Phoenix dava passos largos e rápidos pelo corredor, apenas concentrando-se em tentar encontrar o escritório de Miles Edgeworth. Queria convencer a si mesmo que não teria problema em deixar Ema no estacionamento dando ouvidos à Sra. Angel e seus lanches enquanto ele, um advogado, perambulava pelo escritório de promotores de justiça.

Absorto em suas preocupações, não se percebeu passando pelo escritório de Edgeworth. Sem nem ao menos se preocupar em bater na porta, foi entrando. Afinal, qual o pior que poderia acontecer? Atrapalhar o promotor em sua privacidade como seus momentos de tomar chá e jogar xadrez? Por favor.

Assim que entrou, seu olhar se dirigiu instantaneamente à mesa de xadrez, mas não havia ninguém ali, apenas uma bagunça de peças que davam xeque-mate no rei branco. Seus olhos seguiram em sentido anti-horário para a mesa cheia de papéis, mas ainda sem ninguém por perto. Até que passou ao último lugar que esperaria encontrar Edgeworth: o sofá.

Para sua surpresa, o promotor de justiça estava encolhido no sofá, com as mãos atrás da cabeça e com a respiração lenta e profunda. Deveria ter passado a noite inteira analisando o caso em que estavam responsáveis. Como sempre se esforçando além do necessário. Ainda assim era engraçado pensar que Edgeworth realmente tirava algumas horas para descansar como uma pessoa normal e não era completamente obcecado com o trabalho.

Phoenix andou na ponta dos pés até a mesa e colocou os documentos que deveria entregar sobre alguns outros papéis soltos. Parou por um momento para analisar a face adormecida de seu rival. Estava tão serena e... adorável? Phoenix balançou a cabeça com força decidido a mandar aqueles pensamentos para longe.

Novamente tentando não fazer barulho, passou pelo sofá na ponta dos pés em direção à porta, mas um aperto em seu pulso o fez parar com um frio na espinha.

– É falta de educação sair de um escritório sem cumprimentar o dono, Phoenix.

– Você estava dormindo – murmurou Phoenix em sua defesa, sem se virar para o outro.

– Bom, parece que não estou mais.

O advogado mordeu o lábio inferior. Droga, Edgeworth podia ser extremamente irritante quando queria. E por que ele faria tanta questão de receber sua atenção? Apostava que ele nem o considerava um amigo...

– Olá, Edgeworth, vim deixar os documentos do caso mas já estou de saída.

– Também é falta de educação não olhar diretamente nos olhos de quem se fala. – Phoenix quase podia sentir o sorriso de Edgeworth enquanto falava.

Sério? Aquilo já o estava irritando. O advogado suspirou e virou-se, encarou o outro com descrença. E foi então que sentiu um puxão rápido e forte no pulso, fazendo-o se desequilibrar e cair sobre o sofá – especificamente sobre Edgeworth.

Ficou alguns segundos a observar o olhos cinzentos do outro, até perceber o estado em que estava e corar absurdamente.

– E-Edgeworth!

Tentou se levantar, mas o promotor abraçou-o pela cintura, aprisionando-o ali. Edgeworth apenas mantinha a expressão serena enquanto um sorriso travesso aparecia em seus lábios.

– Você é mesmo um idiota, Wright.

– Você que está fazendo essas coisas embaraçosas! E eu preciso ir, Ema está me esperando...

– Se ela estiver com a Sra. Angels não vai ligar para seu atraso. Agora relaxe e descanse um pouco

Edgeworth respirou levemente e fechou os olhos. Phoenix imaginou que aquele seria o melhor momento para escapulir. Mas... seria mesmo necessário? Considerando que tantas vezes recebera a ajuda do promotor nos casos e nem ao menos o recompensara...

Derrotado, Phoenix deitou a cabeça sobre o peito de Edgeworth, podendo ouvir seus batimentos cardíacos. Fechou os olhos e já começara a se esquecer de suas preocupações, pelo menos até sentir um beijo rápido na testa. Seu rosto se avermelhou e olhou embaraçado para o outro, que novamente já fechara os olhos e fingia dormir tranquilamente.

Talvez não fosse tão fácil assim descansar com Edgeworth.

Este é o último capítulo disponível... por enquanto! A história ainda não acabou.