Simples Assim - CIP

Capítulo Único - Simples Assim


— Eu sei que tá valendo nota e tals, mas a gente ainda tem três semanas pra decorar esse negócio. — Bia disse, jogando o script da peça no criado mudo ao lado da cama e olhando para a colega de classe que, por acaso, era sua vizinha. — Já encheu o saco por hoje. Vamos ver um filme?

— Tá bom. — Ana respondeu largando sua cópia também e se virando para ir para a sala. — Só porque hoje eu to com a maior preguiça de ler.

— Ué, e desde quando isso é novidade? — seguiu-a com um sorriso irônico.

Ana preferiu ignorar o comentário enquanto se atirava no sofá e pegava o controle da televisão para escolher algo na Netflix. — O que tá a fim de ver?

— Que tal um terror? — Bia sugeriu com sua eterna pose de menina radical.

— Ai não.

— Você é muito medrosinha. — riu, sentando ao lado da amiga.

— Não tenho medo, só não curto filme de terror. — mentiu descaradamente.

— Ahan, sei.

— Aff, escolhe logo essa droga. — Ana jogou o controle para ela e cruzou os braços.

— Desfaz esse bico, madame. — Bia sorriu descontraída e colocou na categoria terror da Netflix. — Esse não, parece chato, eu já vi, parece bom, mas não, não... Esse!

Os minutos iniciais foram bem tranquilos por ser só a apresentação dos personagens e estabelecimento de enredo, mas na primeira cena assustadora Ana praticamente pulou no colo de Bia que, apesar de ter levado susto também, acabou rindo pela reação exagerada da amiga. E da segunda vez foi a mesma coisa.

Na terceira vez, Bia percebeu que Ana estava desconfortável e com medo de verdade, então segurou sua mão e disse. — Calma, é só um filme. Tá tudo bem.

A ruiva não respondeu, não estava ouvindo-a e nem prestando atenção no filme, estava mais ocupada observando as mãos unidas sobre sua coxa.

Bia seguiu o olhar e franziu as sobrancelhas. — Isso te incomoda?

— Não. — Ana sorriu e desviou as íris castanhas para mirar o rosto da amiga. — Sua mão é tão macia. Eu gosto.

Por um instante, que para elas pareceu bem mais longo do que realmente foi, ambas apenas se encararam de forma tão intensa que chegava a ser magnética, sem sequer notar as duas foram se aproximando até estarem se beijando de maneira suave e descontraída.

Suas línguas se tocavam devagar, se conhecendo e saboreando, aproveitando a textura macia uma da outra com calma e delicadeza como se o tempo tivesse parado só para que elas pudessem curtir o momento.

Ana repousou a mão livre na cintura de Bia enquanto a dela se embrenhava em seus fios ruivos, sem nunca tornar o beijo afoito o que o fez durar muito mais.

Seus lábios se separaram e havia sorrisos bobos neles, então Bia puxou Ana com carinho para deitar a cabeça em seu ombro e pegou o controle que repousava no braço do sofá.

— Vamos assistir outra coisa.

— Obrigada. — Ana murmurou, mas sem nem se importar com o que assistiriam, ainda estava entorpecida demais pelo beijo.

Este é o último capítulo disponível... por enquanto! A história ainda não acabou.