Nico surgiu nas sombras de seu chalé, onde a cabeleira loura de Will era uma das poucas coisas mais distinguíveis na penumbra da noite. O filho de Apolo estava deitado na cama de Nico, parecendo ter adormecido enquanto esperava.

Nico tirou a jaqueta e os tênis e deitou de frente para Will, que, sem abrir os olhos, se aninhou a ele e perguntou, com o rosto contra seu peito, a voz meio abafada e sonolenta:

— Você vai me dizer onde estava?

Nico pensou no que dizer enquanto seus dedos traçavam círculos nas costas de Will.

— Você lembra de Luke Castellan?

Will se afastou para encará-lo, parecendo confuso com a pergunta.

— Bem... Seria difícil esquecer.

Nico suspirou e foi em frente. Falou sobre sua saga tentando descobrir como derrotar Cronos e como isso o levara até May Castellan. Ele contou como a mulher passava seus dias preparando sanduíches e biscoitos para um filho que não retornaria e também contou sobre a origem de sua maldição, deixando subentendido o momento da morte de sua própria mãe.

— Depois que Rachel se tornou o novo oráculo, ela não teve mais os momentos de ataque que tanto aterrorizavam Luke, mas sua cabeça também não voltou ao normal. A única diferença é que ela às vezes parece achar que eu não sou Luke, mas um amigo dele que lutou ao seu lado na guerra. Ela fala sobre isso como se ele tivesse servido no Afeganistão ou qualquer coisa assim... Eu nem sei por que ainda vou até lá. Está claro que essas visitas não a ajudam a melhorar. Acho que eu só... Talvez seja porque a maldição do meu pai fez isso com ela...

Nico percebeu um brilho estranho nos olhos de Will.

— Quê?

Will sacudiu de leve a cabeça e se aproximou mais, segurando o rosto de Nico com uma mão.

— Você é uma pessoa incrível, Nico di Angelo... Eu nunca disse isso?

Nico revirou os olhos.

— Não. De todas as coisas embaraçosas que você já me disse...

Will deu uma risadinha.

— Eu sou seu namorado. É meu dever dizer coisas embaraçosas.

— Eu acho que você podia calar um pouco a boca e só me beijar logo, namorado.