Regina jamais imaginou que algum dia em sua vida estaria sentada em uma gangorra com um garotinho do outro lado e o som de risos ao redor deles. Risos estes, ela constatou, que também eram seus, em sua maior parte eram seus. Ela ria porque o menino considerava o brinquedo como seu cavalo e soltava sons completamente fofos quando a morena o colocava para cima de novo e de novo e de novo.

—Vai ficar de castigo agora. – Mills usava seu peso para manter a gangorra travada e Henry no alto enquanto ele saltitava sentado no assento tentando em vão voltar para baixo.

—Isso não é justo Gina. – Regina ria do menino pulando com toda sua força começando a ficar com pena, mas a verdade é que estava exausta e suas pernas estavam doendo então parou alguns segundos para descansar – Mamãe, me ajuda aqui. – Emma que arrumava os lanches para eles na toalha se segurava para não rir. Ela só não sabia de quem queria rir mais, se era de seu filho preso no brinquedo ou de Regina que visivelmente estava morta de cansada. Foi para o lado de Henry colocando suas mãos na gangorra para fazer força.

—Nossa Henry a Regina é pesada feito um elefante! – Disse recebendo um olhar mortal da morena que quase levantou só por despeito.

_Mas você é forte mamãe. Vai, faz força. – Emma começou a fazer barulho como se estivesse fazendo extrema força para puxar a gangorra para baixo. – Vai mãe, puxa. - Enquanto Regina fingia que fazia força para baixo Emma fingia que fazia muita força para descer o menino que estava preso no alto que ria e gritava incentivando sua mãe. Ficaram algum tempo assim até que com um pequeno olhar ambas concordaram que estava na hora de encerrar a brincadeira liberando uma pequena e eufórica criança para o chão.

_Muito bem monstrinho, vai naquela torneira ali lavar essa sua mão imunda para a gente comer. – Emma foi direcionando o menino para o local que ele devia ir e ele correu como se a torneira pudesse correr dele. – Um piquenique e já está acabada assim? – Se virou para Regina que apoiava as mãos nos joelhos e permanecia com a cabeça abaixada. A morena levantou a cabeça devagar lançando um olhar mortal para a loira a sua frente.

Emma por sua vez só poderia admirá-la. Os cabelos estavam levemente desalinhados e alguns fios colavam em sua testa ligeiramente suada. Mas era o brilho de seus olhos que fez com que Swan ficasse sem ar. Mesmo com sua olhada mortal o brilho estava ali, radiante. Poderia beijá-la nesse momento. Queria beijá-la nesse momento. E muito.

_De repente ficou muda miss piadista excepcional?

_Você está linda! – disse suavemente e Regina tentou não sorrir. Tentou. Sem muito sucesso.

_Não pense que vai me conquistar assim Senhorita Swan, não esqueci que me chamou de elefante e estava agora mesmo zombando de uma senhorita sem experiência e acabada. Seus galanteios não me atingem.

_Não estou te galanteando, você está linda. – E de fato não estava de galanteio. Regina perdeu uma batida do coração observando os olhos verdes de Emma e toda sua intensidade tão característica. A loira levou sua destra a testa da morena ajeitando os fios para trás de sua orelha.

_Estou toda suada. Não há nada de lindo nisso. – Emma simplesmente balançou a cabeça como se isso não importasse – e com esse cabelo todo desajeitado e parecendo toda amarrotada como...

_Como uma mulher normal. – Emma disse rindo para uma morena derrotada. – Como uma mulher que acabou de brincar com uma criança, aqui tome isso – Tirou uma dessas ligas de cabelo do bolso e entregou para Regina – Vai te ajudar com o calor e com os cabelos bagunçados.

_Obrigada. – Disse prendendo da melhor forma possível as madeixas castanhas.

_Desculpe-me pela bola de energia que joguei em cima de você. – Emma disse já sentando na toalha. – Ele esteve eufórico pela semana inteira até que pudesse te encontrar, deveria ter te preparado para toda essa ansiedade. – Regina balançou a cabeça enquanto sentava olhando na direção do menino que obviamente havia se distraído da sua simples função de lavar as mãos.

_Não precisa se desculpar, eu estou tão feliz de poder ver ele assim que eu até esqueço que estou cansada sabe? Eu o conheci numa cama de hospital Emma, e nenhuma criança deveria passar por aquilo, ver ele saudável me enche de uma alegria indescritível. – Os olhos de Swan nublaram com a recordação das internações e da doença de Henry e com a possibilidade da perda de seu filho. – Eu passo o resto da minha vida subindo e descendo naquela gangorra para nunca mais precisar entrar com Henry em um hospital.

_Graças a você talvez ele nunca mais precise e eu nunca vou ser capaz de agradecer de forma suficiente.

_Eu não quero que me agradeça. – Regina suspirou - Eu quero que você me queira. Quero me queira em tardes de piquenique para brincar de gangorra. Eu quero estar nas apresentações da escola e quero que você me queira lá. Quero que me queira torcendo por suas conquistas e que eu esteja lá te apoiando quando as cosas não saírem conforme o planejado. Eu quero que me queira na sua vida e na de Henry como eu quero vocês na minha mesmo quando estiver com vontade de me matar. – Emma estava com todo ar preso na garganta de emoção pela forma como Regina incluía não somente ela, mas Henry também em sua vida. Era o que estava implícito em suas palavras que mais emocionavam a loira, Regina queria fazer parte da sua família e o mais importante queria que eles fizessem parte da dela.

_Mamãe, Gina, aconteceu alguma coisa? Por que estão se olhando esquisito assim? – Regina não precisou da resposta de Emma para todas as suas exigências, estava ali, no olhar que a loira lhe lançava, na respiração entrecortada que ela lutava para controlar. A loira se quer conseguia responder ao seu próprio filho que as olhava com expectativa. Então a morena estendeu a mão e o menino subiu na toalha se acomodando em seu colo como se não houvesse todo uma toalha para ele se sentar e Swan soube instantaneamente que não havia nem como ela não querer todas as coisas que Regina disse porque no final das contas eles já eram totalmente dela.

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Foi quando as barrigas já não suportavam mais colocar qualquer coisa pra dentro que os três descansavam deitados na toalha imaginando formas para as nuvens que Emma resolveu que era a hora de Henry saber sobre ela e Regina.

_Henry – chamou o menino que tentava convencer Regina de que a nuvem parecia um macaco, mas ela parecia tudo, exceto um macaco. – Querido, preste atenção na mamãe um pouco. – A criança vendo a seriedade da mãe imediatamente sentou tendo feito com que Regina imitasse seu gesto.

_Essa é uma conversa de adultos? – ele perguntou tentando entender porque todo mundo de repente tinha ficado sério e o macaco sendo rapidamente esquecido.

_Uma conversa de adultos com uma criança. – Emma respondeu e ele assentiu – Você sabe que quando uma pessoa gosta da outra elas querem ficar juntas não sabe?

_Elas namoram.

_Sim, certo. Elas namoram. – Regina segurou uma risada, Swan era incrível. Conseguia sussurrar palavras sujas em seu ouvido para dez minutos depois não conseguir falar a palavra namoro para uma criança. – O que a mãe quer dizer é que ela gosta muito de alguém, e, e, - suspirou derrotada - e eu e Regina estamos namorando. – O silencio pairou entre eles por alguns segundos torturantes. Henry olhava de uma para a outra como se não ousasse acreditar e seu silêncio deixando as duas mulheres apreensivas.

_Vocês estão namorando? As duas? – Elas assentiram. De repente o menino levantou e pulou no colo de Emma gargalhando dando um abraço na mãe. – E nem precisou do plano.

_Plano? – Perguntaram as mulheres em uma só voz.

_Eu e Robin bolamos um plano para juntar vocês duas, mas nem precisou. Chamamos de Operação Cobra porque ela queria assustar vocês com uma cobra e trancá-las em algum lugar até vocês namorarem. – Henry voltou a abraçar a mãe que estava gargalhando, mas rapidamente virou para Regina. A morena os olhava sorrindo, mas de longe e o garoto acenou para que ela se juntasse a eles, ali, naquele abraço e Regina não hesitou por nem um segundo para fazê-lo, abraçando os dois. – Eu amo muito vocês. – Disse agarrado a elas e na correnteza de emoções tão simples do dia Regina começou a chorar.

Graças a Deus o assunto sobre cobras havia sido esquecido.

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O dia no Maine estava agradável o que era bem raro para aquela parte do país que possuía somente duas estações do ano, a fria e a muito fria. O sítio dos Swan estava movimentado como nunca esteve com a preparação do casamento de Ruby. Eram floristas, garçons e cozinheiros para todos os lados. Belle ajudava na decoração e não aceitava nada fora do lugar.

Ruby estava sendo preparada pelo esquadrão da moda composto por Elsa e Regina enquanto Doroth era ajudada por Bex e Anna. Emma ficara com a tarefa de arrumar Henry e Robin que não queriam ser arrumados o que ela julgou ser uma tremenda injustiça. O casamento seria as quatro da tarde para combinar com o pôr do sol e a loira duvidava que estaria tudo pronto até lá porque as horas pareciam correr junto com os dois pestinhas que tiravam cada uma das peças de roupa que ela colocava.

As noivas não queriam nada extravagante e a cerimonia por si só era para poucas pessoas. A família de Dot era composta por ela e os tios e alguns funcionários da fazenda não mais que dez pessoas. A família de Ruby era sua avó e a família de Emma e o restante eram seus amigos, deveria ter no máximo umas trinta cadeiras espalhadas.

Na frente da casa principal saía um corredor com mosquitinhos brancos de cada lado até chegar no pequeno tablado construído pelo pai de Emma. No mesmo tablado havia um arco coberto pelos mesmos mosquitinhos no qual as noivas ficariam debaixo. A fazenda não era muito grande, então um pouco afastado dali estava uma única mesa imensa onde seria servido os convidados. Da estrutura de madeira pendia lâmpadas com os mesmos mosquitinhos que enfeitavam toda a cerimônia.

Emma sorriu olhando pelo quintal do sítio de seus pais. Ela sabia que por Ruby elas iriam simplesmente em um cartório e assinariam um papel e pronto, estariam casadas. Mas cada detalhe daquela organização era tão a cara de suas amigas que ela sabia que a morena iria amar. Seu pai já estava lá na frente para realizar a cerimonia acompanhado de sua mãe que Ruby fez questão que estivesse lá juntamente com Granny. O tio de Dot ocupava seu lugar ao lado de sua tia. Os convidados aos poucos se acomodavam e aguardavam pelo início da cerimônia.

Emma voltou para dentro de casa onde deveria aguardar com as madrinhas. Elsa, Anna, Belle, Bex, Regina e Emma estavam todas com vestidos em tons de azul bebê combinando. A loira ainda não havia visto Regina que estava tranquilizando uma histérica Ruby no quarto que um dia fora de Emma.

_Ela se acalmou. – A morena disse voltando a sala onde sua irmã tentava fazer uma Robin ficar quieta com seu vestido branco de boneca, totalmente em vão.

_Acalme essa sua sobrinha então pelo amor de Deus. Parece que engoliu uma pilha. – Bex choramingou pegando uma menina escalando o portal e entregando à irmã como se fosse um brinquedo. Assim que ficou nos braços da tia sorriu inocentemente e deitou a cabeça em seu ombro.

_Que exagero Rebbeca, ela é uma criança. E uma que você pariu, queria que ela fosse como? – Regina afagou as costas da sobrinha – Titia vai te colocar no chão. Tente se comportar para sua mãe não ficar mais vermelha do que já é e acabar pegando fogo. - A menina colocou a mão na boca segurando a risada, mas concordando com a tia ao ser colocada no chão.

Regina caminhou para a direção de Emma que sorria bobamente para ela. Seus cabelos loiros estavam todos de um lado de seus ombros em cascatas de cachos alinhados. O vestido azul bebe de alcinha combinado com a maquiagem leve davam um ar fresco a mulher como uma manhã de primavera.

Regina caminhava lentamente na sua direção, sua pele em tom oliva brilhava em contraste com o azul claro do vestido que contornava suas curvas com perfeição. Seus cabelos curtos foram presos de forma displicentes para trás dando um charme tanto sedutor quanto jovial para a morena que sorria de forma encantadora.

_Você está tão linda. – Regina soltou assim que se posicionou ao lado de Emma.

_Tenho absoluta certeza que não mais que você!

_Ah, estão as duas muito lindas. Lindas pra caralho. Não fiquem nessa melação se não vão fazer todo mundo passar mal aqui.

_Deixa de inveja Rebbeca. – Disse Elsa rindo da ruiva que revirava os olhos.

_Eu concordo com ela. – Disse Belle respondendo ao HiFive que recebeu da irmã de Regina.

_Duas invejosas. – disse Emma – Só porque vocês não têm esse espetáculo de mulher ao lado de vocês ficam aí morrendo de inveja.

_Cruzes. – A ruiva fez sinal de se benzer fazendo todas rirem ao passo que Swan tombou Regina em seus braços dando-lhe um selinho que foi acompanhado por palmas e gritos de todas elas.

As comemorações foram suspensas pelo som dos violinos que vieram do lado de fora. Estava na hora. Rapidamente se ajeitaram para entrar uma a uma. Emma orientou as crianças mais uma vez que assim que todas tivessem entrado era a vez deles. Primeiro Henry entraria jogando pétalas de rosa branca para a passagem de Ruby e logo após Robin faria o mesmo, mas com rosas vermelhas, para a entrada de Dot.

Em sequência todas elas foram passando pelo pequeno caminho se posicionando em seus lugares, a música que tocava deu espaço às notas de Can't Help Falling In Love e Henry deu os primeiros passos para o corredor. Carregava consigo um baldinho cinza e de suas pequenas mãos caíam pétalas de rosas brancas que enchiam o caminho. Logo atrás de si estava Ruby.

A morena acompanhava a criança com passos firmes e o sorriso radiante. O pequeno buquê de rosas brancas estava seguro em suas mãos que tremiam um pouco. Suas madeixas formavam um coque no alto da cabeça. A maquiagem feita por Regina realçava a cor dos seus olhos que brilhavam de emoção.

Logo a morena percorreu seu caminho chegando ao tablado aonde o pai de Emma esperava. Os violinos continuavam a tocar e Robin apareceu no pequeno caminho. A criança, espalhafatosa como era, jogava suas pétalas vermelhas para o alto que ao caírem se misturavam ao mar branco ao chão formando um tapete de duas cores para a outra morena que vinha logo atrás.

Dorothy Gale vinha sorrindo deslumbrante pelo caminho decorado alegremente pelas duas crianças. Seu buque de rosas vermelhas seguia firme em suas mãos e a atacante mais temida do Texas, parecia uma garotinha enquanto olhava sua futura esposa que a esperava no fim daquele caminho. Ruby também não conseguia desviar os olhos de Dot.

A cerimônia fora linda e até mesmo Rebbeca foi obrigada secar o canto dos olhos que segundo ela estavam tendo uma terrível reação alérgica a tantas flores. O jantar fora animado e alguns casais se arriscaram a dançar mesmo na irregularidade da grama. A lua já estava alta e os músicos já haviam guardado os instrumentos e as caixas de som agora tocavam alguma sequência de músicas colocada por alguém.

_Aí está você! – Regina encontrou Emma sentada na varanda de madeira que circundava a casa de seus pais – Sua mãe acabou de barganhar com Henry e Robin e eu estou achando que minha irmã vai deixar a filha dela por aqui para sempre.

_Ela tem esse poder. – Swan respondeu sem olhar para a morena ainda fitando o horizonte.

_Ei, - passou seu braço pelo de Emma aconchegando-se em seu ombro – O que está passando por essa cabecinha hem? Achei que estaria no meio daquelas suas amigas loucas bebendo e dançando e teria que te tirar de lá arrastada hoje. Pensei que estaria feliz.

_Eu estou feliz. É só que...

_Ruby está indo embora.

_Sim.

_Pelo visto não é só Henry que está tendo problemas com isso. – Regina acariciava o braço da loira suavemente.

_Não é que seja um problema, é só que Ruby esteve presente em minha vida por tanto tempo que eu estou me sentindo meio perdida. Ao mesmo tempo que estou imensamente feliz por ela, estou sentindo uma perda terrível e isso é tão egoísta porque ela está tão feliz e ela merece tanto essa felicidade e, e, e eu estou me sentindo a pior pessoa do mundo.

_Ei, não se martirize, seu sentimento é completamente compreensível. Ruby é sua irmã e ela esteve contigo em todas as etapas da sua vida, das melhores as piores. E ela sempre vai estar, de uma forma diferente, mas sempre vai estar presente para você, e eu não duvido que ela cruze esse país a pé para dar na minha cara se eu por acaso pensar em magoar a irmã dela. – Emma riu concordando – Não que ela precise se preocupar. Mas deve estar sendo eu acredito que até mais difícil para ela. Nesse pacote, ela está ‘perdendo’ Henry também.

_Obrigada! – Emma disse depois de um tempo admirando suas amigas que ainda dançavam um pouco mais ao longe.

_Não tem de que.

_Eu acho que gastei todo meu estoque de consolos para Henry!

_Ainda bem que tem a mim então.

_Que sorte a minha não é mesmo?

_Que sorte a nossa. – Regina disse deitando sua cabeça no ombro de Emma suspirando lentamente. Esse era um daqueles momentos de paz sentida e compartilhada, no fundo da alma de dois corações que se amavam. Ficaram assim embaladas pela música que vinha com a brisa.

_Eu posso sentir você pensando. – Emma deitou sua cabeça na de Regina.

_Tem algo que quero falar com você já tem alguns dias, não sei se esse é o momento. – Regina não levantou a cabeça do ombro da loira com medo de olhar em seus olhos. Essa ideia vinha lhe rondando a cabeça desde quando a namorada lhe falara sobre a partida de Ruby, mas ainda não havia tomado a coragem para lhe contar o que vinha imaginando.

_Fazemos de qualquer momento, o nosso momento meu amor. – Emma apertou a mão de Regina que pousava em seu colo a encorajando.

_Eu estava pensando que bem... já que Ruby está deixando uma vaga no apartamento de vocês e eu já estou um pouco cansada de morar em um hotel, eu pensei que talvez, bem, que talvez eu pudesse me mudar para o seu apartamento.

O choque de Emma foi tão grande que ela virou de frente para Regina de forma tão abrupta quase derrubando a morena que ainda estava apoiada na loira. Ela tinha ouvido direito? Regina Mills, herdeira da fortuna dos Mills, Advogada, milionária, dona e proprietária de empresas e imóveis estava dizendo que queria ir morar com ela naquele apartamentozinho sem porteiro que quase tinha que entrar de frente e sair de costas?

_Eu sei que eu nunca poderei substituir Ruby, eu nem estou sugerindo nada disso – Regina começou a se justificar ao ver a cara de espanto da loira. – Eu não estou querendo dizer isso, não me entenda mal. Droga, eu sabia que era uma péssima ideia.

_Regina, você está propondo mudar daquela cobertura de hotel com banheira de hidromassagem e lençóis de seda para um apartamento que cabe praticamente no banheiro do quarto que está acostumada com um aquecedor precário e sem serviço de quarto?

_É com isso que está preocupada?

_E com o que mais seria?

_Por que está gritando?

_Por que você está gritando? – Emma tomou as mãos de Regina nas suas e a morena pode notar quanto a loira estava tremendo – Meu amor, você não está fazendo isso só para que eu me sinta melhor nem nada parecido, está?

_Claro que não Emma. Tem dias que estou pensando nisso. Não aguento mais ficar naquele hotel, não consigo voltar para aquela mansão e não posso nem pensar em num apartamento no Upper East Side. Toda vez que fecho os olhos, é lá que eu penso que eu quero estar. Não é pelo lugar. É por vocês.

_Então quer dizer que quer mesmo morar comigo? – os olhos verdes brilhavam tanto que emocionaram Regina de um jeito que ela não poderia expressar.

_Que pergunta mais boba Emma Swan.

_Fazer o que se sou uma boba de nascença. – as pontas dos dedos pálidos traçavam caminhos pelas bochechas cor de oliva – Mas saiba que haverá regras Regina.

_Especifique-as senhora regras.

_Tem o aluguel e as despesas do apartamento – Regina abriu a boca para falar algo mas foi cortada pela loira – Que devem ser dividas de forma igual entre nós não importando nenhuma das circunstancias. Pode me chamar de paranoica, orgulhosa ou qualquer outra coisa, mas é assim que eu funciono.

_Emma, eu aceito suas condições, apesar de achar um pouco exagero eu te entendo. Mas quero que você entenda que quando eu falo de dividir minha vida com você eu falo de cada nuance dela, e isso implica o dinheiro que eu tiver e que por acaso você precise. Não quero que entenda que isso te diminuí, mas que isso poderia te dar a força para chegar aonde precisa. Mas sei que vai demorar um tempo para chegar nessa conclusão você mesma e eu terei a paciência necessária. Então acordo selado? – Regina esticou a mão direita para Emma que a tomou como se estivessem fechando um negócio.

_Roommates?

_Roommates!

Em poucos segundos ambas caíram na gargalhada e Emma puxou Regina do chão fazendo a morena se levantar e a acompanhar numa pequena corrida até onde suas amigas se encontravam. Aquela era uma noite de paz. De mudanças. E por que não de muita dança?

Este é o último capítulo disponível... por enquanto! A história ainda não acabou.