Quando abro a porta, lá está meu pai, me fuzilando com os olhos. Só queria saber em que momento ele começou a se importar com o que faço ou deixo de fazer, fico calma, afinal, não me importo mais com o que ele pensa de mim.
– Posso saber o que está acontecendo aqui? - Meu pai pergunta e eu contenho o riso.
– Estávamos dormindo. - Fala Peeta
– E vocês acham que eu nasci ontem? Francamente
– Eu realmente acho que você nasceu ontem, qual é o problema de o pai do meu filho passar a noite comigo? Esqueceu de como as mulheres ficam grávidas? Posso te garantir que não é por osmosi! E desde quando você se importa com o que eu faço ou deixo de fazer?- Digo sarcasticamente
– Eu sou seu pai!
– Sério? Já tinha até me esquecido!
– Eu sei que nós não nos viamos muito, mas isso não te dá o direito de me tratar assim!
– Assim como? Do mesmo jeito que você sempre me tratou? Pelo amor né! Larga de ser hipócrita! Nós não nos viamos muito? Fala como se me visse toda a semana! Você mal se lembra que tem uma filha que precisa de carinho e atenção, você só se importa com o dinheiro que está perdendo vindo aqui falar comigo! - Digo despejando tudo em sua cara.
– Também não é assim... - Ele diz tentando se explicar.
– Então é como? - Eu pergunto e ele fica em silêncio.
– Está vendo? Francamente sai daqui já ficou feio demais - Digo fechando a porta em sua cara.
Choro por muito tempo nos braços de Peeta, ele tenta me acalmar mas em vão! Malditos hormônios! Sim, claro que são eles, acha mesmo que eu estaria aqui chorando pelo meu pai? Realmente não!
Tempos depois a campainha volta a tocar e Peeta vai abrir, dando de cara com meu pai. Ele me olha e eu acinto, não vou dar uma de menininha mimada. Logo ele se senta próximo a mim e Peeta sai alegando ter que resolver umas coisa.
– Filha, me desculpa? Eu realmente não queria que fosse assim - Ele diz e eu sinto um pouco de verdade em sua fala
– Você acha que vai ser fácil assim? Todos os anos que eu passei sem você me perguntar pelo menos se eu estava bem, você realmente acha que eu vou te desculpar assim? Do nada? Você realmente não me conhece!
– Eu queria ser presente na vida dessa criança, fazer por ela o que eu não fiz por você.
– E como eu posso confiar na sua palavra?
– Vamos ao menos tentar, eu vou fazer o meu melhor, eu juro!
– Eu realmente estou cansada, outro dia a gente conversa melhor.- Digo já me dirigindo para a porta.
– Promete que vai pensar?
– Prometo. - Digo desconfiando de minhas próprias palavras
Eu só quero o melhor para essa criança, eu só quero que ela não sofra como eu sofri, não é pedir de mais! Como posso confiar nele? Como posso deixar que ele se aproxime nos primeiros momentos e depois suma? Não! Essa criança vai ser feliz e amada, não vou permitir que magoem ela.