Eu e o Tom já estávamos com os nossos tão sonhados 8 anos!

Nossa mãe ainda estava trabalhando em casa, mas isso não nos impedia de \"ficarmos\" juntos as vezes.

Já eram nove e meia da noite, nossa hora de dormir. Subimos a escada e invés do Tom ir pro quarto dele, ele foi para o MEU! Eu sabia o que isso significava.

-Agora que a mamãe tá aqui em casa, não podemos mais.... -ele parou de repente.

Ele estava sentado na minha cama, ao meu lado.

-Verdade! -eu concordei sem olhá-lo.

O Tom ficou em silêncio por um longo tempo, até que ele me disse quase que sussurrando:

-A gente podia matar a saudade....

Ou eu era um idiota, ou eu não tinha entendido direito que \"saudade\" era essa.

Virei para olhá-lo melhor e nossos lábios se tocaram.

Eu nunca soube se o que nós estávamos fazendo era errado ou não. Eu também nunca quis saber, porque com certeza ninguém entenderia.

Na verdade, entender o que? Nós dois estávamos nos preparando juntos para o futuro. Quando uma menina pedir para a beijarmos, nós saberemos exatamente o que fazer. Seremos \"experientes\" o suficiente para fazê-la suspirar por nós e todo mundo que sabe um pouco sobre a vida, sabe que experiência só se consegue com prática!

Tom beijava bem, MUITO bem para falar a verdade. Meu maior medo era perder esses beijos para uma qualquer que ele achasse por aí e chamasse de namorada.

Eu sabia que nós para ele não era importante. Eu era mais um passatempo até ele crescer e poder paquerar as meninas do bairro.

Tom foi apronfundando o beijo, enquanto tudo isso passava na minha mente. Eu podia sentir a língua dele entrando na minha boca lentamente, como se ele pedisse espaço para aquilo.

Fiz o que ele meio que me pediu e nossas línguas se encontraram. Foi bom no começo, eu admito, mas depois o Tom tentou me morder.

Rompi com o beijo e me afastei dele.

-Desculpa Bill! Eu te machuquei? -ele me perguntou sem entender muito bem o porque de eu ter me afastado tão depressa.

-Quase fiquei sem língua, sabia? -eu respondi com uma pergunta, tentando massagear minha língua com o dedo.

-Desculpa! -ele sorriu sem graça pra mim.

-OK! -eu sorri de volta.

-Bill e Tom para a cama! -nossa mãe bateu na porta do quarto. -O que vocês estão fazendo ai? -ela perguntou.

-NADA! -o Tom respondeu e se levantou. -Tchau coelhinho -ele sussurrou para mim e abriu a porta, dando de cara com a nossa mãe.

-Vamo Tom! Já para o seu quarto! -ela disse zangada.

-OK! Boa noite! -ele abraçou a mamãe e piscou para mim, indo embora longo em seguida.