Sob Medida
Capítulo 6
JP: Oi Maite, e aí? – parando ao lado da porta dela, e assustando-a.
Mai: Er... Oi! - envergonhada.
JP: Ta fazendo o que?
Mai: Nada. Tava esperando uma amiga. – mentiu.
JP: Hmm... Vai fazer algo hoje á noite? Ta a fim de sair? – sorrindo.
Mai: Desde quando somos amigos? – fitando-o séria – Achei que sair comigo significasse suicídio social pra você e pros seus amiguinhos.
JP: Talvez pros outros, não pra mim. – se aproximando dela – Sempre quis sair com você.
Christian: Jp, cadê a chave do carro? – sem se dar conta da presença de Maite.
JP: Aí. – ele jogou as chaves – Christian... – o recriminou, apontando para Mai.
Christian: Ah... E aí? – sorrindo.
Mai: Oi. – sem graça.
Rafael: E aí, beleza? – se aproximando – Prazer, Rafael.
Mai: Maite! – disse tímida.
JP: Mas e então, vamos sair hoje a noite? – os amigos estranharam vê-lo convidando-a para sair, mas nada falaram – Po, não custa nada, né? – insistiu.
Mai: Não sei. – ela pensava – Se você fizer algo me liga, estarei na casa da Any com ela, e a Dul. – o último nome fez Christian se interessar.
Christian: Podemos sair os seis. – sugeriu.
JP: E aí, o que você acha?
Mai: Hmm, vou falar com elas. – ela girou a chave do carro – Agora preciso ir.
JP: Tudo bem! Me empresta o seu celular? – ela o tirou da bolsa, e o entregou – Pronto, me liga quando resolver.
Mai: Ta bem. Tchau! – ela sorriu, e foi embora.
---------------------------------------------------
Sem querer – talvez nem tanto – Poncho acabou não entrando no banheiro, e sim no quarto da Any. Assim que ele abriu a porta do quarto, sorriu, pois era exatamente como ele imaginava. Além de muito organizado, o rosa e o lilás predominavam ali. A cama era cheia de ursinhos e bonecas, o tapete fofinho no centro do quarto era rosa, assim como a cadeira do computador e o quadro de fotos. Uma das paredes era lilás, e todas as outras brancas. Ao lado do computador, tinha uma série de livros, todos muito organizados. O armário dela era branco, e quando ele abriu, não teve nenhuma surpresa, todas as roupas estavam impecavelmente organizadas.
Ele começou a mexer nelas, imaginando como ela ficaria em cada uma daquelas roupas. Começou a abrir as gavetas, e sem querer – querendo – as peças íntimas dela estavam ali. Ele se irritou consigo mesmo, por estar agindo como um garoto imaturo e infantil. Achou que devesse dar meia volta e voltar para a sala. Mas ele não o fez. Ele vasculhou um pouco a tal gaveta – sem desarruma-la – e acabou pegando uma calcinha preta, com rendinhas rosas.
Poncho: Até a calcinha dela tem rosa... – falou e riu consigo mesmo.
- Poncho...? – gritou uma voz feminina do corredor.
Ele devolveu a calcinha dela para a gaveta, e antes que pudesse sair do quarto, ela estava lá.
Any: Ta fazendo o que aqui? – estranhando.
Poncho: Nada. – mentiu – Eu não achei o outro banheiro, acabei usando o seu. Espero que não se importe. – nervoso.
Any: Não, tudo bem. – desconfiada – A pizza já chegou, e a Mai também. Vamos descer?
Poncho: Vamos. – ele a deixou passar na frente, e voltou para a sala, meio constrangido.
--------------------------------------------------------------
Christian: Desde quando você é afim dela? – enfatizando bastante a última palavra.
JP: Desde muito tempo. Mas nunca encontrei nenhuma desculpa pra falar com ela... – confessou.
Rafael: Sabe? Eu nunca reparei, mas ela é bem bonita...
Christian: Fala sério, ela é a garota mais nerd e certinha que eu já vi... – rindo.
JP: Não deixa de ser bonita.
Rafael: E gostosa. – completou.
Christian: Ta, tudo bem. Mas isso não muda o fato de ela ser careta.
JP: Você adora implicar com ela. De repente ela é gente boa, e você não sabe... – defendeu.
Christian: Ta, ta, que seja.
Rafael: O Christian quer saber mesmo é da Dulce Maria... – implicou.
Christian: Quero mesmo. Vou ficar com ela ainda esse fim de semana, podem apostar.
JP: E eu com a Maite. – sorriu malicioso.
Rafael: Então, eu fico com a loirinha.
JP: Deixem a Belinda saber disso... – os três riram.
---------------------------------------------------
Mai: Oi Poncho. – cumprimentou quando ele apareceu na sala.
Poncho: E aí Mai? – ele foi até ela, e a cumprimentou com dois beijinhos. – Essa pizza ta com uma cara boa.
Dul: Mai por que você demorou? – curiosa.
Mai: É sobre isso que eu queria falar... – corou.
Any: Então fala. – incentivou. Maite continuou pensativa.
Poncho: Tudo bem, eu posso sair... – Any o puxou para o sofá novamente.
Any: Sossega aí. – disse autoritária. Poncho estranhou, mas concordou.
Mai: O Poncho é mais velho, gente boa, então ta, vou falar... – ela suspirou e por fim falou – O Christian, o JP e o Rafael querem sair com a gente hoje. – disse nervosa. Poncho se engasgou. – Acho que ele ficou com ciúmes da irmã. – riu.
Dul: Poncho! – batendo nas costas dele – O que te deu?
Poncho: Nada. – tentando acalmar a respiração – Só acho que você não deveriam sair.
Dul: E por que não? – quis saber.
Poncho: Porque os pais de vocês não gostariam... – disse sério.
Any: É verdade. Prometi pra minha mãe que ficaríamos em casa hoje, e só sairíamos amanhã. – triste.
Poncho: Então... – dando o assunto por encerrado.
Mai: E se não saíssemos? – sorriu maliciosa.
Dul: Como assim? – sem entender.
Mai: Eles podiam vir pra cá. – seu sorriso se alargou ainda mais.
Poncho: Ta doida? O que a mãe da Any ia pensar disso?
Any: Nada. – sorrindo também – Ela não precisa saber.
Dul: Eu não faço questão, mas se vocês quiserem... – deu de ombros.
Any: Então ta, liga pra eles.
Poncho: Não! – disse rapidamente.
Dul: Para de ser careta. – dando um tapa nele.
Poncho: Pois se é assim, vou ficar também.
Any: Tudo bem. – ela abriu um sorriso – Anda Mai, liga pra eles.
----------------
JP: Alô? – atendendo o celular.
Mai: Oi Jp, aqui é a Mai. – disse tímida.
JP: Ah... – se animando – E aí Mai?
Mai: Bom, liguei pra avisar que as meninas não tão muito a fim de sair.
JP: Mas por que?
Mai: Sei lá, não querem. Mas a Any disse que vocês podem vir pra cá, se quiserem.
JP: Sério? – desconfiou – E os pais dela...?
Mai: Viajaram. E então, vocês vem ou não?
JP: Claro, claro. Vou falar com os moleques e daqui a pouco estamos aí. Me manda o endereço por mensagem?
Mai: Mando sim, a gente se vê.
JP: Certo. Tchau. – desligou. – Christian... – chamando-o – As garotas não querem sair, mas chamaram a gente pra ir pra casa da Any... – sorrindo malicioso.
Christian: Sério? – surpreso – Elas tão no papo. – sorriu malicioso.
JP: Tomara. – sorrindo igualmente – Liga pro Rafael...
Christian: Vou ligar. – ele pegou o celular e discou o número do amigo – Fala cara.
Rafael: E aí? O que manda?
Christian: Vamos pra casa da Any, ta afim?
Rafael: Nossa! Não sabia que ela recebia homens dentro de casa... – ironizou – Eu bem que queria ir, mas a Melissa ta no meu pé.
Christian: Porra, fala sério, ainda não se livrou dela?
Rafael: Como se fosse fácil. A Belinda e a Taylor me intimaram a sair com ela, não tem como desmarcar.... – lamentou.
Christian: Então ta, deixa pra próxima. Valeu cara.
Rafael: Valeu. – desligaram.
Christian: Nada do Rafael.
JP: É sacanagem deixar a dona da casa de vela. – riu.
Christian: Eu dou conta dela também. – riu, e foi se arrumar.
-----------------------------------
Any: Eu vou trocar de roupa, to horrível. – apontando para si mesma.
Poncho: Não acho. – mordeu um pedaço da pizza. Mai e Dul se entreolharam.
Any: Sério? – sorrindo.
Poncho: Urrum. – ainda comendo.
Mai: Também acho, esse short valoriza as suas pernas. – piscou pra ela.
Any: Boba! – tacou uma almofada nela.
Dul: É sério, ele deixa você gostosa. – ela riu.
Any: Dulce! – a recriminou – Seu irmão ta aqui... – arregalou os olhos.
Dul: Ele tem idade pra ser seu pai. – ela riu.
Mai: Não tem não. – sorriu maliciosa.
Any: Chega, ta? – cortando a conversa, corada.
Mai: Chegaram. – sorriu. – Vai abrir a porta Any...
Any: Deixa eles tocarem a campainha primeiro... – a campainha toca. – Agora sim. – se levantou, e foi até a porta – Oi. – disse fitando os dois.
JP: E aí? – cumprimentando-a com dois beijos.
Christian: Fala Any. – fazendo o mesmo e abraçando-a em seguida.
Any: Ei, cadê o Rafael? – perguntou.
Christian: Ele não pôde vir, teve uns problemas com a mãe. – mentiu.
Any: Ah... – decepcionada – Podem entrar. – deu passagem pros dois.
Christian: Poncho? – surpreso ao vê-lo ali – Fala cara. – Poncho levantou e o cumprimentou.
Poncho: Fala. – abraçando-o – E aí JP, beleza? – fazendo o mesmo com ele.
JP: Tudo certo. Não sabia que você ia ta aqui...
Poncho: Nem eu. – sorriu – Coincidência. Cadê o Rafael?
JP: Não pôde vir. Mas e o Chris, como ta?
Poncho: O de sempre. – sorriu, e se sentou novamente.
JP: Dulce! – a cumprimentou. Em seguida fez o mesmo com Mai, abraçando-a de forma constrangedora.
Mai: Er... Oi. – fugindo do abraço dele.
Christian: Oi Dul. – ele a puxou pela cintura e beijou seu rosto. Ela apenas sorriu. – Oi Mai. – dando dois beijinhos nela e voltando-se para Dulce em seguida.
-------------------------------------
Poncho: Não vai voltar pra sala? – aparecendo na cozinha, depois de horas de conversa na sala.
Any: To sobrando ali. – fez bico.
Poncho: Não acho... A Dul só dá patada no Christian. – rindo – E digo o mesmo da Mai com o JP.
Any: A Mai quer ficar com o Christian. – entregou – E a Dul não quer ficar com ninguém.
Poncho: E você? – se aproximou dela.
Any: Eu o que? – sem entender.
Poncho: Você quer ficar com quem? – agora muito próximo dela. Ela estremeceu.
Any: Er... Com... Com... – nervosa – Com ninguém, oras. – desviando o olhar dele. Ele pegou o rosto dela entre as mãos, deixando-a completamente mole.
Poncho: Com ninguém mesmo? – ele aproximou seus lábios dos dela – Nem comigo? – e então, os roçou com os dela finalmente.
Any: V-v-vo-cê tá fa-fa-zendo o qu-que? – se segurando na bancada atrás, para não cair.
Poncho: Uma loucura. – disse com os lábios colados aos dela.
E em menos de um segundo, ele envolveu a cintura dela com um dos braços, a puxou para si, e tomou seus lábios como ele imaginara nos últimos dias. A língua quente dele invadiu a delicada e macia boca dela; ela manteve os braços moles, ao lado do corpo, devido á surpresa, e consequentemente á falta reação.
Ele puxou ainda mais o corpo dela contra si, e uma de suas mãos se fincou em sua nuca, embaixo de seu cabelo. A língua dos dois se esbarrava, brincava. Ele não conseguia esconder o desejo que sentia, e ela com o tempo, foi relaxando. Seu braço direito envolveu o pescoço dele, enquanto a mão esquerda ficou relaxada em seu peito.
O ar começava a faltar para os dois. Poncho deslizou a mão direita que estava em sua nuca, por suas costas, acariciando-a. O ritmo do beijo agora era lento. Um selinho molhado; mais um; outro, e mais outro. Os dois por fim se separaram. Ofegantes.
Any abriu os olhos, completamente confusa e perdida. Poncho ainda mantinha-se de olhos fechados.
Poncho: Me desculpe. – ainda sem abrir os olhos.
Any: Não precisa... – envergonhada.
Poncho: Claro que precisa. – abrindo finalmente os olhos – Eu, eu... – ficando nervoso – Sou um idiota. É sério, foi mal. Eu não sei o que deu em mim, isso nunca mais vai acontecer.
Any: Não? – com medo. – Por que você ta assim? Eu não sou boa o bastante pra você? – aflita.
Poncho: Claro que não. – riu com a idéia – É só que é errado, sabe? Não vai acontecer de novo... – e então, ele saiu da cozinha, deixando-a completamente angustiada e confusa.
---------------------------------
Mai: O que aconteceu Any? Eu te conheço, você ta estranha...
Dul: E ficou assim depois que voltou da cozinha. – encarando-a – Com o Poncho. – lembrou.
Any: Não é nada, já disse. – triste.
Mai: Ele falou alguma coisa que você não gostou?
Dul: Vocês discutiram?
Mai: Ou você ta chateada com o Rafael?
Dul: A gente não fez nada de errado, né?
Any: Não é nada... – estressada.
Dul: Já sei. – gritou.
Any: O Poncho me beijou... – confessou por fim, suspirando.
Mai: ELE O QUEE? – berrando.
Any: Me beijou. E depois me pediu desculpas, falou que era um erro, e eu não entendi nada. – com os olhos marejados.
Dul: To boba. – segurando o riso – É por isso que ele sempre ficava meio babaca com você então. – deduziu.
Mai: E ele beija bem? – curiosa.
Any: Muito! – sorrindo ao se lembrar do beijo – Nunca imaginei que o meu primeiro beijo fosse ser tão... Tão... Mágico. – sentindo o gosto que ele deixara em sua boca. – Tava tudo perfeito sabe? E de repente, ele foi embora, me deixando com cara de idiota.
Dul: Relaxa, depois você fala com ele.
Any: Não sei. Tenho vergonha... – escondendo o rosto nas almofadas.
Dul: Agora de beijar ele você não tem né? – ela e Mai riram.
Any: Ele que me beijou. – ela deu a língua.
Mai: E você bem que gostou, né? – rindo – Aquele homem alto, moreno, sarado, de olhos verdes... – Any a interrompeu.
Any: Ei... Vai tirando o olho gordo, ta? – rindo e se jogando em cima das amigas.
Dul: E aí, cunhadinha? – brincando.
Não demorou muito para que as três caíssem no sono... O sábado seria um dia com mais emoções.
Fale com o autor