IDIOTA, IDIOTA, IDIOTA! Como eu pude cair na conversa de Pedro outra vez? Como pude achar que ele estava pelo menos gostando de ficar comigo? Ele não merece um pingo do meu respeito! Porque eu sou tão vulnerável a ele? Ele é só mais um idiota que passou pela minha vida, só isso. Idiotas vão ter muitos. Deve ser esse meu problema, eu ainda acredito naquela porcaria que você chama de amor. Senti algumas lágrimas desceram pelo meu rosto, as limpei rapidamente, não queria chorar, não por ele, não outra vez.

17h, São Paulo, 11 de janeiro de 2010

– Priscilla, você já está pronta? – Leni bateu na porta do meu quarto, mais uma vez – Pedro já está te esperando lá em baixo, não demore querida.

Não sei com que cara eu iria encarar Pedro agora, mas estou disposta a tentar evitar ele o Maximo possível, eu o odeio! Só vou comprar meus materiais, ele vai pagar e a gente vai embora, só isso, não vai acontecer mais nada, assim eu espero.

Desci, estava com um vestido que ia até o meio da coxa, um salto alto preto, olhei para Pedro e ele estava mexendo no Iphone, não sei o que ele tanto fazia naquele celular, mas ele se levantou logo quando me viu e foi em direção a porta, o segui

– Tchau gente! – disse girando a maçaneta da porta, Pedro apenas acenou.

– Beijo crianças e se forem mais para algum lugar avisa tá? – disse Leni.

Entramos no elevador sem dizer nenhuma palavra, ainda estávamos no 15º andar e morávamos no 20º, vi que ele ainda mexia no Iphone. Peguei o meu celular também, apenas para ver as horas, mas quando fui colocar ele na bolsa, vi que Pedro estava na minha frente, em uma distância bem pequena, ele colocou suas mãos na minha cintura me puxando mais pra si

– Você não cansa não? – disse meio surrando, mas ele ouviu

– de te beijar? – ele disse se aproximando, mas virei o rosto – nunca vou me cansar disso– ele riu e eu o interrompi.

– não, de me iludir – opa, falei demais, qual é seu problema em Priscilla? Ele olhou pra mim e riu sem humor, revirei os olhos, tirei a suas mãos de mim e fui para o outro canto do elevador, droga, ainda estávamos no 7º andar.

– não vou te agarrar – ele disse se aproximando, me prendendo na parede do elevador – só se você quiser – ele se aproximava, mais e mais.

– mas eu não quero – o elevador abriu e eu saí, indo em direção a garagem, o deixando lá, com cara de idiota.

Estava encostada no carro dele, cadê aquele infeliz que não aparecia? Será que ele foi embora e me deixou aqui? Mas com que carro? Vi o idiota se aproximando, estava falando no celular com alguém, ele abriu a porta do carro e eu entrei, sentei no banco carona do seu lado, comecei a mexer no meu celular e sinto uma mão tocando na minha coxa, tirei a mão dele de mim, sem falar nada, mas a mão voltou para o mesmo lugar

– quer tirar a mão de mim? – falei alto e ele riu. Esse menino só sabe rir?

– que foi pequena? – ele sorriu pervertidamente – Você não gosta disso – ele apertou a minha coxa, gemi baixinho, mas logo dei um tapa em sua mão

– PARA PEDRO! VOCÊ NÃO ENTENDE QUE EU NÃO QUERO VOCÊ NÃO? – eu já gritava, tirando sua mão de minha coxa, ele olhou pra baixo e continuou dirigindo.

Não trocamos nenhuma palavra o caminho inteiro.

– conheço uma loja que vende material escolar, quer ir nela? – ele disse meio envergonhado, fiz um sim com a cabeça e o segui. Senti alguns olhares sobre mim e Pedro, deve ser porque ele é famoso. Até que Pedro pega a minha mão.

– É pra te proteger dos tarados desse shopping – ele sussurrou em meu ouvido, não sei o que deu em mim, mas eu sorri, percebi que ele sorriu de volta.

Compramos tudo que eu precisava para amanhã e fomos tomar sorvete, comprei um de flocos e ele de chocolate. Por incrível que parece nós não tínhamos brigado ainda.

– senti sua falta sabia? – ele disse olhando, tentei não sorri, mas só tentei.

– também senti a sua – ele sorriu – sabe o que eu nunca entendi? Porque você voltou para Londres? Sem nem me dar uma explicação? – ele tinha que tocar naquele assunto?

– meu pai estava sentindo a minha falta – menti, acho que ele acreditou.

– que bom que você voltou – ele olhou pra baixo e coçou a cabeça, estava com vergonha – que bom não! Digo, você brigou com seu pai e isso não é coisa boa – eu ri, como sempre Pedro atrapalhado – você tá rindo de que em?

– de você! – nós rimos

– engraçadinha – ele passou sorvete no meu rosto – isso é pra você aprender a respeitar os mais velhos – ele riu

– para o seu azar eu sou mal educada! – passei sorvete nele também, rimos outra vez, percebi ele chegar pra frente, mas por sorte o celular dele tocou, não vi quem era no visor, mas ele se levantou para atender.

Passou cinco minutos, cadê Pedro? Ele me largou aqui? Senti duas mãos taparem meus olhos.

– adivinha quem é – percebi a pessoa tentar engrossar a voz, só tentar.

– para Pedro, odeio isso – tirei suas mãos dos meus olhos e ele puxou a cadeira e se sentou ao meu lado – quem era no telefone?

– era um amigo meu, Thomas – ele fez um gesto engraçado com as mãos – ele nos chamou para ir a casa dele agora, tá afim? – fiz um sim com a cabeça – acho melhor você se limpar, está sujo aqui – ele apontou para a minha bochecha e começou a limpar ela, mas comecei a sentir o seu halito, ele estava próximo a minha boca, nos beijamos, estava sentindo borboletas no estômago(?)

– acho melhor a gente parar – parei o beijo e olhei para baixo

– não a gente não tem que parar – ele segurou meu queixo e me puxou mais pra si, me soltei dele e levantei, logo ele estava em pé também e estendeu sua mão para eu segura ela, ele não desiste mesmo.

– esqueceu dos tarados do shopping? – nós rimos e andamos até o estacionamento de mãos dadas.

19h, São Paulo, 11 de janeiro de 2010

– gente essa é a minha prima Priscilla – Pedro apontou para mim – esse loiro, com as cervejas na mão é o Thomas, esse alto é o Pedro Lucas e o japonês é o Lucas, mas todo mundo chama ele de Koba – ele apontou paro os mesmo

Nossa, Pedro tem amigos bonitos, eu ri com meus pensamentos pervertidos.

– vamos jogar vídeo game Pri – Thomas parou de falar, fazendo uma cara engraçada – posso te chamar assim né? – fiz um sim com a cabeça e ele continuou – enquanto o Koba e o Pedro vão fazer uma música nova – sorri e sentei ao lado de Thomas que estava ao lado de Pedro

– o problema é que eu não sei jogar – eu disse, enquanto o Thomas colocava um jogo no vídeo game.

– tem problema não, o Pedro também não sabe jogar e olha ele aí tentando – disse Pedrro Lucas, todos riram, menos o Pedro que fazia uma cara estranha

– engraçado você Pedro – ele disse dando um tapa na cabeça do mesmo – vai fazer a sua música vai girafa – Pedro Lucas ia falar outra coisa, mas foi interrompido por Thomas, que agora estava sentado ao meu lado.

– Calem a boca, o jogo já vai começar - disse o Thomas, logo todos riram

– ô sua anta, o jogo é no play! - disse Lucas, dando um pesco - tapa em Thomas e nós rimos mais uma vez

– mas eu preciso de silencio para me concentrar - ele se fingiu de ofendido e lego rimos outra vez.

Realmente o Thomas é a pessoa mais ilária desse mundo, não tem como ficar dois minutos ao lado dele sem rir, ele deveria ser um palhaço, não baterista. percebi que o Pedro esta com ciumes de mim e do Thomas, só não entendi o porque.

– cansei de jogar - disse Pedro passando o controle para Thomas, sim eu estava jogando contra Pedro, estava ganhando

– cansou de perder foi? - eu disse rindo

– não Priscilla, cansei apenas de jogar - revirou os olhos

– está estressado é?

– não Priscilla, vai lá falar com o Thomas - ele disse e eu dei risada

– não me diga que isso tudo é ciumes?

– de você? - ele riu - jamais

RIDICULO! PARABÉNS PRISCILLA, VOCÊ FOI IDIOTA, MAIS UMA VEZ. ELE NÃO PRECISAVA SER GROSSO, DE VERDADE ESTAVA CONVERSANDO COM O THOMAS, SÓ ISSO, MAS NÃO, ELE TEM QUE SER ESTUPIDO SEMPRE, SABE O QUE EU NÃO ENTENDO, PORQUE ME IMPORTO TANTO COM ELE, QUERIA QUE ELE EXPLODISSE!