Stay

Capítulo 1 -One Shot-


"Bem, meu nome é Marth, eu tenho 16 anos, e eu..."

Enquanto o garoto de cabelos azuis falava, ele foi interrompido por várias bolinhas de papel e alguns aviõezinhos escrito "bichinha", então os alunos do fundo começaram a rir, o jovem foi se sentar enquanto a professora fazia um sermão sobre violência e o impacto dela no mundo, todo primeiro dia de aula havia a mesma coisa durante as apresentações, então ele já havia se acostumado, o que os professores falavam era totalmente ignorado. Todos estavam se preparando para começar a aula, quando um aluno bateu na porta e pediu licença para entrar

— Meu amigo, você está atrasado! A aula já começou há mais de meia hora

— Eu sei, eu sei

— Vou te deixar entrar, mas só porque hoje é o primeiro dia. Vá rápido para aquela cadeira que não tem ninguém antes que eu mude de ideia

Ele sentou logo atrás do jovem Marth, era um garoto um pouco mais alto e aparentando um pouco mais de idade, tinha cabelos azuis como o outro, sendo que os dele eram espetados e bagunçados, enquanto os de Marth eram ajeitados e bem penteados, o menino usava uma bandana feito um membro de gangue, e aparentemente havia corrido até a escola, pois estava suado e com ofegante, ele se sentou e pôs os livros que trouxera na mochila em cima da mesa

— Oi! - Ele disse para o jovem - Qual seu nome ?

— Marth

— Prazer, eu me chamo Ike

— Sem conversa na primeira aula do ano! - A professora exclamou - Por favor, gente. Ano que vem vocês já vão estar no terceiro ano, já vão fazer vestibular

— Desculpe - Os garotos falaram em um único som

Por algum motivo, o garoto chamou muito a atenção de Marth, talvez fosse seu cabelo rebelde, talvez seus olhos encantadores, o menino passou praticamente o dia inteiro o observando

—-

Na última aula, Ike estava mais concentrado em seu gameboy do que em qualquer fórmula química que caísse no vestibular, quando eles menos perceberam, a aula já havia acabo e o professor já havia liberado a classe

Ei, pessoa - O jovem de cabelos bagunçados falou - Você quer vir comigo ?

— Sim, eu adoraria

Os dois andavam pelos corredores vazios, uma ou outra pessoa da sala aparecia, Marth ia olhando pra ele, por culpa disso, quase tropeçava ou batia de frente com alguma coisa ou alguém, encarando aqueles olhos azuis como se eles fossem desenhos feito pelos pintores mais talentosos do mundo, logo que eles saíram da escola, o silêncio estava ficando meio constrangedor, então Ike quebrou esse gelo :

— Por que você me olha tanto ?- ele perguntou

"sinceramente, silêncio era constrangedor, mas essa pergunta foi mais" Marth havia pensado

— B-bem, é que eu...e-eu... bem, eu não faço a mínima ideia, s-sei lá - o garoto começou a corar muito

— hehehe, você é engraçado- ele falou enquanto bagunçou o cabelo do outro, o que o fez corar muito mais

— hehehe- ele riu pra tentar disfarçar que estava sem jeito

— Então, você vai descer a rua ou vai virar na esquina ?

— Eu vou descer e pegar o ônibus

— Se é assim, então até amanhã, eu moro pra lá

— Até amanhã

Por algum motivo, Marth teve um plano louco, ele resolveu o seguir, esperou ele entrar em casa e então se camuflou em uma árvore, ficou ouvindo a conversa do garoto com o pai :

— E então, como foi o primeiro dia de aula ? os meninos são legais ?

—Foi mais ou menos, não falei com todo mundo, só com um garoto, mas as pessoas aparentam não ser tão ruins

então eles ficaram em silêncio, falavam uma ou outra coisa que o menino não conseguia ouvir, então quando viu que já tinha se passado uma hora, e que já eram 16:40, ele desceu da árvore muito rápido e saiu correndo para o ponto de ônibus, logo que ele havia finalmente chegado, o circular havia acabado de partir, então ele estava certo de que logo ao chegar em casa levaria uma surra do pai, enquanto o ônibus não chegava, ficou pensando, pensando em Ike, e nisso, lembrou-se de quando tinha 10 anos, que gostava de um garoto chamado Roy, ele correspondia os sentimentos do outro, e quando os dois tinham 12 anos passaram uma noite abraçados e haviam se beijado

"acho que foi uma das coisas mais felizes e ao mesmo tempo estranhas que já aconteceu comigo"

pode-se dizer que foi uma espécie de relacionamento, porque após isso, os dois andavam de mãos dadas, saíam todos os dias, o relacionamento duraria um ano e meio, acabou pois ele havia se mudado para algum lugar chamado "Ylisse", algum lugar em que Marth só havia visto na televisão e nos livros de geografia, sequer sabia se ficava ao norte ou ao sul do país, tudo que ele sabia era que lá havia uma espécie de curso para entrar em um "Smash Bros", desde que Roy havia se mudado, o jovem de cabelos azuis quase não falou com ninguém do colégio, ele ainda tinha a falsa esperança de que um dia o outro ainda voltaria, ao mesmo tempo que sabia que ele não iria retornar.

logo que chegou em casa, o menino fez o maior esforço pra não fazer barulho, o que foi inútil, pois assim que ele foi para o quarto, o pai estava lá, sentado com uma régua de madeira nas mãos, aquela régua assombrou o garoto a infância inteira, era sua principal companheira, especialmente quando era pego brincando com bonecas ou com algum outro brinquedo considerado somente para meninas

— Tu acha que isso é hora de chegar ?

— D-desculpa, eu não percebi que era tão tarde

— Não tem relógio ? Esqueceu o caminho de casa ? - O mais velho falou deixando a régua em cima da cama e surrando o garoto com os próprios punhos

o menino caiu no chão, então ele o levantou pela camisa e o estapeou novamente, e ele o estapeava novamente, e novamente, e novamente, e novamente, então ele o deixou cair

— Vai estudar pra ser alguma merda na vida, vagabundo - O pai falou batendo a porta do quarto com força - Não quer saber de nada, só quer borboletar por aí...

logo que ele saiu, Marth se levantou e se olhou no espelho, percebeu que seu nariz estava sangrando, ele não fez nada, apenas observou o sangue escorrer por alguns minutos e pôs um lenço até parar de sangrar, ele pegou um livro e começou a ler, trancou a porta, isso o fazia se sentir em segurança. Ele tinha o hábito de ler de tudo, e naquele momento estava terminando de ler um romance sobre um serviçal que se apaixonara por uma princesa em meio à uma guerra entre dois reinos, grande parte das pessoas que nunca haviam lido diziam se tratar de um "livro de baitolas", e Marth sabia que a opinião de seu pai não seria diferente, então ele preferia não ser incomodado enquanto lia e acabou dormindo.

Um ano passou rápido, e nesse período, Marth e Ike se tornaram mais próximos.

Marth continuava gostando dele, continuava todo dia observando o que ele fazia depois da aula, aquilo havia se tornado algo comum.

Mais um ano se passou e Roy não voltou. ele continuava apanhando quase todo dia do pai, continuava se trancando no quarto toda noite e ficava lendo, o ano passou tão rápido e ele não havia notado.

Certo dia, ele estava com Ike, os dois estavam escondidos para não ter que fazer a aula de Educação física, então ele perguntou:

— Você sempre fica me olhando, me segue quando eu volto pra casa, passa horas me observando, isso desde que a gente se conheceu, por que você faz isso ?

— Bem, e-eu, eu... Olha, é algo que eu não consigo explicar com palavras, entende ?

O garoto ficou muito corado, não sabia o que dizer, não sabia o que fazer, apenas sentiu com se houvesse congelado, olhou para Ike com olhos arregalados, ele não sabe o que aconteceu naquela hora, não sabe o porquê, mas ele o abraçou e lhe beijou

Ele ficou vermelho, mais corado do que o mais baixo já estava, ele o olhou nos olhos e o beijou de volta

— Sabe que eu já desconfiava disso? - Ele sorriu

— Ike?

— O que foi?

— Nunca me abandone, sério, não seja igual os outros

— Não faria sentido eu lhe abandonar, eu amo você, eu quero ficar perto de você pra sempre

— Sério? Pra sempre mesmo?

— Sim, pra sempre

Este é o último capítulo disponível... por enquanto! A história ainda não acabou.