Sister Conflict.

Decepção e Recomeço.


Estava embarcando pro Japão naquele momento, meu coração cheio de incertezas batia freneticamente, será que ele ainda se lembra de mim? Será que sente saudades? Será que já tem alguém? Todas essas perguntas pairavam por minha cabeça, pois há um mês ele nem atendia minhas ligações, era indiferente quando eu falava de nós, e agia como se o que aconteceu fosse pagina virada, as vezes a distancia nos ensina o que realmente é importante pra gente e parece que ele tinha assimilado bem esta lição.

Ta certo que ele sabia que eu nunca fui santa, e sim admito que fiquei com uns e outros mas por que eu sabia que entre nós não daria certo, odiava a ideia de que quando chegasse em casa topasse ele aos beijos com uma qualquer no sofá, mas pensando bem nunca levei em conta de como ele havia se sentido quando sai com aqueles rapazes, e se ele soubesse do que aconteceu em Paris me odiaria mais ainda, por isto estava preparada para maiores surpresas, seriam longas três horas ate pousar em Tóquio.

POV Hikaru.

No ultimo mês vivenciei o que muitos chamam de amor verdadeiro, ao conhecer Beatriz me apaixonei pelo seu olhar, seus gestos ela e diferente da Yumi em vários sentidos, ela e calma, paciente e fora que Ela quer ser advogada, seu sorriso prende minha atenção, seu cheiro por si só me excita, nem volto mais pra casa ultimamente e quando a Yumi liga fico só ouvindo ela falar, já não sinto nada por ela e pouco me importaria se ela voltasse ou não da França.

POV Kyo-Kun.

Sou filho de uma família muito rica, meu pai é dono de uma rede de hospitais, namorei uma advogada chamada Beatriz, ela é brasileira, muito linda, tímida com seu jeito organizado, adorava sua companhia.

Mas conheci outra garota que fazia meu coração palpitar só de vê-la, seu nome é Yumi, seu pai é sócio do meu, mas não tem grandes propriedades, não tinha visto antes mas por obra do destino nos conhecemos no festival interescolar. Tentei possui-la duas vezes, mas sempre me atrapalhava, hoje ela mora na Franca e não a vejo mais e se me perguntarem se sinto saudades, sinto sim, mas me arrependo de ter deixado a Bea por uma simples paixonite temporária.

Yumi:

Aterrissei no aeroporto de Narita, a primeira pessoa pra quem quis avisar foi o Hikaru.

– Alô, Hikaru acabei de aterrissar aqui no aeroporto de Narita será que você poderia me buscar?

– ah... olha não vai dar tenta pedir pro seu pai, eu nem estou em casa agora e...

– oh, ok no precisa mais, desliguei o celular estranhando o tom de resposta dele, achei que ele me amava e tals mas parece que ele nem se quer se importa comigo.

Tomei um taxi e fui pra casa e ao chegar lá notei que o quarto de Hikaru estava aberto e a maior parte de seus pertences nem estava mais lá, guardei minha malas e fui tomar um banho pra relaxar, adormeci na banheira e depois de um tempo escutei risos abafados me levantei e me enrolei na toalha e fui ate a porta do quarto, ao abrir dei de cara com uma jovem de cabelos longos e negros que me olhava fixamente.

– quem é você? Perguntei sem nenhuma educação, olhando-a de cima a baixo.

– sou Bea a namorada do Hikaru e você quem seria?

– sou Yumi a... quando pensei em dizer algo em resposta me calei, nós nunca oficializamos nada, nos amávamos quando o desejo era quase insaciável, ele era especial para mim mas não era algo que poderia chamar de meu, abaixei cabeça e completei a frase com lagrima nos olhos - irmã do Hikaru.

Ao terminar de falar, ele saiu com um sorriso jamais visto por mim se pronunciando para a garota quando me viu na porta e me olhou sério.

– ah, oi Yumi não sabia que estava aqui, seu pai foi te buscar?

– não vim de taxi mesmo

– ah certo, acho que vocês já fizeram as apresentações né? Bom agora temos que ir, tchau até outro dia.

E dadas às mãos eles desceram as escadas com o que eu poderia chamar de últimos pertences de Hikaru.

Eu havia entendido que já não significava nada para Hikaru, mas meu intimo não conseguia aceitar, sabia que esses dois anos nos afastariam mas nunca pensei que iria perde-lo. Isso não iria ficar assim. Vesti uma calça jeans e uma bata verde esmeralda, coloquei meu ALLSTAR e peguei minha bolsa tinha que descobrir pra onde eles tinham ido. Depois de muito perambular pela cidade avistei a tal de Bea saindo de uma lanchonete com Hikaru, decidi segui-los para ver ate onde iam, entraram em um prédio não muito chique por fora mas por dentro lembrava casas coloniais, vi-os entrando no elevador e decidi esperar pra ver aonde iria parar, no visor mostrava o 12º andar e quando o elevador retornou ao térreo, entrei e fui ate lá.

Chegando no andar almejado, dei de cara com o apartamento com a plaquinha de identificação e lá estava o nome dos dois. Toquei a campainha com o coração quase na boca, estava com raiva e muita aflição, afinal de contas Hikaru não se dizia apaixonado por mim? Quando atenderam a porta era Hikaru só de shorts, ao me ver ele nem se quer a abriu e perguntou do interfone o porque de eu estar lá.

– o que você faz aqui? Já não entendeu que eu não quero mais nada com você?

– Por que você esta fazendo isso comigo Hikaru?

– cansei de ser enganado, e encontrei uma pessoa maravilhosa, que me ama e me aceita sem cerimonias sem ter que me preocupar com o que os outros vão pensar, por isso deixe-me ser feliz e vá cuidar de sua vida e de seus sonhos ok?

– ao ouvir aquilo o pouco de esperança que ainda me restava apagou-se, sai dali sem rumo e parei no primeiro barzinho que encontrei, precisava afogar as mágoas e tentar superar tudo aquilo, ao sentar-me na mesinha e pedir minha bebida alguém segurou meu ombro e virou-me de supetão, perguntando:

– o que faz aqui? Achei que nunca mais iria te ver?

Naquele momento de carência não pensei duas vezes, sem me importar em perceber quem era, beijei-o e me deixei levar pelo momento.