Eu não havia falado com Bob antes de viajar e então resolvi ir na casa dele. Ele estava lá sentado vendo tv, os mesmo programas idiotas que ele vê desde criança.Sentei-me ao lado dele e ele desligou a televisão.

- Sentiu minha falta ou quer que eu fique em Londres?
- Não! – Bob riu – Quero que você fique por aqui! E da próxima vez que for viajar me avise.
- Não tive tempo. Cheguei do hospital arrumei minhas coisas e tive que ir.
- Frank me disse.
- Quer ir dar uma volta?
- E Frank?
- Ficou em casa cuidando de Arth.
- Tudo bem, mas tem que ser rápido porque tenho apresentação logo mais tarde.Mas, você sabe que sempre tenho tempo livre pra você não é,querida? – Bob pegou minha mão e sorriu docemente, como fazia quando éramos crianças. Era assim que ele me chamava, querida, sempre me dando todo o carinho do mundo – Agora vamos.

Nós ficamos dando voltas no quarteirão e conversando sobre como a vida de Bob foi no hospital esses onze meses e como senti a falta dele e ele a minha.Quando Bob saía para fazer apresentações só voltava no outro dia bem tarde, provavelmente ficava olhando as garotas e jogando conversa fora com os garotos que tocavam com ele.
Voltei para casa e os garotos estavam eufóricos porque o próximo dia seria marcado pelo aniversario de Winter.Eles estavam planejando tudo, para que tudo ficasse ao gosto dela.Nenhum dos dois nunca mediu esforço algum para vê-la sorrir.Resolveram que iríamos a uma lanchonete que havia perto de casa, bem, nem tão perto assim.

- E os bebês?
- Nós os levamos, lá não é um lugar que costuma ter muita gente e eles não são de ficar chorando. - Frank disse.
- É e também nem teria com quem deixar eles, é melhor eles nos acompanharem. - Gerard era neurótico e não largaria Ed com qualquer um que fosse por nada.
- Decidiu o que você vai dar pra Win? - Frank questionou.
- A carta e só.Bem...Se ela quiser mais alguma coisa eu dou quando nós voltarmos. – Gerard riu e foi para o quarto.
- Ele é obcecado! – ri.
- Ela também.São um belo casal,não acha? – Frank se sentou ao meu lado e passou o braço em meu ombro – Assim como nós.
- Literalmente sim.
- Nesse tempo todo mal tivemos um tempo só pra nós dois, sabe, um tempo pra namorar. – riu – Isso está parecendo vida de casados há cinquenta anos.Esses onze meses com você no hospital e depois o Arth pra gente cuidar ficou tudo muito corrido e então não temos mais tempo pra segurar um na mão do outro e ficar se olhando por horas como a gente sempre fez e pra mim isso é importante sabe,Tiff?
- Sim, eu entendo. – segurei a mão de Frank – Arth está dormindo, Winter e Ger estão ocupados, oficialmente estamos sozinhos agora. – ri – Isso sempre leva ao mesmo lugar.
- Sempre nos leva pra cama. – riu – Ultimamente não usamos só ela, agora temos sofá, banheira, banheiro de aeroporto.
- Nunca mais faço nada disso em um lugar publico, juro! – ri e me virei mais para Frank para que visse melhor seu rosto – Você não mudou nada em onze meses.
- Acho que agora tenho cara de homem sério, não acha?
- Não, ainda tem cara de bobo. – ri e beijei-o no rosto – Imagina como você faz minha vida ser fantástica? – encostei a cabeça no peito de Frank que mexeu em meus cabelos.
- Eu descobri, desde a primeira vez que vi você, que eu teria que te fazer feliz e cuidar de você fosse qual fosse o esforço eu tivesse de fazer.Os garotos com quem eu falava, Clarck, Jacob, Lawrence e outros rapazes, não entendiam do que eu estava falando.
- Talvez porque eles fossem acostumados a comerem todas as garotas, oferecidas ou não, da escola.As que não eram oferecidas acabavam cedendo porque a maioria deles eram os jogadores fortões, ou os populares por serem bonitos.
- Sim, sempre aconteceu isso.Havia uma garota, Alice, ela foi por dois anos premiada na feira de ciências na escola com projetos fantásticos.Quando Alice chegou no primeiro ano colegial ela era o centro das piadas por ser...Nerd, como eles diziam.E então ela começou a andar com umas garotas que não eram muito boas, quer dizer, dependendo do ponto de vista dos rapazes de lá eram sim. – ri – Não do meu, não adianta me olhar assim. E então em alguns meses ela apareceu lá grávida sem saber quem era o pai.Estava na cara que era Lawrence porque o bebê era a cara dele, mas ele não quis saber e mudou de colégio.
- É, ela foi tola.
- Tive sorte de ter achado alguém diferente dela e das outras garotas.Achei uma garota dedicada e que me faz tão feliz.
- E que se esforça o máximo pra isso. – ri – E pelo menos você não se mandou quando soube que eu estava grávida.
- Claro que não! Foi uma das melhores coisas que já aconteceram na minha vida.

Eu e Frank ficamos conversando por horas e horas, enquanto Gerard dava banho em Ed e Win tomava banho também.Gerard havia feito uma carta para Winter, ele é acostumado a escrever, ele se expressa melhor escrevendo do que falando muitas vezes.
Frank e eu fomos até o quarto ficar um pouco com Arthur, como já era tarde o levamos para o nosso quarto e o deitamos entre nós.Nunca dávamos as costas um para o outro enquanto dormíamos, bem, às vezes quando ele me abraçava sim, e então ficamos nos olhando e olhando Arth que dormia calmamente enquanto se mexia de vez em quando, talvez estivesse sonhando.Frank ria toda vez que Arth se mexia ou fazia algum barulho, ele parecia ser mais bebê do que qualquer um ali por ser tão bobo e tão lindo.
Nós dormimos daquele modo, com Arth entre nós dois e no outro dia Gerard nos acordou e estava dando mamadeira para Arthur. Ele gostava de Arth tanto quanto Arth gostava dele, talvez fosse mal de Arthur.