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Flashlight (Jesse J) – Captain Hook x Emma Swan


P.O.V Emma

Me levanto e vou fazer um café preto para mim, desde que Hook se mudou para minha casa, as coisas têm sido um tanto quanto diferentes, comecei a acordar mais cedo do que de costume e comecei a comer mais vezes em casa.

Antes eu ia fazer meu desjejum no Granny´s, lugar em que comia apenas uma rosquinha e tomava um chocolate quente com canela, nem um pouco saudável, eu sei. Mas desde que mais uma pessoa passou a dividir a casa comigo, tenho tomado o café da manhã em casa.

E essas são só as pequenas mudanças, para mim, a maior é ter alguém que dorme abraçado comigo e acordar com alguém ao meu lado, ainda acho isso um pouco estranho, nunca fui uma pessoa que gosta de contato, mas com ele é diferente.

Com ele eu sinto que no dia de amanhã eu poderei estar sozinha, sentindo medo daquilo que eu não conheço, mas ele estará ali por mim de um modo ou outro, como sempre esteve. Por exemplo, como quando fomos mandados a uma realidade alternativa, na qual ele tinha alergia a rum e mesmo sem saber meu nome foi atrás de mim.

Acho que ele tem razão, nunca iriei admitir isso a ele só inflamaria mais o seu ego, quando diz que eu passo tanto tempo salvando os outros, que esqueço de salvar a mim mesma. Mas talvez ele esteja enganado e esse foi o método que achei de fazer com que ele se aproximasse cada vez mais de mim.

Para ser sincera, eu não precisei que ninguém me salvasse, mas eu gosto dessa sensação de proteção que ele me passa. O pirata até invadiu um maldito restaurante para devolver minhas memórias, acho que devo muito a ele por isso.

Analisando bem, eu tenho tudo quando estou com ele. Eu olho ao meu redor e vejo uma doce vida, porque não importa o quão escuro esteja, ele sempre estará ao meu lado para me guiar. Talvez ele seja a minha lanterna no meio da escuridão que nos cerca, escuridão causada pelos vilões, eu digo.

Posso estar ficando louca, mas acho que sei o motivo do meu coração saltar todas as vezes em que me vejo nos olhos dele, azuis como o céu, claros como nuvens e brilhantes como duas lanternas. Agora tudo faz sentido, ele realmente é a lanterna que me guia noite adentro e eu o amo por isso.

E quando eu vejo as sombras das árvores, causadas por um temporal, eu não tenho medo da chuva, pois eu sei que ele estará ao meu lado, segurando minha mão, me guiando e sendo minha lanterna. Quando cheguei em Storybrooke, tinha medo de ter trevas dentro de mim, mas mesmo que eu tivesse, o homem dos olhos azuis, me ajudaria a sair desse caminho.

— Pensando no que, amor? – diz com sua voz rouca e arrastada. Olho para minha mãos e a xícara de café está intocada envolvida pelas minhas mãos, devo ter divagado por tanto tempo, que nem notei que já estava perto da hora que ele acorda. Nem adianta levar o líquido aos meus lábios, sei que a essa altura, já está gelado.

— Nada de importante. – falo colocando a xícara na pia e indo de encontro a ele para abraça-lo.

— Qualquer pensamento que tem é importante, ao menos para mim. – fala olhando em meus olhos e sorri. Entendem o que quero dizer com ser minha lanterna? Eu não consigo esconder nada dele, nem um simples devaneio.

— Em como tenho sorte por tê-lo e em todas as vezes que já guiou meu caminho durante um momento conturbado pelo qual estávamos passando. Obrigada por ser a lanterna mais brilhante da minha vida quando eu mais precisava. – termino de dizer e colo nossos lábios, dou um selinho e ele aprofunda mais o beijo mexendo os lábios.

Vejo que ele não vai dizer nada, então subo para meu quarto para pegar minha jaqueta de couro vermelha e ir até a delegacia. Se fosse outra pessoa, com certeza ficaria chateada por não ter tido uma resposta, mas eu sabia que quando dissesse aquilo, ele nada falaria.

Eu sou péssima em me abrir com os outros e ele sabe isso melhor do que ninguém, se fosse o contrário, eu também não saberia o que dizer a mim mesma. Até porque, isso foi algo parecido com um “eu te amo”. Eu não sei dizer essas três palavras, então “você é minha lanterna” tem que bastar por enquanto.

Meu pai vive me dizendo para dizer as três palavras, mas eu simplesmente não consigo. Toda vez que vou dizer ou eu travo, ou eu estou lutando com algum ser das traves. E para ser sincera, lutar com um ser das trevas é bem menos assustador do que dizer “eu te amo” para alguém.

Chego na delegacia e jogo minhas chaves em cima da mesa, me sento na cadeira e espero que meu pai diga algo, geralmente é ele quem quebra o silêncio matinal. Ele não demora a entrar.

— Bom dia, filha. – diz sorrindo e dando um beijo em minha bochecha.

— Bom dia, David. – sorrio de volta.

— E aí? Já disse aquelas palavras? – ergue uma sobrancelha em minha direção.

— Quais? Você é lindo? Bom dia amor? Precisa de ajuda? Sabe que eu poso fazer o dia todo. – arranco um meio sorriso dele, sei que não vai torcer o braço assim tão fácil. Ele quer rir, mas não vai, não na minha frente.

— Estou falando sério, se não disser, alguém vai. Acredite em mim, fale o quanto antes. Ele já está morando com você! – se exalta um pouco. — O que está esperando?

Aquela pergunta me pega desprevenida, eu não sei o que estou esperando para dizer. Tenho medo de ser rejeitada, mas meu velho tem razão, ele já está morando comigo. Nunca me rejeitaria, ele mesmo já disse que me ama várias vezes. Decido que assim que o ver, a primeira coisa que irei fazer é dizer as três palavras que tenho evitado durante anos.

— Bom dia, xerife. – Hook diz entrando na delegacia.

Me levanto devagar, ando em sua direção respirando, tento me acalmar. Minhas mãos suam, sinto minhas pernas tremerem, meu coração querer sair pela boca e bilhões e borboletas invadirem meu estômago.

— Eu te amo. – digo olhando no fundo dos olhos dele.

— O que? – ele está sem reação, novamente, eu também ficaria sem reação se me ouvisse dizendo essas palavras.

— Eu te amo. – sorrio e o beijo.

— Eu também te amo, mas já está cansada de saber, minha garota perdida na escuridão. – diz piscando com um olho só.

— Eu te amo demais, minha lanterna. – dessa vez o beijo com vontade, expresso todo meu amor, carinho e minha gratidão por ele e por sempre o ter por perto.

Se me perguntassem agora, nesse exato momento de eu nunca ter dito que o amava, eu não saberia responder. Diria que era um medo bobo, um medo bobo que deixei me dominar por tempo demais. É tão bom dizer essas palavras, eu achei que não soubesse as pronunciar juntas.

E ele, mais uma vez estava ali, ao meu lado, me guiando e me mostrando que sim, eu sei dizer “eu te amo”, para aquelas pessoas que eu amo e com as quais eu me importo. Sei que sempre faço de tudo para mostrar isso a elas, mas as vezes tudo o que querem é nos ouvir dizendo isso.