16h, São Paulo, domingo, 25 de janeiro de 2010

Tinha se passando mais ou menos duas semanas que Pedro saiu para sua turnê, ele me ligava quase todos os dias, nos primeiros cinco dias ele me ligava mais, mas não me importei, deixei passar, ele é famoso, a vida dele é corrida não é?

Estava no meu quarto junto com Lili, nos aproximamos mais, muito mais, ela é quase a minha melhor amiga, falando em melhor amiga, Samantha me liga agora pelo menos 3ª vezes por dia, Christopher me ligou uma vez nessa semana, mas Samantha dizia que ele estava bem. Pedro voltaria hoje de viajem, estava realmente sentindo falta dele, fazia dois dias que ele não me ligava, estava preocupada. Minhas aulas já haviam acabado, graças a Deus, a de Lili também, hoje foi o nosso último dia de aula.

Decidir ver o meu twitter, enquanto Lili escolheria o filme que a gente iria ver, fui ao quarto de Pedro pegar o notebook dele, já que o meu estava no concerto, fui ao quarto dele, encontrei o notebook que estava debaixo da cama, perto de um resto de pizza e do lado de uma meia suja, sabe aqueles quartos que tem cueca encima do ventilador? Bom, esse é quarto de Pedro, sentei na cama dele e entrei no twitter por lá mesmo, ele tinha esquecido de fechar sua conta, então acabei entrando na conta dele, minhas mão foram para o mouse indo clicar em “mensagens diretas”, mas minha mente insistia em dizer que isso era errado. Já contei que sou muito curiosa? Li, reli, me arrependi e depois chorei, não, não chorei, não me permitir chorar, então ele tinha outra, outra não, outras, várias, respirei fundo, mordi meu lábio, já sentia meus olhos marejados, se você chorar Priscilla Marie Lanza Carcodie, eu juro que te mato, respirei mais uma vez, olhei mais uma vez para tela do computador e reli outra vez as diversas mensagens que tinham de “balada hoje” “Pe to te esperando” “em quarto você está?” “hoje tem ein?”, mas decidi esquecer, aliás ele não tinha respondido nenhuma e pela data elas mandaram ontem as mensagens e Pedro já havia tuitado hoje, então deixei passar, dessa vez.

Voltei para o quarto, tentei fingir um sorriso, fingir que está tudo bem, mas sou péssima em mentiras, Lili percebeu que tinha algo errado

- Pri, o que houve? – ela disse olhando para mim, enquanto dava play no filme – eu já disse que te conheço a pouco tempo, mas, esse pouco tempo já deu pra te conhecer o bastante ouviu? – ela disse me abraçando de lado, sorri

- não é nada – eu disse olhando para baixo e depois olhei para ela – qual é o filme? – minha capacidade de mudar de assunto é ótima.

- Harry Potter – ela riu – você sabe que eu sou apaixonada!

- só estou vendo por você – eu fiz careta e continuamos aprestar atenção no filme ou só ela prestava atenção, meus pensamentos estavam em Pedro, infelizmente.

Finalmente o filme acabou e Lili teve que ir para a casa, a acompanhei até a porta, sou educada, logo me deitei no sofá da sala e liguei a TV, fui passando diversos canais, estava sozinha em casa, Leni e Mauro estavam no trabalho, ouvi a porta se abrir, era ele, com a cara de cansado, deveria ter dormido a viajem inteira, quando eu olhei naquele olhos, quando eu vi aquele sorriso, definitivamente esqueci do mundo, corri eu sua direção e pulei eu seu colo o enchendo de selinhos, mas ele estava diferente, alguma coisa estava errada

- senti sua falta – disse olhando em seus olhos, ele apenas sorriu

- eu também – ele disse me colocando ao chão, logo depois coçando a cabeça, mas não demorou muito para continuarmos um novo beijo longo e quente.

Ele foi me guiando até seu quarto sem parar de me beijar, ele foi me deitando na cama, começando a beijar meu pescoço, minhas mãos “exploravam” suas costas, as vezes a arranhava de leve, ouvi o gemer baixinho entre o beijo e sua boca voltou a se encontrar com a minha, nossas línguas brincavam uma com a outra, elas faziam uma sintonia perfeita, sentia suas mãos subirem a minha blusa, bom, você já sabe o que nós fizemos.

17h30 São Paulo, 12 de janeiro de 2010

Estava deitada no abdômen de Pedro, enquanto ele fazia carinho em minha cabeça, até que eu olhei nos olhos dele e o vi suspirar alto, até que aconteceu a coisa que eu mais temia, o que não deveria acontecer em hipótese alguma

- O QUE ESTÁ ACONTECENDO AQUI? – era Michelle minha prima, irmã de Pedro, saí de cima de Pedro, que olhava para Michelle com uma cara de assustado, eu permanecia sem ar, sem ação – VOCÊS NÃO VÃO ME RESPONDER? VOCÊS PERDERAM O JUÍZO? VOCÊS SÃO PRIMOS! – ela estava tão desesperada e assustada quanto nós

- e-eu posso explicar – Pedro disse tentando manter a calma – isso, eu posso explicar – mas ele colocou as mãos na cabeça – não, eu não posso explicar – a cara que a Michelle fez, me fez entrar em total desespero e se ela contasse para Tia Leni?

- Mi, nós, nós estamos namorando – eu finalmente consegui falar e ela olhou para mim incrédula

- Vocês estão ficando malucos, só podem! – ela já estava mais calma – imagine quando a minha mãe souber disso Pedro Gabriel – ela parou um pouco – não, quero nem imaginar

- Mi! Pelo amor de Deus você não pode falar nada – disse Pedro desesperado

- tudo bem – ela respirou fundo e olhou para baixo, eu ainda estava estática, meus pensamentos estavam turbulentos demais – mas, pelo amor de Deus, juízo! – ela disse caminhando até a porta – e relaxem eu não vou contar nada – ela saiu e deixou a porta do quarto encostada, ouvimos a porta da sala bater, Michelle havia ido embora, e o meu olhar com o de Pedro se encontrou, o ouvi respirar fundo mais uma vez.

- temos que conversar – ele disse, enquanto eu vestia a roupa que eu usava, essas foram essas três palavras que fizeram o meu coração saltar pela boca, minha cabeça que já estava confusa, ficou pior, muito pior – não dar mais – ele fez uma pausa, meus olhos se encheram de lágrimas, mas nenhuma descia, eu não iria chorar – pra gente ficar junto, Michelle descobriu e – não o deixei terminar de falar

- VOCÊ É UM MENTIROSO! NÃO É POR ISSO QUE VOCÊ NÃO QUER FICAR COMIGO, VOCÊ APENAS NUNCA GOSTOU DE MIM, ALIÁS VOCÊ SÓ GOSTOU DO MEU CORPO, SÓ GOSTOU DE FICAR COMIGO – eu fiz uma pausa e ele olhava para mim sem acreditar no que eu falava – VOCÊ SÓ QUERIA TRANSAR COMIGO E DEPOIS PULAR FORA! EU SOU UMA BURRA MESMO, POR ACHAR QUE VOCÊ TINHA MUDADO, POR ACHAR QUE DESSA VEZ IA SER DIFERENTE! EU QUERO MAIS QUE VOCÊ SE FODA! QUE VOCÊ MORRA!

- não, não é isso, eu acho gosto de você – ele disse baixo – você entendeu errado, eu apenas não quero mais ficar com você – essas palavras doeram mais do que uma facada no coração, mas a raiva subiu mais rápido

- VOCÊ SEMPRE “ACHA” TUDO PERCEBEU? QUANDO VOCÊ ESTIVER COM CERTEZA DE ALGUMA COISA VOCÊ ME PROCURA! MAS PROCURA RÁPIDO! SABE PORQUE? PORQUE A FILA ANDA SEU OTÁRIO! – eu ri, ri de ódio, de raiva que eu estava desse idiota – AGORA ME CONTA AÍ, COMO FOI TRAIR A SUA NAMORADA? PORQUE VOCÊ ME PEDIU EM NAMORO, UM DIA ANTES DE VOCÊ VIAJAR LEMBRA?

- MANO, VOCÊ ACHA O QUE? QUE PODE CHEGAR ME XINGAR DE TUDO QUANTO É NOME NA MINHA PRÓBIA CASA? AGORA DESCOBRI PORQUE O SEU PAPAI TE MANDOU PRA MINHA CASA, PORQUE REALMENTE AGUENTAR VOCÊ DEVE SER INSUPORTÁVEL E QUER SABER? EU TE TRAIR MESMO! E ERAM TODAS MUITO MELHORES DO QUE VOCÊ! SUA VAGABUNDA! – eu respirei fundo, me controlei, mas enfim não adiantou, lhe dei um tapa na cara com o toda a minha raiva e saí correndo daquele apartamento, sentia minha mão queimar após o tapa e meus olhos marejarem, mas nenhuma lágrima descia, ótimo.

Saí do prédio e fui para uma praça, procurei o meu celular no bolso do short que eu usava, tentei ligar para Lili

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“caixa de mensagens”

- merda – murmurei baixinho, vi o carro de Leni, entrar na garagem, mas ela felizmente não me viu

Ótimo pra quem eu vou ligar agora?

Comecei a procurar alguém nos meus contados que eu tinha em meu celular, até que vi a foto de Thomas, isso mesmo, o Thomas!

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Ligação mode on

- alô? – ele disse com uma voz de sono horrível – Priscilla?

- Thomas, tem como você vim me buscar? – eu disse e ele riu do outro lado da linha, que besta – é serio, para de rir, eu estou desesperada – ele sentiu o desespero em minha voz

- calma! – ele disse rápido – aonde você está?

- na praça, perto do prédio de Pedro

- to indo aí!

Ligação mode of

Se passaram vinte minutos e Pedro tinha me ligado no minino 25 vezes, mas nada me faria voltar para casa, nada!

Vi o caro de Thomas parar enfrente a Praça, corri até lá, entrei no carro e o abracei forte, ele retribuiu, senti algumas lágrimas escorrerem, eu sentia que podia confiar nele, eu me senti mais segura nos braços dele

- o que houve Pipa? – ele disse em meu ouvido ainda me abraçando

- ele, ele – eu procurava palavras, mas nada saia, além das lágrimas – ele me traiu, nesses quinze dias, ele mentiu – eu respirei tentando me acalmar – diz que ele não me traiu Thomas, diz que é tudo mentira, que é apenas uma brincadeira de mal gosto – ele sussurrou um “sinto muito” em meu ouvido e me abraçou mais forte

- vamos para minha casa, agora para de chorar que você é uma menina linda e forte – ele disse limpando as minhas lágrimas e dando partida no carro, chegamos na casa dele em vinte minutos

Entrei e me joguei no sofá e chorei nas almofadas e tinham ali, ele se agachou em meu lado e ficou fazendo carinho na minha cabeça

- Pri, que tal a gente fazer pipoca e ver um filme bem idiota? – ele disse fazendo uma careta estranha, não pude deixar de sorrir – vou fazer a pipoca e você escolhe o filme tá? – fiz um sim com a cabeça e levantei, indo em direção a uma prateleira que só tinha filme, escolhi “Titanic” e um de comédia que eu não lembro o nome, Thomas logo voltou com pipoca e refrigerante, fomos ao quarto dele

Ele me abraçou de lado e ficamos abraçados assistindo o filme, algumas vezes eu chorava, mas Thomas me acalmava, ele é perfeito, quando acabamos de assistir os filmes, era quase 21h e ele estava dormindo feito um verdadeiro anjo em meu colo, fiquei fazendo cafuné e dei um beijo em sua testa, mas ele abriu os olhos e ficamos nos encarando, começamos a chegar, quando eu me dei conta nossos lábios estavam em uma distância mínima, sentia o halito quente de Thomas se aproximando cada vez mais e nos beijamos e por algum motivo meu corpo correspondia o beijo dele, mas ele parou o beijo e eu permaneci de olhos fechados

- desculpa – ele sussurrou e eu ri baixinho – não vai mais acontecer

- eu gostei, não sei porque você está se desculpando – ele sorriu e eu sorri de volta – mas eu não estou pronta para outro relacionamento, entende? – ele me deu um selinho rápido

- tudo bem, eu entendo sim – ele disse se deitando do meu lado – quer dormir? – realmente eu estava com sono

- vamos dormir – ele me puxou mais para si e dormimos de conchinha e de mãos dadas, não me importei, me sentia segura nos braços de Thomas.

Este é o último capítulo disponível... por enquanto! A história ainda não acabou.