Sonhadora

Capítulo 23- Grandes emoções!!



"Alice, me empresta as maravilhas do teu país? Passei tanto tempo correndo atrás do Coelho Branco. Ele que sempre esteve atrasado e apressado.
Corri tanto, durante anos, que chegou uma hora em que a fadiga tomou conta de mim e eu cansei de tentar acompanhá-lo. Parei e em poucos instantes o vi sumir na multidão.
Correr atrás de algo sem rumo, às vezes, não é a solução. Parar para pensar, muitas vezes, é interessante. É inevitável uma análise para descobrirmos onde estamos pisando, até onde o nosso passo alcança e se é que existe o País das Maravilhas, afinal. Viver andando sem curso, seguindo algo que não se tem certeza ser real, além de cansativo, pode ser um tanto ilusório como um Coelho usando um Paletó.
E de tanto correr em círculos, chega uma hora em que você se sente esgotado. Sem esperanças, sem perspectiva de vida alguma e começa a deixar de viver e passa apenas a existir. Esquece de todos os cheiros, cores e sabores. Não mais vê graça em um sorriso discreto e deixa de admirar as coisas mais belas e simples que a vida lhe proporciona."



P.O.V Alice



Meus olhos se enchem d'água e não pude conter as lágrimas. ainda segurando a sua mão, chamo as enfermeiras. E esse foi o meu erro. Pego a minha bolsa para ir embora, mas na hora que eu estava abrindo a porta me deparo com o meu pior pesadelo.



–Alice... -ela diz em um tom surpreso.


–Para que a surpresa,, mamãe querida?- digo em um tom sarcástico .

Ela fica um tempo pensando e logo seu rosto se transforma em uma expressão de ódio e na verdade ela sempre foi assim,, só que quando eu era pequena ,ela não parecia. Na verdade, eu me forçava a criar uma imagem fantasiosa dela.

–O que aconteceu com o seu pai?

–Ele... -um nó se forma em minha garganta, respiro fundo e digo de uma única vez. - ele morreu.

–O que? O que você fez com ele? Não isso não é verdade... Você esta brincando não é?

– Nada, eu não tive culpa... Acho que foi uma parada cardíaca e...

–Sua ingrata, eu te adotei, eu te dei uma família... E você nem para doar o coração para ele, eu vou te matar...- ela se aproxima de mim, foi muito rápido. Sinto sua mãos em volta do meu pescoço, o ar vai sumindo dos meus pulmões. Foi uma sensação horrível. Dou tapas em seu braço forçando a me largar,consigo atingir o seu rosto, mas sua força era bem maior que a minha e eu não pude evitar. A dor era tanta, que eu não conseguia raciocinar, sinto meu corpo caindo, ouço vários passos e gritos ao meu redor e então eu apago.



P.O.V Fernanda



Eu já estava agoniada e meu coração estava apertado de tanta espera. Será que Alice tinha mesmo sido operada? Foi então que vejo Richard descendo as escadas e vindo ao meu encontro.



–Até que enfim que chegou- digo me levantando da cadeira.

-E então teve notícias dela?



Ele assente


–Anda Richard, diz logo o que aconteceu- digo vermelha de tão nervosa que estava. Seu rosto começa a corar e então me pergunto o que aconteceu.

–Ela está viva- ele diz com um grande sorriso , que me contagiou e fez com que eu sorrisse ainda mais.

–Meus Deus não acredito, dou um Abraço em Richard. Estávamos felizes que nem criança quando ganha um doce. Ficamos sorrindo um para o outro, até que ele continua a falar.

– Eu a encontrei no corredor, ela não me contou o que aconteceu, porque a mãe dela apareceu e tivemos que fugir, mas ela está bem.

– Nossa, mas então cade ela? Eu quero vê-lá.

– Ela ficou lá em cima, ela não disse o que iria fazer, mas pediu para eu confiar nela e...

– .É obvio que você não foi burro e não confiou, certo?

– Ah puxa, será que existe algum Burrinho bonitinho, porque... Eu acho eles tão feios e...

–Richard... -Digo pausadamente. -Não vai me dizer que você confiou nela e a deixou sozinha, soltinha no hospital, com a mãe dela a solta?

– Ah, eu deixei sim.

– Ah mais você é uma anta mesmo.

–Ué agora eu fiquei confuso, eu sou um Burrinho ou uma anta?

–Richard, vamos- digo o puxando pelo braço.

–Temos que ir atrás da Alice e...

–Você está ouvindo isso Fernanda?

–Estou... Parece passos, deve ser alguma emergência.- fomos andando pelo corredor, somente quando subimos até o segundo andar que eu vi que realmente era uma emergência, havia uma maca e muitos médicos em volta. Fomos até o canto da parede e ficamos esperando os médicos passarem. Estava curiosa, então dei uma olhadinha na maca para ver quem era. Nessa hora a frase :

" a curiosidade matou o gato, " fez muito sentido em minha vida. Eu não sei se eu estava tendo alucinação, mas eu jurava estar vendo Alice.