"'Cause all of the stars have faded away, just try not to worry, you'll see them some day."

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Tate e Sarah estavam deitados no fundo do quintal, olhando as estrelas.

–Sabe, eu sempre amei as estrelas. Tinha colares, pulseiras, tudo com estrelas. Quando eu era pequena, eu até pedi para minha mãe colar estrelas nas paredes do meu quarto. Sei o nome de um monte de constelações, e até de algumas estrelas.

–Porque você gosta tanto de estrelas?

–Eu sempre apreciei as coisas que estavam longe de mim. Outros países, outras épocas, estrelas e outros planetas. Sabia que as estrelas que vemos brilhar no céu já morreram há muito tempo? Elas nem existem mais. Daqui há séculos, ainda estaremos aqui e veremos o brilho de novas estrelas, estrelas que podem estar morrendo agora.

–Parece que você sempre gostou de coisas mortas.

–Talvez.

Ficaram em silêncio por alguns minutos depois disso. Podiam ficar em silêncio pra sempre, não era desconfortável, como poderia ser com outras pessoas. Então o vento começou a soprar, como se estivesse quebrando o silêncio e ficou frio.

–Você deveria entrar, está ficando frio.

–Como se eu fosse ficar doente. - Disse Tate e riu.

–Não vai, mas é meio desconfortável ficar no frio, não é?

–Você também sente frio e ainda assim fica aqui.

–Isso é diferente.

–Diferente como? - Perguntou Tate e olhou pra ela, apoiando a cabeça em uma das mãos com o cotovelo apoiado no chão.

–Eu gosto do frio, eu me acostumei a ficar aqui no inverno.

–Talvez eu me acostume também.

–Como quiser.

–Eu não quero mais ficar lá dentro.

–Porque?

–Eu vejo a Violet o tempo todo, a maioria dos outros fantasmas me odeiam.

–Como se eles também não fossem monstros.

–Você acha que eu sou um monstro? - Ela deu de ombros.

–Todos somos de alguma forma.

–Por isso eu prefiro ficar aqui fora agora, você não me julga como os outros. Não me acha louco, nem nada disso.

–Eu não disse que você não é louco. Nós matamos pessoas juntos, Tate. Nos beijamos com as mãos sujas de sangue, eu senti o gosto do seu próprio sangue quando te mataram. Se você é louco, eu também sou.

–Você não se importa? Não se sente culpada pelo que fizemos?

–Já foi feito, se importar não fará nenhuma diferença. O mundo tem sorte porque nós morremos, se não muito mais gente estaria morta.

–Nós éramos bons cúmplices.

–Ainda somos. Pra sempre, lembra?

–Sim, mas e se eu matasse alguém de novo?

–Eu te ajudaria a se livrar do corpo, provavelmente. Mas é melhor não matarmos mais ninguém, já ficamos muito famosos por isso, não?

–Sim, acho que sim. - Tate disse sorrindo. -Sarah?

–Sim?

–Você acha que a gente realmente se amava quando éramos vivos?

–Não. Acho que nos gostávamos, que só nos apaixonamos pelo sangue e pela morte. - Mentiu ela. Eu te amava, Tate. Eu te amo. Você só amava a morte, e agora ama a Violet.

–Você morreu por mim.

–Eu disse que ficaríamos juntos até o final, esse era o plano.

–Sim, esse era o plano. - Ele disse e segurou a mão dela. Continuaram olhando para o céu até amanhecer, sem dizer mais nada.