[Nome] tinha acabado de chegar à ilha de Sphinx, a terra natal do Barba Branca. Decidiu caminhar pelo cais, à espera que Marco viesse buscá-la para irem visitar o túmulo do capitão e do Ace.

Fazia uns bons anos que [Nome] não se encontrava com seus antigos companheiros. Antes de começar a batalha de Marineford, tinha ficado doente. O seu capitão, Barba Branca, achou melhor que [Nome] voltasse para seu lar para se recuperar. Durante a sua recuperação, esteve isolada sobre o que acontecia ao redor do mundo. A vila onde vivia era dentro de uma floresta, onde não havia muitas formas de ter comunicação com o mundo exterior.

Enquanto esperava pelo seu amigo, ficou observando os civis descarregando as mercadorias nos navios para seus respectivos estabelecimentos. Percebia que eles eram felizes com a vida que tinham, na qual não corriam riscos de serem perseguidos pela marinha por algum crime que tivessem cometido.

Algo chamou a atenção de [Nome], umas das caixas estava quase caindo em cima das cabeças das crianças que estavam brincando por ali. Só teve tempo de correr e proteger as crianças com seu corpo para não ficarem feridas.

— Parece que cheguei a tempo-yoi — falou Marco, que segurou a caixa da mercadoria e colocou no chão para não acontecer nenhum acidente com outras pessoas. Ele tinha visto o ato de salvamento de [Nome] com as crianças e por pouco conseguindo segurar a caixa para não cair em cima da sua antiga companheira. Não queria que o reencontro fosse um desastre.

— Foi mesmo por um triz. Obrigada, Marco-kun — agradeceu [Nome], ainda com crianças debaixo dos seus braços. Só tinha reparado nele quando viu uma sombra atrás de si, nunca tinha pensado que era o seu companheiro de tripulação.

[Nome] conferiu se nenhuma criança tinha ficado ferida e recomendou aos mais novos que não brincassem perto das mercadorias, porque estavam sujeitos a se ferir e poderia não haver nenhum adulto para ajudar naquele momento.

— Estou vendo que não mudaste nada, [Nome]-chan — comentou Marco sobre a personalidade de [Nome], que se preocupava com o bem estar dos outros.

— Tens a certeza? — perguntou [Nome]. Queria provocar um pouco o mais velho. A sua personalidade continuava a mesma do passado, mas a sua altura tinha mudado bastante.

— Parece que me enganei. Ficastes mais alta — respondeu Marco, que ficou surpreso quando [Nome] se levantou, e reparou que a altura dela quase alcançava os seus ombros. Antigamente ela não conseguia bater no seu ombro sem ser aos pulos ou numa cadeira na hora do almoço, que passavam juntos a conviver.

— Estava em fase de crescimento naquela época e a comida feita pela família ajudou imenso — comentou [Nome]. O motivo do seu crescimento, a sua família sempre se preocupava com ela para comer nas horas certas. Na tripulação, às vezes esquecia de comer na hora certa antes de cumprir as tarefas designadas naquele dia.

— Fico feliz por saber que a tua família cuidou bem de ti durante a recuperação — falou Marco com um sorriso no rosto. Na época que mandaram [Nome] para casa, todos da tripulação do Barba Branca sempre lembravam da jovem, esperando que ficasse boa para regressar ao navio.

— No tempo que fiquei com a minha família, só houve uma coisa que me arrependi. Queria estar junto com vocês naquele momento para salvar o Ace. Senti-me culpada quando vocês lutaram e eu não podia fazer nada — contou [Nome] a angústia que teve dois anos atrás. Quando soube da notícia, quis voltar para a tripulação, só que sua saúde agravou mais porque ainda não estava totalmente recuperada.

— Ninguém te culpou. Um dos desejos de Ace foi que tu não participaste na batalha. Ele não queria te ver ferida porque tu sempre foi alguém importante da vida dele — revelou Marco, que lembrava muito bem em algumas conversas que teve com Ace antes de ter sido preso. Se acontecesse alguma coisa a ele, nunca queria ter [Nome] envolvida em alguma batalha, queria que ela tivesse uma vida calma, que sempre sonharam em ter juntos quando cumprissem o sonho de ter vivido diversas aventuras pelo mar, salvando pessoas.

— Depois de algum tempo é que entendi. Eu não queria sofrer com a morte dele, por isso decidi continuar com o nosso objetivo da vida — confessou [Nome] os planos que teve junto de Ace. Um ano depois finalmente conseguiu realizar um dos sonhos.

Os antigos companheiros ficaram conversando sobre a vida deles por um bom tempo. Marco levou primeiro [Nome] a comer em algum restaurante até a hora que partissem para uma ilha perto dali, onde estavam Ace e Barba Branca descansando em paz, longe da confusão da vila.

(...)

Depois de terem comido alguma coisa, voltaram para o cais para buscar o pequeno barco que Marco tinha alugado para ir com [Nome] até a ilha. A viagem não demorou mais que vinte minutos porque a pequena ilha não era muito longe de Sphinx. O mar estava calmo, por isso não houve muito contratempo. [Nome] se manteve calada até a ilha, pensando no que ia falar para seu amigo que não via há dois anos.

— Chegamos, [Nome]-chan — falou Marco, que tocou no ombro da jovem e viu que ela estava um pouco distraída.

— Desculpe, Marco-kun. Estou um pouco nervosa — confessou [Nome] quando se apercebeu que foi chamada pelo mais velho, que a ajudou a sair do pequeno barco.

— Ninguém vai te morder, estou aqui para o que precisares — comentou Marco, que deu um sorriso para [Nome] sentir-se mais confiante.

O ex-primeiro comandante do Barba Branca foi à frente de [Nome] para mostrar o caminho. [Nome] reparou que o seu amigo Ace estava descansando num local cheio de flores, onde transmitia uma paz que fazia a sua mente estar mais calma.

— Bem, vou deixar-te a sós. Qualquer coisa, é só chamares — avisou Marco, que parou a frente de [Nome]. Sabia que a jovem queria ficar um pouco sozinha. Por isso decidiu esperar por ela no pequeno barco.

[Nome] deu um pequeno sorriso como agradecimento a Marco pela ajuda que teve dele para chegar ali. Caminhou calmamente até o chapéu laranja do seu amigo e se ajoelhou ao lado de uma caixa de mercadorias que havia ali, com copos de bebidas.

— Sei que cheguei tarde, Ace — lamentou [Nome] olhando para o chapéu laranja. Ainda lembrava do sorriso contagiante que o outro tinha que sempre a animava nos momentos que estava em baixo a lembrar da sua família.

— Prometi a mim mesma que só vinha te ver quando cumprisse o nosso sonho. Deu tudo certo e aqui estou eu — comentou [Nome], que tirou da sua bolsa uma fotografia para mostrar a Ace, de como as crianças estavam felizes por terem um lar aconchegante, sem se preocuparem com o dia de manhã, onde podiam se alimentar sem ter que procurar comida pela rua.

Depois de ter recuperado a sua saúde, conseguiu ir em frente em realizar o sonho que tinha com Ace. Ainda se lembrava dos planos que tinha feito com ele como se fosse ontem.

(...)

A tripulação do Barba Branca andava a navegar pelos mares até chegarem à ilha destinada que escolheram ficar por uns dias a descansar.

[Nome] encontrava-se um pouco afastada da tripulação na hora de almoço, a pensar no que tinha visto na última ilha que passaram. Aquelas memórias não queriam desaparecer na sua mente, queria fazer algo para nenhuma das crianças passar por aqueles momentos terríveis, nos quais não sabiam se iam sobreviver.

— [Nome], não queres me contar o que se passa contigo? — perguntou Ace, que sentou-se à frente de [Nome]. Quando entrou na cozinha, a primeira coisa que reparou foi que a sua melhor amiga estava sentada sozinha e com uma cara preocupada.

— Estou pensando nas crianças que encontramos na ilha — respondeu [Nome], que olhou seriamente para seu amigo.

Queria ter ajudado em algo para eles não sofrerem nos próximos dias que vinham uma tempestade, mas não conseguiu fazer muita coisa sem ser oferecer alguns alimentos porque partiram no mesmo dia daquela ilha.

— Elas vão ficar bem e não estão sozinhas — comentou Ace.

Queria tirar um pouco da preocupação de [Nome] das crianças. Ele também não ia esquecer por um bom tempo o que tinha visto naquela ilha. Onde muitos dos adultos deixavam de lado as crianças órfãs e tratavam elas muito mal.

— Mesmo assim, queria ter arranjado um lar seguro para elas, onde pudessem ter alguém de confiança para tomar conta delas — falou [Nome], que deixou o seu prato de lado. Tinha perdido o apetite só de pensar nas crianças que ficaram para trás.

Os amigos ficaram calados por um momento, pensando em alguma solução que pudessem fazer no futuro, caso encontrassem mais crianças que viviam na rua, onde não tinham condições para sobreviver. Para que tivessem um lugar seguro para ficar.

— Não sei se te contei, um dos meus sonhos é abrir um lar de acolhimento para as crianças. Quero mostrar que há adultos bons, onde podemos protegê-las e elas, confiar em nós — revelou Ace com um sorriso no rosto. Era grato a sua família adotiva que tinha tomado conta dele desde de criança. Havia aprendido e vivido um monte de aventuras com seus irmãos.

— Quero te ajudar a realizar este sonho maravilhoso — confessou [Nome]. Já se sentia um pouco melhor só de ter conversado com seu amigo. Nunca havia pensado que Ace tivesse ainda um sonho maravilhoso para realizar.

— Tens a certeza, [Nome]? — perguntou Ace. Queria confirmar se podia ter uma parceira para ir em frente com este projeto.

— Tenho. Não quero me arrepender se não te ajudar. Quero ver as crianças sorrindo — respondeu [Nome], sem duvidar de nada.

Tiveram que sair da cozinha, o cozinheiro da tripulação expulsou-os de lá, porque queria arrumar e limpar a loiça. Decidiram ir para a biblioteca, lugar mais calmo naquele navio e que tinham a certeza que não havia nenhum membro da tripulação naquele espaço.

Começaram a fazer vários planos, como iriam construir e onde seria o lar para as crianças que iriam acolher no futuro. Nos seus tempos livres, [Nome] e Ace iam para o centro do comércio da ilha que ficaram por uns dias até embarcarem, à procura de um trabalho para juntar dinheiro para o projeto. Queriam construir um lar com honestidade e sem roubar a ninguém.

(...)

Aqueles dias cheios de emoção estavam sempre na memória de [Nome]. Muitas vezes não conseguiam nenhum trabalho porque Ace comia a comida dos clientes na hora de serviço e tinham que sair na hora do restaurante antes que causasse ainda mais confusão.

— Depois de ter fundado nosso lar de acolhimento, fui buscar as crianças que tínhamos visto naquela ilha e estão agora muito saudáveis e felizes — contou [Nome] com um sorriso no rosto.

Por ter conseguido realizar o sonho do seu melhor amigo, sempre fez questão de contar às crianças que Ace era um dos fundadores principais do lar. Muitas das crianças queriam ter vindo com ela para visitá-lo. [Nome] não os deixou vir porque não sabia se a viagem ia ser segura. Ultimamente havia muita gente perigosa no mar e não queria que eles ficassem feridos.

— Para a próxima, vou trazer as crianças. Elas querem te conhecer — revelou [Nome] ao se levantar. Viu que estava a escurecer e não queria deixar Marco esperando por mais tempo.

[Nome] tirou do seu pescoço um colar de conchas feito pelas crianças e colocou ele no chapéu laranja de Ace. Despediu-se do seu amigo com um sorriso no rosto e ao virar as costas sentiu algo nos seus ombros. Mesmo não vendo nada, sentia que Ace estava ali naquele momento, agradecendo pela visita e pelas novidades que havia contado.

A mente de [Nome] agora se encontrava calma por ter visitado Ace e o arrependimento que teve anos atrás por não ter estado com ele nos seus últimos dias de vida foi embora. Percebeu que ele queria a proteger e até hoje continua fazendo, mesmo estando longe.

Este é o último capítulo disponível... por enquanto! A história ainda não acabou.