Solangelo Moments
Time To Be Happy
Nico ainda bocejava enquanto se dirigia à cozinha naquela manhã de sábado. Quando acendeu a luz, a exclamação de “Surpresa!” que ouviu era realmente inesperada. Seu coração acelerou algumas batidas até que ele entendeu a cena diante de si.
Will e Maeve exibiam largos sorrisos enquanto gesticulavam para que sentasse à mesa diante de um bolo com algumas velinhas e, enquanto ele assim fazia, os dois começaram a cantar parabéns. Não importava que a partir do ano em que Will e seus amigos tinham descoberto o dia de seu aniversário, Nico ouvisse aquela canção em todos os seus aniversário, ele sempre se sentia sem graça, embora também bastante tocado pelo gesto.
— Feliz aniversário, papai! – Maeve se atirou em seu pescoço e ele a trouxe para seu colo. - As velinhas! Faça um pedido.
Nico pensou por uns segundos e fechou os olhos ao soprar as velas.
— O que você pediu? – Will perguntou casualmente, sentando-se ao seu lado.
— Ele não pode dizer, senão não se realiza! – Maeve se apressou em explicar.
Nico trocou um sorriso com Will.
— Não foi bem um pedido... Eu só fechei os olhos e vi nós três... Juntos e rindo.
— Do que estávamos rindo? – sua filha quis saber.
— Hmm... Acho que de nada em especial... Só estávamos felizes.
Maeve não pareceu ver muito sentido nisso, então encontrou um assunto mais interessante:
— Você gostou do bolo? Eu ajudei papai a fazer.
— Ah, é mesmo?
— É mesmo! – confirmou Will. – A decoração é toda obra de Maeve.
— Papai me ajudou a espalhar o chocolate e formar as palavras – ela quis ser justa.
Além da cobertura de chocolate, o bolo estava coberto por uma confusão colorida dos mais variados tipos de confeite, desde granulados de açúcar a jujubas. M&M’s de todas as cores formavam a frase “Feliz Aniversário”.
— Está lindo, querida. Uma verdadeira obra de arte – Nico beijou a bochecha dela, vendo seu rosto iluminar com o elogio.
— Também está gostoso! Nós já podemos comer ele?
Nico deu uma risadinha.
— É claro.
Quando Maeve estava sentada na própria cadeira devorando uma generosa fatia do bolo, Will pegou a mão de Nico e se inclinou para sussurrar em seu ouvido:
— Adorei o seu pedido de aniversário.
Ele o beijou logo abaixo da orelha. Nico sorriu e encontrou seus lábios rapidamente.
— Você não vai para o hospital hoje?
— Eu consegui o dia de folga. Depois do café, nós vamos sair para comprar seu presente.
— Ah, não precisa...
— Não diga isso. Maeve está empolgada com o dia de hoje. Ela tem tudo planejado.
— Ah, é? – Nico se voltou para a menina. – E o que mais vamos ter?
Ela ficou feliz em responder:
— Hamburger no almoço, patinar no parque e brincar com a neve.
— Hm... Podemos incluir marshmallow assado e chocolate quente quando voltarmos para casa?
— Sim!
Nico apertou a mão de Will, que ainda segurava. Ainda não queria soltá-la. Por um breve momento, ele se lembrou do menino que tinha passado os piores invernos da vida depois da morte da irmã, desoladoramente solitário e imaginando que não havia lugar no mundo capaz de aceitá-lo como era. Aquele menino tinha encontrado seu lugar, sua família. Estava ali, simplesmente feliz, ao lado das duas pessoas que mais amava no mundo.
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