Ao meio dia, a Caravana do Dragão seguia pela estrada, agora a Noroeste de Riften. Nur, Lydia e Barbas caminhavam na frente, enquanto Derkeethus e Inigo seguiam atrás, com Frost tendo suas rédeas seguradas pelo argoniano de chifres, que mancava um pouco. O grupo seguia caminho em silêncio, até que em determinado momento, o ladino sentiu uma dor na perna esquerda e se ajoelhou de dor, tentando amenizar passando a mão na perna.

— Algum problema, Derky? - questiona o saxhleel de penas.

— Ah… Na verdade, minha perna ainda tem unsss lapsssosss de dor desssde a nossssa luta contra aquele dragão no Cume Northwind.

Presscisamosss achar um lugar para dessscansssar.

Ssse vosscê não insssissstissce em carregar essssesss ossssosss de dragõesss, eu poderia montar no Frossst e não teria tanto problema.

— Não enche, cara.

— Porr que você não usa a Pele de Hist?

— E gassstar essssa habilidade? Não messsmo. Sssó podemosss fazer isssso uma unica vez por dia. Eu vou presscisar que vier alguma coisa pior.

— De qualquerr forrma não é só o Derrkethus que prrecisa parrar. Nós matamos o drragão a algumas horras, e até agorra não parramos nem parra rrelaxar. Quanto mais parra descansarr de fato.

E EU TÔ COM SONO!! — Gritou Barbas, enfezado - E EU ODEIO ESTAR COM SONO. SE VOCÊ NÃO SE ATRASSASE NA SUA MISSÃO COMIGO, EU NÃO TERIA MAIS AS LIMITAÇÕES DE UM CORPO DE CACHORRO! É MELHOR VOCÊ SE RESPONSABILIZAR POR ISSO, LAGARTO!!

Interrompendo o grupo visando acalmar os ânimos, a nórdica lhes chamou a atenção. Ela estava à frente do resto, em uma ponte grande e pavimentada a frente de uma cachoeira, e olhava de frente para o para-peito da construção.

— Pessoal, acho que achei um lugar para pararmos.

O grupo avançou até onde a mulher estava, e viram uma casa pequena com uma plantação ao lado, erguida do outro lado do rio onde a cachoeira desaguava, e ao leste havia uma caverna, enfeitada por uma fornalha à frente dela.

Ao ver o lugar, o dragonborn e seu irmão o reconheceram.

— Cruzamento da Água Essscura! - Disseram os dois em unissono.

— Vocês conhecem esse lugar?

— O Derkeethusss ainda trabalhava aqui quando o encontramosss.

— Então devemos parrarr aqui?

— Er. Na verdade…

O mais claro tentou falar algo, mas foi interrompido pelo congenito.

— Creio que sssim. Não é porque o demitiram que devem essstar de mal com ele. Creio que nosss assceitariam aqui.

O irmão do Dovahkiin não protestou, mas apesar de seu rosto argoniano não mostrar, o rapaz não gostava muito daquela ideia. Mas preferiu não contrariar.

Enquanto caminhavam pela rota até a divisória que levava para a mina, Nur perguntou.

Aliasss, Derky. Porque vosscê foi demitido messsmo.

Derkeethus parou por um segundo e respondeu.

— Eu nunca disssse que me demitiram. Eu que me demiti.

Sssério? Eu não lembro de vosscê ter dito isssso.

— Então tua memória não tá dasss melhoresss. hehe.

O dragonborn parou por um instante vendo com olhar confuso para seu irmão, que caminhava normalmente. Aquilo parecia estranho. Ele jurava que seu irmão falou que foi demitido.

Ei! Eu também lembro de você falar que foi demitido...

Todos então se viram na direção de Barbas, logo atrás, e olharam pra ele.

Ou talvez não. — ele completa, meio confuso com a própria cabeça - Não é porque eu sou daedra que minhas memória é excelente.

— Lydia, vosscê lembra do que Derkeethusss disssse?

O outro argoniano fica a encarando. Apesar de não conseguir dizer exatamente, Lydia imaginava o que se passava na cabeça dele.

— Na verdade, eu lembro quase perfeitamente dele falar que ele que se demitiu.

O argoniano de penas a encarou um pouco e então disse.

— Okay. Confio. Então vamosss, que agora eu tenho sscerteza que elesss não guardaram mágoasss.

Ele então tomou a frente da caminhada, junto do kajiit e do daedra. A mulher bateu amigavelmente no ombro do saxhleel de chifre e tomou a frente dele também, o fazendo segui-los logo atrás, ainda mancando um pouco.

A caravana então atravessa a ponte, seguiram a estrada mais um pouco, até chegarem em uma divisão, e seguiram para a direita, que descia um pequeno barranco até uma nova ponte, menor que a anterior, até o outro lado do rio, onde se encontrava a mina

Enquanto faziam esse trajeto, o argoniano de chifres reparou que algo fazia falta no cenário da mina. O acampamento em que ele dormia foi completamente desfeito. Nem mesmo a fogueira estava armada. E isso incomodava, pois ele não era o único que dormia por lá. Cada mineiro tinha sua cama, exceto por sua chefe e sua filha, que dormiam na única casa do lugar. Ele se perguntava o que ocorreu e para onde eles foram.

Ao chegarem no lugar, uma menina os viu e, ao reconhecer Derkeethus e Nur, ela foi para a casa e abriu a porta.

— Mamãe! Dekitus voltou! E ele está com aquele outro agoniano!

A mulher então saiu de sua casa e, ao ver o escamoso, ela os comprimentou.

— Derkeethus! A quanto tempo.

— É um prazer te rever também, chefinha.

— Ora, não me chame mais assim. Você não trabalha mais aqui. Me chame apenas de Tormir. - ela então olha para os lados do argoniano e pergunta - E quem seriam esses com você?

— Ah! Essssa é a "caravana", digamosss assssim, do meu irmão. Eu agora fassço parte dela.

— Seu irmão?

— Er… - Nur então levanta a mão e dá um passo para frente.

Ao reconhecer o saxhleel de penas, a nórdica ficou surpresa.

— Oh! Você é o argoniano que resgatou Derkeethus! Então você são irmãos?

— Mundo pequeno, não? - comentou sarcástico o Dragonborn.

— Bem, então. O que fazem aqui?

— Bem, É que o Derky feriu a própria perna em uma luta resscentemente. Não essstá nada grave, masss essstá fazendo ele mancar.

Gossstariamosss de sssaber ssse poderíamosss parar aqui para dessscansssar.

— Ora, mas é claro! Sintam-se a vontade.

— Obrigado chefi… quer dizer, Tormir.

***

O grupo estava agora na cabana de Tormir. Barbas simplesmente havia capotado no chão com as patas para cima, dormindo de tal forma que até mesmo parecia morto.

Os outros, agora sem capacete, estavam sentados em uma mesa, que ajeitou para que desse espaço para todos. Nur, Lydia e Derkeethus estavam sentados do lado da mesa mais próximo da porta, enquanto Inigo e Tormir sentavam no lado oposto. Ambos comiam um pouco de pão com ovos preparados pela mulher enquanto conversavam.

— Whiterun é uma boa escolha - respondia a anfitriã - É um ótimo ponto de partida para qualquer outro lugar da província.

— Claro, claro. - respondeu Nur, - É o nosssso objetivo, inclusive.

— Aliás, como foi que Derkeethus feriu a própria perna?

O grupo se entreolhou. A princípio poderia não ser grande problema falar que lutaram contra um dragão. Mas como explicar que lutaram contra um dragão enquanto são seguidos pelo que aparentemente é apenas um cachorro?

Antes que o silêncio deles se tornasse suspeito, o argoniano de penas respondeu.

— Foi numa luta contra um grupo de bandidosss. Um delesss acertou a perna dele com a essspada. Até fez um furo na batata da perna.

A mulher se assustou com aquilo.

— Mesmo? E o cachorro de vocês? não se feriu.

— Não! Ele é esssperto. correu prá trásss de uma árvore e não deixamosss que ninguém chegasssse perto.

— Foi inclusive aí que eu fui ferido na perna - completou o irmão de chifre.

A mulher olhou novamente para o cão, ainda preocupada.

— Mas não é perigoso para ele andar com vocês assim? pelas armas e armaduras, presumo que o tipo de caravana de vocês não é exatamente uma de comércio, como as caravanas de kajiit.

— Bem, pode ssse dizer que há sssuasss vantajensss em ssse aventurar por aí com um cão.

A nórdica ainda se preocupava com o animal. Mas apesar dele ter se derrubado de dormindo, ele parecia saudável, e isso era o que importava.

Aliasss, Tormir. Notei que o acampamento onde o grupo de mineração dormia foi desssfeito. Vossscê demitiu o pessssoal?

Tormir, ao ouvir aquela pergunta, a preocupação dela mudou de foco para resposta.

—Na verdade não. O pessoal ainda está trabalhando na Mina da Pedra Dourada. Porém tivemos que desfazer o acampamento. Estamos enfrentando muitos problemas.

— Que tipo de problemasss? - questionou Derkeethus.

— Bem, a seis dias, um dragão surgiu e nos atacou. Todos sobreviveram, é claro. Mas demorou um pouco para re-construirmos essa cabana.

— Então vosscêsss essstão tendo problemasss com um dragão? - Presumiu Nur.

— Dois na verdade. A quatro dias, dois dias depois do primeiro, um outro, totalmente diferente, apareceu, e fez mais um ataque. Nesse ataque, todos os guardas foram mortos. Estamos à mercê deles agora. Até agora só sofremos um novo ataque de um deles desde então. Mas estamos com medo do nosso destino. Talvez em breve tenhamos que abandonar a mina.

— Abandonar a mina? - o argoniano de chifres parecia surpreso e preocupado - Masss Tormir, essssa mina ainda era bassstante promisssora quando eu sssaí. Tem gente aqui que não tem para onde ir caso ela ssseja fechada.

— Eu sei Derky. Mas se os ataques continuarem e ficarem mais frequentes, essa se tornará uma decisão melhor do que arriscar as vidas de todos aqui e dos transportadores. A nossa única esperança agora é esperar que o Dragonborn passe por aqui.

— O Dragonborn? - Questionou Lydia, estranhando. A housecarl esperava que ela tivesse reconhecido Nur, uma vez que o povo de Riften e de Shor’s Stone o fizeram.

— Sim. Não ouviram falar dele? Ele anda por aí, matando dragões, e absorvendo poderes deles, tal como falam as lendas.

— E você não ouviu nenhuma descrição sobre ele?

Em resposta, a mineira deu de ombros.

— Apenas que ele é ruivo. Fora isso, não tenho outra informação. Poderia ser até seu irmão, Derky.

Ela dá uma leve risada sarcástica, mas que pareceu não repercutir no resto.

O grupo começa a se entreolhar, em um silêncio vergonhoso. Com isso, a mulher lentamente percebe que poderia ser verdade.

— Espere, é verdade? Você é o Dragonborn?

Em resposta, o argoniano de penas se levanta e diz.

Sssiga-me.

Do lado de fora, o grupo foi até o outro lado da cabana, uma área florestada, que dava em um pântano aberto ao norte. Lá, o saxhleel mais escuro. Acabaram sendo seguidos pela menina, que brincava com a terra até ver os adultos saírem e ficar curiosa.

Atrás da cabana, todos se agruparam atrás do guerreiro. Se preparando para o que viria.

Fusss RO!!!! (Força EQUILÍBRIO!!!!)

Com o grito, uma onda de choque saiu da boca do dragonborn e viajou a frente dele, fazendo folhas e galhos à frente voarem rapidamente, assim como algumas pedrinhas mais soltas pelo caminho.

As duas ficaram impressionadas com aquilo. E Tormir ficou mais esperançosa. Se o Dragonborn chegou até ela, então havia uma esperança para a mina.

— Mamãe! Você viu isso?? Você viu?? Ele é o dagonbon! - disse a menina, entusiasmada com o que viu.

— Eu vi sim, querida. - ela então se volta para ele e diz - Eu não consigo acreditar! Espero não estar pedindo muito para você, mas por favor, eu lhe imploro: nos ajude com esses dragões.

— Não ssse preocupe. Eu irei fazer elesss ssse arrependerem de terem sssobrevoado esssse lugar. Em troca, quero apenasss que eu e meu grupo possssamosss ficar para dessscansssar antesss de partirmosss novamente.

— Mas é claro! Sintam-se em casa! - ela respondeu com toda a empolgação do mundo.

Logo após isso, o dunmer e a outra mulher do dia em que Nur caiu alí saíram de dentro da mina, confuso com o barulho.

— Chefa - chamou o Dunmer - que barulho foi esse?

— Sonda, Annekke, vocês não vão acreditar.

A mulher então correu até os dois, a fim de contar para eles as boas novas.

***

Durante o horario de almoço dos mineiros, Derky se encontrava sentado no paredão de rochas, junto do Sonda e do casal Annekke Crag-Jumper e Verner Rock-Chucker.

— Derkeethus, seu irmão é meio estranho. - Comenta o dunmer, sentado do lado direito dele, e observando o argoniano de penas a frente dele, que brincava com Hrefna, a filha de Tormir.

— Ah, não diga isso, Sonda. - contradiz Annekke, do lado esquerdo - Eu acho isso legal. Ele é atencioso. Poderia ser um bom pai no futuro. - ela então vira seus olhos para o nórdico ao seu lado esquerdo. - Até lembra você, Verner, quando a Sylgja ainda era criança.

O nórdico, ao ouvir aquilo, ri sem jeito com o comentário da esposa.

— Hehe, bons tempos.

— A propósito, Annekke - o sexhleel de chifres chama a atenção da mulher - Eu e a caravana passssamosss por Shor’s Ssstone, e eu me encontrei com a Sssylgja.

— É mesmo! - ela, assim, como seu marido, juntou as mãos em posição de “rezar”, parecendo bastante surpresa e animada - E então? Como ela está?

— Ela essstá ótima. Quer dizer, a mina em que ela trabalhava essstava dominada por aranhasss quando chegamosss. E aquele cara que ficava incomodando ela continua a cortejando. Masss tirando isssso, ela essstá ótima. Essstá saudavel, e desssde que nosss livramosss dasss aranhasss na mina, ela deve ter voltado a trabalhar.

— Ainda bem. Fico feliz de ouvir isso.

O argoniano então suspira, tenta se aconchegar mais no paredão e comenta.

— Ah, carasss. Esssssa sssemana com meu irmão e o grupo dele foi bem agitada e aventuresssca...

— Nós notamos. - Diz o elfo negro, que extende o pescoço pra frente, tendando alcançar com o olhar algo depois de Verner, sendo esse algo a armadura elfica e as cimitarras do ladino.

— Hehe. Bem, masss no final, eu sssenti falta desssse lugar. Do clima, dasss conversssasss que tivemosss, dos mandosss e desssmandosss da chefia…

— Isso significa que você vai voltar a trabalhar aqui?

Com a pergunta do mineiro humano, Derkeethus ficou em silêncio, não sabendo exatamente o que dizer sem decepcionar seus amigos.

— Não é tão sssimplesss. Eu tive meusss motivosss para sssair. Além do que, eu gosssto dessssasss aventurasss. Já ajudei a matar algunsss dragõesss, e creio que poderemosss matar maisss algunsss em breve. Masss não ssse preocupem. Eu essscrevo para vosscêsss de vez em quando.

Os três ficaram desanimados, mas apesar do amigo sempre se fazer de misterioso, eles o compreendiam.

— Alias, Derky - questionou o nórdico - Onde foi que você conseguiu essa armadura e essas cimitarras?

— Ah! Asss cimitarrasss eu já tinha a um tempo. Já a armadura eu consssegui comprando daquelasss caravanasss de kajiitsss que de vez em quando passssam por aqui.

— Nunca imaginei que você tivesse dinheiro para comprar uma armadura.

— Ah, digamosss que eu sssei economizar. hehe…

Então, enquanto conversavam, Tormir saiu da cabana e foi até os funcionários.

— Muito bem, pessoal, a pausa acabou. Voltem ao trabalho.

Os quatro então se levantam, incluindo Derkeethus (mesmo com sua perna machucada), e falam.

— Sim, chefinha!

Ao perceberem que o argoniano de chifres também havia levantado, a superior e os três olham para ele, estranhando.

— Foi mal. Forssça do hábito. hehe.

Ele então volta a se sentar, meio sem jeito.

***

A Caravana do Dragão descansava dentro da mina. Eles se encontravam repousando em uma área muito perto da saída. Derkeethus inclusive já estava melhor. O único que não se encontrava ali era Barbas, que ainda repousava na cabana.

Ao menos até aquele momento, no meio da noite, em que ele deu um jeito e conseguiu abrir a porta da construção sem fazer muito barulho, e começou a farejar o chão, a fim de acha-los. Ele então seguiu o cheiro deles.

Porém, na calada da noite, uma área de espaço entre a cerca da plantação e a fornalha da mina dava uma boa visão da planície pantanosa de gêiseres. Com visão do céu a noite, incluindo a enorme sombra que vinha do norte em direção ao acampamento.

Ao perceber o que era aquilo, Barbas correu até o interior da Mina, uma vez que o cheiro dos mortais que ele seguia indicava que estavam lá.

PESSOAL! ACORDEM!! TEM UM DRAGÃO VINDO!!

Com os gritos do Daedra, eles acordaram meio confusos e tontos.

VAMOS! VAMOS LOGO!! DRAGÃO!!!

Ao ouvir aquilo com mais clareza, Nur ficou desesperado.

— Oh, droga, EU TÔ SSSEM ARMADURA!!! LYDIA!! - O dragonborn apontou para ela, a chamando. - APROVEITA QUE VOSSCÊ DORME DE ARMADURA E VAI LÁ SEGURAR AQUELE CARA PRA GENTE!!

— AS SUAS ORDENS, MEU THANE!!

Eu vou também!

— Não! - ordenou o dovahkiin enquanto se vestia- Vosscê não. Ssse alguém aparesscer e ver vosscê lutando com a gente, a gente vai explicar isssso de quê outra forma além de dizer que vosscê é um daedra?

Ao ouvir aquilo, o cão ficou irritado, porém entendia o ponto dele, e se acomodou em um canto emburrado. Quando os três terminaram, eles subiram e se prepararam para o combate.

Lá fora, Lydia batia com a espada no rosto do dragão, que havia pousado na cabana e tentava agarrá-la com a boca.

O dragão que lhes atacava era esbranquiçado, com escamas roxas adornando em volta da criatura, e chifres consideravelmente longos. Era um dragão de gelo.

Inigo e Nur rapidamente sacaram seus arcos e alvejaram o rosto dele, com as flechas de Inigo sendo mandadas com uma velocidade maior que a do argoniano de Penas.

Irritada, a criatura rugiu incomodada e levantou voo. Ele sobrevoou o lugar em círculos, e então começou a descer e abrir a boca, prestes a gritar.

Fo KRAH DIIN!!! (Geada FRIA CONGELANTE!!!)

Com o grito, o dragão expelia um bafo congelante em direção ao saxhleel mais escuro, que em resposta, também gritou.

Fusss RO!! (Força EQUILIBRIO!!)

Com o grito, o dragão teve sua cabeça subitamente jogada para cima. Fazendo com que o resto do bafo de gelo fosse jogado para cima. Ganhando altura novamente, ele faz uma curva no ar e novamente pousou no teto da cabana.

O dragonborn então gritou “Redemoinho Veloz” a fim de chegar próximo do monstro.

— WULD!! (REDEMOINHO!!)

Porém, com o grito, ele avançou tão rápido que acabou batendo a cara na parede, e por consequência, ficou tonto por alguns segundos. Aproveitando aquele momento de distração, a besta o agarrou com a boca e o jogou longe, o fazendo colidir em uma árvore.

A criatura riu maleficamente, com o quão patético lhe parecia o dragonborn.

— Senhor Nur!!

A housecarl então correu até o thane, torcendo para que ainda estivesse inteiro. Ao se aproximar dele, ela o ajeitou sentado na árvore.

— O senhor está bem?

Meio tonto, ele balança a cabeça de um lado para o outro desorientado e então retoma o equilíbrio. Ao olhar para a nórdica, tudo que ele podia ver de seu rosto coberto pelo capacete Dwemer, que conseguiram no Forte Greenwall, eram seus olhos, visíveis pelos dois buracos no capacete, e que demonstravam preocupação.

Sssim, claro… Eu ainda tenho muito o que aprender sssobre esssse thu’um. Pensssei que poderia avanssçar contra ele assssim. Masss sssaiu pela culatra.

Ele então se levanta e pega novamente sua espada e seu escudo, que haviam caído ao lado dele.

Vamosss tentar de novo: WULD!!! (REDEMOINHO!!!)

Com o grito, o guerreiro avançou com tudo para frente, chegando bem perto da cabana.

Lá, o dragão, que até ali estava usando do bafo de gelo contra Inigo, tenta novamente abocanhá-lo. Porém dessa vez, o saxhleel bloqueou com o escudo, fazendo os dentes da criatura roçarem a superfície do equipamento. Outra vez, a besta tentou o morder, mas dessa vez seu ataque foi repelido com um golpe da katana do dovahkiin.

O kajiit então voltou a atirar flechas contra ele. Enquanto Derkeethus também avançou contra ele.

Irritado, o monstro novamente voltou a levantar voo, e o grupo voltou a se reunir.

SSSE PREPAREM!!!

O grupo então ficou em formação, colados costas com costas e suas espadas apontadas para frente e seus escudos protegendo seus corpos, todos olhando atentamente para cima, vigiando o dragão.

A besta então começa a descer novamente o nível do voo. Quando chegou acima da cachoeira, ele avançou contra o grupo em um rasante.

Porém, no exato momento em que ele os atingiria, o ladino, que estava na mira do monstro, o golpeou na hora com suas duas cimitarras, o fazendo dar uma curva para a esquerda do argoniano e atingir a casa pequena.

— A CABANA!!! - Ele gritou, desesperado.

Tormir e Hrefna ficaram assustadas com a cabeça do dragão, que furou a parede da construção e agora se encontrava rugindo e mordendo de um lado para o outro, desgovernado.

Lydia, Nur e Inigo correram até o monstro, tentando aproveitar a chance dada para que atacassem. Derkeethus por outro lado correu para a porta da cabana, a fim de proteger os civis. Ao abrir a porta, ele as viu desesperadas no canto oposto da casa.

— VAMOSSS!! VAMOSSS SSSAIR!!

Elas engatinharam até a porta, com medo de serem mordidas ou atingidas por algum grito. Quando chegaram na porta, o saxhleel de chifres as levanta para ficarem de pé e guia-las até a mina.

Porém, naquele momento, a besta conseguiu se libertar da parede, e se vira para os mortais alí, e prepara um thu’um.

Liz SLEN NUS!!! (Gelo CARNE ESTÁTUA!!!)

Com o grito, um bafo de gelo, ainda mais espesso que o outro, é expelido, e congela o chão que atinge. Enquanto a criatura fazia uma curva, Tormir, vendo o que viria, empurrou o argoniano e sua filha, sendo atingida pela baforada de gelo e sendo congelada.

— MAMÃE!!! - gritou Hrefna, desesperada.

O dragão se aproxima da mulher, ignorando os ataques daqueles ao redor, abrindo suas mandíbulas para abocanhá-la, enquanto ela não podia fazer nada além de ver, presa em uma estátua de gelo moldada à sua própria forma.

Quando de repente Derkeethus tomou a frente, pulando contra o rosto da criatura e a golpeando, atacando com fúria. O dragão então se preparou para gritar, mas antes que pudesse pronunciar a primeira palavra por completo, o argoniano interrompeu com outro golpe, e mais outro, e mais outro. Mesmo um humano conseguiria ver que em seu rosto se manifestava o mais profundo ódio que ele já sentiu.

O dragão estava prestes a levantar voo, quando Nur aproveitou para escalar as costas dele correndo e pulando com a espada apontando para baixo, colidindo-a contra a cabeça da criatura e a finalizando.

Enquanto corpo do monstro queimava, o dragonborn saltou dele até o chão, e então bateu as mão de forma a “tirar poeira delas” e grita para seus amigos do outro lado.

— UM DE DOISSS, GALERA! UM DE DOISSS!

A garotinha então se aproxima, olhando impressionada para a criatura morta se desfazendo, e responde.

— Mas esse não nos atacou antes.

O saxhleel de penas olha para ela assustado, apesar de não parecer tanto, e questiona.

— Como é que é o negósscio?

— São difeientes. Um é vede tem pele entre os cifres de tás, e o outro é azul, não tem chifres e a boca é puxada pa fente.

Ao ouvir o que a menina, enquanto a alma do dragão de gelo morto atrás de si, ele fica em silencio por alguns segundos e grita novamente.

— CORRIGINDO, PESSSSOAL: UM DE TRÊSSS! UM DE TRÊSSS!

Quando o processo de absorver a alma terminou, a menina pôs a mão no nariz e resmungou.

— IIew! Qui fidido!

Enquanto isso ocorria, Derkeethus olhava com raiva para a criatura pegando fogo, e quando a menina comentou sobre o cheiro, ele lembrou de sua ex-chefe congelada, e correu até ela.

— TORMIR!!

Ao chegar nela, ele começa a golpear a casca de gelo em volta dela desesperadamente. Até que então a casca finalmente cedeu. Ao ser desfeita, o corpo da mulher caiu no chão a sua frente. Derkeethus a agarrou e começou a sentir o corpo dela, torcendo que não tivesse ido para Sovngarde.