Until the End

Capítulo 6 – Until The End

Faltavam apenas 15 minutos para eles começarem o show. Brian, Zacky, Johnny e Matt estavam entretidos conversando com um dos roadies, enquanto se deliciavam com uma garrafa de cerveja cada um.

Jimmy estava lá, sentado cabisbaixo no sofá cor de caramelo. As baquetas giravam insaciavelmente entre os dedos ágeis do baterista, dando inveja a qualquer baterista amador, embora internamente ele tivesse a plena certeza que ele estava um pouco fora de forma.

Aquela briga pelo “baterista” da banda não saia da sua cabeça, atormentando-o a cada maldito segundo daqueles últimos três dias. Não que se arrependa por ter lutado até o fim para poder ter entrado novamente na banda, mas Arin seria melhor do que ele naquele momento, afinal o garoto esteve por 10 anos no seu lugar.

As falas, os gestos... tudo corria minuciosamente pela cabeça de Jimmy.

[Flashback on]

– Arin, nós precisamos conversar – Brian se levantou sendo seguido por Matt.

Arin balançou a cabeça e massageou as têmporas.

– Caralho, eu não acredito que ele fica fora por 10 anos, 10 ANOS, e quando volta do nada vocês decidem perdoa-lo numa boa e me colocar para fora da banda? É realmente isso que vocês vão fazer?

James respirou fundo e contou até 10 para não bater no projeto de vareta, que parecia uma garota com aqueles cabelos cacheados e compridos.

– Arin, tenta entender... – Matt suplicou sentindo o seu peito pesar.

– Tudo bem Matt... – ele disse sentindo os seus olhos arderem – eu já entendi: eu estou fora da banda, não é?

Ninguém respondeu nada. Todos – exceto Jimmy – continuavam encarando ou o chão ou os seus próprios pés.

– Sabe... eu realmente gostei de passar esses 10 anos com vocês. Me fez crescer, sabe? – Arin começou – Com vocês eu aprendi muitas coisas, deixei de lado pessoas que eu achava que queria o meu bem e na verdade só queriam o meu dinheiro... – ele riu sozinho – me fizeram ficar bêbado pela primeira vez...

Todos olharam para Brian e ele ergueu as duas mãos, se defendendo.

– Me fizeram sentir dentro de uma família de verdade.

– Oh man, venha aqui... – disse Brian emocionado, partindo para cima do amigo.

Logo em seguida todos os outros integrantes se levantaram e foram abraçar Arin. Jimmy continuava com os braços cruzados, atirado de qualquer jeito no sofá.

–Hey Rev – a voz fina do ex-baterista quebrou o silencio. Jimmy olhou para ele e se impressionou: pela primeira vez em todos os dias que se viram ele estava com um sorriso sincero no rosto – cuide bem desse meninos e... tente não arranjar mais problemas dessa vez, ok?

Jimmy assentiu dando um sorrisinho de lado.

– Boa sorte, amigo.

– Obrigada.

Dito isso, James se levantou e apertou a mão de Arin. Forte demais, diga-se de passagem.

– Mas não pense que isso terminou aqui – disse Arin em um tom debochado.

O sorriso que antes estampava o rosto de Jimmy fora tomado por uma expressão de “are you Fucking kidding me?”.

[Flashback off]

–Hey, Jimmy – Brian interrompeu os pensamentos do amigo – esta na hora man, vamos!

James sorriu ao amigo e pronunciou calmamente:

–Já estou indo, donzela.

Brian revirou os olhos e logo em seguida mandou o dedo do meio ao seu melhor amigo.

2 minutos se passaram.

Já era possível ouvir os gritos da plateia do camarim. Logo em seguida, todos ficaram em silencio. Naquele momento, Jimmy teve a plena certeza de que Matt estava falando com os fãs, enquanto os outros meninos estavam cabisbaixos.

Matthew, assim como combinado, iria explicar toda a história aos fãs, ocultando é claro os motivos de James ter desaparecido.

O vocalista falava só o essencial: Que o baterista havia forjado a sua morte, para 10 anos depois reaparecer.

Arin passava proposicionalmente pelo camarim. Quando viu que Jimmy continuava sentado, com um olhar estranho, decidiu entrar para tentar entender o que estava acontecendo.

–Olha quem está aqui: o rei da bateria – disse ironicamente –hey, você era para estar no palco ago...

–Eu não consigo, Arin – pronunciou encarando os olhos castanhos do garoto parado a sua frente.

Arin ergueu uma sobrancelha e deixou o seu queixo cair, não acreditando no que James acabara de dizer.

– Você é maluco ou o que? Está usando drogas novamente?

– Olha Arin, eu acho que... eu perdi a coragem... – Jimmy se levantou e ficou de frente com o menino – tome, vá lá e arrase!

Arin analisou as baquetas que estavam esticadas a sua frente. Por um minuto hesitou, querendo pega-las de uma vez e correr para o palco, mas quando caiu em si, deixou com que as palavras escapassem pela sua boca lentamente.

– É você o baterista, não eu.

Jimmy revirou os olhos e insistiu mais uma vez.

–Anda cara, eu sei que você cons...

–ANDA CARA O CARALHO! – Arin foi para o lado de Jimmy e o puxou pela orelha direita – você não vai arruinar novamente a amizade com os seus amigos, não vai me fazer parecer um gay por eu ter falado aquilo sobre família para os garotos.

– Pera, mas você não é um gay? AI, AI, AI... A MINHA ORELHA SEU BOSTA.

Arin socou violentamente o braço de Jimmy. Ele não estava nem na porta ainda.

– Cala boca caralho. Se quiser me ajudar, move essas coisas que você usa para andar.

James amoleceu o corpo, mas ainda estava sendo puxado.

Uma sensação desconfortável começou a percorrer o seu corpo quando viu as luzes no inicio do palco. Os dois pararam em frente à porta principal, onde todos os meninos passaram para começar o show. Matt ainda nem havia chegado à parte de que James havia voltado.

– E como a gente não esconderia nada de vocês, nós temos que contar uma coisa... – a voz falha do vocalista fez com que o coração do Rev disparasse.

Jimmy se virou para Arin.

– Nanico, pelo o amor do santo Cristo: vai no meu lugar, eu não...

Tarde demais. Arin havia reunido toda a sua força interna e jogou Jimmy contra o palco, fazendo com que ele entrasse a força e ainda por cima quase caindo.

Não foi produzido nenhum barulho de inicio, o que era raro, considerando que havia mais de 80 mil pessoas presentes. Era engraçado de ver: todos estavam com o queixo caído e com os olhos esbugalhados.

– É... acho que eu não preciso falar mais nada, não é mesmo? – anunciou Matt.

Nesse momento, o fogo ao lado da bateria começou e a mesma subiu um pouco.

Os fãs foram ao delírio: não sabiam se choravam, se gritavam, ou se sorriam.

Zacky, Brian, Johnny, Matt e até mesmo Arin encarava o baterista com um sorriso no rosto.

Jimmy sorriu de lado e foi até o microfone.

–É pessoal... eu voltei!

Fim !

trailer: http://www.youtube.com/watch?v=owt6fINkuDw&feature=youtu.be