Someone In Your Side
Broked Dreams - Prólogo IV
08:57am – Seoul
O centro de Seoul se mantinha movimentado naquele horário em que Sorah passava por ali. A garota se vestia de forma social e carregava uma pasta nos braços. Aproveitaria que apenas na parte da tarde teria que se encontrar com seu grupo de estudos e se preparar para um seminário na faculdade para acertar alguns documentos pendentes para seu novo emprego.
A garota parou em frente a um grande edifício questionando-se sobre estar ou não no endereço certo. Retirou um papel da bolsa controlando-se para equilibrar as pastas de documentos entre os braços e não derrubar seu casaco com as pessoas esbarrando em si. Checou o endereço e sorriu levemente já subindo as escadas com um pouco de dificuldade por sua perna ainda puxar e lhe incomodar depois do seu acidente.
Ela entrou no saguão olhando para tudo e para todos, sorriu calorosamente para o porteiro e deu um bom dia quase cantado para o segurança. Era sempre assim, a pessoa mais cativante e comunicativa que podia se encontrar. A moça foi até o balcão da recepção parando ali e respirando fundo ao ver a atendente ocupada. Aguardou um momento e cumprimentou a recepcionista – que antes parecia totalmente desgostosa de seu trabalho e agora havia sido tranquilizada pelo calor que a menina emanava e sustentava um sorriso sincero na face.
―Em que posso ajudá-la? – perguntou a senhora agora em tom calmo depois de discutir com um visitante que insistia em lhe dirigir palavras rudes.
―Ahn... – Sorah murmurou olhando novamente no papel e a olhou sorrindo – Devo ir ao trigésimo oitavo andar. – ela afirmou e a moça confirmou ao ler o papel que lhe foi estendido.
―Ah, claro senhorita Lee. É só seguir a diante e pegar o elevador.
―Elevador? – a menina franziu o cenho. Havia esquecido desse mínimo detalhe.
―Sim. – a mulher afirmou confusa – É o meio mais viável de se subir trinta e oito andares.
―Tudo bem... – A menor murmurou sem graça. – Muito obrigada, tenha um ótimo dia e um bom trabalho. – ela desejou a atendente e saiu andando em direção ao corredor indicado.
Assim que ela se retirou o segurança aproximou-se do balcão e sorriu para a recepcionista.
―Garota simpática, não? – perguntou o senhor careca vendo a mulher confirmar.
―Seria bom se todos que atendêssemos fossem assim.
―É. – ele concordou e logo voltou correndo ao seu posto, o gerente havia dado um grito por ele estar papeando.
–--
Foram poucos minutos de espera. So Rah e um rapaz não muito alto estavam na frente da porta do elevador quando a mesma se abriu e os dois atrapalharam-se tentando entrar juntos.
―Desculpe. – ela pediu baixando o rosto e dando alguns passos para atrás.
―Não, o que é isso. – ele falou também sem graça. – Damas primeiro. – e estendendo o braço em direção a porta ele fez menção para que ela fosse na frente.
Assim ela o fez e assim que entraram no elevador ela soltou um grande suspiro. A menina apertou o botão de seu andar e soltou um gritinho baixo quando o elevador começou a subir.
―Eu não gosto de caixas fechadas suspensas por cabos que podem nos derrubar de vários metros de altura. – ela murmurou como se explicasse seu gritinho ao rapaz que ria.
―Nesse momento, depois do seu comentário, começo a questionar se devo gostar ou não. – ele falou e ela sorriu.
―Sou Lee So Rah. – ela cumprimentou estendendo a mão para ele naturalmente e arrancando um sorriso do rapaz.
―Olá, Lee So Rah. – ele a cumprimentou e ela sorriu mais abertamente – Costuma sempre sair falando o seu nome para estranhos?
Ela riu e passou a mão pelos cabelos, olhando de canto para o painel do elevador que ainda estava no décimo sétimo andar.
―Não só meu nome, muitos dizem que falo demais. Pareço uma tagarela... Ahn... Não sei seu nome. – ela comentou e ele fez face séria.
―Me pegou. – ela riu – Não poderia revelar, se te disser tenho duas opções cruciais.
―E quais seriam, senhor misterioso?
―Ou eu te mato. – ela fez careta – Ou você me passa seu telefone.
―Isso é uma cantada? – perguntou arqueando a sobrancelha.
―Não, apenas estou sendo tão sociável quanto você.
Ela sorriu abertamente mais uma vez e o olhou.
―Penso sobre isso depois que me disser seu nome.
―Meu nome influenciará em algo?
―Em muito.
―Então, muito prazer Lee Sorah, sou Yang-
Antes que ele pudesse dizer seu nome um grito de Sorah preencheu o pequeno ambiente do elevador. As luzes da “caixa” se apagaram e uma pequena luz vermelha piscava no painel quando o aparelho parou abruptamente fazendo a menina entrar em desespero.
―Não. Não. Não. Não. – ela repetia sentando-se no chão e colocando as mãos no rosto.
―Calma. – pediu ele aflito. – Já vai passar, é só uma falha.
―Não! – exclamou em tom mais alto e começando a ficar ofegante. – V-você não entende, – gaguejou - n-não entende!
―Você... – ele começou mais ela o interrompeu.
―Eu tenho claustrofobia! Eu preciso sair daqui! Eu preciso de ar! – ela colocou as mãos na face e encolheu os joelhos já derrubando a pasta e a bolsa no chão do local. O elevador tremeu mais um pouco e ela gritou em pânico – Não, por favor, de novo não. – ela pedia soluçando e quase chorando.
O rapaz sem saber o que fazer abaixou-se ajoelhando do lado dela e segurou em uma de suas mãos fazendo-a olha-lo.
―Eu estou aqui com você, calma.
Mas ela fechou os olhos com força e soltou mais um grito e um gemido. Estavam voltando, todas as lembranças, tudo voltava.
#Flashback on#
“Ei, Sorah-yah, ei” seu namorado chamava enquanto ela guardava algumas coisas no seu armário do clube.
“Annyeong oppa” a menina cumprimentou-o sorridente. Era aquele que ela amava.
“O que acha de viajarmos?” perguntou o rapaz entusiasmado segurando suas mãos “Só você e eu estrada à fora”.
“Para onde, oppa?” ela perguntava sorrindo pelo entusiasmo dele.
“Onde a estrada nos levar. Pegamos um mapa e viajamos, Sorah-sshi. Vamos juntos para explorar um pouco e ter um tempo só para nós. Topa?”
“Nee!”
-x-
“Aonde estamos?” ele questionou a ela apertando os olhos para ver a estrada escura, algo difícil no momento.
“Eu realmente não consigo ler o mapa” a moça murmurou também apertando os olhos e murmurando coisas que tentava ler.
“Espera, eu te ajudo” ele comentou e a olhou de canto de olho tirando uma das mãos do volante e tentando ligar a luz no teto do carro.
“CUIDADO!”
-x-
Dias e dias depois apenas uma notícia pôde informar aos parentes dos dois o que havia ocorrido. A repórter mantinha um tom monótono, como de costume para esse tipo de acidente que havia se tornado costumeiro nessas tragédias.
―Dois jovens com um tempo de namoro e uma ideia de aventura. Lee SoRah e seu namorado dois anos mais velho passeavam pela estrada próxima à uma cidade litorânea quando em um descuido o rapaz perdeu o controle do carro e capotou neste barrando aqui. – ela apontou para o local com as grades de proteção destruída que tinha marcas dos pneus do carro – O rapaz de 23 anos não resistiu e morreu na hora, mas a namorada com alguns ferimentos não muito graves permaneceu ali, presa às ferragens, por 3 dias seguidos. O local por não ser muito movimentado e pela queda ter sido muito grande teve difícil acesso para o resgate, mas a moça já foi retirada na noite do quarto dia e está sendo cuidada por estar com desidratação e alguns outros problemas em seu sistema imunológico mais os ferimentos. A menina parece ter fraturado a perna em dois pontos diferentes e estar com várias escoriações. Dizem os especialistas que o ocorrido pode e deverá deixar sequelas, mas torcemos para que Sorah recupere-se em breve.
#Flashback off#
As lágrimas corriam com gosto em seu rosto, as pernas eram apertadas contra o corpo e seu peito doía. Ela não suportava a sensação de ficar presa. Desenvolveu a claustrofobia depois do incidente e estava totalmente em pânico ali. Saiu tanto de si que começou a sentir seu corpo fraquejar e suas pernas ficando moles. Sua visão embaçou e em poucos minutos Sorah não tinha consciência de mais nada.
A menina acordou na enfermaria do prédio e a primeira pessoa que viu do o rapaz o tal Yang... Ela ainda não sabia o nome dele, mas isso não interessava no momento. A única coisa importante é que ele cuidou dela enquanto estavam presos e assim que o elevador abriu ele a levou nos braços para onde pudessem cuidar dela.
Ao ver que ela havia acordado o rapaz sorriu aliviado.
―Olá, bela adormecida. – ele falou brincando e ela sorriu.
―Isso é mais um adicional para sua cantada?
―Não, você realmente dormiu bastante. – ele falou confuso e ela franziu o cenho.
―Não isso. O fato de você tecnicamente me salvar. – ela falou e ele soltou um “aah, isso”. A moça riu e esfregou os olhos, sentando-se na maca devagar – Então termine, Yang seja lá o que for. Qual o nome que devo anotar na minha agenda telefônica? – ela perguntou e ele sorriu.
―Seungho. Yang Seungho.
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