1x7

Leia esse capitulo ouvindo essa música, vai ficar bem melhor.

http://www.youtube.com/watch?v=98IIKxqaKNQ

POV Alice

Hoje o dia estava chuvoso, o vento estava gelado e pela primeira vez eu via as pessoas usando roupas de frio. Eu estava com uma toca que tinha ganhado da minha avó e nunca achei que fosse usar, calças , moletom e luvas. Anne estava sentada no banco ao lado da escola, fui até lá e a vi chorando.

– Amiga, o que foi? - Perguntei assustada.

– Ai amiga eu fiz a coisa mais idiota da minha vida. - Ela falou e eu estava cada vez mais assustada.

– O quê?

– Depois te conto, preciso ir. - Ela falou e saiu correndo, tentei ir atrás dela mas ela correu mais rápido.

Estava apavorada, o que aconteceu com minha amiga? Mais tarde passo na casa dela e descubro tudo. Estava entrando na escola quando avistei o Gui, ele estava gato hoje com o cabelo para trás e um casaco, com a calça um pouco apertada e com o sorriso lindo.

– Oi amor, você está melhor? - Ele perguntou e eu achei tão fofo da parte dele.

– Ainda tô tentando digerir toda essa história. - Falei.

– Qualquer coisa estou aqui! - Ele falou e colocou seu braço sobre o meu ombro e eu o abracei e o Rafael chegou bem na hora.

– Rafael. - Falei.

– Oi.- Ele falou parecendo bravo.

– Gui esse aqui é o Rafael. - Eu falei e deu vontade de rir.

– Oi Rafael, vou deixar vocês a sós, depois nos falamos Alice. - Gui falou e saiu.

– O que você quer? - Perguntei.

– Nada.

– E o que você veio fazer aqui então? - Falei querendo entender o que estava acontecendo.

– Não foi por você. - Ele falou e saiu. Dei um leve sorriso e segui para as minhas aulas.

As aulas foram chatas, mas passaram rápido. Fui direto para casa da Anne, estacionei o meu carro na porta dela e ao sair do carro encontrei a Anne sentada na balança. Lembro que brincávamos ali quando eramos crianças.

Me aproximei e me sentei abaixo da árvore, Anne se levantou e se jogou no meu colo, ela chorava muito e eu não conseguia entender o que estava acontecendo, mas fiquei em silêncio vi que ela precisa desabafar.

POV Gui

Estava no bar quando Juliano chegou, ele me deu um tapa no ombro e parecia surpreso em me ver por ali.

– Finalmente, te encontrei em? - Ele falou e eu sorri.

– Eu estava o tempo todo por aqui. - Falei terminando de tomar a minha cerveja.

– Sei. - Ele falou e se sentou ao meu lado.

– Você tem alguma novidade? - Perguntei.

– Nenhuma.

– Sobre guerra ou algo do tipo? - Soltei o assunto.

– Guerra? Não sei disso não.- Ele falou rindo.

– Tem certeza? - Insistir.

– Tenho sim, mas e ai o que tem isso de guerra? - Ele perguntou e eu preferir mudar de assunto.

– E ai namorando muito? - Perguntei.

– Que nada. - Rimos.

POV Alice

Eu ainda não posso acreditar no que Anne acabara de me dizer, como isso foi acontecer? Coitada da minha amiga.

– Ai amiga eu não sei o que fazer! - Ela falou e as lágrimas não paravam de surgir no seu rosto.

– Você tem certeza? - Perguntei.

– Tenho, eu fiz o teste. - Senhor minha amiga estava grávida, como ela deixou isso acontecer?, como ela vai cuidar dessa criança?, Ela vai perder toda a adolescência.

– Não se preocupa amiga, eu vou te ajudar em tudo. - Falei e ela me abraçou forte.

– Eu sei amiga.

– Mais quem é o pai? - Perguntei curiosa, não sabia de nenhum garoto que ela estivesse ficando.

– Não me lembro e prefiro assim, essa criança só vai ter a mim.

– Mais Anne, você não pode cuidar dela sem o pai. - Falei tentando convencê-la .

– Eu vou tentar. - Ela falou e então eu concordei.

Fui embora depois de toda aquela conversa, precisava pensar um pouco. Cheguei na praia , retirei meus sapatos e andei sobre a areia descalça, a noite estava fria e a lua era cheia o vento batia no meu cabelo e fazia com que ele constantemente atrapalhasse a minha visão.

Encontrei o Gui sentado então me aproximei.

– Oi. - Falei me sentando ao seu lado.

– Oi.

– A vista está linda né? - Falei tentando começar um assunto.

– Tá sim, Alice quem era aquele ? - Ele falou e logo eu entendi que ele estava falando de Rafael.

– O meu ex!

– E você já o esqueceu? - Ele perguntou e logo veio na minha mente um trecho de um texto que havia lido.

– "Você pode esquecer as chaves do carro, esquecer de pagar uma conta, você pode esquecer até de buscar seu irmão mais novo na escola. Mas uma hora ou outra, você vai acabar lembrando que esqueceu. Vai dar por falta, vai voltar pra buscar. Por isso, eu acredito que esquecer alguém talvez não seja possível, isso nunca vai acontecer. Você pode esquecer durante uma conversa, ou enquanto faz uma prova importante, você pode esquecer quando estiver beijando outra pessoa… Mas depois, minutos, horas ou anos depois, alguma coisa vai te fazer lembrar. A vontade pode diminuir, as piadas que antes pareciam engraçadas, podem não ser mais. A saudade pode desaparecer como se nunca tivesse existido. Esquecer? Esquecer não dá, não se pode esquecer o que já conheceu, já sentiu, ou gostou. Entende o que eu quero dizer? Todo esquecer é temporário, ele só dura até se lembrar outra vez."

– Lindo texto, é seu? - Ele perguntou.

– Infelizmente não, eu li em algum lugar. Falei dando um leve sorriso.

– é bom saber seu coração está livre, quem sabe eu não tenho chance. - Ele falou e eu sorri.

– Por que não? - Eu falei e logo um sorriso surgiu no rosto dele.

Deitei minha cabeça em seu ombro e ficamos ali a noite toda.