Á noite chegou e junto com ela a minha animação também veio. Esperei a Grazi sai do banheiro e entrei, precisava de um bom banho. Me despi e abri o chuveiro, deixei a água fresca. Desliguei o chuveiro e voltei para quarto enrolada na toalha. Coloquei um shorts jeans, um cropped branco, amarrei meus cabelos em um coque bem soltinho e fiz uma maquiagem leve. Me olhei no espelho e eu estava ótima. Já estava pronta, agora era esperar as meninas e também o Matheus que tinha me chamado para ir com ele.

– Vamos já estamos prontas! – Diz Bia.

– Já? Mais eu tenho que esperar o Matheus eu...

– Então já vamos indo cunhadinha. – Diz Maria Fernanda me mandando beijo com as pontas dos dedos.

Cunhadinha, a Maria Fernanda tinha cada ideia! Elas saem do quarto me deixando sozinha. Me sentei na cama e fiquei olhando para o nada e pensando em nada também, esperando que o Matheus viesse me buscar, e o tédio começou a me dominar fechei os olhos para tentar relaxar um pouco, e ouço batidas na porta me levanto em um pelo e vou apressada até a porta. Á abro e por ela surge Matheus que ao me ver abre um sorriso.

– Me atrasei! Foi mal! – Diz ele.

– Tudo bem, sem problemas! – Digo.

– Vamos! - Diz ele.

– Sim. – Digo.

Saímos do meu quarto e fomos andando lado a lado enquanto conversávamos sobre assuntos qualquer. Em alguns minutos chegamos á praia que ficava perto do hotel. A praia era linda, as águas clarinhas quase transparente de tão cristalina. Um pouco a frente havia uma enorme fogueira e boa parte do pessoal do colégio já estavam lá. Eu e Matheus nos aproximamos de lá e nos sentamos junto dos demais.

Quando todos já tinham chegado, o Théo e o Edu pegaram o violão e começaram a tocar enquanto os demais os ajudava a cantar. Estava bem legal, tinha algumas comidinhas, frutas, bebidas e coquetel de frutas. E eu bebi alguns copos daquilo pois estava ótimo. Estavam todos bem animados e começando a ficar um pouco alterados. Ficamos cantando por um bom tempo quase umas duas horas, até que Bernardo se levanta e diz:

– Vamos brincar de eu nunca!

– Que isso? – Pergunta Bia.

– Por exemplo, eu nunca levei um tapa na cara. Aí quem já tiver levado tem que beber uma dose de cachaça! – Diz Bernardo.

Que tal ‘’ eu nunca ‘’ era aquele? De onde o Bernardo tinha tirando aquilo? Ele era um retardado! Não tinha cabimento, mais que eu iria ficar ali, isso com certeza.

– Bom, vamos começar! Agora quem não quiser participar por favor podem se retirar! – Diz Bernardo.

Matheus olha para ele e depois para mim. Eu balanço a cabeça em sinal negativo, eu iria ficar ali! Ele se levantou e se foi e então a brincadeira começou.

– Poço começar? – Pergunta Bia.

– Claro irmãzinha! – Diz Bernardo.

– Eu nunca tomei um porre! – Diz Bia.

E então várias pessoas que estavam na roda começaram a beber uma dose de cachaça. Ainda bem que não precisava, nunca tinha tomado nenhum porre. Depois foi a vez de Maria Fernanda.

– Eu nunca amei de verdade! – Diz ela.

E então várias pessoas começaram a beber uma dose cachaça, entre eles Bernardo, Marcy e seus amiguinhos. Depois dela foi a vez da Grazi:

– Eu nunca fiquei com o Bernardo Lopes! – Diz ela.

Várias garotas começam a beber sua dose de pinga e eu também.

– E eu nunca que iria querer ficar com você! – Debocha Bernardo e os demais começam a rir.

Eu não conseguia entender como aquelas pessoas eram ridículas, entre elas o Bernardo principalmente. Depois da Grazi várias pessoas também falaram suas frases e eu nem percebi o que haviam tido, de tão distraída que estava.

– Jú! Anna Júlia é a sua vez! – Diz Bia me tirando do transe.

– Ah sim desculpe!

– Então diz logo. – Diz Bernardo.

– Eu nunca tive um orgasmo! – Digo sem pensar.

O arrependimento bateu logo em seguida, assim que todos começaram a rir da minha cara e me meu rosto começou a queimar de vergonha e deveria está bem vermelha. Me levantei e sai de lá correndo pela praia igual uma maluca, a areia entrava pelo meus chinelos e para não cair de cara na areia tirei meus chinelos e continuei correndo. Queria distância daquela gente nojenta. Alguém segura um de meus braços e me vira em sua direção, era Bernardo.

– O que você quer? Porque veio atrás de mim? – Digo.

– Não gostei o que o pessoal fez, não gostei deles terem rido de você e...

– E o que? Você estava rindo de mim também! – Digo.

– Desculpe não foi minha intenção! Ele diz e me abraça.

– O que você está querendo heim? – Digo.

– Você! Eu só quero você, e ninguém mais Anna Júlia. – Diz ele.

Abaixei minha cabeça. Aquilo era uma verdadeira mentira! Não, não eu não podia acreditar e eu não seria tão imbecil a ponto cair na dele de novo. Ele me vira e eu fico cara a cara com ele que se aproxima de mim e quando eu me dou conta já estávamos nos beijando.