Sonhos

único


Zoro era temido pelo mundo todo, muitas pessoas se perguntavam como ele deveria ser; na maior parte do tempo pensavam que ele era forte e bruto, além de maldoso.

Cochichos era o que ouvia quando andava na ilha que Sunny atracava. Ao ver um rapaz levando três espadas consigo, as pessoas se afastavam. Se afastavam porque tinham certeza que se tratava de Roronoa Zoro, O Caçador de Piratas.

Era muito temido.

E a situação irônica, porque Zoro se lembrava do momento que conheceu Luffy, ele se lembrava de ter dito que não se importava do que pensariam dele desde que seu nome fosse conhecido por todos.

Não importava o que pensavam dele, mas Zoro começou a acreditar que era insensível e até maldoso como diziam. Era difícil pensar diferente quando todos tinham a mesma opinião, até mesmo o bando achava que seus interesses se resumiam em lutas e espadas, poder e mais poder. Saquê também era bem-vindo. Mais nada.

— Você é igual a mim.

Sanji disse uma vez na cozinha quando estavam a sós. Zoro não disse nada, apenas direcionou o seu olhar para ele.

— Igual a Chopper também.

— Oi?

— Do Luffy, da Nami-san, do Usopp, da Robin-chan, do Franky, do Brook e do Jimbe.

Zoro estava sentado na mesa com um olhar confuso, não entendendo o que o cozinheiro queria falar. — Como assim?

Sanji saiu de trás do balcão com uma toalha de prato no ombro, ele também vestia seu avental rosa. Aproximou-se sorrindo, um sorriso que Zoro achou bonito e que o fez desviar o olhar. Não se lembrava do cozinheiro ter um sorriso tão bonito, talvez o motivo fosse a falta do cigarro. Enfim, Sanji sentou-se na sua frente.

— Você sorri. Você encara tudo isso como uma grande aventura que irá contar para os seus netos. Você é também um mugiwara.

Zoro piscou o olho bom, nunca esteve tão confuso. — Por que está me dizendo isso?

Sanji segurou a cabeça com uma mão e olhou em volta, sua aura gentil deu lugar a sua costumeira do tédio.

— Tenho a impressão que você esquece que somos 10 e que carrega tudo sozinho.

Zoro deu um suspiro, o cozinheiro só podia estar falando daquele dia com o ex-shichibukai Kuma. — Você fez o mesmo com um yonkou.

— E o que foi que eu disse? Você é igual a mim, viu?

Voltou com aquele sorriso bonito, de um rapaz bonito. Sanji estava certo, ele não era um monstro — muito menos um ogro —, ele tinha sentimentos, uns bem inexplicáveis e que se agravavam quando estava ao lado daquele tarado.

Sanji ainda sorria naqueles segundos que pareciam horas, Zoro notou sua gravata sobre o avental e a puxou. Não pensou, deixou fluir e terminou beijando o cozinheiro.

Era um tolo por acreditar no que diziam a ele, um tolo por não confiar na força dos seus companheiros e querer ficar mais forte. Um tolo por fazer tudo isso mesmo tendo algo tenro no peito.

Ele se permitiu a sonhar de novo.

Este é o último capítulo disponível... por enquanto! A história ainda não acabou.