POV - Peeta

Depois do comunicado de que Katniss está grávida foi a maior bagunça, as mulheres gritavam, os homes desejavam parabéns e foi uma choradeira só – inclusive eu. Quase cinco anos de casado e ela ainda consegue me fazer o homem mais feliz do mundo. Eu amo este bebê, mesmo sem conhecê-lo, mesmo sem saber se é menino ou menina eu o amo com todas as minhas forças. Era tudo o que eu mais queria, um filho com a mulher da minha vida, e agora meus sonho está se realizando mais uma vez, ainda nem acredito que vou ser pai!

Os dias foram passando e Katniss ficava cada vez mais irritada, chorava á toa, vomitava muito e lógico, o que não pode faltar em qualquer gravidez... Os desejos. Ela já teve vontade de comer pizza de brigadeiro, miojo com queijo e cebola de madrugada, e o “apetite” dela esta cada vez maior, claro que eu to gostando dessa parte, mas ela ta ficando muito chata.

Dois meses depois...

— Amor... Peeta. – acordo com Katniss acariciando meus cabelos.

— Oi amor. – Digo ainda sonolento. – Que horas são?

— Não sei. – Ela diz fazendo biquinho.

— O que foi, tá com dor? – Pergunto preocupado.

— Não, to com desejo... – Ela diz fazendo charminho.

— Lá vem... – Digo revirando os olhos. – O que é desta vez?

— Quero caju! – Ela diz e faz um biquinho tão lindo no “ju” que dá vontade de morder.

— Caju? Onde é que eu vou arrumar caju mulher?

— Eu não sei, mas eu quero... – Ela falou manhosa e então eu beijei sua testa.

— Vou pedir pra Maria comprar de manhã, pode ser?

— Não, eu quero agora! – Peguei meu celular no criado-mudo e vejo que são 4:00 da manhã.

— Mas amor, são quatro da manhã! Não serve uma maça?

— Não Peeta, não serve uma maça! – Ela grita. – Quer que seu filho nasça com cara de caju Sr. Mellark?

— Não, não quero. – Digo rindo.

— Então vai comprar caju pra mim amor... – Ela diz manhosa.

— Tá bom... – Digo e me levanto da cama, vou até o closet, pego uma calça de moletom, um casaco e chinelos. Vou até o quarto e Katniss está sentada na cama. – Eu já venho amor. – Digo e dou beijo nela.

— Eu te amo amor... – Ela diz antes de eu sair.

— Eu também. – Digo e saio. Pego o carro e não acho nada aberto, está tudo vazio e escuro, um silêncio desgraçado e o frio nem se fala. Rodo mais um pouco e acho um hipermercado aberto. Entro e pergunto se eles têm caju, claro que não tem. Acho mais uns três hipermercados abertos, mas nenhum tem.

— Esse é último. – Digo e entro. – Por favor, vocês têm caju?

— Não temos, desculpe. – A moça diz. – Posso perguntar uma coisa?

— Claro. – Digo cansado.

— Desejo de mulher grávida? – Ela pergunta e eu assinto. – Sabia que minha mãe teve esse desejo? Meu pai foi obrigado a plantar um pé de caju no fundo de casa. – Ela ri.

— Me responde uma coisa...

— Tá.

— Onde seu pai mora? – Ela me olha espantada. – Preciso de caju se não minha mulher vai me matar. – Digo desesperado e ela ri.

— Ele mora a duas quadras daqui. Meu turno está acabando, quer que eu te leve lá? Eu tenho a chave e pego pra você. – Ela diz e eu assinto. Espero uns vinte minutos e então plantão dela acaba, ela nos leva até a casa do pai, entra e logo em seguida sai com uma sacolinha de supermercado. – Tá aqui. – Ela diz e me entrega.

— Muito obrigado mesmo. – Digo. – Quanto te devo? – Ela ri.

— Não me deve nada.

— Eu insisto.

— Já disse, não me deve nada.

— Então eu fico te devendo uma, ok? – Pego um cartão na minha carteira. – Qualquer coisa que precisar me ligue ok? – Entrego o cartão e ela sorri.

— Obrigada. – Ela diz.

— Deixa eu ir se não eu vou ser um marido morto. – Ela ri e então eu entro no carro e vou pra casa. Quando chego vou até o quarto e Katniss está dormindo. Sorrio e vou até ela. – Amor... Amor eu trouxe o caju. – Digo baixinho acariciando seus cabelos.

— Você achou amor? – Ela pergunta sorrindo.

— Achei. – Digo e dou a sacola pra ela.

— Obrigada Peeta. – Ela diz e pega um dos cajus. – Posso comer?

— Espera, deixa eu lavar. – Pego a sacolinha e desço até a cozinha, lavo os cajus e então subo novamente, ela está sentada na cama, com o cobertor nas costas deixando apenas o rosto de fora. Impossível não rir.

— Do que você ta rindo? – Ela pergunta brava.

— De nada. – Digo e me sento ao seu lado. – Toma. – coloco a vasilha na sua frente e então ela pega uma fruta e começa a comer como se não houvesse amanhã. – Tá bom? – Pergunto e ela assente com a boca cheia.

— Isso aqui tá ótimo! – Ela diz depois de engolir. – Onde foi que você achou?

— No fim do mundo. – Digo rindo.

— É sério.

— Foi meio que no fim do mundo mesmo. – Rio. – Eu fui em vários hipermercados mas nenhum tinha. Aí no último eu perguntei pra moça do caixa se tinha e ela disse que não, aí ela perguntou se era desejo de grávida e eu disse que sim. Ela falou que o pai dela tinha plantado um pé de caju no fundo da casa devido a um desejo da mãe, e então ela foi pra casa do pai e pegou os cajus.

— Só isso? – Ela pergunta desconfiada.

— É, por quê?

— Você não teve que beijar ela pra ganhar os cajus? – Faço que não com a cabeça e rio. – Porque eu faria isso. Você é tão gato. – Ela diz e volta a comer, eu apenas rio.

— Você tem cada idéia... – Digo e beijo sua testa.

— Ah, eu não sei... Vai que ela pensa como eu. – Ela diz e então termina de comer.

— Pronto? Matou a vontade?

— Claro que não. Não vê que tem mais quatro cajus na vasilha?

— Você vai comer tudo agora? – pergunto surpreso.

— É claro! Não quer que eu guarde pra semana que vem né? – Ela pergunta me fazendo rir.

Alguns dias se passaram e a Kat se formou, e como eu disse, a barriga nem aparecia direito, afinal ela estava apenas com três meses e meio. Estávamos muito ansiosos, arrumando o quarto do bebê com cores neutras por enquanto, afinal não sabíamos ainda o sexo. Depois do desejo por caju parece que eles deram uma diminuída, ela só pede coisas normais e fáceis de encontrar, e também os desejos de madrugada acabaram. Graças a Deus! Porque eu não agüentava mais sair de madrugada pra procurar coisas malucas pela cidade.

Dois meses depois...

— Mad! Não faz isso! Conta logo o sexo do bebê! – Katniss falava impaciente para a cunhada que apenas ria.

— Madge, se eu fosse você, falava logo pra ela. Antes que ela mate você. – Digo rindo. Estávamos em uma ultra, já dava pra saber o sexo do bebê, mas Madge estava se vingando de algo que a Katniss fez na casa dela e de Gale.

— Tá bom, eu vou falar! – Ela diz calmamente e em seguida fica em silêncio.

— Tá esperando o que mulher? Desembucha! – Katniss gritou me fazendo rir.

— O bebê de vocês é... – Ela faz suspense e Katniss olha brava pra ela. – Um menino! – Ela diz me fazendo chorar.

— Owntt amor, é um menino. – Katniss diz manhosa, eu sorrio e dou um beijo na testa dela. – Tomara que ele seja igual á você. – Ela diz e acaricia meu rosto.

Assim que a consulta terminou nós fomos pra casa discutindo qual seria o nome do bebê.

— Alex? – Pergunto sugestivamente.

— Não! – Ela diz e faz cara de nojo. – Que nome horrível amor!

— O que sugere? – pergunto enquanto dirijo.

— Tomas?

— Próximo. – Digo e ela faz cara de pensativa.

— Chris? – Ela pergunta me fazendo olhar pra ela.

— Eu gostei. – Sorrio.

— Então vai ser Chris! – Ela diz e leva as mãos na barriga. – Oi Chris! – Ela acaricia a mesma. – Ai! Amor ele chutou! – Ela grita e pega uma das minhas mãos e coloca no lugar onde levou o chute. – Tá sentindo? – Faço que sim com a cabeça e as lágrimas começam a escorrer. – Owntt meu bebê. – Ela diz chegando mais perto e me dá um selinho. – Você vai ser um ótimo pai sabia?

— E você uma ótima mãe! – Digo e olho pra frente.

Assim que chegamos em casa, Maria veio toda afoitada perguntando se já sabíamos o que era o bebê. Contamos e ela ficou toda feliz, dizendo que ia fazer roupinhas de tricô para Chris, com aquela cara de avó babona. Ela pode não ser avó de verdade, mas eu e a Kat a consideramos muito, então é como se fosse.

— Vovó babona! – Katniss falou fazendo-a rir.