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New Rules (Dua Lipa) – Charlie X Hermione


Hermione Granger tinha se formado em Hogwarts depois que a guerra acabou, ela se afastou de seus amigos durante aquele período, por causa das rotinas de cada um. Ela estava mais dedicada ainda aos estudos, Ron estava ajudando Jorge a cuidar da loja Geminialidades Weasley e Harry passava mais tempo viajando do que em casa e quando retornava, aproveitava os momentos de descanso para sair com Gina.

Ela não os culpava por isso, afinal também estava vivendo outra rotina. Ela sabia, sempre soubera, que chegaria um momento em que teria menos contato com os amigos e sentiria mais saudades, mas se ela quisesse mesmo se tornar Ministra da Magia, então teria que dedicar por inteiro naquele ano. O período letivo parecia correr e, quando deu por si, já estava na época do Natal.

Pela primeira vez, decidiu fazer algo espontâneo e com apenas sua bolsa saiu dos terrenos de Hogwarts e aparatou para a Romênia. Não saberia dizer se a perguntassem o motivo de ter escolhido aquele pequeno país, porém foi o primeiro lugar que viera na sua mente. Talvez por parecer longe o bastante de casa ou por não conhecer ninguém que morava ali.

Entrou no primeiro bar que viu e se sentou no balcão, o lugar era pequeno, escuro e estava relativamente vazio. Claro que estava vazio, era véspera de Natal e quase todos estariam jantando com as famílias ou fazendo alguma coisa juntos. Tinha uma meia dúzia de pessoas ali naquele bar e ela era uma delas. Podia não conhecer nenhum cliente, mas sabia que eram pessoas solitárias, assim como ela se sentia ultimamente. Estava absorta em pensamentos.

Foi quando a porta se abriu mais uma vez e ela sentiu uma rajada de vento em suas costas, logo foi vencida por sua curiosidade e olhou em direção a porta. Não havia visto o rosto da pessoa que acabara de entrar no recinto, mas reconheceria aqueles cabelos ruivos em qualquer lugar do mundo. Primeiro pensou que fosse Ron, entretanto ele não teria como saber que ela estava ali.

Demorou exatos cinco segundos para se lembrar que Charlie Weasley vivia na Romênia e cuidava de dragões, só poderia ser ele, era a explicação mais lógica. Ela o acompanhou com o olhar e viu quando ele se sentou a dois bancos de distância de onde ela estava. Pediu dois copos de whiskey de fogo e rapidamente se levantou, ela pensou que ele iria embora, mas se surpreendeu quando o viu caminhar em sua direção.

— Hermione Granger? – indagou curioso.

— Como me reconheceu?

— Primeiro, você está estampada em todos os jornais desde que a guerra acabou e segundo, meus irmãos mais novos sempre falaram muito de você, chegava a ser irritante.

— E por isso, você acha que me conhece melhor do que ninguém e que sabe tudo sobre minha vida. – soltou uma risada anasalada.

— Eu sei que é a bruxa mais inteligente. – sorriu. — Te proponho um jogo: a cada resposta certa que eu der, me aproximo um pouco mais de você e se conseguir chegar perto o suficiente, ganho um selinho.

— Está bem. – respondeu prepotente, ela sabia que ele não teria chances.

— Você foi selecionada para a Grifinória, mas foi quase uma empata chapéu. Ele não sabia se te colocava na casa dos leões ou na Corvinal. – ela acenou e ele se moveu.

— É difícil dizer qual é sua melhor matéria, mas não ia muito bem em poções. – Ron não parava de falar em como ela passou o sexto ano irritada com Harry por ir melhor que ela, ainda assim esperou ela confirmar para se mexer.

— Descobriu qual era o monstro que habitava a Câmara Secreta sozinha.

— E, por último, se sente sozinha. Qual seria a outra razão para estar num bar na Romênia em plena véspera de Natal? – abriu um sorriso triunfante e ela selou seus lábios.

Poderia culpar a bebida por tudo que aconteceu depois disso, mas a verdade é que ambos estavam sóbrios, sóbrios até demais. O selinho logo se tornou um beijo ardente e, enquanto ele puxava levemente seus cabelos, ela tinha as mãos em volta de seu pescoço.

A puxou para mais perto e ela aprofundou ainda mais o beijo, não saberia dizer quando foi que se levantaram, porém de repente estava de pé e se encaminhavam para a porta. Ela sabia como aquilo acabaria e pela primeira vez não se importou com nada além do que estava vivendo naquele momento. Se arrependeria no dia seguinte, mas no momento, não queria lidar com aqueles pensamentos.

— O que acha de irmos para a minha casa?

— Eu acho que é uma ideia maravilhosa.

Aparataram e, assim que chegaram, ele abriu a porta de seu apartamento. Ela nem teve tempo de reparar no lugar, porque assim que Charlie fechou a porta, voltaram a se beijar. Foram para o sofá e ela se sentou em seu colo, pôde sentir as mãos ásperas e com calos devido ao trabalho intenso e ao mesmo tempo macias dele passeando por suas costas.

Seu juízo se fora junto com a primeira peça de roupa que tirou, continuaram no sofá pelo restante da noite e se surpreendeu com o quão fácil foi para ela se entregar a ele. Parecia que tinham sido feitos um para o outro naquele momento, mesmo ela sabendo que não teria nada sério com ele e vice-versa.

A verdade é que um dia se tornou uma semana, a semana se tornaram duas e quando se deu conta, já estava morando fazia um mês na casa dele. Foi numa sexta a noite que eles terminaram, ela não se lembrava o que os levaram a brigar daquela vez, mas era sempre assim. Eles brigavam, terminavam, ele ligava e ela voltava. Naquele dia, ela aparatou direto na casa de Gina e, quando a amiga abriu a porta, logo a abraçou.

— O que aconteceu dessa vez? – a ruiva acompanhava todas as idas e vindas do casal. — O que foi que ele fez?

— Ah, você sabe. A mesma coisa de sempre, nem eu sei te explicar qual foi a razão da briga dessa vez.

— Mione, você é tão inteligente, tão melhor do que ele. Não entendo por que se coloca nessa situação. Carlinhos sempre foi assim, desde que me conheço por gente.

— Eu sei de tudo isso, mas há algo nele que sempre me faz voltar, é como se eu fosse um imã e ele o campo magnético.

— Vou te dar uma dica então. Estabeleça três regras e as siga: 1ª regra: Não atenda quando ele ligar. Você sabe que ele está ligando apenas porque está bêbedo e sozinho. 2ª regra: Se ele vier atrás de você, não o deixe entrar novamente, vai ser impossível o expulsar da sua vida de novo. 3ª regra: Não seja melhor amiga dele, você sabe que vai acordar na cama dele pela manhã. E se você sempre correr de volta para os braços dele, nunca vai superar.

Hermione anotou as regras que a amiga listara, enquanto ela ia falando e começou a contá-las. Ela sabia que sua melhor amiga tinha razão no que dizia, sabia que a ruiva estava certa quando falava que, se ela voltasse sempre, nunca iria superar o ruivo.

Ela aprendeu os padrões rápido demais, decifrou as inconsistências do treinador de dragões na primeira semana em que convivera com ele, mas viu também como se sentiu quando estava junto dele.

Porém, ela sabia que seguir as regras era o melhor a se fazer. Sabia melhor do que ninguém que a prática levava a perfeição e, desde pequena, gostava de seguir as regras. Mas tinha que admitir para si mesma, que apesar de gostar de seguir regras, aprendeu em todos seus anos em Hogwarts que gostava ainda mais de quebrar elas.