JP: Oi Maite, e aí? – parando ao lado da porta dela, e assustando-a.

Mai: Er... Oi! - envergonhada.

JP: Ta fazendo o que?

Mai: Nada. Tava esperando uma amiga. – mentiu.

JP: Hmm... Vai fazer algo hoje á noite? Ta a fim de sair? – sorrindo.

Mai: Desde quando somos amigos? – fitando-o séria – Achei que sair comigo significasse suicídio social pra você e pros seus amiguinhos.

JP: Talvez pros outros, não pra mim. – se aproximando dela – Sempre quis sair com você.

Christian: Jp, cadê a chave do carro? – sem se dar conta da presença de Maite.

JP: Aí. – ele jogou as chaves – Christian... – o recriminou, apontando para Mai.

Christian: Ah... E aí? – sorrindo.

Mai: Oi. – sem graça.

Rafael: E aí, beleza? – se aproximando – Prazer, Rafael.

Mai: Maite! – disse tímida.

JP: Mas e então, vamos sair hoje a noite? – os amigos estranharam vê-lo convidando-a para sair, mas nada falaram – Po, não custa nada, né? – insistiu.

Mai: Não sei. – ela pensava – Se você fizer algo me liga, estarei na casa da Any com ela, e a Dul. – o último nome fez Christian se interessar.

Christian: Podemos sair os seis. – sugeriu.

JP: E aí, o que você acha?

Mai: Hmm, vou falar com elas. – ela girou a chave do carro – Agora preciso ir.

JP: Tudo bem! Me empresta o seu celular? – ela o tirou da bolsa, e o entregou – Pronto, me liga quando resolver.

Mai: Ta bem. Tchau! – ela sorriu, e foi embora.

---------------------------------------------------

Sem querer – talvez nem tanto – Poncho acabou não entrando no banheiro, e sim no quarto da Any. Assim que ele abriu a porta do quarto, sorriu, pois era exatamente como ele imaginava. Além de muito organizado, o rosa e o lilás predominavam ali. A cama era cheia de ursinhos e bonecas, o tapete fofinho no centro do quarto era rosa, assim como a cadeira do computador e o quadro de fotos. Uma das paredes era lilás, e todas as outras brancas. Ao lado do computador, tinha uma série de livros, todos muito organizados. O armário dela era branco, e quando ele abriu, não teve nenhuma surpresa, todas as roupas estavam impecavelmente organizadas.

Ele começou a mexer nelas, imaginando como ela ficaria em cada uma daquelas roupas. Começou a abrir as gavetas, e sem querer – querendo – as peças íntimas dela estavam ali. Ele se irritou consigo mesmo, por estar agindo como um garoto imaturo e infantil. Achou que devesse dar meia volta e voltar para a sala. Mas ele não o fez. Ele vasculhou um pouco a tal gaveta – sem desarruma-la – e acabou pegando uma calcinha preta, com rendinhas rosas.

Poncho: Até a calcinha dela tem rosa... – falou e riu consigo mesmo.

- Poncho...? – gritou uma voz feminina do corredor.

Ele devolveu a calcinha dela para a gaveta, e antes que pudesse sair do quarto, ela estava lá.

Any: Ta fazendo o que aqui? – estranhando.

Poncho: Nada. – mentiu – Eu não achei o outro banheiro, acabei usando o seu. Espero que não se importe. – nervoso.

Any: Não, tudo bem. – desconfiada – A pizza já chegou, e a Mai também. Vamos descer?

Poncho: Vamos. – ele a deixou passar na frente, e voltou para a sala, meio constrangido.

--------------------------------------------------------------

Christian: Desde quando você é afim dela? – enfatizando bastante a última palavra.

JP: Desde muito tempo. Mas nunca encontrei nenhuma desculpa pra falar com ela... – confessou.

Rafael: Sabe? Eu nunca reparei, mas ela é bem bonita...

Christian: Fala sério, ela é a garota mais nerd e certinha que eu já vi... – rindo.

JP: Não deixa de ser bonita.

Rafael: E gostosa. – completou.

Christian: Ta, tudo bem. Mas isso não muda o fato de ela ser careta.

JP: Você adora implicar com ela. De repente ela é gente boa, e você não sabe... – defendeu.

Christian: Ta, ta, que seja.

Rafael: O Christian quer saber mesmo é da Dulce Maria... – implicou.

Christian: Quero mesmo. Vou ficar com ela ainda esse fim de semana, podem apostar.

JP: E eu com a Maite. – sorriu malicioso.

Rafael: Então, eu fico com a loirinha.

JP: Deixem a Belinda saber disso... – os três riram.

---------------------------------------------------

Mai: Oi Poncho. – cumprimentou quando ele apareceu na sala.

Poncho: E aí Mai? – ele foi até ela, e a cumprimentou com dois beijinhos. – Essa pizza ta com uma cara boa.

Dul: Mai por que você demorou? – curiosa.

Mai: É sobre isso que eu queria falar... – corou.

Any: Então fala. – incentivou. Maite continuou pensativa.

Poncho: Tudo bem, eu posso sair... – Any o puxou para o sofá novamente.

Any: Sossega aí. – disse autoritária. Poncho estranhou, mas concordou.

Mai: O Poncho é mais velho, gente boa, então ta, vou falar... – ela suspirou e por fim falou – O Christian, o JP e o Rafael querem sair com a gente hoje. – disse nervosa. Poncho se engasgou. – Acho que ele ficou com ciúmes da irmã. – riu.

Dul: Poncho! – batendo nas costas dele – O que te deu?

Poncho: Nada. – tentando acalmar a respiração – Só acho que você não deveriam sair.

Dul: E por que não? – quis saber.

Poncho: Porque os pais de vocês não gostariam... – disse sério.

Any: É verdade. Prometi pra minha mãe que ficaríamos em casa hoje, e só sairíamos amanhã. – triste.

Poncho: Então... – dando o assunto por encerrado.

Mai: E se não saíssemos? – sorriu maliciosa.

Dul: Como assim? – sem entender.

Mai: Eles podiam vir pra cá. – seu sorriso se alargou ainda mais.

Poncho: Ta doida? O que a mãe da Any ia pensar disso?

Any: Nada. – sorrindo também – Ela não precisa saber.

Dul: Eu não faço questão, mas se vocês quiserem... – deu de ombros.

Any: Então ta, liga pra eles.

Poncho: Não! – disse rapidamente.

Dul: Para de ser careta. – dando um tapa nele.

Poncho: Pois se é assim, vou ficar também.

Any: Tudo bem. – ela abriu um sorriso – Anda Mai, liga pra eles.

----------------

JP: Alô? – atendendo o celular.

Mai: Oi Jp, aqui é a Mai. – disse tímida.

JP: Ah... – se animando – E aí Mai?

Mai: Bom, liguei pra avisar que as meninas não tão muito a fim de sair.

JP: Mas por que?

Mai: Sei lá, não querem. Mas a Any disse que vocês podem vir pra cá, se quiserem.

JP: Sério? – desconfiou – E os pais dela...?

Mai: Viajaram. E então, vocês vem ou não?

JP: Claro, claro. Vou falar com os moleques e daqui a pouco estamos aí. Me manda o endereço por mensagem?

Mai: Mando sim, a gente se vê.

JP: Certo. Tchau. – desligou. – Christian... – chamando-o – As garotas não querem sair, mas chamaram a gente pra ir pra casa da Any... – sorrindo malicioso.

Christian: Sério? – surpreso – Elas tão no papo. – sorriu malicioso.

JP: Tomara. – sorrindo igualmente – Liga pro Rafael...

Christian: Vou ligar. – ele pegou o celular e discou o número do amigo – Fala cara.

Rafael: E aí? O que manda?

Christian: Vamos pra casa da Any, ta afim?

Rafael: Nossa! Não sabia que ela recebia homens dentro de casa... – ironizou – Eu bem que queria ir, mas a Melissa ta no meu pé.

Christian: Porra, fala sério, ainda não se livrou dela?

Rafael: Como se fosse fácil. A Belinda e a Taylor me intimaram a sair com ela, não tem como desmarcar.... – lamentou.

Christian: Então ta, deixa pra próxima. Valeu cara.

Rafael: Valeu. – desligaram.

Christian: Nada do Rafael.

JP: É sacanagem deixar a dona da casa de vela. – riu.

Christian: Eu dou conta dela também. – riu, e foi se arrumar.

-----------------------------------

Any: Eu vou trocar de roupa, to horrível. – apontando para si mesma.

Poncho: Não acho. – mordeu um pedaço da pizza. Mai e Dul se entreolharam.

Any: Sério? – sorrindo.

Poncho: Urrum. – ainda comendo.

Mai: Também acho, esse short valoriza as suas pernas. – piscou pra ela.

Any: Boba! – tacou uma almofada nela.

Dul: É sério, ele deixa você gostosa. – ela riu.

Any: Dulce! – a recriminou – Seu irmão ta aqui... – arregalou os olhos.

Dul: Ele tem idade pra ser seu pai. – ela riu.

Mai: Não tem não. – sorriu maliciosa.

Any: Chega, ta? – cortando a conversa, corada.

Mai: Chegaram. – sorriu. – Vai abrir a porta Any...

Any: Deixa eles tocarem a campainha primeiro... – a campainha toca. – Agora sim. – se levantou, e foi até a porta – Oi. – disse fitando os dois.

JP: E aí? – cumprimentando-a com dois beijos.

Christian: Fala Any. – fazendo o mesmo e abraçando-a em seguida.

Any: Ei, cadê o Rafael? – perguntou.

Christian: Ele não pôde vir, teve uns problemas com a mãe. – mentiu.

Any: Ah... – decepcionada – Podem entrar. – deu passagem pros dois.

Christian: Poncho? – surpreso ao vê-lo ali – Fala cara. – Poncho levantou e o cumprimentou.

Poncho: Fala. – abraçando-o – E aí JP, beleza? – fazendo o mesmo com ele.

JP: Tudo certo. Não sabia que você ia ta aqui...

Poncho: Nem eu. – sorriu – Coincidência. Cadê o Rafael?

JP: Não pôde vir. Mas e o Chris, como ta?

Poncho: O de sempre. – sorriu, e se sentou novamente.

JP: Dulce! – a cumprimentou. Em seguida fez o mesmo com Mai, abraçando-a de forma constrangedora.

Mai: Er... Oi. – fugindo do abraço dele.

Christian: Oi Dul. – ele a puxou pela cintura e beijou seu rosto. Ela apenas sorriu. – Oi Mai. – dando dois beijinhos nela e voltando-se para Dulce em seguida.

-------------------------------------

Poncho: Não vai voltar pra sala? – aparecendo na cozinha, depois de horas de conversa na sala.

Any: To sobrando ali. – fez bico.

Poncho: Não acho... A Dul só dá patada no Christian. – rindo – E digo o mesmo da Mai com o JP.

Any: A Mai quer ficar com o Christian. – entregou – E a Dul não quer ficar com ninguém.

Poncho: E você? – se aproximou dela.

Any: Eu o que? – sem entender.

Poncho: Você quer ficar com quem? – agora muito próximo dela. Ela estremeceu.

Any: Er... Com... Com... – nervosa – Com ninguém, oras. – desviando o olhar dele. Ele pegou o rosto dela entre as mãos, deixando-a completamente mole.

Poncho: Com ninguém mesmo? – ele aproximou seus lábios dos dela – Nem comigo? – e então, os roçou com os dela finalmente.

Any: V-v-vo-cê tá fa-fa-zendo o qu-que? – se segurando na bancada atrás, para não cair.

Poncho: Uma loucura. – disse com os lábios colados aos dela.

E em menos de um segundo, ele envolveu a cintura dela com um dos braços, a puxou para si, e tomou seus lábios como ele imaginara nos últimos dias. A língua quente dele invadiu a delicada e macia boca dela; ela manteve os braços moles, ao lado do corpo, devido á surpresa, e consequentemente á falta reação.

Ele puxou ainda mais o corpo dela contra si, e uma de suas mãos se fincou em sua nuca, embaixo de seu cabelo. A língua dos dois se esbarrava, brincava. Ele não conseguia esconder o desejo que sentia, e ela com o tempo, foi relaxando. Seu braço direito envolveu o pescoço dele, enquanto a mão esquerda ficou relaxada em seu peito.

O ar começava a faltar para os dois. Poncho deslizou a mão direita que estava em sua nuca, por suas costas, acariciando-a. O ritmo do beijo agora era lento. Um selinho molhado; mais um; outro, e mais outro. Os dois por fim se separaram. Ofegantes.

Any abriu os olhos, completamente confusa e perdida. Poncho ainda mantinha-se de olhos fechados.

Poncho: Me desculpe. – ainda sem abrir os olhos.

Any: Não precisa... – envergonhada.

Poncho: Claro que precisa. – abrindo finalmente os olhos – Eu, eu... – ficando nervoso – Sou um idiota. É sério, foi mal. Eu não sei o que deu em mim, isso nunca mais vai acontecer.

Any: Não? – com medo. – Por que você ta assim? Eu não sou boa o bastante pra você? – aflita.

Poncho: Claro que não. – riu com a idéia – É só que é errado, sabe? Não vai acontecer de novo... – e então, ele saiu da cozinha, deixando-a completamente angustiada e confusa.

---------------------------------

Mai: O que aconteceu Any? Eu te conheço, você ta estranha...

Dul: E ficou assim depois que voltou da cozinha. – encarando-a – Com o Poncho. – lembrou.

Any: Não é nada, já disse. – triste.

Mai: Ele falou alguma coisa que você não gostou?

Dul: Vocês discutiram?

Mai: Ou você ta chateada com o Rafael?

Dul: A gente não fez nada de errado, né?

Any: Não é nada... – estressada.

Dul: Já sei. – gritou.

Any: O Poncho me beijou... – confessou por fim, suspirando.

Mai: ELE O QUEE? – berrando.

Any: Me beijou. E depois me pediu desculpas, falou que era um erro, e eu não entendi nada. – com os olhos marejados.

Dul: To boba. – segurando o riso – É por isso que ele sempre ficava meio babaca com você então. – deduziu.

Mai: E ele beija bem? – curiosa.

Any: Muito! – sorrindo ao se lembrar do beijo – Nunca imaginei que o meu primeiro beijo fosse ser tão... Tão... Mágico. – sentindo o gosto que ele deixara em sua boca. – Tava tudo perfeito sabe? E de repente, ele foi embora, me deixando com cara de idiota.

Dul: Relaxa, depois você fala com ele.

Any: Não sei. Tenho vergonha... – escondendo o rosto nas almofadas.

Dul: Agora de beijar ele você não tem né? – ela e Mai riram.

Any: Ele que me beijou. – ela deu a língua.

Mai: E você bem que gostou, né? – rindo – Aquele homem alto, moreno, sarado, de olhos verdes... – Any a interrompeu.

Any: Ei... Vai tirando o olho gordo, ta? – rindo e se jogando em cima das amigas.

Dul: E aí, cunhadinha? – brincando.

Não demorou muito para que as três caíssem no sono... O sábado seria um dia com mais emoções.