POV Anna Júlia

– Bernardo!

Aquela foi a única coisa que eu consegui dizer depois de ver o Bernardo e a Maria Fernanda se beijando na escada. Senti uma dorzinha chata no peito. Uma vontade gritar e xingar os dois dos piores palavrões que existiam. Volto correndo para o quarto da Bia que era de onde eu não deveria ter saído, talvez agora eu não estivesse me sentindo tão péssima e com o coração pequeninho. Mas eu teimosa quis sair do quarto dela mesmo assim, quando ouvi um barulho de porta batendo lá em baixo e minha curiosidade que era maior que eu, não resistiu e me levou até a escada para ver aquela cena deplorável. Talvez fosse a vida que queria realmente me mostrar quem o Bernardo era, que ele como todos diziam não valia nada. Que ele era realmente o maior galinha da escola. Entro no quarto da Bia, e com os olhos cheios de lágrimas começo a arrumar minhas coisas. Não queria ficar ali nem mais um minuto se fosse.

– O que foi Jú? Onde você vai? - Pergunta Bia.

– Vou embora!

– Por que? - As duas falam em uníssono.

– Porque seu irmãozinho estava na maior pregação com a Maria Fernanda na escada.

No exato momento em q digo aquilo a Maria Fernanda entra no quarto da Bia. E eu começo a chorar copiosamente, sento - me na beira da cama para tentar me controlar. As duas a olham, e ela abre um sorriso amarelo. Levanto - me e pego minha mochila. Quando vou sair do quarto, Bernardo para na porta e me impede de sair.

– Não é nada disso que você está pensando. - Diz Bernardo.

– Ah não? Não é mesmo não sabe porque eu não tenho nada o que pensar, até porque eu mesma vi. - Digo irritada.

– Anna Júlia eu...

– Acabou! - Digo o empurrando.

Saio apressada do quarto da Bia e escuto a Grazi dizer:

– Eu vou com você.

– Eu também! - Diz Maria Fernanda.

– Gente não vai, por favor! - Diz Bia choramingando.

Desço as escadas com Grazi e Maria Fernanda atrás de mim. Saio da casa da Bia, e Maria Fernanda começa a dizer que era tido apenas um mal entendido. Que ela só queria o meu bem, e que o Bernardo tinha beijando ela á força, muito bom amigo ele beijar a namorada do melhor amigo. E que ele estava em um barzinho com os amigos bebendo e ficando com uma garota bem na cara dela, sabendo ele que ela era minha amiga. Aquilo me doeu profundamente. Que ela não tinha culpa, e que ela só queria me avisar que ele estava fazendo coisa errada. E isso ela jurava e blá blá blá. Paramos em frente à minha casa.

– Tá bom Maria Fernanda. Já chega! - Digo cansada de ouvir a felação dela.

– Você me desculpa? - Ela diz juntando as mãos.

– Desculpada. - Digo.

– Sério?

– Aham! - Digo e ela me abraça.

Me despeço das duas e entro em casa. Não tinha ninguém na sala. Também já era tarde, todos já deveriam está dormindo. Vou andando pé ante pé até chegar no meu quarto para não acordar ninguém. Entro no meu quarto, fecho a porta, coloco a minha mochila em um cantinho e me jogo na cama chorando baixinho.

***

POV Bernardo

Com a cabeça no travesseiro eu me lembrava da noite anterior. A minha ida a bar. A gata que eu peguei lá. O beijo na Maria Fernanda. O meu termino com a Jú. E além de tudo isso minha irmã estava com raiva de mim por eu ter estragado a tal noite do pijama dela. Mas eu tinha uma idéia que a faria mudar, e ficar novamente de bem comigo. Como nossos pais estavam viajando iria propor para minha irmã uma festinha na piscina, e chamar todo pessoal do colégio. Ela iria topar com certeza. Levantei - me e fui até o quarto dela. Abri a porta devagarzinho para não acorda - lá, e me joguei na cama ao lado dela. Que se assusta e da um pulo da cama.

– Aí Bernardo! Poxa vida, uma hora vai me matar do coração. - Diz ela se recompondo do susto. Começo a rir e em seguida digo:

– Desculpa. Não foi minha intenção.

– Sei... Agora sai do meu quarto. - Ela diz apontando para porta.

– Sabe maninha...

– O que? Eu não sei de nada!

– Que tal se nos dermos uma festa na piscina e chamarmos todo pessoal do colégio?

Quando dei por mim, minha irmã estava pulando na cama e gritando feito uma maluca.

– Amei, amei... - Ela repetia.

Começo a pular na cama junto dela. Mas cansados nos assentamos e ela diz:

– Agora sai daqui. Vamos cada um ligar para nossos amigos.

Aceno com a cabeça e saio do quarto dela. Entro no meu quarto, vou ao banheiro faço minha higiene pessoal. Volto para meu quarto coloco uma bermuda e assento - me em minha cama, pego meu celular e começo a ligar para o pessoal. E todos sem exceção de nenhum, Confirmaram presença. Agora eu precisava comprar as bebidas mais eu era de menor. Mas agora começando a me lembrar melhor eu tinha identidade falsa, então estava tudo certo. Me levantei e fui novamente ao encontro da Bia, ela estava no celular. Estava comprando as comidas. Sento - me ao lado dela no sofá e fico a observando. Poucos minutos depois ela desliga o celular e eu digo:

– Tudo certo?

– Sim. Se melhorar estraga. - Ela diz com sorriso irônico, seguido de uma piscada.