Breathe deep, breathe clear
Know that I'm here
Know that I'm here
Waitin'

Stay strong, stay go
You don't have to fear
You don't have to fear
Waitin'
I see you soon
I'll see you soon

How could a heart like yours
Ever love a heart like mine?
How could I live before?
How could I have been so blind?
You opened up my eyes
( Heart Like Yours - Willamette Stone )

Minhas mãos suadas tremiam tanto quanto minhas pernas, meu coração descompassado batendo alto parecia que saltaria pela boca a qualquer instante.
Eu observava do canto a sala a movimentação a sua volta, vez ou outra alguém dizia “força mãe” “ você precisa ser forte” "você precisa lutar pelo seu bebe" o que acabava me deixando ainda mais nervoso, era um insulto depois de tudo que ela passou ouvir alguém dizer que precisava lutar por ele.

Minhas pernas involuntariamente me levaram ao seu lado quando seus lábios deixaram escapar um urro de dor, entrelacei nossas mãos e me aproximei beijando o topo de sua cabeça, seus olhos encontraram o meu ao mesmo tempo em que aumentou o aperto em minha mão. Seu rosto se contorcia de dor quando quando um chorinho baixo tomou a sala, seus olhos brilhavam e um sorriso se alargava em seu rosto, foi com um longo suspiro que ela deu a luz a Beatrice.

O Dr. Steele se aproximou de nós com Bea em seus braços, seu choro baixinho, provavelmente por sentir falta da mãe viraram musicas para meus ouvidos, assim que coloquei os olhos nelas percebi que tinha os olhos da mãe, uma emoção tomou conta de mim e sem perceber eu sorria, meus olhos imediatamente procuraram os de Felicity, o sorriso no rosto dela ia se desfazendo à medida que a mesma caía na inconsciência. O monitor cardíaco ao seu lado mostrava seus batimentos caindo, seu coração estava em ritmo incompatível com a vida, a vida que nos teríamos a seguir .... ignorando os braços que tentavam me impedir me aproximei e beijei sua mão desfalecida ao lado de seu corpo imóvel, o Dr. Steele já preparada o desfibrilador quando o bip tornou-se continuo, ele investiu uma, duas, três vezes e me olhou desolado denunciando o que meu coração se negava a aceitar.
A essa altura já não importava mais os segredos nem os motivos que nos trouxeram até aqui, ela precisava sobreviver. Voltei a beijar o topo de sua cabeça e deixei minha mão se entrelaçar a dela.

— Você precisa aguentar um pouco mais Felicity, precisa lutar, ela é tão linda ... nossa filha tem seus olhos amor — deixei que as malditas lagrimas descessem dos meus olhos não sem me importar com as pessoas a nossa volta, pousei a cabeça ao lado da sua ainda ainda com nossas mãos entrelaçadas, beijei a lateral do seu rosto e em meu ultimo fio de esperança, sussurrei : Eu amo você.