. Jonghyun encostou-se na porta e ficou admirando a menina que pulava, cantava (usando uma escova de cabelo como microfone) e dançava com um sorriso no rosto.

Era incrível como Jonghyun havia mudado Izadora. Antes de namorarem, a menina não se valorizava e saia ficando com qualquer um. Agora todos puderam conhecer o lado meigo, sensível e carismático da ruiva, coisa que fazia Jonghyun se orgulhar.

- Jong – Izadora chamou envergonhada tirando os garotos de seus devaneios – Há quanto tempo estava aí?

- Uns quinze minutos – disse após olhar em seu relógio de pulso.

- Tudo isso? E por que não me chamou? – falou ela com o rosto avermelhado.

- Porque você estava linda ali em cima e eu não quis atrapalhar – Respondeu dando um selinho na menina.

- Babo! – falou sorridente – Meu babo! – sussurrou no ouvido de Jonghyun, causando um arrepio instantâneo no outro.

O garoto foi tomado pelo desejo, puxando a menina para sua frente e beijando seus lábios de forma feroz, sendo correspondido a altura.

- Tenho que me trocar – disse Izadora se separando do garoto enquanto regulava a respiração.

- Acho que não vamos precisar de roupa! – Jonghyun sorriu maroto.

- Fique aí que eu já volto – A ruiva fingiu ignorar o comentário do outro enquanto sorria.

- Por que não posso ir com você? – Ele perguntou manhoso.

- Yaah Jongie, não! Jajá eu volto – disse correndo para o banheiro.

Jonghyun deitou-se na cama da ruiva enquanto esperava ela. Normalmente Izadora demoraria no mínimo uma hora apenas para tomar banho e escolher uma roupa, porém hoje ela se banhou-se e se arrumou em tempo recorde, colocando um shorts jeans preto com uma bata e sapatilha. Isadora estava com uma maquiagem leve e o cabelo preso em um coque falso.

- Wooow – exclamou o menino ao vê-la – Você parece um anjo Isa...

- É porque você me leva aos céus – Isadora respondeu provocante enquanto engatinhava sobre a cama até Jonghyun.

- Você não presta sabia?! – Disse o garoto sorrindo. Isadora deu apenas o trabalho de concordar com a cabeça.

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- Oppa, para onde vamos? – Perguntou Izadora em português – Miane, confundi de novo... Para onde vamos? – disse dessa vez em português.

- Key e Taemin estão levando as meninas para conhecer seus pais. Eu gostaria de fazer o mesmo, mas eu e meu pai não nos damos muito bem... Então, que tal um parque? – Propôs Jonghyun.

- Por que você e seu pai não se dão muito bem? – Perguntou ela curiosa e chateada.

- Ele nunca me apoia em nada, a verdade é que ele queria que eu fosse um executivo igual a ele... Acho que se não fosse minha mãe, eu não teria chega aonde cheguei – explicou.

- E que tal vocês tentarem se acertar? – Perguntou ela sorrindo, tudo o que ela mais queria era ver Jonghyun bem consigo mesmo e com seus pais.

- Eu... Eu não sei se eles vão te aceitar – disse tristonho e meio relutante – Ele quer que eu me case com uma coreana rica, de boa família e blábláblá.... ele quer tudo o que eu não quero.

- Vamos para a casa dos seus pais! Eu vou estar lá com você e prometo não ligar para nada do que eles falarem de mal, afinal, eu namoro com você e não com ele – Isadora sorriu confiante pegando na mão livre do motorista.

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- Appa? Omma? – Tem alguém em casa? – Jonghyun chamou ao entrar no recinto.

- Jonghyun meu filho, como é bom te ver!! – Gritou a mãe do garoto da escada correndo para abraçar seu filho – Nunca mais desapareça assim!! Você me entendeu? – A mãe do garoto falava enquanto dava alguns tapas em seus braços.

- Omma, eu também senti sua falta – Disse abraçando a mulher e girando-a no ar enquanto beijava seu rosto.

Izadora limpou uma lágrima antes que ela caísse. Sim, aquela visão para ela era linda e rara. Izadora nunca havia se dado bem com seus pais, por isso achava que Jonghyun deveria se dar bem com os pais dele. Na sua infância, suas mãe obrigava ela a trabalhar e ela sempre apanhava de seu padrasto, até o dia em que o mesmo quase a estuprou e ela fugiu de casa, conhecendo Agatha. A mais velha, para si, era como uma mãe, um anjo. Agatha acolheu ela quando se conheceram, aos 10 anos. Agatha lhe levava comida e roupas durante as aulas, até o dia que o pai da mais velha descobriu e adotou-a, assim como fez com Amanda e Alice. Aquele homem era um anjo, definitivamente. Apesar de não ter muito dinheiro foi ele quem educou as quatro garotas, dando o melhor de si. Izadora amava Agatha, Alice e Amanda... as três sempre a protegeram e aceitaram-na mesmo quando ela as desprezava e humilhava-as.

- Omma, essa é Izadora, minha namorada. Iza, essa é minha mãe – Jonghyun chamou-a tirando de seus devaneios.

- Prazer Senhora Kim – Izadora curvou-se – Meu nome Izadora Felix.

- Prazer Izadora – a mais velha também curvou-se enquanto sorria – Que tal um chá?

- Aish omma, chá não!! – Reclamou Jonghyun manhoso.

- Chá sim, é bom para acalmar as pessoas – Disse ela sorrindo.

- Viu como ia ser fácil? – Izadora chamou o garoto em um sussurro.

- Não cante vitória antes de sairmos daqui – Jonghyun respondeu baixo e depois beijos uma bochecha da menor.

- Cadê seu pai? – sussurrou Izadora para apenas que o mais velho ouvisse.

- Trabalhando – Respondeu também em um sussurro.

Os três passaram a tarde tomando chá, comendo biscoitos e conversando sobre o Brasil, que a mão do garoto sonhava em conhecer e ficou super animada ao descobrir que sua nora veio de lá.

- Boa noite – disse uma voz masculina entrando na sala.

- Amor, olha quem está aqui – Chamou a mulher – Nosso pequenino.

- Olá Jonghyun, resolveu voltar para ver seus pais? – Perguntou o homem, seco.

- Também é bom te ver “Appa” – respondeu o mais novo irônico.

- Jongie – murmurou Izadora para o garoto – Seja gentil.

- E quem é essa? – Perguntou o mais velho, sem emoção na voz.

- Amor! – repreendeu a mãe de Jonghyun – Essa é Izadora, nossa nora – Falou ela sorrindo.

- Prazer Senhor Kim – A ruiva ficou de pé e curvou-se para o mais velho.

- Esse nome não é nacional... De onde você é? – Indagou ignorando a apresentação da mais nova. Ele se referia à Izadora, mas olhava raivoso para seu filho.

- Sou brasileira – Disse ela sorrindo, afinal, o que sua nacionalidade interferiria no fato de fazer seu filho feliz?

- Deveria saber – disse o Sr. Kim, ríspido.

- Desculpe senhor, eu não entendi seu comentário – perguntou Izadora confusa e irritada pelo tom de seu sogro.

- Brasileiras saem de seus países e invade o dos outros, estragando a cultura e a sociedade deles apenas para venderem esses seus corpos imundos! – Falou o homem com desprezo tanto na voz quanto no olhar.

Jonghyun estava chocado e sem atitude, assim como sua mãe. Mas Izadora não! A ruiva apenas sorriu.

- Miane Senhor Kim, mas eu não vim para cá para vender meu corpo, se é isso que o senhor pensa. Nós, brasileiros, temos orgulho do nosso país independente de sua situação, e por isso não admitimos que falem mal dele sem nem ao menos ter posto o pé lá! No meu país esse sentimento xenófobo não existe. Lá as pessoas são acolhedoras, o que faz de lá o melhor lugar do mundo. Se vim para cá, foi para seguir um sonho junto com as minhas irmãs... uma delas também é brasileira, as outras duas são coreanas. Não rotularei todos os outros coreanos por sua causa, pois sei que existem ótimos coreanos. E saiba que é por culpa de pessoas como o senhor que o mundo está da forma que está hoje. Por gente como você que se acham superiores... O problema, é que somos todos iguais! Tenho pena da Sra. Kim e do Jong de terem uma pessoa tão fútil como o senhor nessa família tão ilustre! – Finalizou a ruiva segurando as lágrimas em seus olhos e deixando o homem mais velho boquiaberto e sem reação.

- Vamos Iza, você não precisa disso! – Jonghyun puxou a menor pelo pulso tirando-a daquele ambiente.

- Foi um prazer Sra. Kim – Izadora curvou-se para a mulher que sorria ao seu lado – Foi um prazer senhor Kim – Disse curvando-se para o homem também.

- Você sempre estraga tudo! – esbravejou a mulher mais velha para o marido, se retirando para acompanhar os dois mais novos até a porta – Desculpe querida, você não mereceu ouvir isso. Ouvir palavras tão pacatas daquele velho burro – disse irritada.

- Tudo bem ahjuuma e me perdoe se ofendi a senhora em algum momento – Disse Izadora ainda tentando conter as lágrimas.

- Fique tranquila mocinha, você não me ofendeu – Sra. Kim sorriu carismática.

- Outro dia marcaremos de nos encontrar omma, aqui eu não piso nunca mais! – jonghyun disse pronunciando-se pela primeira vez desde a “briga”.

- Tudo bem meu filho. Saranghae! – Ela o abraçou – Annyeong crianças.

- Annyeong omma. Saranghaeyo – Disse Jonghyun depositando um beijo na testa da mulher.

- Annyeong ahjumma – Despediu-se Izadora.

Os dois caminharam em silêncio até o carro, e quando adentraram no mesmo, Izadora permitiu-se derramar as lágrimas que havia prendido até o momento.

- Por favor não chore, ele não sabe o que fala! – Pedia Jonghyun abraçando Izadora colocando a cabeça da garota em seu peito - Eu devia voltar lá e quebrar a cara daquele imbecil!

- Não, por favor. Desculpe estragar tudo – Pediu Izadora ainda chorosa.

- Você não fez nada! – Jonghyun protestou ainda irritado.

- Estraguei sim, eu não deveria ter te forçado a vir – Ela limpou as lágrimas.

- Tudo bem Iza... agora vamos nos divertir. Que tal a praia? – Propôs Jong já mais calmo.

- Eu amo praia Dino – Izadora sorriu.

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- Agatha? – Onew chamou entrando no quarto.

- Pode entrar – gritou a menina do banheiro – espera aí que eu já vou – disse pondo apenas a cabeça para fora.

- Ok amor – respondeu deitando-se na cama da garota.

Agatha continuou seu banho tranquilamente e trocando-se lá mesmo.

- Pronto! – Disse abrindo a porta – Onew? – chamou ao ver o corpo imóvel estirado em sua cama – Você está brincando, não é?! – chamou sentando-se em cima do garoto – Aish oppa! Acorda ai! – disse balançando freneticamente o garoto – Ottoke? – murmurou para si mesma – Ok, comerei frango sozinha então! – Sussurrou no ouvido do garoto que acordou rapidamente.

Com isso, Agatha tomou um susto, caindo de cima de Onew e puxando-o consigo.

- Oi amor – disse Onew por cima de Agatha que estava no chão. O menino foi dar um selinho em sua namorada, porém a mesma virou o rosto – o que foi? – perguntou ao ver o bico nos lábios da moça.

- Você acordou só por causa do frango! – murmurou triste.

Onew sorriu e começou a distribuir beijos pelo rosto da garota que se contorcia em baixo dele na tentativa de escapar.

- Está com ciúmes? – Perguntou Onew provocante.

- E se eu disser que – Agatha trocou rapidamente as posições, ficando por cima do menino – Sim – e deu um selinha rápido, saindo de cima dele.

Quando Agatha se levantou, sentiu seus pulsos sendo puxados.

- Eu te digo que não precisa ter – Onew tomou, a principio, calmamente os lábios da baixinha.

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- Onew, para onde vamos? – Perguntou Agatha sentando-se no carro.

- como você já conhece meus pais, estava pensando em irmos em uma sorveteria – Disse ele colocando o cinto de segurança.

- Eu aceito... apenas se você for dormir lá em casa depois – Condicionou a menina, enquanto abria a janela do carro.

- com prazer – disse ele malicioso.

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- Vai querer sorvete do que? – Perguntou ele entregando o cardápio para ela.

- Hm..... Ferrero Roche – Disse sorrindo ao ver que tinha seu sabor predileto.

- Sem senhora. Vou buscá-lo – Falou fazendo um sinal de soldado, causando risos na mais velha.

Agatha ficou observando Onew pegar os sorvetes enquanto ria dos desastres do namorado.

- Eu te ajudo – Falou no ouvido dele após chegar em suas costas.

- Não precisa, eu.. – Dizia Onew antes de derrubar um dos copos que carregava – me ajuda – Pediu olhando manhoso para a garota.

Agatha sorriu e foi pegar os sorvetes novamente. Os dois conversavam despreocupadamente até o sorvete acabar.

- Acha que está indo tudo bem com eles? – Perguntou Agatha sorrindo ao pensar na atitude das mais novas.

- Estão com meus dongsaengs... Eu que os criei, então lhe garanto estar tudo bem - Falou Onew sorrindo.

- Esse é o problema!! Primeiro: Você os criou; Segundo: São seus dongsaeng! – Agatha brincou rindo em seguida.

- Haha, muito engraçado – Onew fez um bico – Agora, como o combinado, vamos para sua casa! – Disse ele sorrindo maroto.

Agatha sorriu, segurando as mãos de Onew enquanto iam em direção ao carro.

- Você não acha melhor eu ligar para elas? – Perguntou Agatha preocupada.

- Deixa seus bebês se divertirem – Onew falava acariciando as mãos da moça – vamos aproveitar também? – Perguntou ao chegaram na frente do carro.

Agatha acenou positivamente com a cabeça e beijou Onew, que prensou-a contra a porta do carro.

- Mas aqui não – Provou ela.

- Aish... Vamos logo para casa vai! Não sei quanto mais consigo me segurar! – Disse Onew impaciente fazendo a garota rir.

- Hm... que tal irmos ao shopping? – Perguntou provocando mais Onew.

-Entra!! - Ordenou Onew não se contendo mais.

- Mianee - Agatha pediu com um bico.

Onew deu a volta no carro entrando e sentando-se no banco do motorista.

- Brincadeira amor, você quer mesmo ir ao shopping? - Disse ele sorrindo.

- Não babo, só estava brincando - Agatha sorriu abertamente.

- Merong~ - Onew fez o gesto e deu partida no carro.

Os dois seguiram o caminho provocando um ao outro e entre essas provocações, muitas tinham malicia.

- Chegamos. Finalmente! - Onew disse saindo do carro em um pulo.

Agatha observava o entusiasmo de Onew com sorriso no rosto, achava-o perfeito, ainda mais quando o mais velho sorria. Aquele sorriso iluminava sua alma.

- Vai ser tão bom ficar abraçado com você, vendo filme, debaixo das cobertas... Sem nossos dongasengs para ficarmos de olho! - Onew disse sorrindo pegando na mão de Agatha enquanto andavam sentido ao apartamento DB, como foi carinhosamente apelidado pelas moradoras.

- Ver filme?? Eu estava pensando em algo mais quente - Agatha sorriu maliciosa - Mas você quer ver filme...

Onew maroto e tomou os lábios de Agatha sem avisos.

- Aish, esses jovens não sabem se comportar?? - A mesma velhinha que repreendeu Amanda e Key mais cedo havia aparecido - isso é uma vergonha para a sociedade... Uma vergonha!!! - Dizia a mulher indignada.

- Miane senhora - Onew disse enquanto Agatha abaixou o rosto ruborizado segurando a risada - Pode rir amor, ela já foi.

A garota caiu na gargalhada sendo seguida por Onew.

- Acho melhor subirmos - Onew disse guiando Agatha pela cintura.

- Ok - Falou normalizando sua respiração - Não sei como vou olhar para aquela senhora agora... Ela é nossa vizinha da frente - confessou a menor.

- Se fer... - começou Onew rindo - Que dó de você amor, fique tranquila, logo ela esquecerá! - corrigiu-se rapidamente após o olhar severo que recebeu da namorada.

- Isso é tudo culpa sua oppa - a menina brigou.

- Eu também te amo - Onew sorriu

Agatha pegou as chaves do apartamento e abriu-o em seguida.

- O que quer fazer? - perguntou o garoto entrando no recinto.

- Não sei... estou com frio - Agatha disse de costas para o garoto, para que ele não visse o sorriso malicioso que possuia em seus lábios.

Porém ela não conseguiu esconder a malicia em sua voz, fazendo Onew agarrá-la por trás e começar a trilhar beijos em seu pescoço.

Hoje a noite seria longa!