Soul Survivor: O homem que sobreviveu ao Nether

Capítulo um: O encontro com os cavaleiros


"Onde eu estou?" Perguntei-me assustado. Olhei ao meu redor e vi que estava na sala em que Herobrine tinha, supostamente, me matado. "Que estranho, eu pensei que eu estava..."

— Morto? - Ouvi uma voz grossa ecoar pelas paredes metálicas.. - E quem disse que você não está?

— Quem é você? - Perguntei assustado. - Como você adivinhou o que eu estava pensando?

— Você com certeza já ouviu falar de mim, e eu sei que você suspeita de quem sou eu.

— Morte? - Perguntei

— Exatamente. Sabe... Você foi mais rápido do que aquele seu amigo... Ele pensou que eu era a imaginação dele. Ah, Pobre garoto. Agora ele está deprimido por que você o deixou só com a Bia e o Mathias.

— Escuta, você tem que me levar de volta. Eu preciso protegê-los, preciso ajudá-los. Se eu não estiver por perto, Herobrine vai acabar com eles.

— Que nem ele fez com você? Há há há há! Você é muito engraçado Thomas. Pelo menos uma coisa você sabe fazer.

— Escuta, se você não me deixar voltar ele vai acabar com todos os humanos, eu sou a única esperança, sem mim vão todos morrer! Você não pode fazer isso!

— Por quê? Por que um homem alado apareceu para você e te passou a tarefa dele? Por que esse homem alado disse a você que você era a última opção para tentar te fazer mais eficiente? Eu não sei se você percebeu, mas não conseguiu nem perceber uma armadilha tão óbvia, muito menos pode controlar a situação por mais de dois minutos. Você não é especial, Thomas Ender. Você é um anjo que foi pego no meio do fogo cruzado e acha que é melhor que os outros. Você não é especial. Você é só mais um soldado chorão recolhido no campo de batalha. – Ele falou calmamente.

— Mas...

— Thomas, Thomas, Thomas. Não se ache importante por uma mentira, ou vai causar a morte de seus amigos por estar distraído demais para defendê-los.

— Do que vai adiantar? Não posso fazer mais nada por eles...

— Thomas, você apenas morreu, isso não quer dizer nada.

— E o que vou fazer? Encontrar meu corpo e entrar nele? – Perguntei confuso

— É mais ou menos isso. – Ele se virou.

— Como mais ou menos? – Perguntei, mais confuso que antes.

— Você vai entender. Por ali. – Ele apontou para uma porta.

Quando abri a porta entrei em um lugar totalmente branco, com apenas duas cadeiras brancas posicionadas uma de frente pra outra.

— Sente-se Morte já estava lá sentado.

Eu então me sentei na cadeira diretamente na frente dele e vi atrás dele três homens. Um muito magro, outro que parecia muito doente e outro com um uniforme de soldado e muito ferido.

— Você sabe quem são eles? – Perguntou Morte, referindo-se aos homens atrás dele.

— Mais cavaleiros? – Respondi, com um tom de dúvida.

— Exatamente. Meus três irmãos mais novos. Guerra, Peste e Fome. – Disse Morte, apontando para cada um enquanto falava – Você sabe o que eles fazem aqui?

— Não tenho a menor ideia. – Respondi, imaginado o quão importante era a ocasião.

— MUITO importante. Herobrine, quando descobriu que você ia se tornar um problema decidiu roubar sua essência de anjo de Gabriel, quem deveria estar protegendo ela para te entregar na hora certa e esconder no melhor lugar que ele pode imaginar: no Nether, seu reino.

— E agora nós estamos aqui para ajudar a concertar o erro que aquele anjo fez. Nós procuramos a sua essência e vamos te deixar o mais próximo possível dela, assim você a pega, volta a ser um anjo, é automaticamente expulso de lá e vai matar Herobrine. – Disse Fome, com sua voz muito fraca.

— E por que exatamente vocês querem que eu mate ele? – Perguntei – Quer dizer, eu pensei que vocês gostavam de trabalhar pra ele.

— E nós gostávamos. Mas aí acabou tudo. Não tínhamos mais utilidades. Não tinha mais como se criar Guerra, a comida já estava acabada e não tinha mais quem adoecer. – Disse Guerra, com um tom grosseiro, quase como se fosse uma ordem,

— Então aqueles meninos apareceram. Eles estavam conseguindo ganhar de Herobrine. Ele tentava pegá-los, mas nunca conseguia. – Continuou Peste.

— Aquela foi a gota d’água. Não tínhamos mais utilidade e ele não conseguia impedir algumas crianças. Nós não aguentávamos, então decidimos nos rebelar sem ele saber, pois ele tinha controle sobre nós, e se quisesse poderia fazer a gente parar. Por isso precisamos de você. – Terminou Morte.

— E isso quer dizer que Gabriel queria que eu morresse?

— Sim. Para você poder salvar todos você tinha que morrer e ir pro Nether. – Disse Fome

— Não dava para fazer isso de uma maneira menos dolorosa? – Perguntei, botando a mão no meu peito. – E por que vocês mesmos não pegam minha “essência”, ou sei lá?

— Porque – Começou Morte, parecendo um pouco irritado. – Apenas um anjo pode tocar sua essência.

— Isso sem contar o fato de que ele provavelmente suspeitava que nós fôssemos nos rebelar e escondeu no único lugar onde nós não podemos entrar. – Disse Guerra

— Ah, nem me lembre disso. Por algum motivo ele proibiu nossa entrada lá, e nós não podemos ficar a menos de duzentos mil quilômetros daquele lugar. – Disse Peste irritado.

— E que lugar seria esse?- Perguntei.

— Um terreno particular de outro arcanjo. – Disse Fome, com sua voz mais rouca do que o normal. – Um tal de Lúcifer. Não sei o que tem de tão especial nele, mas parece que lá ele comanda tudo que não tem relação com almas humanas.

— Tudo bem, Então... eu vou invadir o território de um dos meus irmãos?

— Exatamente. — Morte respondeu.

— Muito bem então... — Não tinha muita escolha, era pegar ou agarrar com força. — Vamos logo