Narrado pela Autora

Emma provavelmente iria enlouquecer, ela tinha certeza disso. Era demais para ela aguentar. Estava esgotada física e emocionalmente e se Henry perguntasse mais uma vez por Regina naquela tarde ela provavelmente poderia virar o Hulk e explodir. Ela vinha tendo muita paciência com ele desde que o menino acordara afinal de contas ele passara por momentos muito difíceis, mas quando ele descobriu quem salvara sua vida ele passou a fazer da vida da mãe um inferno com nome e sobrenome.

Era fato que a presença constante de Regina na vida da loira nesses últimos dias estava trazendo diversas consequências aos seus neurônios. Ruby insistia em lembrá-la quem Regina era, mas cada vez que via a mulher ela se parecia muito mais com a garota que um dia conhecera. Uma garota que não existia. Emma se repreendia mentalmente a todo instante.

_Mamãe! – o pequeno chamava a atenção da loira que escrevia concentrada. Escrever sempre fora seu maior hobby e as longas horas solitárias no hospital contribuíam para que ela escrevesse e não enlouquecesse de vez.

_Pense bem no que vai perguntar Henry, se for a mesma coisa que perguntou há dez minutos a minha resposta continua a mesma, mas a minha paciência está começando a diminuir. – Respondeu sem levantar os olhos da tela sabendo que e o menino provavelmente estava fazendo a cara digna da maior das penas. – Então o que quer saber?

_Nada não. – Respondeu se encolhendo no travesseiro. Regina tinha prometido a ele que viria nessa tarde e ainda não tinha aparecido. Ele amava ter as duas ali para observá-las. Enquanto sua mãe fingia olhar a tela do computador Regina mal conseguia formar frases. Ele achava aquilo muito engraçado. Mas ele não queria irritar sua mãe.

_Boa escolha Henry. Boa escolha.

Mais tarde naquele mesmo dia Emma se arrumava para ir trabalhar no bar de Zelena quando o interfone tocou, um oficial de justiça queria falar com ela e finalmente a explosão veio no momento em que colocou seus olhos naqueles papeis.

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Regina ainda olhava para as fotos à sua frente quando ouviu a batida na porta, relutante levantou para atender, pegou a garrafa de vinho e sem muita cerimônia encheu uma taça e voltou para a cama. Juntou as fotos de lado e pegou seu notebook. O cursor do mouse hesitou por apensas alguns milésimos de segundo antes de apertar o play.

Olhava para tela do computador que lhe apresentava quatro pequenas telas. O portão de sua casa, a estrada até frente do jardim, a escada até a e a entrada das garagens. O silêncio do vídeo parecia deixar todos os outros sons em primeiro plano. Os carros que passavam na avenida sete andares abaixo preenchiam o ambiente. A conversa na sacada ao lado. Seus próprios batimentos cardíacos.

A morena respirou fundo antes de adiantar o vídeo para a hora indicada no email parando segundos antes. Ela não saberia dizer o que estava esperando, mas ali estava, exatamente na hora em que o porteiro indicou. Emma Swan. Ela aparecia no vídeo acompanhada de Ruby que olhava para dentro do quintal de boca aberta. Emma aciona o interfone conversando brevemente com o porteiro antes de acenar para a amiga se despedindo. Chocada Regina observa a imagem da loira sumir do primeiro vídeo e aparecer no segundo caminhando em direção a entrada da casa.

Os cabelos longos presos em um rabo de cavalo bem apertado sacudiam com seu caminhar. As mãos presas no bolso da frente da calça skinny e seu sorriso apertado demonstravam o quão desconfortável ela estava por tudo que via ao seu redor. Regina observava que ao chegar às escadas da entrada a garota parecia ponderar se continuaria ou não. Era possível perceber sua hesitação pela carranca que exibia. E ainda assim estava linda como sempre. As bochechas vermelhas ainda pelo sol da Califórnia.

A imagem sumiu e ela apareceu na porta da frente que estava estranhamente aberta. A loira permaneceu mais ou menos um minuto ali ao que parece chamando por alguém antes de finalmente entrar na casa e desaparecer de todos os quadrinhos. A morena ficou olhando fixamente para a tela a sua frente que mal se movia. Não se passaram nem dois minutos desse transe infinito quando foi possível ver Swan novamente.

A garota passara tão rápido pela câmera de entrada que Regina, pega de surpresa, pausou rapidamente o vídeo antes de voltar e observar novamente. Seu rosto alvo e sempre tão radiante estava sombrio e vermelho em diversos pontos, mas não eram machas de sol. Logo passa para a outra câmera que agora pega a menina de costas. Seu cabelo voava livremente no vento que fazia. Ela para no meio do caminho e Regina a vê mexer no braço com certa raiva e em um puxão só ela percebe o que Emma fizera. Pelo vento a pulseira de linhas voa para longe. Emma continua seu caminho correndo e a última coisa que a morena vê é a garota daquele verão inesquecível secar as lágrimas enquanto ainda corria.

Com o coração na mão e ainda olhando para os vídeos Regina percebe que a hora que Emma foi a sua casa ela só pode ter a ouvido conversar com Ariel no plano para convencer sua mãe. E ela percebeu como estava certa quando viu Cora sair logo em seguida pela porta da frente colocando os óculos escuros. Adiantou ainda mais o vídeo, suas mãos tremiam descontrolas e pode assistir a si mesma sentada na varanda de sua casa esperando pela loira que nunca chegaria. E não foi preciso adiantar mais o filme para saber até que horas ela permaneceria ali.

As lágrimas desciam livremente por suas bochechas e finalmente pode entender porque todos ao redor de Emma a odiavam. A garota tinha ouvido Regina debochar dela e de sua sexualidade com tanta convicção que doeu no próprio coração da morena. Ela, na visão da garota que saíra de sua casa aos prantos, tinha se tornado tudo o que a loira mais temia.

Subitamente ficou com raiva de Emma por não ter lhe dado nem o benefício da dúvida. Mas ao olhar para o lado pegou o envelope que guardara por todos esses anos como uma prova de que não poderia confiar seus sentimentos a mais ninguém. Retirou as fotos lá de dentro e percebeu que ela também não tinha dado à loira qualquer benefício. Regina riu olhando para aquelas fotos de Emma beijando Ruby e pôde perceber o que ela nunca tinha reparado; como as fotos soavam tão falsas. Forçadas. Olhava para elas e comparava com as originais e percebia erros que seu cérebro apaixonado, machucado e adolescente não conseguiu ver na época.

Sentindo-se completamente idiota por não ter percebido isso antes Regina começou a imaginar porque Emma teria ido a sua casa mais cedo do que haviam combinado, como sua mãe poderia teria aquelas fotos originais e só havia uma forma de descobrir, falando com Emma Swan. Olhando a hora imaginou que a loira estaria trabalhando e não queria atrapalhar, além do mais, metade da garrafa de vinho tinha ido embora e o dia tinha sido emocionalmente esgotante, ela precisava realmente descansar. Tirando tudo de cima da cama, realizando sua higiene pessoal, apagou as luzes do quarto e colocou sua cabeça no travesseiro torcendo para que o silêncio colocasse as coisas no lugar em que elas deveriam estar.

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_Você precisa dormir. Pelo amor de Deus você está esgotada. – Ruby tentava acalmar a amiga que andava de um lado para o outro na sala do apartamento. Passava das três da madrugada, ocasionalmente ouvia-se uma buzina, afinal estavam na cidade que nunca dorme.

_Como você quer que eu durma Ruby? Eles querem meu filho. Aquele homem quer meu – enfatizou bem o pronome possessivo – meu filho. Como você quer que eu durma me diga? E Regina está no meio dessa, mais uma vez.

_Olha Emma, você sabe que eu não sou a pessoa mais simpatizante de Regina Mills, mas não me parece que a pessoa que promoveu aquela campanha para ajudar Henry, que doou a medula a ele faria uma dessas agora principalmente vendo a cara dela pro “noivo.”

_Você viu o nome dela na procuração, leu a petição. – Rebateu Emma.

_Vi, mas vi também que ela não assinou nada. Podem simplesmente ter colocado o nome dela ali por ser um padrão da empresa. – Ruby viu Emma revirar os olhos – Olha... – disse abaixando à altura da amiga que estava sentada no sofá – eu não estou dizendo que ela nunca faria isso, que eu dou meu coração que ela não está envolvida, mas só não parece bater com as últimas atitudes dela atitudes que eu vi com esses olhos. Só dê o beneficio da dúvida para quem ajudou a salvar a vida do seu filho. Se ela realmente fez isso eu reavivo o fã clube todos contra Regina Mills e falo mal dela duas vezes ao dia, mas não tire conclusões precipitadas. Durma. Descanse. E se possível converse com ela e grite com ela e desconte sua raiva nela. Mas amanhã. Hoje não.

Cedendo aos desejos de sua melhor amiga Emma foi se deitar. Obviamente o sono não veio tão fácil como à outra pensava que viria. O cansaço do corpo não conseguia fazer relaxar sua alma turbulenta. Ela dormiu mal e acordou suada e desesperada no outro dia antes de perceber que o que a deixara tão assustada, um mundo sem Henry, não passava apenas de um sonho.

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A manhã do novo dia veio mais gelada e preguiçosa do que era o esperado, a prova de que o outono estava no fim e o inverno já estava à espreita esperando sua oportunidade de aparecer. Regina mexera-se na cama. Estava meio descoberta e sentiu a pele arrepiar onde o vento podia beijar.

Gemeu baixinho procurando cegamente a colcha para se cobrir, mas não achou de imediato. Desistindo de procurar tentou relaxar novamente, mas a brisa assoviou pela janela trazendo consigo um ar congelante que fez a morena abrir os olhos sobressaltada e tremendo. Olhou para si mesma tentando imaginar em que ponto da noite havia colocado aquela blusa de malha e nada por baixo.

Contra sua vontade a morena se levantou para fazer a higiene pessoal. Percebera a tela do seu celular brilhando em cima da cômoda e viu a chamada de sua mãe. Mais uma para a lista de centenas chamadas que ela não atendera. Ao contrario de se preocupar, a morena sorriu animada e aliviada por perceber que sua mãe não podia mais controlá-la. Resoluta foi ao banheiro ciente de que tinha uma missão a cumprir.

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Ruby olhava a melhor amiga andar para lá e para cá pela sala do pequeno apartamento que dividiam com um nó no coração. A mulher que abandonara as mechas ruivas em algum ponto na transição entre a adolescência e a vida adulta vinha se perguntando por que a amiga tinha essa sequencia de fatos tão desafortunados em sua vida. Ela não tinha mais palavras em seu vocabulário que pudessem servir de algum consoo, até mesmo porque Ruby nunca foi uma pessoa boa com palavras, sempre fora uma pessoa de ação.

Quando teve aquela pequena ideia assim que acordou passou a se achar a pessoa mais inteligente desse planeta. Claro que ela queria ter uma conversa com a outra morena em primeiro lugar, uma civilizada obviamente. Sem acusações ou troca de farpas que não levariam a lugar nenhum, mas ela nunca cogitou a possibilidade de que Regina é quem iria procurar a loira. Por isso havia ficado completamente muda quando Mary falara com ela que a mulher havia ligado mais cedo implorando o endereço de Emma.

Estava segurando a loira o máximo que podia era o pedido de Mary. Regina vai, ela dissera, e parece que o assuntou é sério. O coração de Ruby batia em uma cacofonia sem qualquer ritmo, ha se Mary soubesse o quanto o assunto era sério. Ela estava vendo a hora que a melhor amiga iria explodir, gritar, jogar as coisas nas paredes. Chorar já não era mais uma opção. A tensão era tão grande que se ela se esforçasse um pouquinho conseguiria pegar em suas mãos. Da cozinha viu Emma entrar para o corredor, provavelmente pegaria sua bolsa e iria para o hospital, desesperada começou a ir atrás quando a campainha tocou. Aliviada correu até a porta respirando fundo antes de abrir para encontrar aquela que vinha odiando por longos quase sete anos.

Narrado por Regina

Quando tomei a decisão de procurar Emma desconsiderei todos os avisos que minha mente e meu coração me davam. Tudo que poderia dar errado. Simplesmente coloquei tudo dentro de um saco e enterrei no mais fundo da minha mente. Eu poderia ter procurado minha irmã, ela provavelmente encontraria uma explicação lógica ou ao menos me apontaria um caminho. Mas eu precisava saber por Emma a versão dela dessa história.

Ela precisava me explicar porque havia ido mais cedo ao nosso encontro. Ela precisava me ouvir. Não que eu acredite que se possa voltar no tempo, eu só precisava. Mas quando vi a porta ser aberta por Ruby desejei ardentemente que tivesse trazido Ze..Bex a tiracolo. No mínimo ela iria me proteger.

—Olha... – Comecei incerta sobre o que dizer, mas parei quando vi alívio nos olhos da mulher a minha frente.

—Não é momento para isso. – Disse levantando as mãos e me cortando – Só entre, e seja o que Deus quiser. – eu mal pude processar o que ela havia dito porque assim que entrei vi Emma vindo resignada em minha direção e estacando assim que pôs seus olhos em mim.

—Oi – disse depois que um silencio desconfortável pairou sobre o ambiente. Eu não conseguia ler as expressões no rosto da loira. Parecia que ela sentia tudo ao mesmo tempo. Ela estava visivelmente transtornada. De repente percebi que minha missão seria muito mais difícil do que eu imaginava.

—O que está fazendo aqui? Como sabe onde moro? – suas perguntas vieram como tiros. Vi Ruby se mover para a direção de onde Emma viera, antes de passar por ela segurou em seu braço e disse algo em seu ouvido que eu entendi como “beneficio da dúvida” dando um beijo em sua bochecha antes de desaparecer em uma porta qualquer.

—Eu vim conversar. Sua mãe me deu seu endereço depois que eu insisti muito. – eu disse para a mulher que segurava a bolsa contra seu peito como alguém segura um escudo e senti meu coração apertar. Ela usaria todas as suas armas contra mim. E não parecia nem um pouco disposta a uma conversa agora. – Mas eu percebi agora que talvez tenha sido um erro vir aqui assim sem te avisar e com nada mais que minha palavra. – Emma ainda estava imóvel me estudando como o tigre estuda sua presa – eu... – minha voz falhou – só queria que visse isso. – deixei o envelope com as fotos que recebi em cima da mesinha do centro e me virei para sair crente que não iria conseguir nada ali.

—O que é isso? - ela finalmente falou quando minha mão já estava na maçaneta. Virei-me para ver ela sentada na poltrona de frente para a mesa estudando o envelope gasto e amarelado.

—Eu recebi no dia em que marcou para ir a minha casa. – Disse simplesmente. Emma olhou para mim e pegou o envelope na mesa abrindo e pegando as fotos dentro e olhando uma atrás da outra. A careta que a loira fazia chegava a ser cômica.

—Que tipo de brincadeira é essa? – ela olhou para mim indignada como se eu pudesse ter feito isso. No fundo, eu estava aliviada. Emma sempre fora bem transparente quando pega de surpresa e sua expressão me dizia com uma clareza inegável que ela não fazia ideia do que aquelas fotos eram e que pareciam um absurdo.

—Não é brincadeira. Olhe essas fotos. – ela passava novamente uma a uma, estavam amassadas e algumas rasgadas ao meio e coladas com durex – olhe as datas.

—Isso nunca aconteceu. – ela levantou jogando as fotos na mesa do centro. – Isso é uma montagem.

—Diz isso para uma adolescente apaixonada que ficou esperando a garota que ela amava das quatro da tarde às dez da noite sentada na frente de sua casa, sem ela nunca aparecer. – eu disse sentindo as emoções me dominarem.

—Isso nunca aconteceu. – ela disse com mais veemência apontando uma foto amassada para mim. – E eu fui a sua casa sim.

—Hoje eu sei disso. Até ontem eu duvidava mesmo tendo visto isso – retirei o envelope achado no escritório da minha bolsa e apontando para ela que relutante pegou – desde o dia que cheguei ao hospital para a cirurgia. Hoje eu sei. Além do mais achei isso! - disse mais baixo mostrando a pulseira de corda deixando ela chocada e tocando o pulso involuntariamente. Emma abriu o envelope e retirou as fotos de dentro e percebi quando ela puxou o ar com mais força pelos pulmões. – é a mesma data.

—Onde achou isso? – ela perguntou num fio de voz.

—No escritório do meu pai que foi trancado pela minha mãe. – a loira olhou para mim confusa. – acredite em mim, eu fiz essa mesma cara quando vi.

—Eu não estou entendendo. Por que está fazendo isso? Por que está mexendo com isso agora? As coisas aconteceram como aconteceram. O tempo passou Regina. Tinha que ser como foi.

—Não. – retruquei – Não aconteceram. Não tinha que ser. Eu passei quase sete anos da minha vida te odiando achando que você brincou comigo. – eu estava gritando, mas não estava ligando para isso. – passei todo esse tempo achando que você me usou – ouvi um sorriso de escárnio por parte dela - por que foi na minha casa mais cedo do que o combinado?

—Que diferença isso faz Regina? Não queria que eu ouvisse a verdade? – ela gritou também. – Pois eu ouvi. Ouvi cada palavra que disse à sua amiguinha. Eu quis experimentar. – ela tentou me imitar e colocou todo escárnio na voz.

—Por que foi mais cedo? – Minha voz embargada pelo choro deve tê-la convencido porque ao invés de esbravejar Emma simplesmente dera de ombros como se não ligasse.

—Até parece que você não sabe. Eu fui porque você mandou.

—Eu?

—Sim. – ela não estava mentindo, acreditava piamente que eu havia mandado – Ariel me ligara dizendo que você estava pedindo para ligar para que eu fosse mais cedo porque sua mãe viajaria mais cedo. Você queria almoçar comigo. – ela riu sem humor – que tola eu fui – senti minhas pernas fraquejarem e procurei o apoio do sofá para me encostar. – Regina? – Emma viera na minha direção como se fosse me amparar, mas desistiu no meio do caminho. – Regina, o que foi? – toda história começou a fazer um terrível sentido na minha cabeça. As fotos com o nome do Eric, minha mãe, Ariel.

—Você tem certeza disso? – Gaguejei para a mulher a minha frente que apenas confirmou com o semblante fechado.

—Isso não muda o que eu ouvi Regina. Olha, eu não tenho cabeça para isso agora, eu não sei qual sua intenção com tudo isso, mas eu realmente não posso lidar com isso agora.

—Emma, por favor, me escuta. – supliquei sentindo as lágrimas salpicarem minhas bochechas – Se o que está me dizendo é verdade, caímos em uma armadilha terrível. Tudo faz sentido agora.

—Não Regina. Não faz. – Eu tive que rir da teimosia da loira.

—Eu nunca disse aquilo para te magoar. Sei que deve ter acreditado em cada palavra e não te culpo, mas aquilo foi um “plano” de Ariel que disse que minha mãe tinha visto nós duas no acampamento e que eu tinha que convencê-la de que entre nós não havia nada. Céus eu fiquei com tanto medo. Eu só queria ver você de novo para que o meu plano não fosse infundado. Eu queria te ver de novo para eu entender o motivo que eu queria fugir como Zelena fez. Ariel armou o plano para que minha mãe ouvisse o que estávamos “conversando” só que aparentemente ela tinha outros planos além daquele que me contou. Emma ... – a loira levantou a mão me cortando.

—Por favor, Regina para. – Ela estava chorando. – Eu não tenho cabeça para lidar com isso agora. – senti o desespero tomar conta de mim porque Emma não estava acreditando em mim, parecia que o mundo inteiro estava desabando em cima da minha cabeça enquanto eu tentava respirar.

Narrado por Emma

Regina me dizia coias que faziam minha mente girar. Não posso negar que para meu coração elas faziam todo sentido. Eu podia ver o plano, ela recebendo as fotos falsas. Eu queria acreditar nela, mas ainda assim por tê-la conhecido eu fui do céu ao inferno antes de conseguir dizer meu próprio nome. Passei pelo vale sombrio da morte e ainda passo. Eu ainda fiquei sem emprego por sua causa. Eu ainda posso ficar sem Henry por sua causa. Por mais que uma grande parte de mim queira acreditar nela, o lado mais racional e sombrio da minha mente não deixa.

—Por favor, Emma. – Ela chorava livremente agora. – Você tem que acreditar em mim. – Dera um passo na minha direção no que eu dei dois para trás. – e pude ver o desespero em seus olhos.

—Eu não posso Regina. Eu não posso lidar com isso agora. Por mais que o que esteja dizendo seja verdade eu simplesmente não posso.

—Por quê? Por que não pode simplesmente acreditar que caímos numa armação cruel de minha própria mãe e provavelmente da pessoa que considerei minha melhor amiga? Me diz por que você vendo a verdade na sua frente se recusa a acreditar em mim Emma? – Ela me pedia desesperadamente, mas eu não conseguia me mexer. Aquele pequeno pedaço do meu cérebro se recusava a se arriscar de novo. Recusava-se a dar esse salto no precipício. Recusava a mergulhar no mar de tormentos que era ter Regina Mills em sua vida.

—Regina...

—Não venha com Regina para cima de mim. – Ela gritou. Em meio passo ela estava na minha frente roubando meu espaço pessoal, meu ar e as batidas do meu coração – Olhe nos meus olhos e diga para mim que eu não estou falando a verdade. Olhe para mim. – ela ordenou.