Capitulo 7

Caminhamos ate o carro em silencio e eu não pude deixar de notar os olhares de Mark.

Às vezes me sentia tonta ou enjoada tinha que me controla, pois sabia que Mark estava me olhando.

Quando chegamos ao carro, eu disse

- O que foi?

- O que você disse sobre a língua, é verdade?- vi seu sorriso malicioso se formar.

Mas não respondi apenas gargalhei e entrei no carro.

Chegamos rápido em casa e como eu havia previsto minha avó Clara estava do lado de fora me esperando.

“ninguém merece”

Eu não conseguia sair do carro sem cambalear e voltar a cair nele, então à ajuda de Mark foi muito bem vinda.

-Aonde você foi? Demorou de mais!! – minha avó clara esperneou furiosa.

-u... ué... vo... você sabeee- ri da minha dificuldade de falar.- ao par... par...- meu estomago embrulhou e eu vomitei ao pé da minha avó clara que ficou vermelha de raiva.

-E ainda está bêbada!

“Da pra alguém mandar essa velha calar a boca?”

Mark, me ajudou a entrar em casa e me levou para o banheiro do meu quarto. Eu sentei no chão de frente ao vazo e vomitava enquanto Mark segurava meu cabelo.

Minha avó clara entrou no quarto e viu meu estado e começou a espernear com a gente, eu queria a mandar calar a boca, mas estava ocupada de mais vomitando.

Passei a noite vomitando no banheiro.

Insistia para Mark ir embora, mas ele não ia e passou a noite no banheiro comigo.

De manha quando eu consegui parar de vomitar eu expulsei Mark da minha casa e ele parecia que foi não parei para ver, fechei a porta do banheiro e fui logo tomando um banho, pois estava precisando muito.

Quando acabei de tomar banho reparei que não tinha pegado roupa me enrolei na toalha e sai do banheiro. Mas ao sair me deparei com uma cena que ia ficar na memoria

Mark estava dormindo na minha cama, mas ele estava todo torto, como se estivesse deitado e acabou caindo de sono.

Fui andando devagar para não o acordar ate o meu guarda roupa, quando fui fechar sem querer bati a porta, o que fez um barulho muito alto. Olhei para Mark esperando que ele acordasse, mas apenas se mexeu um pouco e continuou dormindo.

Suspirei aliviada e fui em direção ao banheiro.

-Stara...-sussurrou Mark antes que eu entrasse no banheiro.

-Isso é um sonho.- disse parecendo uma idiota.

- Aham... – Mark me olhou dos pés a cabeça, me deixando muito vermelha- Bos meus sonhos você esta sempre sem a toalha.

Revirei os olhos, ficando muito corada e entrei correndo no banheiro mas não antes sem ouvir a gargalhada alta e divertida de Mark.

Fazia uma semana desde do “acontecimento do parque”, e eu e Mark nos pegávamos muito. Em todos os lugares e principalmente na cozinha que era aonde aconteciam as aulas.

Hoje era sábado e não teria aula de Mark, mas mesmo assim ele viria aqui em casa. Minha avó não era muito a favor do nosso relacionamento por causa da ressaca que eu tive na semana passada. Mas depois que ela viu que Mark me fazia um pouco bem, ela acabou cedendo um pouquinho.

- Bom dia!- disse Mark me tirando dos meus devaneios.

-Ah oi!.-levantei do sofá aonde estava sentada e fui em sua direção jogando meus braços em volta de seu pescoço.

-Stara... – antes que ele argumentasse meus lábios já estavam sobre os seus.

-Que foi?- disse sem folego devido ao nosso beijo. -Por que você sempre usa essas saias provocadoras?- disse Mark parecendo atordoado.

Eu ri.

-O nome já diz... Provocadoras. Quer mesmo que eu explique porque as uso?- perguntei o zoando.

Mark não aguentou e caímos na gargalhada juntos.

-O que vamos fazer hoje Mark?- perguntei já entediada.

-Hum...- Mark pensou -É verdade que você não sabe dirigir Stara?

- Uhum- disse envergonhada. Mesmo sabendo muito de carros nunca...
Quer dizer, não deu tempo para meu pai me ensinar.

-Então esse problema será resolvido hoje- Mark sorriu e eu apenas suspirei.

-Olha esse o acelerador, esse o freio e essa a marcha. - disse Mark enquanto tocava meu pé.

Ele me olhou e eu vi o fogo em seus olhos, ele tirou sua mão do meu pé que estava em cima da macha, e a deslizou por toda a minha perna ate parar na beira da minha saia.

Acompanhei sua mão e quando ele parou olhei em seus olhos, e desci para sua boca que logo me tomou por um beijo quente e urgente.

Sua boca se movia em perfeita harmonia com a minha.

Minhas mãos que estavam no volante foram para o seu peito musculoso e correram por ele desinibidas, mas elas param surpresas quando sentiram as mãos de Mark que também passeavam desinibidas por dentro da minha saia.

O calor passava por onde sua mão passava. E quando ele chegou ao local certo mordi seu lábio inferior para conter o gemido que se formava na minha garganta.

Eu me movi inconsciente para deixar que suas mãos tivessem mais livre acesso. Foi ai que as lembranças vieram e me afastei de seu toque e parei o beijo.

- Me desculpe!- disse Mark assustado.

- Não tudo bem... é só que...

“Ai merda! Eu podia deixar ele me comer aqui no carro ne!”

“Não você não pode!”

“Ah porque não??”

“Você sabe muito bem o Porque

“Merda”

-Stara?- Mark me tirou da minha guerra mental.

-É... Mas como você ia dizendo... Aqui é a marcha, aqui o acelerador, e aqui o freio.- disse ignorando o acontecido.

-Não... Você não prestou a atenção. Acelerador, freio, Marcha. -Mark também resolveu ignorar.

Ele me mostrava como ligar o carro, mas eu não conseguia não prestar a atenção. Porque ele não tinha repulsa pelo meu rosto? Era enorme e feia a queimadura. Não tinha como não reparar aquilo e isso estava me incomodando então enquanto ele falava algo que eu não estava prestando a atenção eu o interrompi.

-Mark. -disse seria.

Ele parou de falar e me olhou.

-Porque você não... Não... - estava difícil de falar, meu coração estava apertado e tinha medo de sua resposta. - Não tem repulsa pelo meu rosto. –disse rápido de mais.

Mark demorou a responder. Ele olhava para os lados desviava dos meus olhares, e eu já estava ficando louca de ansiedade e ia falar algo mas ele falou antes.

-Stara-eu tirei meus olhos da vista do jardim da minha casa e o olhei seria. - eu era pequeno quando aconteceu. Eu estava andando de bicicleta e na hora que minha mãe se descuidou e eu fui parar no meio da rua bem na hora em que um carro passou. Foi tudo tão rápido que não sei dizer o que aconteceu. Só me lembro de acordar no hospital e ver minha mãe chorando aos prantos. Ela evitava que eu me visse no espelho e eu não entendia por que. Fiz pirraça e ela finalmente deixou eu me ver no espelho. Quando vi meu rosto primeiro fiquei assustado e depois admirado. Eu consegui uma cicatriz enorme perto da boca ate a orelha. – eu fiz cara de horror e ele riu. Não tinha como imaginar uma cicatriz naquele lindo rosto.

- Eu confesso que gostei. - continuou Mark- Tinha um ar meio... Ah não sei.- ele gargalhou- mas era legal. Mas só eu achava isso. Minha mãe chorava toda vez que via meu rosto e ela começou a trabalhar apenas para conseguir dinheiro para minha cirurgia. Enquanto isso eu ia para escola ou para rua e as pessoas me olhavam estranho. Falavam mal de mim. Mas eu não ligava, pois era uma simples criança, mas depois que cresci e comecei a entender as brincadeiras e ser rejeitado e sentir o preconceito e me sentir sozinho foi que eu comecei a odiar a cicatriz e ajudar a minha mãe concertando carros e a juntar dinheiro para fazer a cirurgia. Quando tinha uns 15 anos minha mãe conseguiu todo dinheiro e eu operei. Meu rosto ficou novo, assim como esta agora- Ele olhou no retrovisor analisando seu próprio rosto- e as pessoas me trataram diferente. Olhavam-me diferente, por causa da minha beleza. Modéstia parte eu sou muito gostoso ne.- revirei os olhos. Mas não pude conter o riso. -e fui ai, que eu aprendi a conhecer as pessoas, e deixar essas coisas. -ele tocou na minha queimadura e eu me afastei de seu toque. - não me incomodar.

-Mark...Porque você não me disse isso antes? –Perguntei ainda meio zonza tentando engolir o que Mark havia acabado de falar.

-Você nunca perguntou- Mark balançou o ombro com descaso

Eu dei um tapo em seu ombro enfurecida, mas logo sorri junto com ele e logo após o beijei.

-Por hoje é só. –disse Mark ainda com a sua boca encostada a minha.

-Mas eu ainda nem liguei o carro. –reclamei.

-Mas ligou outras coisas – percebi a maldade na sua frase e sorri maliciosa, mas não antes-claro, corar.

Comecei a beijar Mark num ritmo devagar mas logo foi aumentando...

-STARA- gritou minha avó da porte de casa.

“merda”