Jam&Roller.

Matteo mantinha-se concentrado ao máximo enquanto patinava na pista do Jam Roller. Logo às competições locais iniciariam e o mesmo procurava por obter boas colocações. Entretanto, por mais que tentasse concentrar-se, seu pensamento fixava-se à outra coisa.

Custava à acreditar que sua vida tomou um rumo diferente daquilo que imaginou. Como aquela simples garota na qual esbarrou acidentalmente no México poderia ser à dona de seus pensamentos a qualquer instante?

Não era como Ámbar. Sequer chega aos pés daquilo que sentira pela mesma. Luna é alegre, agradável e sua maneira distraída lhe torna ainda mais cativante.

Contudo, Luna lhe detestava. Havia criado para si uma imagem totalmente oposta do verdadeiro Matteo Balsano. Ah, é claro, ela também tinha Simón. O típico amigo de infância apaixonado. Era óbvio que Simón queria algo além de uma amizade.

Mas para Matteo, o problema era outro. Não era seu envolvimento com Ámbar, o lado mauricinho que Luna enxergava ou até mesmo Simón.

O problema era consigo.

Matteo negava-se à aceitar que estava apaixonado. Apaixonado pela Menina Delivery.

ㅡ Matteo, não é melhor darmos uma parada? ㅡ Gastón dissera. Estava tão fixo em seus pensamentos que esquecera por completo que Gastón também estava ali.

ㅡ Hm. Acho que você tem razão ㅡ Afirmou, patinando até um canto próximo à saída.

ㅡ Então, por que está tão calado? ㅡ Escutou o amigo perguntar.

ㅡ Não há motivo. Só decidi focar mais no treino ㅡ Disse retirando seus patins.

ㅡ Tem certeza? Ou você ficou assim pela Luna? ㅡ Gastón insistiu curioso.

ㅡ Luna? Não, não. Só estou me esforçando mais amigo. Você deveria tentar também ㅡ Respondeu, um tanto quanto convencido.

Gastón dissera um " Então tá ", enquanto caminhavam em direção à entrada do Jam Roller. Sentara-se à uma mesa afastada, enquanto observava Luna conversar entretida com Jim e Yam.

ㅡ E a Felicity. Algum sinal dela? ㅡ Matteo quebrara o silêncio, encarando o amigo.

Gastón parecia frustrado. Desde que começara acompanhar a famosa FelicityForNow, desejou conhecer à mesma. Como alguém poderia ser tão incrível com palavras? Felicity era capaz de fazê-lo sorrir até mesmo em um mal dia.

Porém, Gastón não era somente um grande apreciador. Era RollerTrack, o garoto que mandava mensagens a mesma. E não hesitava em dizer o quanto lhe adorava.

ㅡ Não. Ela deve estar com algum problema. Seu último post foi há alguns dias ㅡ Respondeu o garoto, olhando para a tela de seu celular.

ㅡ E você não tem nenhuma ideia de quem seja? ㅡ Perguntou Matteo ㅡ Quero dizer, não pode ser algum distante. Deve ser alguém que conhecemos

ㅡ Essa é a pior parte. Tenho a impressão que a conheço mas não sei como ㅡ Gastón soou entristecido.

ㅡ Não se preocupe. Uma hora ou outra sua amada irá se revelar ㅡ Matteo tentou confortar o amigo.

[...]

ㅡ A Tamara concedeu o Roller, inteirinho para nós! ㅡ Luna estava em puro êxtase. Não continha-se em si toda a felicidade de sentia. Depois que tudo fosse apresentado, Simón sequer cogitaria em voltar ao México outra vez.

ㅡ E o Open ainda fora adiado para outra ocasião ㅡ Yam comentou radiante. ㅡ É perfeito, não Jim? ㅡ Encarou à distraída Jim que estava a sua frente.

ㅡ Ah Sim ㅡ A ruiva dissera confusa, parando de pensar em Nico por raros segundos.

ㅡ Hm... Parece que alguém aqui está apaixonada ㅡ Luna brincou em um tom malicioso, acompanhada pela agradável risada de Yam. Por mais que fosse distraída, já havia percebido a troca de olhares disfarçadas, ou quase isso, entre os dois.

ㅡ Ei! ㅡ a garota protestou corada ㅡ Eu não estou apaixonada por ninguém!

Jim sempre corava em relação à assuntos constrangedores. Para piorar sua situação, sempre foi uma má-mentirosa. Não era capaz de esconder seus sentimentos, por quantas tentativas falhadas que tentasse. Yam era à prova disso. A loira sempre reconhecia seus problemas pessoais, principalmente quando se tratava de Nico. Contudo, até Luna começou a perceber isso. Ela seria tão óbvia assim?

ㅡ Calma Jim, a Luna não disse que foi você ㅡ Yam provocou, dando risadinhas.

Não demorou muito para que as três fossem interrompidas por Pedro, que trazia consigo os pedidos das três.

ㅡ Obrigada Pedro. Se você soubesse como eu estava com fome ㅡ Yam dissera divertida, bebericando o suco de Abacaxi.

ㅡ Por nada Yam. A propósito, vocês viram a Delfi? ㅡ Pedro questionou, evitando parecer interessado.

ㅡ Delfi? ㅡ Luna perguntou surpresa.

ㅡ Sim. Vocês não à viram? ㅡ Insistiu Pedro. Desde que foram interrompidos por Tamara, Pedro carregava consigo à sensação de que Delfina iria contar-lhe algo importante.

ㅡ Não. Talvez ela esteja com a Ámbar ou até mesmo Jazmín ㅡ Jim disse, segurando um sorrisinho malicioso.

ㅡ Tudo bem. Irei procurar então ㅡ Afirmou o mesmo, saindo logo depois.

[...]

ㅡ Eu ainda não acredito que não irei me apresentar no Open! ㅡ Ámbar protestou, relembrando pela milésimas vez o que Tamara dissera.

Não suportava a ideia de que graças à Luna, teria que adiar sua apresentação. Aquela garota estava passando dos limites. Mas, com toda certeza, aquilo não iria ficar assim.

ㅡ Nós também não iremos ㅡ Jazmín comentou brincando com suas unhas.

ㅡ A Tamara mesmo disse que haverá outro Open ㅡ Delfi finamente se pronunciou, recebendo olhares de Ámbar e Jazmín. ㅡ Não temos que nos preocupar

ㅡ Não interessa ㅡ Ámbar declarou de forma arrogante, reduzindo à zero as palavras de Delfi ㅡ Nós temos que de alguma forma, fazer com que a Luna não se apresente nesse Open

ㅡ Ué. Mas não iria ter mais Open? Ah meninas, se decidam ㅡ Jazmín emitiu ingênua. Ámbar revirou os olhos com desprezo. Há momentos em que Jazmín chegava à atrapalhar na concepção da loira.

ㅡ Não foi isso que ela quis dizer, gênio ㅡ Delfi explicou, escutando um “Ah Tá" por parte da mesma ㅡ E Ámbar, não haverá como fazermos isso desta vez. Você escutou à Tamara dizer, será um Open privado ㅡ Concluiu Delfina.

ㅡ Na verdade, será uma surpresa para o Simón ㅡJazmín deixou escapar risonha. ㅡ Parece que ele iria voltar para o México, o que é uma Pena...

As garotas se entreolharam surpresas. Ainda não haviam perguntando-se por qual motivo de tão especial, o Jam&Roller permaneceria restrito ao público. E, se Jazmín estivesse correta, Ámbar não mediria esforços para planejar algo.

ㅡ Como você sabe disso? ㅡ Delfina transpareceu surpresa. Antes que Jazmín cogitasse por uma resposta, fora interrompida por Ámbar.

ㅡ Agora isso não interessa Delfi. Se essa é uma surpresa para o Simón, por que não prejudica-la? Assim, o amiguinho da Luninha voltará de vez para o México. Venham, nós iremos para o Roller ㅡ Desfechou a mesma, ainda mais decidida.

[...]

Simón havia estranhado o fato de ter recebido folga, dada exclusivamente por sua chefe. Talvez, fosse apenas uma cortesia pelo fato de estar indo embora em um dia. Tamara não atreveu-se em demiti-lo de certa forma. Ainda tinha a certeza de que Simón desistira da ideia. Mas, as coisas haviam mudado desde então. Seus sentimentos por Luna já não eram os mesmos. A bela e profunda amizade permaneceu, mas o garoto passara a perceber que não passaria apenas disto. E não sentiu-se frustrado ao perceber isso.

A verdade é que inúmeras vezes tentou declarar-se, em gestos, ações possivelmente promissoras ou até mesmo em canções. E a partir de certo ponto, sentenciou que não iria jogar sua amizade fora por algo que não poderia dar certo. Seria melhor voltar ao México, se isso dependesse de sua felicidade.

Decidiu pôr fim ir até o local de trabalho, despedir-se de vez. Haveria um Open amanhã. Sempre foi uma bagunça organizar tudo, desde checar o som até arrumar o local. Mas desta vez não, segundo sua antiga chefe, Nico e Pedro eram suficiente. E ainda havia estes, seus amigos e companheiros de banda. A RollerBand poderia continuar sem um guitarrista durante alguns dias, não seria tão difícil procurar por um. O garoto não tardou em admitir, iria sentir falta de tudo aquilo.

— Simón?! — Nico exprimiu surpresa em sua fala. — O que você faz por aqui cara? Pensei que você estivesse de folga — Concluiu o garoto. Nico sabia da surpresa de Simón, que seria no dia seguinte.

— Eu vim me despedir. Você sabe que que não estou tecnicamente “de folga” — Disse Simón, evitando transparecer amargo.

— Você pode mudar de ideia, você sabe disso — Esclareceu o amigo. Assim como os outros, Nico tentou de tudo para fazer com que seu amigo mudasse de ideia. Mas fora quase impossível, quase, já que apostava na ideia e surpresa que Luna sugeriu à todos.

— Não Nico. Olha, eu realmente acho que isso seja melhor para mim.

— Se você diz — Comentou o garoto — Ah, se não fosse muito. Poderia me ajudar rapidinho? Não sei onde o Pedro se meteu.

— Tudo bem, então — Simón sorriu, indo em direção ao balcão.

— Então pessoal — Luna disse, olhando para os amigos que a rodeavam na pista. — Vocês entenderam o que iremos fazer? — Perguntou receosa.

— Só acho que deveríamos muda... — Ramiro comentou divertido, recebendo um olhar de desaprovação de Yam.

— Ele está brincando. Entendemos tudo — Yam respondeu. Luna suspirou aliviada.

Haviam passado a manhã do sábado inteira planejando como ocorreria a surpresa de Simón. Fora um pouco difícil no começo, dividir os solos entre si. Yam e Jim haviam criado uma coreografia no decorrer dos dias, para a música Un Destino, já que Valiente seria em uma versão acústica. A surpresa ocorreria pela noite, já que na concepção de Simón, o Open seria com os anteriores.

— Ótimo meninas — Luna sorriu alegre, patinando em direção aos armários.

— Luninha, eu estava a sua espera — Para a surpresa da garota, Ámbar dissera no momento em que fechara seu armário pessoal.

— Você estava me esperando?!— Disse, quase não acreditando. A loira apenas assentiu como resposta.

— Sim. É sobre a surpresa para o Simón — Ámbar explicou. Pela segunda vez no dia, Luna ficara ainda mais surpresa.

— Espera... Como você soube sobre a surpresa? — Questionou boquiaberta.

— Luninha, isso não interessa agora — Ela forçou um sorriso. — A questão é que, estou disposta à lhe ajudar com isso — A mesma concluiu.

Luna apenas assentiu nervosa. Se era estranho (logo Ámbar) oferecer ajuda, para alguém cujo mal trocavam-se olhares? Sim, com toda razão era estranho. Talvez a mesma queira apenas ajudar, Luna sempre soube disso. Para a mesma, no fundo, Ámbar era uma pessoa legal.

— Então... Eu e o pessoal, já fizemos tudo. M-Mas se você quiser, pode vir. Seria legal, não é? Quanto mais pessoas, mais chances do Simón mudar de ideia — Luna respondeu, hesitando aqui ou ali. Ámbar lhe pareceu frustrada.

— Tudo bem. Irei falar com Delfi e Jazmín. Gostei do cabelo, Luninha — Falou, antes que saísse logo após.

— Luna? Está tudo bem? — A garota teve seus pensamentos afastados pela alegre voz de Simón.

— Ah. Oi Simón — Ela respondeu, ainda em devaneio.

— Você tá bem Luna? — Questionou em um sorriso icônico — Eu lhe conheço bem, você está no mundo da Lua, de novo

Luna sorriu com o comentário. Perdeu as contas de quantas vezes Simón fizer essa mesma piada, mas vindo dele, aquilo nunca iria perder a graça ou até mesmo a referência.

— Sim, estou — Respondeu sorridente — Preciso lhe falar uma coisa, muito importante — Disse de forma meio exagerada.

— Estou escutando, senhorita Luna — Simón respondeu alegre.

— Você vem ao Open de hoje á noite, não? — Ela pergunto receosa com a resposta. O sorriso do garoto desapareceu. Simón hesitou em responder por alguns segundos, e por fim, suspirou duvidoso.

— Eu ainda não sei — Aquelas foram as únicas palavras que o garoto conseguira dizer — Quero dizer, eu irei embora amanhã, certo? Não quero chegar atrasado ao aeroporto — Concluiu. Aquela sem dúvidas foi a pior desculpa que Simón já dera na vida.

— Por favor, esse será seu último Open! — Luna parecia estar preocupada, e se Simón decerto decidisse não participar? Tudo estaria perdido. — Eu realmente imploro, de joelhos — Ela disse alegre, ser risonha com Simón era uma das melhores artimanhas que tinha ao seu lado.

— Eu vou tentar vir. Eu prometo — Respondeu o mesmo. Luna o encarou com certa piedade em seu olhar, como um gatinho abandonado — Está certo. Estarei indo ao Open hoje á noite. Satisfeita? — Questionou sorrindo.

— Claro que sim — A garota respondeu, dando um abraço em seu melhor amigo.

[...]

— Então Ámbar, como vai o plano? — Jazmín perguntou simplista. Delfi, que acompanhava á mesma, lançou um olhar de reprovação.

— Jazmín, fale mais baixo — Delfina disse, enquanto Ámbar a encarava com resguardo. A garota apenas lamentou ingênua.

— Obrigada, Delfi — A loira pronunciou-se — Nós iremos comparecer ao Open hoje. A ideia é fazer com que a Luna não cante.

— Mas como iremos fazer isso? — Jazmín perguntou.

— É simples. Delfi, você que é amiguinha do Pedro, dê um jeito de bagunçar a afiação do som. Assim, quando as meninas cantarem, não irá haver música — Falou a mesma. Como se fosse o melhor plano de todos.

Delfina apenas hesitou. De certo, aquele seria mais um dos centésimos planos mal sucedidos da amiga. Já havia perdido as contas de artimanhas falharam, e a culpa sempre caia para si ou até mesmo Jazmín. Ámbar sempre custou a admitir seus erros, para Delfi, aquilo estava se tornando irritante. Mas de certo, não falharia com Pedro outra vez. Seus sentimentos pelo mesmo estavam á cada dia mais claros, como os raios de sol que atingem quartos escuros pela manhã.

— E então Delfi, vai fazer o que eu lhe disse? — A loira questionou, intimidadora, como sempre. Delfina apenas suspirou.

— Não. Dessa vez eu estou fora dessa — Delfi respondeu. Pode-se escutar um grunhido de protesto vindo de Ámbar.

— Você, o quê? — Ela interrogou surpresa — Me poupe, Delfina. É esse maldito amor que você sente pelo cozinheiro que lhe está afetando? — Provocou a mesma com desprezo. Essa sem dúvidas era a pior artimanha que Ámbar possuía.

— N-não... — A garota hesitou outra vez. A verdade é que nem Delfi quanto Jazmín nunca tiveram á ousadia de encarar a garota. Mas se fosse coragem que lhe faltasse, Delfi conseguira de sobra — Quer saber? Sim. Eu estou apaixonada pelo Pedro. Talvez isso esteja me afetando, ou melhor, me tornando uma pessoa melhor. Uma coisa que você não tem, Ámbar? — Dissera, as palavras fluíam perfeitamente. Apenas estava desabafando — Amor. E lhe digo com toda certeza, sem amor, somos apenas errantes — Delfi concluiu, e sem ao menos encarar sua “amiga”, saindo do Roller apressada.

E por mais dura que Ámbar fosse rígida consigo mesmo em relação á sentimentos, aquelas palavras atingira em cheio seu coração.

[...]

— E então meninas — Tamara disse entusiasmada, adentrando ao Camarim. — Está tudo preparado?

— Sim Tamara— Jim respondeu enquanto terminava sua maquiagem, Luna e Yam assentiram logo após. Não demorou muito para que a mesma se retirasse.

— Sério, nunca pensei que eu estivesse nervosa para um Open — Luna dissera, olhando para um canto qualquer.

— Você não precisa ficar assim — Yam dissera em um tom confortante, tentando acalmar a garota — O Simón irá adorar tudo isso aqui, isso é certo!

— Será mesmo Yam? — Luna hesitou por alguns segundos. De fato era algo surpreende, já que a alegre e contagiante Luna Valente sempre agiu de maneira confiante.

— É claro que sim, Luna — A loira disse sorridente. Em seguida, não demora para que Nina entrasse sorridente. Jim, Yam e Luna apenas encararam a garota

— Só vim avisar que o Nico, Pedro, Ramiro já chegaram. Mas ainda não vi o Simón — A garota dissera um pouco apressada. Um murmúrio de lamento vindo de Luna ecoou por todo compartimento. Simón havia feito uma promessa.

— Calma Luna, ele ainda não chegou. — Jim comentou, observando Luna ainda mais ansiosa — Mas, isso não significa que ele não virá. Vamos para o palco — Disse á ruiva, ao mesmo momento em que Nina, Yam e Luna a seguiam.

[...]

Faltavam poucos minutos para que o relógio marcasse exatamente, o horário que Simón havia combinado de ir ao Jam&Roller, ocasionalmente, aquela seria sua última vez naquele lugar. Luna havia o feito prometer que iria, e por mais que Luna fosse sua amiga, ele até cogitou em quebrar sua promessa. E, embora estivesse desnorteado em relação á tudo, o garoto tomara uma resposta.

— Desculpe, mas você poderia me ajudar? — Alguém interrogou, para surpresa do mesmo que saia de casa. Por fim, Simón constatou que tratava-se de uma garota. Muito bonita, por sinal.

— Hã... Depende. Você não é daqui, não é? — Ele perguntou curioso, evitando parecer muito interessado. A garota sorriu como resposta.

— Sim. É tão obvio? — A anônima respondeu, ainda sorridente — Me chamo Daniela Rivera— A mesma estendeu á mão, Simón lhe cumprimentou educadamente.

— Simón Álvarez. Então, tecnicamente, em que você necessita de ajuda? — Ele perguntou.

— Você sabe onde fica... Uma pista de patinação? Recebi boas avaliações desse lugar enquanto morava na Espanha. — Daniela dissera, demonstrando estar confusa.

— Um pista de patinação? Você deve estar falando do Jam&Roller? — Daniela assentiu como resposta — Mas é claro. Inclusive, estava indo para lá, agora mesmo

— Sério? Considero-me sortuda. Então senhor Álvarez, eu poderia acompanhar você? — Daniela falou em um tom de brincadeira. e fato, parecia ser uma garota extrovertida. Simón havia gostado dela.

— Mas é claro, senhorita Rivera. — Simón sorriu, e que sorriso.

Embora fosse dia de Open, o garoto estranhou o fato do local parecer vazio. Não haviam pessoas adentrando á todo instante, como de costume. Talvez o público ainda não estivesse chegado, afinal, ainda eram 18h:27min da noite. Acompanhado de Daniela, Simón entrara de uma vez ao local.

Estava tudo estranho. Haviam poucas luzes acesas, a iluminação tinha destaque somente ao palco. Como em um Open, mas sem público.

— Você tem certeza de que este é o local? — Daniela questionou duvidosa.

— S-Sim... Mas, é estranho. O normal é que meus amigos estivessem aqui e... — O garoto fora cortado por uma voz familiar.

— ... Ainda bem que você veio — O garoto reconheceu á doce voz de Nina, dando-lhe um abraço confortativo.

— Eu prometi para Luna que viria. Mas... Você poderia me explicar o que está acontecendo? — Nina permaneceu em silêncio, apenas apontou para o palco, que agora estava preenchido por algumas silhuetas. Logo, o mesmo reconheceu Jim, Yam e Luna.

Uma doce e harmônica melodia envolvia o palco. Simón reconheceu a música que iria ser tocada naquele mesmo instante. As luzes acenderam-se, revelando não só o Roller como uma nova decoração. Em especial, havia uma faixa bem trabalhada á mão, o mesmo reconhecera ser a letra de sua melhor amiga, com as escritas “PARA SIMÓN ÁLVAREZ”. Uma sensação de êxtase o invadiu por completo, olhando logo em seguida para as garotas, que iniciariam uma canção.

— Nós dedicamos essa canção á você Simón — As garotas disseram em unisolo.

Jim:

Oh, oh, oh

Oh, oh, oh

Siempre vas rodando en la vida

Y te ves tan decidida

A buscar la luz que hay en todo

A cambiar el mundo a tu modo

Yam:

Se muy bien que eres valiente

Y luchas por lo que sientes

Una canción siempre va contigo

Para abrir nuevos caminos

Luna:

Vas a crecer, vas a despertar

A descubrir, para deslumbrar

En busca de tus sueños

Tienes el valor y vas a volar

Jim/Yam/Luna:

Vas a sentir, vas a encontrar

Vas a vivir para demostrar

Que eres tan valiente

Todo lo que quieras lo podrás alcanzar

Oh, oh, oh

Oh, oh, oh

Todo lo que quieras lo podrás alcanzar

Luna

Porque estás siempre en tu mundo

Eres quien decide su rumbo

Solo es ver las cosas más simples

Para ti no hay nada imposible

Jim/Yam:

Sé muy bien que es este el momento, ser feliz

Sin formas ni tiempo

Lograrás todo lo que intentes

Porque en ti está ser valiente

Jim/Yam/Luna

Vas a crecer, vas a despertar

A descubrir para deslumbrar

En busca de tus sueños

Tienes el valor y vas a volar

Vas a sentir, vas a encontrar

Vas a vivir para demostrar

Que eres tan valiente

Todo lo que quieras lo podrás alcanzar

Não só o Álvarez, como os outros aplaudiram, deixando Simón ainda mais surpreendido. As meninas abraçavam-se em trio, indo em direção á pista em passos apressados, enquanto Pedro e Nico abraçaram o amigo.

— Então foi isso que vocês aprontaram a semana inteira? — Dissera o mesmo sorrindo.

— Falei que ele ia desconfiar — Nico comentou brincalhão, enquanto Pedro o repreendia.

— Foi um pouco difícil. Mas espera, isso é só o começo — Pedro manifestou-se. O garoto mal tivera tempo para agradecer as garotas, enquanto fora praticamente arrastado a pista do Roller.

— Esperem aí — Simón disse, indo em direção a Daniela — Venha conosco. Será legal

Assim como a entrada, haviam alguns cartazes espalhados pela pista. “Não Vá Simón” “Fique Conosco” eram em grande maioria. Desta vez, Ramiro, Jazmín e até mesmo Delfi marcavam presença. Pedro e Nico, logo apanharam seus instrumentos.

— Nós realmente iremos sentir sua falta cara — Pedro iniciou. As garotas apressaram-se para entrar á pista, carregando placas devidamente enfeitadas.

— Não queremos que você vá embora — Nico dissera, tocando os primeiros acorde de uma melodia, que Simón identificar como a música Um Destino.

Logo ao primeiro acorde, Ramiro, Yam, Luna e Jim iniciaram uma coreografia perfeitamente sincronizada. A verdade é que nem mesmo Simón acreditara no que estava vendo. Seus amigos realmente importavam-se com ele. Pela primeira vez em dias, esqueceu por um momento a ideia de voltar para o México.

Ao final da coreografia, os quatro traziam consigo uma grande placa “Nós Amamos Você”. O garoto ainda não estava em si. Aquilo realmente bagunçara de vez seus planos. Não... Ele não poderia voltar ao México. Ele havia encontrado seu lugar no mundo. Junto á todos seus amigos.

— E então Simón, você fica? — Luna perguntou eufórica, correndo para abraça-lo.

— Luna... E-eu realmente... — Tudo parecia confuso para o garoto. Entretanto, ele não iria cometer um terrível erro. — É claro que sim. Eu irei ficar

Este é o último capítulo disponível... por enquanto! A história ainda não acabou.