Ela acordou com o sol batendo em seu rosto. Quando se deu conta de que já havia passado das sete, ela pulou da cama, fazendo Dastan acordar assustado.

“O que houve?” O extinto do jovem procurando uma arma próxima a ele para se defender.

“Já passou das sete. Tenho que me arrumar para ir ao templo rezar.” Ela enrolou o lençol pelo corpo.

“Meu deus! Tamina. Que susto.” Ele respirou fundo. “Achei que estávamos sendo atacado.”

“Bem, você precisa estar preparado.” Ela advertiu.

“Tamina!”

“Hum?”

Dastan apontou para o lençol branco que ela havia se enrolado. Ela olhou para baixo do lençol e viu alguns pingos vermelho.

“Mas o que?” Ela se surpreendeu.

“Bem, isso é aquele sangue de quando as mulheres…” ele foi interrompido imediatamente.

“Eu sei, não sou burra. É a primeira vez que vejo isso, mas você parece que já havia visto.” ela caminhou na direção do seu banheiro particular.

“Também é a primeira vez que vejo isso.” Ele disse baixinho para si mesmo, até por que não iria adiantar tentar convence-la.

Dastan colocou a calça, ele estava esperando ela sair, para tomar um banho. Por mais que eles tivessem invadido a intimidade um do outro, ele compreendia que pode ser difícil para ela se acostumar com nudez.

Quando ela saiu, ele a viu em um vestido comum e uma manta, provavelmente preparada para ir ao templo. Ele a abraçou por trás, a fazendo dar um pulinho de susto.

“Achei que você tivesse ido?” Ela não se virou para ele.

“Pra onde eu iria?” Ele perguntou.

“Bem, seus irmãos estão aí, achei que você tivesse sentindo a falta deles.”

“Eu os via todos os dias no palácio, Tus é homem ocupado agora, e Garsiv nunca mudou a cara, sempre as mesmas implicâncias.” Dastan balançou ela, apertando-a mais em seus braços.

“Dastan, estou atrasada.” Ela tentou se soltar.

“Escuta, eu não gosto de mentiras, por isso eu tento ser honesto com você o máximo possível.” ele falou baixinho no ouvido dela.

“O que você quer dizer?” Ela virou para vê-lo.

“Quero te dizer, que eu não sou um homem virgem, sempre tive algumas mulheres que vinham por prazer. Me desculpa.” Ele pegou o queixo dela para olha-la nos olhos. “E com você foi diferente, eu senti amor, eu realmente senti vontade de fazer. Você é diferente, foi o melhor prazer da minha vida fazer com a pessoa que eu amo, me sinto completo. Eu te amo.” Ele terminou com um leve beijo na boca dela. “Você sempre será a única pra mim.”

“Dastan, e se um dia você enjoar de mim?” Ela perguntou em tristeza.

“Não vou, eu juro. Até por que você me mataria.” Dastan riu, o que fez ela rir também.

Tamina ouviu uma batida na porta provavelmente era de suas criadas. Estavam preocupadas com a demora. Ela foi até a porta.

“Vossa alteza.” A mulher se curvou. “Precisamos de você no templo para orar, e logo em seguida teremos um banquete com a princesa Geet.”

“Princesa Geet?” Tamina perguntou olhando para trás vendo Dastan forrando a cama.”

“Que seja, trate-a da melhor forma possível. Logo estarei a caminho.” Ela sorriu e fechou porta. Ela andou até Dastan.

“Você não disse que a princesa Geet estava aqui.” Ela cruzou os braços.

“Eu me esqueci dela. Eu achei que Tus ia resolver as coisas e voltar com ela pra Denvi.”

“É Deli. E não, ela está lá embaixo nos esperando para um banquete.”

“Droga! Mas Tus prometeu que eu não ia casar com ela, ela chegou apenas pra comer.” Dastan parou de dobrar os lençóis.

“Como você é mal-educado, vamos trata-la da melhor forma possível.”

Depois de algumas horas, Dastan e Tamina apareceram no grande salão do banquete, eles estavam arrumados com vestes reais.

Tus olhou para a chegada do jovem casal, eles pareciam felizes e apaixonados trocando olhares.

“Dastan tem sorte.” Disse Tus olhando para Garsiv.

“Também acho, ele se casou com a princesa mais bela.” Garsiv sorriu e acenou para Dastan.

“Não quis dizer isso, eu disse que ele tem sorte por ter casado por amor.” Tus pegou uma taça de vinho, enquanto Garsiv observava Dastan e sua princesa.

Dastan e Tamina se aproximaram da princesa Geet e cumprimentaram. Tamina sentou-se ao lado de Dastan que não parava de comer e compartilhar besteiras com seu amigo Bis. Ela podia ouvir o assunto que eles discutiam, era a coisa mais besta do mundo. Ela podia sentir o olhar da princesa Geet sobre ela, Tamina ficou nervosa e tentou fingir prestar atenção nas conversas dos rapazes.

“Eu sabia” gritou Dastan para Bis, enquanto comia uma coxa de frango. “As melhores paredes para escalar são as da cidade de Zaul.” Ele continuou. “Discordo” Bis respondeu.

Tamina ficou confusa sobre o tema da conversa deles, completamente sem sentido, estavam discutindo sobre paredes. Ela arqueou uma sobrancelha, demonstrando confusão.

“Esses homens são um mistério” uma voz disse ao lado de Tamina. Ela olhou para o lado e viu a princesa Geet. Ela se perguntou como não notou ela se aproximando.

“Bem, eu me esforço.” Tamina respondeu com leve sorriso.

“Achei que você gostaria de alguém que lhe entendesse.” Geet respondeu.

Tamina olhou para ela, viu que a princesa era linda, lindos cabelos cacheados, pele morena, lábios carnudos.

“Eu sinto muito pela confusão que meu marido causou.” Tamina tentou concertar.

“Tudo bem Princesa, você é sortuda.”

“Porque?” Tamina perguntou em curiosidade.

“Dastan recusou minha mão por você, ele deixou bem claro que não queria outro casamento.” Ela sorriu para Tamina, “considere invejada por muitas princesas.”

Tamina pensou no que ela disse, e ela tem razão, ela poderia ter sido casada com Tus e teria que disputar lugar com as outras esposas. Os deuses a abençoaram lhe dando Dastan, ela tem muito o que agradecer.

“A propósito, o príncipe Dastan e o mais belo entre os príncipes.” Ela continuou.

“Oh!” Tamina se engasgou com o vinho.

“Relaxa princesa.” Geet riu da reação de Tamina, na qual ainda estava tentando se recompor.

“O que houve?” Dastan perguntou dando alguns tapinhas nas costas de Tamina.

“Nada” ela respondeu. “Não precisa se preocupar. Esse vinho está um pouco ácido.” Ela mentiu.

“Concordo.” Bis saboreou o vinho.

“Eu vou ver Tus e providenciar alguns vinhos melhores pra você.” Dastan se levantou junto com Bis, antes de sair ele deu um leve beijo na bochecha dela, que ficou vermelha. Dastan gostava de fazer isso em público, ela ficava tão fofa com vergonha.

A princesa Geet apenas observou, ela sentiu um sentimento de inveja tomar conta dela.

Tamina observou Dastan se aproximando de seus irmãos, eles estavam comentando alguma coisa que parecia ser engraçado.

“Príncipe Dastan é muito carinhoso.” Comentou Geet.

“Sim ele é” Tamina respondeu.

“Então ele faz jus à fama dele.” Geet pegou uma uva.

“Que fama?” Tamina olhou com curiosidade.

“Você não sabe? ah! Princesa, melhor deixar pra lá, não quero estragar o clima entre vocês.”

“Bom, princesa... você começou, agora você vai me fazer o favor de terminar.” Tamina percebeu a pequena provocação vindo dela, ela sabia que não deveria cair na dela. Mas tarde demais, ela tem que saber.

“Então.” A princesa Geet olhou para o olhar inocente de Tamina. “Eu ouvi alguns boatos das prostitutas da minha cidade, que quando elas iam para Persia elas disputavam quem ia ficar com o príncipe Dastan, elas diziam algo sobre ele as tratarem como uma verdadeira mulher, dizendo-as palavras carinhosas de amor, o que elas realmente queriam ouvir.”

Tamina lacrimejar, ela passou a língua nos lábios para umedecer, pois estava seco.

“O que ele dizia?” Tamina perguntou.

“Ora, eu não sei, eu nunca me deitei com o príncipe.” Ela riu “Provavelmente que as amava, coisas desse tipo.” Geet olhou para Tamina que estava com uma cara bem seria em direção a Dastan. “Princesa?” Geet chamou.

“Sim?” Tamina respondeu saindo de seus pensamentos.

“Não fique com raiva do seu marido. São apenas boatos.”

“Não estou Geet.” Ela se levantou.

“Aonde você vai?” Geet perguntou vendo ela xinga algo baixinho.

“Vou dançar.” Tamina pegou uma taça com vinho e foi para o meio do salão.

Dastan viu sua mulher cochichando algo para os músicos. Ele olhou para Bis. “Vá até a tenda Persa e traga um dos nossos melhores vinhos, quero que Tamina prove.” Bis assentiu e foi correndo. Logo depois ele olhou para Tamina que acabará de entornar outra taça de vinho. De acordo com Dastan aquela era terceira taça.

“Não sabia que a princesa de Alamut apreciava vinhos” Tus comentou sorrindo para Dastan.

“Ela não…” Dastan parou de falar e ameaçou ir até ela, mas foi impedido por Tus.

“Ora irmão, deixa a princesa aproveitar a festa” Tus segurou ele pelos ombros. Dastan viu que a música do salão mudou, Tamina começou a mexer os braços de uma forma sensual. Garsiv se levantou. “Princesa posso acompanhá-la?” Garsiv gritou. Ela fez um gesto aceitando o convite. “Relaxa irmão, é só a minha cunhada.” Garsiv riu e correu para acompanhar Tamina. Ele se aproximou dela, olhando para o decote. Dastan percebeu a audácia do irmão e correu para expulsa-lo.

“Dastan?” Garsiv gritou.

“Eu vi até onde vai a sua visão de cunhada, Garsiv.” Dastan afastou Garsiv. Depois pegou Tamina pelo braço, ela o soltou.

“Me larga, Persa!” Se tinha uma coisa que Dastan odiava ela era o chamando de ‘Persa’ nesse tom. Isso significa que ela está com raiva dele por alguma coisa. Ele se orgulhava de ser um Persa, mas quando ela o chamava daquele jeito ele desejava não ser um.

Ele a levantou, colocando-a em seus ombros, a carregou como um saco de batata.

“Me larga!” Ela gritou, mas ele não a ouviu, caminhou pesadamente até seus aposentos e a jogou na cama.

“O que deu em você, mulher?” Ele gritou.

“Vocês Persas malditos, acha que me engana, não é? Dastan!” Ela cuspiu “tenho um inimigo sob minha cama.”

“O que está acontecendo? Por que está agindo assim? O que fiz?” Ele suplicou por uma resposta.

“O que você fez? Invadiu a minha cidade.” Ela tentou se levantar, mas caiu.

“Tamina, porque você agiu assim?” Ele percebeu que não ia adiantar de nada pergunta as coisas a ela naquele estado. “Quando você ficar sóbria, nós conversamos.” ele se virou, fechando a porta atrás dele. Ele olhou para os guardas que estavam na porta.

“Está tudo bem senhor?” Um deles perguntou.

“Sim, só não deixa a princesa sair do quarto, a festa acabou pra ela. É uma ordem!” Dastan comandou.

“Abra a porta Dastan!” Tamina gritou do outro lado da porta. “É uma ordem!” continuou.

Os soldados se entreolharam. “Senhor…” um deles começou. Dastan percebeu que estava dando ordens para soldados Alamutianos contra sua alteza. “Vocês vão obedecer a uma autoridade que está fora de si, ou a mim?” Os guardas assentiram para Dastan.

Dastan caminhou pelos corredores do palácio resmungando. “O que aconteceu?”

Ele passou pela porta da onde estava acontecendo o banquete e passou direto.

“Se eu entrar ai vou matar Garsiv” ele jurou não ver Garsiv por hoje. Ele viu Bis correndo no fundo do corredor. “Dastan?” Bis se aproximou. “Aqui está o vinho para a princesa.” Bis entregou o vinho a Dastan.

“Obrigado Bis, mas por hoje e em diante vossa alteza não vai mais beber.” Dastan saiu da presença de Bis, ele ficou olhando confuso.

Dastan ficou no Jardim aonde a princesa costumava passear com ele. Ele se lembrou da primeira vez em que devolveu a adaga para ela, e eles passearam sob esse jardim.

Ele abriu o vinho e começou a beber.

“O que deu em você?” Ele disse olhando para a janela onde fica seus aposentos, Ele sabia que ela estava lá.

Meia hora depois, Dastan já havia tomado quase todo o líquido da garrafa, ele mal podia ver as coisas, tudo estava rodando.

“Príncipe Dastan?” Chamou a princesa Geet.