P.O.V Da Sam

Quando chegamos em sua casa, Freddie me abraçou tentando me consolar, eu ainda estava muito abalada e ao mesmo tempo aliviada, por ter dado um basta naquilo, eu não voltaria àquela casa e tão pouco, correria atrás da minha mãe, me manteria longe dela, o máximo possível, finalmente eu iria poder viver em paz, sem Pamella me atormentando, ela costumava me humilhar o tempo todo.

— Quer um copo d'água? - Perguntou afagando minhas costas.

— Não. - Pressionei o rosto contra seu peito, apertando seu corpo.

Seu abraço era reconfortante, ele tinha um cheiro tão bom, uma mistura de sabonete cítrico e perfume amadeirado, misturados ao seu odor natural, e estar em seus braços me envolvendo daquela maneira, me fazia sentir segura e mais calma.

Sua mão ainda acariciava minhas costas de leve.

Não sei quanto tempo ficamos ali, em silêncio, naquele abraço apertado.

E quando nos largamos, eu já estava bem mais tranquila, meu choro havia cessado, e por impulso, me lancei contra ele, agarrando-o pela nuca, o puxando para baixo para poder alcançar os seus lábios e o beijei.

Foi apenas um roçar de leve, nossas bocas mal puderam encaixar direito.

Freddie segurou-me pelos ombros e me afastou cuidadosamente, me encarando com os olhos arregalados e sua boca se abriu, e nada foi dito.

Embora sua rejeição tenha sido gritante.

— Desculpe. - Por fim, falou.

— Droga! - Fui andando para trás, me sentindo mal, rejeitada e magoada.

— Não podemos, entende? - Estava nervoso e até mesmo sem jeito.

— Claro, você jamais ficaria com uma garota como eu, ainda mais depois de ter ouvido tudo aquilo e...

— Pelo amor de Deus, não é nada disso! Por mais que eu queira te beijar agora, eu não vou fazer isso... Você está abalada e muito fragilizada... Sabemos como isso iria terminar... Não seria certo, Sam. Uma coisa leva à outra... E por respeito, não posso fazer isso, não se sinta mal. - Se explicou com calma.

— Tudo bem. - Ele tinha razão. - Outro teria se aproveitado desse momento. - Tinha que reconhecer.

Benson era diferente, ele tinha caráter.

Depois do sentimento de rejeição, constrangimento me abateu.

Como eu pude ser tão patética? Me atirando nele daquele jeito?

— Vou deitar um pouco, minha cabeça está começando a doer... - Não era uma desculpa para me trancar no quarto da sua mãe e passar o resto do dia ali, pequenas e dolorosas pontadinhas em minhas têmporas se espalhavam.

— Está bem, descanse. Tem remédios se você quiser. - Como ele conseguia ser tão bom e atencioso comigo?

Mesmo apesar de tudo, eu era horrível com ele no colégio.

Foram tantas e tantas implicâncias.

— Só preciso dormir um pouco e vou ficar melhor. - Falei.

E no entanto, ele estava ali, disposto à não me dar as costas.

[...]

P.O.V Do Freddie

Na manhã seguinte...

Por incrível que pareça, Sam sempre acordava com disposição para preparar o café-da-manhã, de bom-humor e alegrinha até demais. Dava para ver, que ela cozinhava com prazer. Cheia de energia contagiante, preparava a massa para panquecas, dispensando o liquidificador, me enganei quando ela despejou a massa numa fôrma untada, era bolo que ela estava fazendo em plena 8h da manhã.

Ao som de uma batida Pop, que soava do seu aparelho celular com a Playlist ligada, ela dançava distraída, tinha os cachos presos no alto da cabeça, com duas madeixas caindo soltas, vestindo um short jeans desfiado e uma bata roxinha, onde dava para ver as alças de um top preto por baixo.

Descalça na minha cozinha, vê-la daquela maneira tão à vontade, feliz e fazendo o café-da-manhã, com certeza seria a coisa que eu adoraria admirar sem cansar...

Porque ela era simplesmente linda, mesmo sem maquiagem e pouco arrumada.

— Bom dia! - Cheguei por trás, a saudando.

Sam gritou, se assustando e largou uma tigela pequena sobre o tampo do balcão de mármore.

Virou para mim depressa, com aqueles olhos azuis num dobro de tamanho, colocando uma mão no peito, arfando pelo susto que deve ter sido grande.

— Nunca mais faça isso, quase me fez ter um treco! - Ergueu uma colher de pau.

Ri não me segurando, não era pra tanto, não imaginava que ela fosse se assustar daquela forma.

— Seu bobo! - Me acertou com a colher suja de massa.

— Ei! Não me suja! - Me afastei.

Foi a vez dela rir, bem travessa.

Lambeu a colher melada.

— Liguei para a minha mãe ontem à noite. - Desviei o olhar, eu não deveria ficar encarando sua boca e sua língua deslizando pela colher.

— Contou sobre eu estar aqui? - Ficou alarmada.

— Sim. Mas não se preocupe, ela...

— Caramba, Benson, o que ela deve estar pensando sobre mim? - Largou a colher na tigela.

— Calma, eu expliquei toda a situação, sobre sua mãe ser negligente. Minha mãe deixou você ficar. - Tentei acalmá-la.

— Mas... Desembucha aí, sempre tem uma condição. - Estava certa.

— Você pode ficar contanto que termine o colegial. E... Se for aceita para alguma faculdade, daremos um jeito. Ela vai te ajudar. - Expliquei.

— E o que mais? Você ainda não está me contando tudo. Tá aí todo vermelho, agitado... - Reparou.

— Ela também pediu para tomarmos juízo e se a gente... Você sabe... Se prevenir. - Eu disse com vergonha, o que fez ela cair na risada.

— Sua mãe acha que estamos namorando, é? - Se aproximou.

— Acho que sim... - Passei a mão na nuca que pinicava.

— E você não negou, né? - Sorriu me deixando ainda mais envergonhado.

— N-não... Vou explicar que somos apenas amigos. Fica tranquila, eu...

— Você disse que gostaria de me beijar depois de ter me afastado... Porém, não naquele momento... - Mordeu o lábio, brincando com a barra da bata.

— Bom, eu... Falei isso mesmo. - Admiti.

— Relaxa aí, bobinho. Minha nossa! Preciso colocar o bolo para assar! - Mudou de assunto, indo ligar o forno para aquecer.

[...]

P.O.V Da Sam

— Quando terminamos o colegial e quando receber a carta de aceitação de alguma faculdade, o que vai querer cursar? - Perguntou, curioso.

— Sei lá, Freddie, nem sei se vou ser mesmo aceita em alguma. Com minhas notas e meu histórico horrível... - Ri sem humor. - Agora você sendo o Menino de Ouro e aluno com notas perfeitas, vai se formar com honras em alguma faculdade em Londres. - Comentei.

— Também não é pra tanto... - Ficou sem jeito.

— É sim. As maiores faculdades vão brigar para ter você! - Garanti.

Ele com certeza teria um futuro brilhante pela frente.

Benson queria cursar Medicina.

— Quero cursar Pediatria. - Achei aquilo fofo.

Eu não tinha nada em mente, nenhum planejamento para o futuro, diferente dele, que tinha sonhos.

Coloquei o bolo para assar.

Fiz ovos mexidos e suco de abacaxi.

Freddie se serviu do café.

— Não faço nada certo, sou um fracasso. Minha irmã estuda num internato chique. Assim como você, ela é uma aluna exemplar. Vai ser a primeira da família a ir para a faculdade. Ela é esforçada e toda perfeitinha. Minha mãe tem razão em algumas coisas, e...

— Você também vai terminar os estudos, vai conseguir uma bolsa e vai cursar algo legal. Vou te ajudar a encerrar as provas com as melhores notas e ainda dá tempo de se inscrever em atividades extracurriculares, que tal entrar para a equipe de torcida? - Sugeriu.

— Eu virando líder de torcida? Tá tirando sarro, nerd? - Comecei a rir.

— E o Clube de Esgrima? Também faço parte. - Disse orgulhoso.

— Vai mesmo me ajudar? - Indaguei.

— Vou sim. - Prometeu.

— Sendo assim, eu topo. - Concordei.

Talvez pudesse ser interessante fazer parte da equipe de Esgrima.

[...]

3 dias depois...

— Caramba, Freddie, você nunca sai com a gente. Estamos indo acampar esse final de semana. Brad, LeAnne, Gibby, Shane, Tasha, Carly e Billy vão também. - Wendy estava descaradamente se atirando em cima do Benson.

— Onde vão acampar? - Estávamos ali na sorveteria Candy Top.

— No Valley Garden Hill, é legal, tem trilhas, tirolesas, atividades ao ar livre, vamos com o meu tio e a família dele, todos os anos é muito divertido. - A ruivinha oferecida estava tocando no braço direito dele, alisando os bíceps.

Olhei para o meu sorvete já derretido, e bufei.

— Que maneiro! Vocês vão quando mesmo? Seu tio tem trailer, né? - Inacreditável, ele estava dando mole para ela.

Levantei deixando o meu sorvete aguado na mesa, apressei os passos deixando a sorveteria.

— SAM! - Ouvi o Benson gritar por mim.

Ignorei atravessando a calçada.

— Sam, o que foi? - Conseguiu me alcançar, correndo.

— Nada, eu estava ali segurando vela e decidi não atrapalhar... Você deixou a Wendy sozinha, é melhor voltar pra lá e...

— Você saiu da sorveteria feito um furacão por eu ter parado para dar umas palavrinhas com a Wendy? - Ficou incrédulo

— Ela não quer dar apenas umas palavrinhas com você não... - Sorri irônica.

— Ciumenta. - Riu.

Soquei o ombro dele.

Freddie parou de achar graça e me puxou para um beijo.

Por Deus, fiquei com as pernas bambas.

Ele me segurou pela cintura, com firmeza. Retribuí o beijo. Sua língua por fim, invadiu minha boca.

Sabor chocolate branco do Sundae.

Agarrei sua nuca, ficando nas pontas dos pés.

Como ele beijava bem.

Quando Freddie chupou minha língua, amoleci ainda mais em seus braços ao meu redor, o beijo se aprofundou...

Fomos parando com selinhos, até ele encostar a boca na minha testa e beijar ali com carinho.

Afundei o rosto em seu peito, inalando seu perfume.

— Fomos convidados para irmos acampar com o pessoal. - Disse após recuperar o fôlego.

Você foi convidado. - Corrigi.

— Eu não vou se você não for... - Segurou meu rosto.

Fitei seus olhos castanhos.

— Acho que preciso de mais um beijo, só assim eu decido... - Agarrei sua camisa.

— Você é mesmo inacreditável... - Sorriu e me beijou novamente.

Foi com mais calma para aproveitarmos melhor.

[...]

Sexta-feira, às 07h:10min...

— Já estamos meio que atrasados... Acho que não falta nada. - Se apressou verificando as coisas.

— Sério que você vai levar um guarda-chuva e um Kit de primeiro-socorros para o acampamento? - Coloquei minha mochila nas costas.

— Todo cuidado é pouco. Vamos? - Chamou.

— Se uma cobra venenosa te picar, eu chupo o veneno. - Falei.

— Ai, credo, Sam! - Ficou horrorizado.

Assim que ele trancou a porta, o trailer do tio da Wendy surgiu e parou à nossa espera.

Fomos até o grande veículo, uma mulher loira estava ao lado do motorista, e dentro do trailer, o pessoal se encontrava, todos acomodados.

Tinha três crianças ali também.

Uma delas era um bebê preso à uma cadeirinha, lá nos fundos.

— Acho que vou ter que ir sentada em cima de você... - Fitei o único assento vago.

— Certo, galera, todos nos seus lugares. Serão três horas de viagem. - O senhor ruivo avisou.

Colocamos nossas coisas no compartimento de cima, no bagageiro.

Vi Wendy secando o Benson, ela estava louca para poder dar em cima dele... E eu estava louca para colocá-la em seu devido lugar.

Carly Shay era a única garota legal, e ela namorava o Brad, o típico casal fofo, com certeza casariam e teriam uns 4 filhos... Billy estava ficando com a Tasha.

Shane continuava solteiro, assim como a LeAnne.

Gibby namorava a Shannon Mitchell, que não estava ali e sim com a família em alguma viagem.

E Wendy, claro, aquela ali era uma rodada que ficava com qualquer um...

A viagem foi até mesmo tranquila, fui dormindo sentada no colo do Benson.

Só acordei quando ele me despertou, avisando que tínhamos chegado em Valley Garden Hill.

— Olha o Griffin Pertenson! - Gritou Carly e as meninas ficaram eufóricas.

O tal de Griffin, era um cara da nossa cidade que ficou famoso do dia pra noite após postar um vídeo cantando algum cover de uma banda de rock.

Elas desceram do trailer após espiar pela janelinha, correndo indo tirar selfies com o cantor do momento.

Seus namorados ficaram para trás com cara de tacho.

— Ele é mesmo muito gato... - Acabei comentando em voz alta.

Freddie bufou indo pegar nossas bagagens.

— Não sei o que ele tem de tão especial... - Billy fez careta. - Sou mais eu! - Metido.

— Também sou mais eu, sou alto, forte, charmosão e tenho olhos verdes! - Gibby deu uma piscadela.

Benson permaneceu calado.

— Ei, os meus são azuis e mais bonitos! - Brad arregalou os olhos.

— Sou todo sarado! - Shane levantou a camisa.

Bando de idiotas.

— Qual de nós é o mais bonito, Puckett? - Billy e os rapazes me encararam.

— Nenhum. - Olhei para o Freddie. Nenhum deles tinha o sorriso mais lindo e o olhar dele, nenhum deles jamais chegaria aos seus pés.

Benson me pegou o admirando e abaixou a cabeça, envergonhado.

[...]

P.O.V Do Freddie

Virei ficando de costas para ela poder se trocar.

Eu havia montado a barraca com sua ajuda, Gibby ainda lutava para tentar armar a dele, arrancando risadas dos nossos amigos.

Os tios de Wendy, Ronald e Carrie, eram legais.

Eles tinham três filhos, de 11, 8 e 1 ano e meio.

— AAAAHHH! SAI COM ISSO PRA LÁ! PARA, BILLY! LARGA ISSO! - Ouvimos gritos.

Eram gritos da Tasha, assim que Sam terminou de se vestir, abri a barraca, saimos juntos dali e vimos o Boots correndo atrás da garota escandalosa, que corria, dava pulinhos, ele a perseguia segurando algum inseto ou bicho nojento.

Depois o idiota foi para cima da Carly que gritou e começou a correr em círculos.

— Que diabos é aquilo? - Estreitei os olhos.

A próxima vítima foi a Wendy que deu o maior chilique e até chorou.

Ainda rindo, Billy deixou a ruiva em paz e veio correndo em nossa direção, com o foco em assustar a Sam.

Quando ele se aproximou, ela apenas o derrubou com uma vareta, fazendo ele cair de costas e soltar o que segurava.

Era apenas uma rã.

Sam riu se abaixando e pegando o bichinho assustado.

— Será que podemos comer? - Ela mostrou a rã verde com olhos amarelados e manchinhas vermelhas.

— Claro que não! - Me alarmei.

— Tô brincando, besta! - Se afastou indo soltar o animal inofensivo na natureza.

— Essa garota é mesmo durona! - Billy levantou.

Ele massageou o ombro. Onde ela havia o acertado de cheio com a vareta.

Ou seja, um galho.

Ri concordando.

— Vamos dar uma volta e explorar o lugar? - Sam voltou para perto de mim.

— Vão namorar no mato, é? - Billy sorriu malicioso.

Fiz cara feia pra ele.

— Vamos, gatinho, deixa esse idiota aí... - Ela me puxou pela camisa.

— USEM CAMISINHA! - Gritou quando nos afastamos.

Eu quis socar o Boots.

[...]

P.O.V Da Sam

— UM RIO! - Apontei para aquela perfeição fluindo da natureza.

Tirei a regata, depois o short jeans, ficando apenas de biquíni.

— Calma aí, a gente não sabe se...

O ignorei, correndo até o rio e me joguei na água friazinha.

— Cuidado, Sam! - Pediu.

— Não é tão fundo e a água está uma delícia. - Bati as mãos, só entrei mesmo no rio, porque não era fundo.

Até porque eu não sabia nadar.

Ele hesitou, tirou a camiseta, ficando apenas de calção.

Se juntou à mim, fui para perto dele, me pendurando em seu pescoço, me permitindo flutuar, e ele me abraçou.

Enrosquei as pernas ao seu redor.

Nos beijamos, trocando carícias por baixo da água, com sua mão boba em minha bunda, e as minhas percorrendo seu peitoral e abdômen.

— Aí estão vocês! - Fomos interrompidos pela nojenta da Wendy.

Não era só ela.

Vimos o pessoal, já se livrando das roupas.

Os meninos se jogaram no rio sem a menor delicadeza, fazendo a água se espirrar para todos os lados, molhando as meninas.

Saí de cima do Benson.

— Vamos mergulhar, amiga? - LeAnne chamou a ruiva.

— E se tiver algum bicho aí dentro? - Wendy apontou para o rio.

— Espero que uma cobra a engula... - Murmurei.

— Sam! - Freddie me repreendeu com um olhar.

— Tô caindo fora, vou voltar para o acampamento... - Saí do rio, espremi o cabelo, vesti minhas roupas e ele me seguiu.

— Fica aí com os seus amigos. - Calcei meus chinelos.

— Nossos amigos. - Me corrigiu.

— Que seja! - Dei de ombros.

— Não faz isso, Sam. - Tocou meu ombro.

— Isso o quê? - Indaguei.

— Afastar as pessoas. - Falou.

Olhei ao nosso redor, vi Carly sentada numa pedra, ela sorriu e acenou.

— Está bem... Tô indo ficar perto da Shay. - Lhe dei um selinho e fui puxar assunto com a garota.

[...]

P.O.V Do Freddie

Horas depois...

Estávamos em volta da fogueira, assando espetinhos de linguiça e Marshmallows, enquanto o Ronald, tio da nossa amiga, Wendy, contava histórias de terror à pedido do Billy que queria ver as garotas com medo, Sam era a única que estava rindo das histórias, algumas até mesmo me deixavam intrigado.

— Então, o lobisomem invadiu a cabana e...

— AAAUUUU! - Uivou Billy fazendo até mesmo o Ronald pular de susto.

Carly, LeAnne, Tasha, Wendy e o Gibby gritaram apavorados, Brad e Shane também se assustaram, os idiotas acabaram acordando o bebê que estava dormindo na barraca dos pais e seus irmãozinhos também ficaram chorando, nem vi a Sam sair do meu lado, só percebi quando ela surgiu atrás do Billy sorrateiramente e o puxou para trás, agarrando ele pelo capuz do casaco, fazendo o Boots cair de bunda com as pernas erguidas sobre o tronco onde estava sentado.

— Melhor todo mundo se acalmar, pessoal! - Ronald levantou e começou a jogar água na fogueira, era perigoso mantê-la acesa.

Não havia animais perigosos aos arredores da reserva florestal.

Nos levantamos, Billy estava irritado por ter sido derrubado pela segunda vez, e acabou ficando na dele, até porque o Boots não era doido de encostar um dedo na Puckett.

Um por um, foi seguindo para suas devidas barracas, Carly e Wendy dividiriam a mesma barraca, e quando Sam tentou entrar comigo, foi barrada pela Carrie, esposa de Ronald.

— Ei, mocinha! Meninos com meninos e meninas com meninas, você pode ir dormir com a Tasha e a LeAnne. - Apontou para a barraca amarela.

— Podemos trocar de lugar. Eu durmo com a Tash e a Anne. - Wendy cedeu o lugar para a Sam ir ficar com a Carly.

A loira apenas concordou.

A ruivinha era legal, a Sam que tinha uma cisma com ela, por puro ciúmes.

Tive que dividir a barraca com o Brad, era melhor do que dormir com o Gibby, ele roncava muito.

Aquele com certeza foi um acampamento inesquecível.

Fizemos tantas coisas divertidas, os tios da Wendy foram super legais tomando de conta do grupo, éramos apenas adolescentes de 17 anos, aproveitando nossas férias.

[...]

1 mês depois...

P.O.V Da Sam

Freddie fez reservas no Space Needle, eu sempre quis comer no famoso restaurante giratório em formato de uma nave espacial. Só não esperava que ele me levaria para um jantar chique, eu nem mesmo me arrumei apropriadamente para a ocasião, já que ele acabou fazendo uma bela surpresa.

E aquele já era o nosso oitavo programa como um casal oficial, nunca imaginei que pudesse me tornar namorada do rapaz mais incrível e inteligente como ele, que por anos suportou minhas implicâncias e brincadeiras de mau gosto.

— Você está muito linda, não se preocupe. - Segurou minha mão quando chegamos lá no topo.

Eu estava usando uma blusa vermelha, jaqueta preta, calça jeans Skinny e Ankle Boots.

Freddie tinha se arrumado bem, colocando até mesmo uma camisa social azul.

Ele havia se tornado meu amigo, namorado e meu porto seguro.

Me salvou naquela noite, me impedindo de me jogar daquela ponte.

Eu era muito grata a ele, por tudo.

Freddie me acolheu em sua casa, sem pensar duas vezes.

E quando sua mãe voltasse da África de sua missão médica, eu finalmente a conheceria, como sogra, e também agradeceria por ter me dado permissão para ficar em sua casa.

Sozinha, a Sra. Benson, criou um filho maravilhoso.

Depois que saí de casa, não tive mais notícias da minha mãe. Talvez um dia eu pudesse perdoá-la, e de coração, com o tempo você aprende que guardar coisas ruins só nos fazem mal. E eu não queria passar o resto da minha vida tendo rancor da minha própria mãe.

Por dentro, Space Needle era lindo, olhamos para o menu da noite, eu simplesmente não conseguia parar de sorrir.

Estar ali com ele significa muito.

Porque Freddie passou a ser tão especial para mim.

Olhei através do vidro ao nosso redor, para a visão perfeita de Seattle, ali de cima eu podia contemplar a beleza da cidade.

Era de fato tudo lindo e encantador.

Todas as luzes da cidade.

Eu sempre lembraria do dia que o Freddie me impediu de fazer a maior insanidade que já pensei na vida, e sob as luzes da cidade, ele me salvou de mim mesma.

Trouxe paz, alegria e amor ao meu coração.

Este é o último capítulo disponível... por enquanto! A história ainda não acabou.