Tomás ligou para uma delas no viva voz. “Alô, Joana?” “Quem é? Ai João, me solta, só um pouquinho.” “Quem é João?” “Meu amigo amorzinho, agora eu tenho que desligar, estou muito ocupada, beijos!” “O que? Você está com quem? E o nosso encontro?” “Ah lindinho, você leva mesmo a sério um encontro marcado na internet? Agora eu tenho que ir, beijinhos!”

-Tomás, eu não acredito que a gente levou bolo não!

-E agora? Só temos como entrar no colégio amanhã de manhã, a segurança do colégio tá dobrada essa hora, e estamos na rua sem dinheiro para passar uma noite, nada...

-Meu Deus, eu não posso fazer nada! E ainda por cima essa hora a campanha do meu pai já acabou e ele deve está ligando para o colégio pra me matar! Tomás, o que a gente faz agora?

-O jeito é a gente tentar entrar no colégio sem que ninguém encontre a gente. – Tomás falou coçando a cabeça.

-É... Vamos.

Quando nós chegamos no colégio, me deparei logo com o meu pai e os seus seguranças de preto na porta.

-Meu pai! E agora? Vamos ficar aqui esperando até que eles vão embora. – Alguém passou por trás de nós e falou:

-Nossa, Dieguinho e Tomás, parecem dois foragidos da polícia. – Era a Roberta.

-Roberta, se abaixa, se abaixa! Fala baixo, o meu pai não pode saber que estamos aqui. – Falei, a puxando para baixo.

-Ah não? SENHOR BUSTAMANTE, DIEGO E TOMÁS ESTÃO AQUI! – Ela gritou tão alto, que acho que todo o colégio pode ouvir. E o meu pai veio andando com os seguranças, enquanto ela me deu um sorrisinho e me mandou um beijo no ar.

-Diego, como você pode me deixar sozinho em frente ao país inteiro? Nessa campanha, era para eu aparecer com a família, e não só! – Ele falou me puxando pelo braço, e estava doendo.

-Ai pai...

-Ai o que Diego? Seja forte, desse jeito você me faz vergonha, teve pelo menos parecer com um Bustamante. Ruivinha e Tomás, se retirem por favor, quero ter uma conversa a sós com o meu filho.

-Tá bom senhor, tchau Dieguinho. – Eles saíram.

-Tenho que pensar em um castigo pra você...

-Hm... – Falei, olhando para baixo.

-Bom, vou tomar seu violão, por um ano.

-O QUE? UM ANO SEM O MEU VIOLÃO? NÃO PAI, NÃO, ISSO NÃO! – Tocar é a única coisa que eu amo na minha vida.

-Isso mesmo, e eu vou supervisionar os seus cartões de crédito, e se eu ver que você comprou outro, eu corto os seus cartões também.

-Pai, por favor, qualquer coisa, menos isso!

-Já sei, então eu vou te dar um desafio, se você conseguir, fica com o violão, se não... Eu o tomo até você se tornar maior de idade.

-Hm... E qual é o desafio?

-Você vai ter que namorar com a ruivinha, em uma semana, o que é totalmente impossível, aquela menina é muito mais inteligente e forte do que você. Preferia que ela fosse minha filha, e não você.

-A Roberta? Não, isso não!

-Ah Diego, você também não quer nenhum castigo, ou isso, ou o violão...