Some Things Never Change

Quebrado. Mas obrigado por perguntar...


POV – Katniss

Fomos até a minha casa e passamos a manhã inteira juntos, namoramos bastante, almoçamos juntos, cantamos um pouco, mas logo depois do almoço a Annie foi até em casa e Peeta foi embora. Contei tudo pra ela, que minha menstruação estava atrasada, mas que o teste deu negativo, que Gale descobriu que eu não era mais virgem e bateu no Peeta. Conversamos bastante, ela me contou que as coisas com o Finnick também vão ótimas, ele é muito carinhoso e que ela esta cada vez mais apaixonada por ele. Quando já eram 17:30 ela foi embora, então me joguei na cama e fiquei ouvindo música até dar a hora do jantar, quando ouço alguém na porta.

— Quem é? – Pergunto ainda deitada.

— Sou eu Katniss. O Gale, posso entrar?

— Não, não pode! Vai embora Gale! – Gritei.

— Por favor, Katniss, eu vim te pedir perdão.

— Já pediu, agora pode ir embora!

— Katniss, por favor. Me dá cinco minutos. – Então eu me levanto da cama e abro a porta, olho bem dentro dos seus olhos.

— Você tem cinco minutos. – Digo e entro deixando a porta aberta, me sento na cama e logo Gale se senta ao meu lado.

— Katniss, me perdoa. – Ele diz pegando na minha mão, mas a tiro.

— Você não tinha o direito Gale! Você quebrou o nariz dele! – Grito.

— Eu sei, e sinto muito por isso. Mas você sabe como eu sou... Você é como se fosse minha irmã, eu só queria te proteger...

— Me proteger de que? Peeta não vai me machucar.

— Eu sei, agora eu sei. Mas é que foi demais pra mim ouvir o que eu ouvi. Me dá uma chance...

— E porque eu faria isso? – Digo olhando em seus olhos.

— Porque eu te amo Kat, você sabe disso. Depois que você perdeu seu pai eu me senti na obrigação de cuidar de você. O que você acha que seu pai faria se descobrisse que a filhinha dele não é mais virgem?

— Ele mataria o Peeta... – Digo olhando pro chão.

— Era nesse ponto que eu queria chegar... Me entende agora?

— Mais ou menos.

— Então... Você me perdoa? – ele segurou nas minhas mãos outra vez.

— Perdôo. – Sorrio e então ele me abraça. – Mas se você encostar no meu namorado de novo eu te mato com as minhas próprias mãos...

— Você não muda mesmo não é? – Ele fala enquanto se solta do abraço.

— Nunca... – Digo e então ele sorri. – Mas é sério Gale. – Digo agora séria. – Eu amo o Peeta, me sinto bem com ele e ele me faz feliz. Sabia que ele até me fez voltar a cantar?

— Sem ressentimentos? Sem culpa? – Ele pergunta surpreso.

— Sem culpa. – Digo sorrindo.

— Se você está feliz, então eu estou feliz. – Ele sorri. – Mas eu juro que se ele te fizer sofrer eu mato ele. Ok?

— Ok. Você tem cartão verde!

— Eu te amo Katnip, e só quero te ver feliz. – Ele diz e então me abraça novamente.

— Eu sei disso. Eu te amo também.

Ficamos abraçados por alguns segundos e então eu me solto.

— Agora você vai ter que fazer uma coisa... – Digo.

— É, eu já sei. Mas você vai comigo...

— Por quê?

— Porque você é o calmante dele... Não quero acabar com o nariz quebrado. – Ele brinca e então dá risada.

— Ok, eu vou. – Digo e então pego no seu braço e descemos as escadas.

— Já fizeram as pazes? – Minha mãe pergunta assim que chegamos á sala.

— Uhun. – Faço que sim com a cabeça.

— Vocês parecem irmãos de verdade sabia? – Ela pergunta e ri.

— E não somos? – Gale pergunta colando nossas bochechas fazendo nós duas rirmos.

— Mãe, a gente já vem. – Digo e então ela assente e vai pra cozinha.

— Qual a graça de sermos irmãos que nunca brigam? – Gale sussurra pra mim e eu rio.

Saímos de casa e fomos até a de Peeta, aperto a campainha e então a mãe dele atende a porta.

— Katniss? – Ela pergunta olhando pro Gale.

— Oi Sra. Mellark, pode chamar o Peeta pra mim por favor?

— Entra, ele está lá no quarto.

— Acho melhor não... – Digo. – Melhor ele vir até aqui. – Digo e ela assente e entra. Logo Peeta sai lá fora.

— Oi amor. – Ele diz e então encara Gale. – O que ele faz aqui?

— Ele veio conversar com você, por favor, escute o que ele tem a dizer ok? – Digo e lhe dou um selinho.

— Ok.

— Vou lá pra casa, qualquer coisa me gritem! – Digo e então saio deixando os dois sozinhos.

POV – Peeta

— E então... – Gale começa. – Como está o nariz?

— Quebrado. Mas obrigado por perguntar... – Respondo irônico.

— Foi mal. – Ele diz sentando na escadinha da porta, me sento ao seu lado. – Eu só estava fazendo o meu papel de irmão mais velho.

— Não precisava quebrar meu nariz.

— Eu sei, e já pedi desculpa. Eu só queria que se colocasse no meu lugar, sei lá... – Ele diz e olha pra mim. – Imagina o que eu vou dizer. – Eu faço que sim com a cabeça e ele continua. – Você e a Katniss se conhecem desde crianças, viram melhores amigos e então é como se vocês fossem irmãos. E então o pai que ela tanto ama morre, a única figura masculina da vida dela, o super herói dela... O cara que ia proteger ela dos garotos que chegassem perto com segundas intenções, então você se vê na responsabilidade de cuidar dela e não deixar que ninguém a machuque. E então eu apareço, começo a namorar ela e então você descobre que eu tirei a virgindade dela... O que você faria? – Ele pergunta.

— Eu mataria você. – Respondo sem hesitar.

— Viu... Você me entende agora?

— É, acho que sim. Mas eu a amo, e nunca faria nada para machucá-la.

— Eu sei disso... Ela também te ama, disse que se sente bem com você e que você a faz feliz. Ela falou que você até a convenceu de voltar a cantar sem culpa.

— Sem culpa? – Pergunto confuso.

— Sabe quando tinha sido a ultima vez que ela cantou?

— Não, quando?

— Horas antes do acidente do pai dela. Eles cantavam juntos todos os dias, passavam o dia juntos. E depois que ele morreu ela achou que se ela se sentisse feliz cantando estaria magoando o pai, ela se sentia culpada por ser feliz fazendo o que os dois faziam juntos. – Ele disse com tristeza no olhar.

— Mas isso não faz sentido...

— Mas na cabeça dela sim.

— Eu não sabia disso.

—Olha, eu não sei o que você fez pra ela, mas ela está mudada, está feliz de novo. E tudo o que eu mais quero na vida é a felicidade dela... Se ela está feliz, então eu também estou... – Ele diz e sorri. – Mas se algum dia você a fizer sofrer eu mato você.

— Isso não vai acontecer... – Digo com certeza.

— Assim espero... – Ele diz e se levanta. – Se cuida, e foi mal pelo nariz... – Assenti e então ele foi embora.

Mas eu não entrei, fiquei lá sentado, pensando em tudo o que ele me disse, quando Katniss sai da casa dela e vem em minha direção. Ela se senta ao meu lado e me dá um selinho.

— No que está pensando? – Ela pergunta curiosa.

— Em como eu te amo... – Digo e a abraço.

— Eu também te amo Peeta. Mas porque isso agora?

— Não é nada, só que o Gale me disse algumas coisas que me fizeram pensar... E o que ele disse só me fez te amar ainda mais...