"Please, forgive me, but I won't be home again."

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Sua mãe não lhe deixava sair de casa, com medo de que fizesse alguma besteira. Levou ela à outro psicólogo, ficava a vigiando a maior parte do tempo.

–Porque você disse para os policiais que participou com o Tate na morte daquelas pessoas?

–Porque é a verdade!

–Querida, eu sei que é um momento difícil... Sei que você gostava muito dele, mas não existem provas de que você estivesse lá. E eu sei que você é doce, seria incapaz de algo assim.

–E a morte do papai? O que me diz?

–Você não teve escolha, ele ia te atacar, foi adrenalina. - Ela jamais acreditaria, Sarah sabia. Ela só conhecia seu lado bom, o único lado bom que ela tinha. -Pobre Tate... Deve ter sofrido muito na escola. Tenho certeza de que ele não fez isso por maldade, apenas enlouqueceu. Eu o conheci, era um garoto educado, doce. Uma vez ele sorriu e me disse que queria uma mãe como eu. Constance deve ter sido uma péssima mãe para estragá-lo, não perceber nada. Lembra quando vocês chegaram em casa e eu estava chorando e ele perguntou o que poderia fazer para eu me sentir melhor? Eu vi sofrimento nos olhos dele, ele não era um garoto qualquer.

–Tate era bom demais para esse mundo. - Não podia ser compreendido.

Sarah não continuaria insistindo com a mãe sobre o que tinha feito, fingiria uma recuperação para poder sair.

Muito tempo depois, sua mãe foi a liberando aos poucos. Essa é a hora.

Pegou um papel e uma caneta, escreveu sua carta de adeus para a mãe com lágrimas nos olhos. Me perdoe, mãe, mas não vou voltar para casa.

Demorou para achar o resto das palavras que queria colocar na carta, mas quando terminou, foi até a casa de Constance, tocou a campainha, mas quem atendeu não foi ela, ela tinha se mudado. Ela o deixou sozinho? Isso era cruel até para ela. Ele era seu filho. Sarah não podia entrar na casa do nada, sendo que nem conhecia os novos donos. Ficou no jardim e olhou bem a casa atrás de si. Tinha escrito uma carta de despedida para a mãe, a hora tinha chegado.

Pegou a arma e atirou sem hesitar contra o próprio peito. Mãe, me perdoe. Sua última memória foi o grito da dona da casa, e a chuva no seu rosto. Começou a chover, e está frio, meu Deus, tão frio.