Starco - O Ataque dos Pugs Malditos
Capítulo 2 de 5
Starco – O Ataque dos Pugs Malditos
Castelo de Mewni, Núcleo da Resistência ao Pugs
Na sala de reuniões, rainha e ancião aguardavam a volta do conselheiro real.
Só não esperavam que Marco fosse trazer companhia.
Assim que cruzaram a porta, a presença da princesa tomou ambos de surpresa.
Ao mesmo tempo, o fato da princesa encontrar sua futura versão lhe tirou o ar.
Aos trinta e poucos, a rainha estava belíssima, considerando que era a líder de uma resistência rebelde.
Por outro lado, a líder estava chocada com a presença da princesa. Era como olhar num retrato antigo, ou em alguma espécie de túnel do tempo. Ainda assim, a tiara de chifrinhos era inconfundível.
— Ah meu Deus, os Pugs me clonaram?!
— Eu não sou um clone! Sou você. Só que.... Do passado.
A rainha olhou nos olhos do conselheiro.
— Ela me convenceu – Disse ele, em resposta ao olhar.
Acho que está falando a verdade. Ela sabe muito a seu respeito.
— Só que eu nunca viajei no tempo!
A seguir, ela se virou a Glossaryck.
— É possível – Reiterou o ancião – Ainda que improvável.
— E olha que foi você que me enviou – Completou a princesa.
A rainha Star passou as mãos pelo rosto. Haviam muitos problemas no reino, não esperava que Marco retornasse com outro, não até o almoço, pelo menos.
— Tudo bem. Se você é realmente minha versão do passado, prove.
Convença – me, da mesma forma que você convenceu o Marco.
— Certo – Respondeu a princesa.
Pra começar, sei sua data de nascimento, seu nome do meio e inclusive seu CPF.
— Isso tudo está na internet.
— Sei seus fetiches sexuais. E os dele também.
E dito isto, a princesa piscou para Marco. Ele corou e deixou uma leve gota de suro gelado escorrer pelo rosto.
— Isso também está na internet.
E estava. Em detalhes sordidamente específicos.
Cortesia StarFan31.
— Sei sua senha do Wifi.
— Wow – Espantou - Marco – Essa nem eu sei!
No entanto, a rainha ainda estava com um pé para trás.
— Não sei não, parece um blefe....
— Analcomdalmatas01. E você só inseriu o “01” porque o computador obriga a incluir números.
Marco saltou de sua cadeira, levando as mãos ao alto.
— Você tem tara por dálmatas?! Então é por isso que me obriga a vestir aquela cueca ridícula branca e preta, toda a noite?!
O rosto da rainha passou de um branco pálido a um vermelho intenso, em um instante.
— Tudo bem, me convenceu. Ela sou eu, do passado.
Mas, porque veio pra cá? Porque agora?
— Bom.... O Marco estava prestes a partir pra faculdade. Então, viajei no tempo pra saber se ele ia mesmo, ou se ia escolher ficar comigo.
— Deixa eu ver se entendi bem: cruzou o espaço-tempo, arriscando o universo, só por uma insegurança pessoal, ao invés de uma conversa sensata com seu namorado?!
— .... Talvez....
A rainha esboçou um sorriso no canto do rosto.
— É a minha cara. Acredito em você – Disse, por fim.
Meninos, poderiam me deixar a sós com.... A princesa, por uns minutos?
— Quer dizer, consigo mesma? – Reiterou Marco.
Claro, porque não?
....
Agora, princesa e rainha estavam sozinhas na grande sala.
— Acho que você quer saber o que está acontecendo, não é?
A jovem Star concordou com a cabeça.
— Há dez anos, esses Pugs surgiram. Não sabemos como. Só que os monstrinhos são espertos, maus e só pensam em uma coisa.
— Poder?
— Açúcar. É como cocaína, pra eles. Vão de reino em reino, saqueando, matando e colocando escravos para trabalharem nas fábricas, onde extraem glucose do sangue dos unicórnios.
— Meu Deus....
— E fica pior. Já tomaram milhares de mundos. O do Tom. Da Hekapoo. Cabeça de Pônei. E agora, o rei Pug quer o nosso.
— Corn Flakes.
— É. Está liderando o ataque a Mewni em pessoa. Pug bastardo.
— E a Terra?
A rainha respondeu com um gesto negativo.
— Corn Flakes a vendeu aos pinguins. Os babacas governam do Canadá.
Mas isso é irrelevante, no momento. Temos que vencer os Pugs, antes.
A princesa se levantou da cadeira com determinação no olhar.
— Eu quero ajudar.
Mais uma vez, a mulher acenou em negativa.
— É perigoso. Não podemos deixar que nada ocorra com você.
Aliás, você nem deveria estar aqui.
— Eu sei.... Mas eu preciso saber. Como fez o Marco ficar com você, todo esse tempo?
O que disse quando ele estava prestes a ir para a faculdade?
A líder da resistência levou um tempo, analisando como responder da forma maia adequada.
Em seguida, se levantou e se aproximou de sua versão do passado. A olhou bem no fundo dos olhos.
Contudo, ela não estava sorrindo. Sua cara estava séria, e meteria medo até nos mais bravo Pug.
— Acha que pode ficar se comportando assim? Viajando no tempo, arriscando a vida dos outros?
— Eu.... Eu não queria atrapalhar vocês....
— Mas atrapalhou! – Gritou a rainha.
Acha que tem o direito de brincar com a vida das outras pessoas? Ou com a do Marco?!
— Não! Eu nunca faria isso!
— Então porque não o deixa ir? Porque não o deixa ser feliz?!
Star começou a tremer e balbuciar palavras. Queira responder a sua versão futura, mas o ar parecia arranhar os pulmões, roubando a capacidade de se defender.
— Eu.... Nunca quis.... Eu....
— O que?! Nunca quis destruir a vida dele? Torna – la um inferno?
Então porque não o deixa ir embora?
— PORQUE EU O AMO!!!!!!!!!!
A princesa se afastou da rainha, completamente ofegante.
— Eu o amo demais! Morreria por ele. Enfrentaria Pugs e qualquer coisa que se metesse com o Marco. Não posso viver sem ele....
Satisfeita com a resposta, a líder da resistência se aproximou de novo, dessa vez com um afago, beijando Star na testa.
— Então, quando voltar, diga exatamente isso. É tudo que ele quer ouvir.
....
Estava claro, naquele momento.
Certas coisas só entendemos quando dizemos em voz alta.
Como admitir ter tara por furries. Ou admitir que é depressivo e pensa em suicídio pelas manhãs.
E nesse caso, admitir que você ama uma pessoa mais do que a si mesmo.
O plano da rainha de fazer sua versão passada entender parecia ter sido um sucesso.
Não restava dúvidas no olhar da jovem. Tudo fazia sentido. Mesmo nesse mundo louco e sem qualquer nexo.
— Uau.... Isso foi maligno. E esperto. Obrigada.
— O prazer foi todo meu. Mas não sou tão mais esperta que você, pra ser sincera.
Só mais experiente.
Anda, vem comigo. Vamos te limpar e te mandar pra casa.
....
— Não é possível – Afirmou Glossaryck.
— Como assim, não é possível?! Se ela veio, ela tem que poder voltar!
O Ancião coçou o queixo. Era a marca registrada dele para quando não podia fazer nada.... A não ser é claro, coçar o queixo, em negativa.
— Não posso manda – la de volta sem ingredientes. E nosso estoque está perto do fim.
Só temos o necessário para feitiços básicos. Sinto muito.
— Que inferno....
— É melhor se preparar, porque a coisa só piora – Disse Marco.
Sem cerimônias, o rapaz estendeu um enorme mapa sobre a mesa de reuniões.
As duas Star e Glossaryck observavam atentamente enquanto o conselheiro explicava a situação.
— O nosso último grupamento acabou de voltar. Todos na enfermaria.
Recuperamos muitas armas, mas não temos com quem usar.
Nosso exército acabou. E o rei Pug se aproxima.
....
— O que é essa área circulada no mapa? – Perguntou a princesa.
— É onde banimos todos os monstros, há anos – Respondeu Marco – Mesmo antes dos Pugs começarem a invasão.
— Não podemos prende – los por lá?
— Já tentamos. Criamos uma barreira mágica que impede os monstros de fugirem. Humanos podem transitar livremente.... E Pugs também.
— Hum.... Essa barreira, é muito forte? Não dá pra, sei lá, fazer uma brecha?
– Ah, já sei onde você quer chegar. Não podemos contar com a ajuda deles.
Os monstros nos detestam e são liderados pelo homem-lagarto que mais amamos odiar.
— Quer dizer....
— Isso mesmo. A última coisa que queremos é ir lá pedir a ajuda do Toffee.
....
Todos ficaram quietos por um tempo, até que a princesa quebrou o silêncio.
— Tenho uma ideia.
— Que seria?
— Ir lá pedir ajuda do Toffee.
Incrédulo com as palavras da jovem, Marco se virou para a rainha.
— Que opção nós temos? – Disse a líder – É um plano ruim, mas é a minha cara.
O conselheiro passou a mão pelo rosto. Mais suor frio.
— Sabia que esse dia ia demorar a passar – Disse, por fim.
E sem mais objeções, rainha, princesa e conselheiro tomaram três coelhos gigantes como montaria e se dirigiram até a barreira.
Hora de fazer um acordo.
....
Ainda não está estranho o suficiente, não é?
Eu sei. No entanto, ainda tem mais.
A parte divertida começa agora.
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